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Flávio Dino Esplanada
Dino teria sido alertado pela Abin, segundo Marcos do Val | Foto: Reprodução Redes Sociais
Edição 145

Um comunista no Ministério da Justiça

Lula escolhe Flávio Dino para comandar o projeto policialesco da esquerda e o controle de liberdades individuais no país

Silvio Navarro
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Irresponsabilidade fiscal, aumento de preços, retrocesso em legislações trabalhistas e privatizações, aparelhamento político de bancos e empresas públicas, retomada da “república sindical”. O cenário econômico para os próximos anos, com a volta do PT ao poder, é desalentador. Mas é na escolha do comunista Flávio Dino para o Ministério da Justiça que começa a construção do Estado policialesco da esquerda no Brasil.

O supergabinete de Dino será o responsável por controlar as liberdades individuais no país. Além disso, é quem dará a última palavra sobre segurança pública. Vai vigiar os órgão de combate a facções criminosas, o sistema penitenciário, as armas em circulação, investigações sobre corrupção e crimes de colarinho-branco e cuidar da patrulha de fronteiras.

Estarão sob sua tutela a Secretaria Nacional de Justiça, as políticas contra drogas e, principalmente, todas as divisões da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Segundo suas próprias declarações, Dino também quer saber de tudo o que acontece na Amazônia e em áreas indígenas, quilombolas e dos povos ribeirinhos.

E por que a nomeação de Dino é um perigo? Nas fileiras da esquerda, Dino não é considerado um petista raiz, egresso do sindicalismo, das pastorais da Igreja ou do chão de fábrica do ABC paulista. Ele até foi filiado ao PT, em 1987, mas militou 15 anos no Partido Comunista do Brasil. É da chamada “ala ideológica” e já se deixou fotografar vestido de guerrilheiro, com direito a foice e martelo à mão. Por conveniência e sobrevivência política, já que a sigla comunista perdeu relevância com o tempo, filiou-se ao PSB — o mesmo que abriu as portas para o ex-tucano Geraldo Alckmin, porque, para o comando do partido, socialismo significa ser governo.

flávio dino comunismo
O então governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), desfila no Carnaval vestido de comunista – 5/3/2019 | Foto: Reprodução

Dino foi coordenador do Diretório Central dos Estudantes quando cursou Direito na Universidade Federal do Maranhão e liderou grupos de jovens de esquerda. Foi juiz federal por alguns anos, mas optou pela carreira de político profissional. Elegeu-se deputado e governou o Maranhão duas vezes, sem nunca ter conseguido tirar as cidades do Estado do topo do ranking da pobreza. Também participou do governo Dilma Rousseff, como presidente da Embratur.

Neste ano, o comunista foi eleito para o Senado, mas a cadeira de ministro da Justiça já lhe estava prometida havia muito tempo caso Lula vencesse. Foi um processo que começou depois da prisão do petista, em 2018. Dino tornou-se uma espécie de conselheiro de um grupo de advogados “progressistas” que militava pela soltura do então ex-presidente, por meio de ações e pressão no Supremo Tribunal Federal (STF). A banca se autonomeou “Prerrogativas” e existe até hoje.

Na época, formou-se uma frente no meio jurídico contra as sentenças do ex-juiz Sergio Moro na Lava Jato. O próprio Dino chegou a ser citado em delações de ex-funcionários da Odebrecht durante a operação. Segundo um executivo, ele teria pedido dinheiro para campanha e para defender projetos de interesse da empresa. O futuro ministro negou as acusações. Não houve nenhuma condenação contra ele.

Na semana passada, Dino anunciou o nome do advogado Augusto de Arruda Botelho para a Secretaria Nacional de Justiça. Botelho defendeu a Odebrecht, é um dos maiores críticos da Lava Jato e participava de programas de TV no consórcio da velha imprensa.

Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo (21/12/2022)

Outras escolhas já causaram ruído, como o delegado Edmar Camata, para comandar a Polícia Rodoviária Federal. A indicação não durou nem um dia, porque militantes de esquerda imediatamente encontraram falas de Camata a favor da prisão de Lula. Dino recuou e escolheu outro nome: Antônio Fernando Oliveira, ex-superintendente da PRF no Maranhão, que, assim como o chefe, aparece em fotos fantasiado de Fidel Castro.

Antônio Fernando Oliveira | Foto: Reprodução/Facebook

O delegado Rodrigo Morais Fernandes comandará a nobre divisão de Inteligência da Polícia Federal. Ele ficou conhecido por conduzir as investigações sobre o atentado à faca contra o presidente Jair Bolsonaro, na campanha de 2018. Passou mais de um ano nos Estados Unidos e agora está de volta ao Brasil.

Delegado facada Bolsonaro Lula
O delegado Rodrigo Morais Fernandes assumirá um cargo-chave na PF | Foto: TCE/MG

Sobre armas e detentos

Dino tem dois planos para o início de sua gestão: revogar a todo custo o acesso da população a armas e o que ele chamou de “humanização penitenciária”.

No primeiro caso, o desarmamento da população é uma bandeira bastante conhecida da esquerda quando assume o poder. O melhor exemplo está na vizinhança, desde o início da ditadura chavista na Venezuela ou em Cuba — a História reúne outros diversos casos pelo mundo. O passo inicial será o já anunciado “revogaço” de leis instituídas por Bolsonaro sobre armas. A caçada aos CACs (sigla para colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) começou antes da posse, e a ideia é que as licenças sejam extintas em pouco tempo.

“Se a pessoa diz que tem uma arma, é preciso que apresente se a arma existe mesmo e onde ela está. Haverá vedação a certas aquisições, como fuzis, metralhadoras, e assim sucessivamente. É absolutamente descabido” (Flávio Dino, em entrevista à GloboNews)

O jurista Fabrício Rabello chamou a atenção sobre episódios de desconhecimento sobre armamentos. Por exemplo, os auxiliares de Dino na equipe de transição catalogaram armas calibre 22 em mãos dos CACs como perigosíssimas, mas o registro de gerenciamento militar de armas do Exército não distingue fuzis e carabinas 22.

A fórmula de Dino para atingir seus objetivos é simples: vai repassar mais dinheiro do Fundo Nacional de Segurança Pública para os Estados que seguirem sua cartilha. Ou seja, os governadores que atingirem metas de desarmamento vão receber fatias maiores de recursos. A regra também será aplicada para os Estados que obrigarem policiais a usarem câmeras nas fardas.

Sobre os presídios, Dino vai tentar avançar no desencarceramento. Ele nomeou o policial penal Rafael Velasco Brandani para a Secretaria Nacional de Políticas Penais. Brandani afirma ser especialista em humanizar o tratamento aos detentos nas redes sociais.

“Vamos fazer uma alteração em que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) vai virar a Secretaria Nacional Penitenciária e de Alternativas Penais. Execução penal não é igual a prender. A prisão, na verdade, é o último instrumento. Vamos colocar alternativas penais no mesmo patamar que a prisão (Flávio Dino, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo)

Alinhamento com o Supremo

Em sucessivas entrevistas, Dino também tem demonstrado alinhamento com o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente com o ministro Alexandre de Moraes. Chegou a afirmar, por exemplo, que os acampamentos de manifestantes contra Lula em frente aos quartéis do Exército são “incubadoras de terroristas” e que o coro de “S.O.S. Forças Armadas” configura crime. “Essa pessoa não só pode, como deve ser presa”, disse.

gilmar mendes flávio dino
Flávio Dino (à esq.), futuro ministro da Justiça, e Gilmar Mendes, ministro do STF, almoçam em Brasília – 22/12/2022 | Foto: Reprodução

Integrantes da equipe do gabinete de transição também preparam uma secretaria para monitorar as redes sociais no Brasil. É algo similar ao que já ocorre no Judiciário a pedido de Moraes. Segundo o consórcio da velha imprensa, aliás, eles podem ser colegas de toga em breve, se a passagem de Dino for apenas uma escala para o Supremo Tribunal Federal.

A parceria, contudo, deve começar antes. No início do mês, questionado por jornalistas se pretendia ter acesso ao inquérito sigiloso de Moraes no STF contra “atos antidemocráticos”, respondeu: “Se ele autorizar, certamente, serão informações muito importantes para a Polícia Federal executar suas atribuições legais”. O verbo prender é um dos mais usados pelos dois.

Leia também Lula na vanguarda do atraso

Leia mais Repressão à vista, um artigo de J.R.Guzzo

14 comentários
  1. Edmilson de Araujo Silva
    Edmilson de Araujo Silva

    São tantas atitudes mostradas por este Flávio Dino que é de envergonhar o maranhense. Trajar no carnaval roupa de guerrilheiro! Não ajudar a população pobre do seu estado a sair da linha da pobreza: tendo exercido dois mandatos como governador. Tem feito o uso do Direito, de maneira errônea. O Inferno o aguarda, companheiro.

  2. Edmilson de Araujo Silva
    Edmilson de Araujo Silva

    São tantas atitudes mostradas por este Flávio Dino que é de envergonhar o maranhense. Trajar no carnaval roupa de guerrilheiro! Não ajudar a população pobre do seu estado a sair da linha da pobreza, Após dois mandatos como governador. Tem feito o uso do Direito, de maneira errônea. O Inferno o aguarda, companheiro.

  3. Rita C O Castro
    Rita C O Castro

    Gozado q a palavra mais usada pelo Dino é “prender”!
    Mas prender cidadão de direita.
    Agora nessa mesma reportagem, vimos q esse mesmo senhor e sua equipe, querem humanizar a prisão , fazendo o desencarceramento!
    Quer dizer: se vc é um animal q mata , rouba e estupra: se for preso, vc será colocado em liberdade logo, e com todo o suporte do sistema!
    Massssss:
    Se vc for um cidadão de direita e falar mal do governo, vc estará perdido, pq Dino fará leis muito mais duras pra vc!
    O Brasil acabou com essa turma no poder!

  4. Ronaldo Rodrigues Rosa
    Ronaldo Rodrigues Rosa

    O Brasil está seguindo em direção ao abismo.

  5. Mara Nadia Jorge Mattos
    Mara Nadia Jorge Mattos

    Um comunista como Ministro da Justiça e com diversos processos. O país será destruído por essa corja de bandidos.

  6. João Bosco Almeida Brito
    João Bosco Almeida Brito

    A estupidez desse indivíduo FLÁVIO DINO, e fora da realidade, que tem haver os cidadãos por iniciativa própria tem o direito de escolher um bom presidente para seu país, com uso de armas de fogo para sua defesa pessoal, o que ele deveria fazer desarmar os criminosos do Brasil.

  7. Belon Muskulous
    Belon Muskulous

    O Brasil é um cadáver que esqueceu de deitar, ainda teima em ficar de pé, mas já está podre or dentro e por fora. E um sujeito como este, Dino, ser ministro da “Justiça”… é o último prego no caixão do país, pregado pelas mãos do coveiro de nações (Venezuela inclusa): Lula.

  8. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    Trágico

  9. Rogerio De Souza
    Rogerio De Souza

    Fico imaginando o que será de nós? Com tudo isso que está por vir.

  10. Christian Philip Rumpf Gail
    Christian Philip Rumpf Gail

    Isto é só o começo da marco-klepto-republica das bananas.

  11. Christian Philip Rumpf Gail
    Christian Philip Rumpf Gail

    Isto é só o começo da marco-klepto-republica das bananas

  12. Paulo Sergio Tosi
    Paulo Sergio Tosi

    Comunista muito bem alimentado…

  13. Humberto José Machado Buarque
    Humberto José Machado Buarque

    Por que os maranhenses são miseráveis? Porque merecem! Se fossem um povo minimamente inteligente, não elegeria por duas vezes um governador comunista, corrupto e salafrário e, insatisfeitos , o elegeram Senador da Republica, que me perdoem os maranhenses de bem do Estado do Maranhão, mas esses povo merece sofrer, não bastasse os anos que passaram sob o comando dos delinquentes Sarneys, que sugaram até a ultima gota de sangue do seu povo, principalmente os mais necessitados, isto é, os pobres, burrice tem limite. Agora, com o governo Lula, o maior ladrão do erário público que o mundo já viu, vão passar mais quatro anos de miséria e pobreza extrema, no fim de tudo… façam um L, aliás, façam vários LLLLLLLLL.

  14. Jose Carlos Rodrigues Da Silva
    Jose Carlos Rodrigues Da Silva

    Não apenas estamos no mesmo barco, como todos sentimos enjoo.G. K. Chesterton
    21 compartilhamentos

  15. David
    David

    Já era…

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