Pular para o conteúdo
publicidade
Ilustração: Luboffke/Shutterstock
Edição 152

A esquerda destrói e fica perplexa

A única saída para essa epidemia de infelicidade na adolescência é resgatar o núcleo familiar, criar senso de propósito elevado, retomar os hábitos religiosos

Rodrigo Constantino
-

Se você acerta o diagnóstico de um problema, as chances de você acertar a solução aumentam. Mas, quando você tem uma visão totalmente equivocada sobre o que causou a doença, aí fica realmente complicado achar a cura. É o caso da esquerda, quando o assunto é juventude. Todos podem observar os crescentes problemas da garotada no mundo moderno, mas os “progressistas”, sem qualquer compreensão acurada das causas, pregam mais do veneno que tem causado a praga.

O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) divulgou nesta semana um relatório sobre o aumento da sensação de tristeza, violência e pensamentos suicidas em adolescentes norte-americanos, especialmente nas meninas. São pesquisas subjetivas, pois os próprios entrevistados devem responder sobre sua condição mental. Não obstante, os resultados são alarmantes: o crescimento de 57% em uma década nas meninas que persistentemente se sentem tristes ou desesperançosas. O quadro masculino não foi positivo tampouco: salto de 29%.

Quase um em cada três adolescentes teria considerado de forma séria o suicídio, um aumento de 60% nos dez anos. Quase um em cada cinco alega que sofreu alguma tentativa de abuso sexual, conceito que se tornou mais elástico com o tempo. E mais da metade dos que se consideram LGBT+, grupo que vem aumentando significativamente, apresentou um estado mental pobre, levando 22% deles a tentarem o suicídio no ano passado.

O que está acontecendo aqui? Para os pesquisadores do CDC, falta inclusão e tolerância nas escolas, que deveriam ser locais tranquilos e protegidos de traumas. Mas quem diria que na última década a situação piorou para as minorias nas escolas, depois de todas as medidas efetivas e culturais em favor desses grupos? Para um observador mais imparcial e menos ideológico, fica evidente que deve haver outra explicação. E certamente há.

O avanço da tecnologia e da ciência não anulou o impulso religioso tão natural do ser humano, apenas o deslocou, e é por isso que vemos essas “religiões” seculares patéticas, a garotada histérica, como a Greta Thunberg, desistindo de ter filhos por conta do “aquecimento global”

Os adolescentes estão perdidos, cada vez mais confusos, sem âncoras. O advento das redes sociais não ajuda em nada, assim como a pandemia, que levou aos lockdowns insanos. As garotas são mesmo as mais prejudicadas, como explica o Dr. Leonard Sax em Por Que Gênero Importa?: “Quanto mais tempo você passa nas redes sociais, se comparando com as outras pessoas, maior a probabilidade de se deprimir. Isso serve para meninas e meninos, mas o efeito disso é muito maior para as meninas do que para os meninos”.

As redes sociais não ajudam em nada, e as garotas são mesmo as mais prejudicadas | Ilustração: Shutterstock

O Instagram tem criado uma ficção de que todas são belas e felizes, e isso tem afetado mais as meninas. A grama do vizinho é sempre mais verde, os procedimentos estéticos começam cada vez mais cedo, as garotas acham que somente as demais possuem vidas completas e instigantes. Tudo isso é verdade, mas não dá conta da totalidade do fenômeno. Tem mais coisa acontecendo em nível estrutural, e é aqui que a esquerda falha miseravelmente, até porque ela é a grande responsável pelo problema.

A adolescência já é uma fase difícil de qualquer jeito, uma transição em que a pessoa não tem mais o conforto da infância, tampouco é adulta ainda. Não só o corpo muda, mas os ritos de passagem são cruciais para ensinar esse jovem a se tornar adulto, superando as inseguranças naturais dessa metamorfose. Toda cultura forma adultos com base em processos que reforçam seus papéis na sociedade. Alguns pilares são fundamentais aqui: família estruturada (segurança do lar), sensação de pertencimento (patriotismo) e religião (senso moral). Esses pilares estão sob ataque da esquerda há décadas.

As famílias vêm sendo destruídas, as taxas de divórcio dispararam, os “progressistas” acham que qualquer formação com base no “amor” se configura uma família. O patriotismo vem dando lugar à crença de que somos todos umas ilhas atomizadas, cidadãos do mundo, desprovidos de uma pátria comum, que nos liga por meio da língua, da história compartilhada, da cultura. E a religião, em especial o cristianismo, vem sendo demonizada como superstição tola ou reacionária, dando lugar a seitas ideológicas insanas.

O cristianismo vem sendo demonizado como superstição tola ou reacionária | Foto: Shutterstock

O adolescente moderno é bombardeado com a propaganda de que a libertação sexual vai trazer felicidade, de que ele deve ser “genuíno” e dar vazão aos seus impulsos animalescos, romper com todos os grilhões e tabus impostos pela sociedade. Mas ele acaba extremamente perdido, confuso e infeliz nesse processo, sem um norte claro, sem propósito elevado, sem freios morais internos. A cultura pop ainda vende a falsa ideia de gênero fluido, e como pessoas reagem a incentivos, não é coincidência o aumento exponencial em gente que se considera LGBT+, crescimento que a biologia jamais poderia explicar.

De forma resumida, pais covardes, que querem se “sentir” bem, descolados e moderninhos, ou então justificar suas próprias vidas disfuncionais, usam as crianças para “provar” suas ideologias. Os filhos são transformados em cobaias de um experimento social. Os mais doentes se gabam de ter filhos trans, como se fossem troféus de como são modernos e tolerantes. Um transtorno acaba virando motivo de orgulho. Os filhos viraram pets exóticos, mascotes, sinalização de falsa virtude, enquanto as crianças sofrem cada vez mais. Faltam adultos de verdade no recinto, para educar, para impor limites, para explicar que “desejos” não devem ser sempre seguidos, não importam as consequências. Temos gerações cada vez mais mimadas, que se vitimizam, que vivem de maneira bestial. E aqueles que são responsáveis por este quadro sombrio ficam perplexos depois, achando que o problema é gerar um clima de mais “inclusão” e “proteção” nas escolas. Se ao menos tivéssemos mais “locais seguros”…

A única saída para essa epidemia de infelicidade na adolescência é resgatar o núcleo familiar, criar senso de propósito elevado para a garotada, fornecer-lhes uma sensação de pertencimento maior ao seu povo e retomar os hábitos religiosos. O avanço da tecnologia e da ciência não anulou o impulso religioso tão natural do ser humano, apenas o deslocou, e é por isso que vemos essas “religiões” seculares patéticas, a garotada histérica, como a Greta Thunberg, desistindo de ter filhos por conta do “aquecimento global”.

O diagnóstico esquerdista da doença é totalmente equivocado, porém, e é por isso que eles receitam mais do veneno que nos trouxe até aqui. Não tem como dar certo.

Leia também “Lula e a política inflacionária”

20 comentários
  1. RICARDO TEIXEIRA DA CRUZ RIOS
    RICARDO TEIXEIRA DA CRUZ RIOS

    A Família é o núcleo social. Se pais e mães pregam valores morais e espirituais a seu filhos e filhas há um tecido social saudável, próspero e duradouro. O contrário disso, é uma sociedade sem valores morais, sem um Norte, sem nada. De tempos em tempos, esse ciclo se renova e surgem conflitos sociais, ideológicos, culminando em conflitos armados e guerras. Nunca vi nada de positivo na Esquerda. Esta sim é causadora de todos os males sociais e responsável pela morte de mais de 110.000.000 (cento e dez milhões) de vítimas fatais nos últimos 100 (cem) anos. Que Deus nos livre disso.

  2. JAQUELINE CARLA DE OLIVEIRA
    JAQUELINE CARLA DE OLIVEIRA

    Que conteúdo! Matéria de excelência. Parabéns Constantino!!!

  3. Martha M S Madoglio
    Martha M S Madoglio

    Trabalho árduo!! Mas necessário! Temos obrigação enquanto país, educadores (os verdadeiros), profissionais da saúde e toda a sociedade!! a ajudar resgatar nossos jovens tão perdidos..

  4. juarez bourbon vilaça
    juarez bourbon vilaça

    Concordo plenamente.

  5. David Peixoto Sampaio
    David Peixoto Sampaio

    “Combati o bom combate, terminei a corrida, GAUARDEI A FÉ. Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo…” 2 Timóteo 4:7-8. Versículo (Paulo de Tarso).

  6. Antonio C. Lameira
    Antonio C. Lameira

    Não tenho nada contra os gays, desde que seja o filho dos outros, este é o lema dos pais descolados, o preconceito existe e nunca acabará, o mesmo acontece com os negros, quando meus filhos nasceram, já adultos lhes falei: vcs já nasceram com sorte por terem nascido brancos e essa observação que fiz, já tem 45 anos. O que mudou de lá para cá? Nada!

  7. João José Augusto Mendes
    João José Augusto Mendes

    Na mosca.

  8. Rogério Antônio dos Santos
    Rogério Antônio dos Santos

    Sentimos muita a sua falta e do Paulo
    Figueiredo ,coronel Gerson ,Fernando Lara e demais no nosso dia ,continue presente não se afaste ,sentimos órfãos de pessoas como vcs !!!!!

  9. Giovani Santos Quintana
    Giovani Santos Quintana

    É realmente gratificante ler uma matéria como esta, é como achar uma jarra de água fresca no calor do deserto. Parabéns Revista Oeste, a nossa voz em meio ao caos!

  10. Ronaldo Rodrigues Rosa
    Ronaldo Rodrigues Rosa

    Incrível e esclarecedor, Constantino.

  11. R. T.
    R. T.

    Constantino, muito bom. Mais uma boa reflexão.

    No entanto sugiro avaliar dois possíveis equívocos no texto.

    1. “… o crescimento de 57% em uma década nas meninas que persistentemente se sentem tristes ou desesperançosas. O quadro masculino não foi positivo tampouco: salto de 29%”

    Porém, o gráfico mostra um crescimento de 36% para 57 % e não “de 57%” e de 21% para 29% e não “de 29%”. Assim, creio que o texto ou o gráfico estão incorretos.

    2. “… E aqueles que são responsáveis por este quadro sombrio ficam perplexos depois, achando que o problema é gerar um clima de mais “inclusão” e “proteção” nas escolas. Se ao menos tivéssemos mais “locais seguros”…”

    Aqui me parece que faltou uma expressão do tipo “a solução para…”, de modo que o texto final ficaria assim: “… E aqueles que são responsáveis por este quadro sombrio ficam perplexos depois, achando que a solução para o problema é gerar um clima de mais “inclusão” e “proteção” nas escolas. Se ao menos tivéssemos mais “locais seguros”…”.

    Caso o meu entendimento esteja errado, pode publicar aqui mesmo. A intenção é apenas encontrar a clareza do texto e da mensagem (um valor para a Revista Oeste e seus assinantes).

  12. izeltia sabadin
    izeltia sabadin

    É preciso também lembrar da facilidade com que se oferecemmedicamentos para essas crianças e adolescentes. Pílulas para déficit de atenção, para ansiedade,depressão, etc. são recomendadas por professores, “vendidas” por médicos e tudo com o amém dos pais.

  13. Maria de Lourdes Abido
    Maria de Lourdes Abido

    Parabéns Constantino,suas reflexões sempre enriquecedoras e pertinentes ao momento em que vivemos

  14. IMP
    IMP

    Rodrigo Constantino, parabens por tentar mostrar para uma sociedade cega e perdida, que estamos caminhando para o caos. O Livro Negro da Nova Esquerda, Agustin Laje e Nicolas Marques, e La batalla cultural: Reflexiones críticas para una Nueva Derecha, Agustin Laje, sao dois livros que revelam a verdade negada pelos adolescentes. Jornalistas e autores como o Sr sao a ultima tabua de salvaçao para os Jovens. Sempre existira uma voz no deserto clamando por justiça e revelando a verdade.

  15. Marco Polo Gerard Bondim
    Marco Polo Gerard Bondim

    =>”O que está acontecendo aqui? Para os pesquisadores do CDC, falta inclusão e tolerância nas escolas, que deveriam ser locais tranquilos e protegidos de traumas. Mas quem diria que na última década a situação piorou para as minorias nas escolas, depois de todas as medidas efetivas e culturais em favor desses grupos? Para um observador mais imparcial e menos ideológico, fica evidente que deve haver outra explicação. E certamente há.””<=.

    “Falta inclusão e tolerância nas escolas.” Essa afirmação me parece apontar a causa!

    Não é tolerância, é resiliência!

    A inclusão existe o indivíduo se encontra adaptado à sua realidade, entendendo que a Natureza ér o que é, caótica, nem justa nem injusta, apenas é o que pé.

    O que está absurdamente errado são as tentativas de domesticar/adestrar o animal humano à parâmetros fora dos limites possíveis e plausíveis no convívio humano.

    Quando se enfraquece o indivíduo, nesse caso animal ou vegetal, estamos justamente é dificultando a vida dele sem alterarmos mais nada em relação aos demais.

    É a resiliência, a vergonha, o medo, a coragem, o ato de arriscar, de pensar, de sobrepujar nossos limites psíquicos que nos dão substâncias para prosseguirmos, sermos mais fortes, resilientes e podermos, de alguma forma, desempenhar nossos papéis com mais pertinência.

    Para as exceções, a injuria, calunia e difamação já se encontram tipificada no Código Penal, além, naturalmente, de outras agressões.

  16. Contratudoisto
    Contratudoisto

    Não se trata, neste momento, de ouvir o contraponto, entender o outro lado. A coisa é tão desproporcional e absurda que não dá!!
    O problema, simplesmente, é que o que sai da a esquerda não presta!!! E esperar qualquer mínimo sinal de lucidez desta raça é sonho de virgem.

    1. Mara Nadia Jorge Mattos
      Mara Nadia Jorge Mattos

      Excelente Consta. Sua análise perfeita, família, religião e amor a pátria, td q a esquerda abomina.

  17. Carlos Alberto Carravetta
    Carlos Alberto Carravetta

    Parabéns, Consta! Brilhante, como sempre.

  18. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Estamos vivendo uma nova Sodoma e Gomorra. Quem irá substituir a mulher de Ló que foi transformada em uma estátua de sal?

  19. Josemir Dias Pereira
    Josemir Dias Pereira

    Esperar uma reflexão honesta da esquerda é o mesmo que esperar que satanás se arrependa dos seus pecados, ou seja, nunca!

Anterior:
Imagem da Semana: o mundo reverencia Senna
Próximo:
Carta ao Leitor — Edição 242
Newsletter

Seja o primeiro a saber sobre notícias, acontecimentos e eventos semanais no seu e-mail.