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Estação de carregamento de veículos elétricos | Foto: Shutterstock
Edição 132

Os bilionários elétricos

O herdeiro tardio e a farra do vinho

Bruno Meyer
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A catarinense WEG quer atender cada vez mais à demanda em veículos elétricos, incluindo caminhões e ônibus. É esse o seu plano central de investimento de R$ 660 milhões para ampliar a capacidade de produção do parque fabril em Jaraguá do Sul, norte de Santa Catarina. O anúncio da semana aumentará em 25% a capacidade produtiva da empresa catarinense. Hoje, ela produz quase 2 milhões de motores. Serão gerados com esse valor 800 novos empregos.

Produção de motores elétricos em Jaraguá do Sul | Foto: Divulgação

Fábrica de bilionários

Maior fabricante de motores elétricos do mundo, a WEG foi a empresa brasileira que mais produziu bilionários nos últimos anos. De acordo com a revista Forbes, foram 29 bilionários oriundos dos lucros da empresa fundada em 1961 pelo trio Werner Voigt, Eggon da Silva e Geraldo Werninghaus. Em setembro de 2021, um dos herdeiros comprou a mansão da Xuxa na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, por R$ 45 milhões.

Fábrica da WEG | Foto: Divulgação

O novo bi da praça

A família ganhou outro bilionário em julho: é Lucas Demathe da Silva, 28 anos, filho que só foi reconhecido após a morte de Eggon da Silva, aos 85 anos, em 2015. Lucas vai receber R$ 1 bilhão, depois de ter sido encerrado o litígio em que enfrentou cinco herdeiros de Eggon. Desde a morte do fundador, o inventário não havia sido concluído, pela guerra judicial.

O rugido do Leão

Mesmo tendo sido escolha pessoal de Sérgio Rial, o presidente do banco Santander, Mário Leão, tem feito uma gestão radicalmente oposta à do antecessor. Leão é adepto de ouvir praticamente todas as áreas e os profissionais envolvidos para só depois bater o martelo para as decisões, o que muitas vezes leva tempo. Rial é um trator: sempre foi conhecido pela rápida tomada de decisões para todo e qualquer caso que chegasse a sua mesa.

Mário Leão, presidente do banco Santander | Foto: Divulgação


Mergulho na big data

A brasileira Semantix, empresa de software especializada em dados e inteligência artificial, foi a primeira companhia totalmente de tecnologia no país a chegar à Bolsa da Nasdaq. Reservou para a terça-feira 4 o hotel Tivoli Mofarrej, em São Paulo, para um mergulho sobre dados e inteligência artificial para o público em geral. A abertura do evento será com o fundador da empresa, o paulistano Leonardo Santos. Santos, aliás, avalia novas aquisições nos próximos meses. A primeira delas, pós-Nasdaq, foi a startup do setor de saúde Zetta Health Analytics. A receita da Semantix para o ano deve alcançar R$ 290 milhões.

Semantix
Leonardo Santos, CEO e fundador da Semantix | Foto: Divulgação

A gestão de um hotel

Com a retomada do turismo no mundo, a Hotelaria Brasil — que administra hotéis de redes como Hilton e Wyndham — acaba de lançar a marca Unna Hospitality. O objetivo é treinar e gerir hotéis pelo país — desde cobrar um preço de tarifa compatível com o mercado até acelerar a transformação digital de unidades por todas as regiões do Brasil.

20 milhões de garrafas

Maior varejista de vinhos no Brasil, a Víssimo deve fechar o ano com a venda de 20 milhões de garrafas de vinhos em 2022. O grupo — formado pela fusão das marcas Evino e Grand Cru — espera faturar R$ 800 milhões em 2022 a partir dos 1,5 mil rótulos atualmente no portfólio.

Foto: Divulgação

Vinho fora da curva

O CEO da Víssimo, Alexandre Bratt, crê que o mercado de vinhos vai se normalizar em 2022, depois de dois anos com vendas altíssimas, consideradas fora da curva. “O vinho foi a bebida da pandemia”, resume Bratt. “É claro que a pandemia impulsionou o mercado. Muita gente cozinhando e consumindo mais vinhos em casa. Tivemos um crescimento de 60% no consumo de vinho em 2020 e 2021.” O executivo ressalta que o relacionamento do brasileiro com a bebida começou a mudar a partir de 2014, com altas nas vendas de 15% a 20% ao ano, bem acima da média mundial.

Alexandre Bratt, da Víssimo: “O vinho foi a bebida da pandemia” | Foto: Divulgação

Quem bebe mais?

Com 600 funcionários, o Víssimo terá 150 lojas físicas até dezembro em vários cantos do país. O foco digital é visto como prioridade. Conhecimento eles têm: a Evino é o maior e-commerce do setor na América Latina, enquanto a Grand Cru é a principal importadora e distribuidora de vinhos premium do país. Quem bebe mais vinho no Brasil? “Na Grand Cru, as mulheres são as maiores compradoras”, responde Bratt. “Na Evino, quem mais compra são os homens.”

A uva argentina

E qual é a uva preferida do brasileiro? “Malbec argentina, seguida da cabernet sauvignon”, diz Bratt. Ele vê, porém, um aumento na compra do rosé. “Há cinco anos, a gente nem via o rosé no mercado. Isso mudou. Ele cresce até três vezes mais que o mercado. Tem a ver com a temperatura em muitas regiões do país, mas principalmente com uma mudança do perfil do consumidor. Ele era muito conservador, mas agora o brasileiro está cada vez mais ousado.”

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