O equinócio, no dia 20 de março, decreta o fim do verão e o início do outono austral. O sol, ao meio-dia, estará a pino sobre a Linha do Equador. Nos equinócios, noite e dia duram 12 horas exatas, em qualquer lugar do planeta: Canadá, Angola, Mongólia, Chile, Brasil, Timor, Níger, Nova Zelândia e mesmo nos dois Polos. É o significado de equinócio: equi (igual) nócio (noite). Dia igual noite.
Nos trópicos, o máximo de chuvas segue a passagem do sol a pino, pelo zênite, o ponto mais alto na esfera celeste. No Brasil, o zênite estival e pluvial começa no Trópico de Capricórnio no fim de dezembro. No início do ano, chove muito no Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Aos poucos, o pico de chuvas “sobe” em direção ao Norte. Este verão foi marcado pelo fenômeno La Niña (chuva acima da média), agora em dissipação. Chegado o equinócio de outono, sobretudo no Sudeste, as águas de março fecham o verão.
Em boa parte do Nordeste, as chuvas ainda terão o seu máximo na transição para abril. Se, até o dia de São José, 19 de março, véspera do equinócio de outono, não chove, o sertanejo perde a esperança, como na canção Triste Partida, de Luís Gonzaga e Patativa do Assaré. O dia de equinócio é de meio-termo, de equilíbrio entre luz e escuridão, de igualdade e estabilidade.
Se o eixo da Terra não fosse inclinado 23° 27’ em relação ao plano da órbita em torno do sol e fosse perpendicular, não haveria estações
O tempo do equinócio ilustra os atributos cósmicos de José, esposo de Maria: estabilidade, equilíbrio, comedimento, equidade e prudência, necessários ao Brasil, nos dias de hoje. Um dirigente estável age e busca a harmonia, como São José. É moderado nas maneiras, gestos, palavras e sentimentos, demonstra comedimento, sabe encontrar o meio-termo, possui estabilidade mental e emocional, autocontrole e autodomínio. O tempo do equinócio de outono e o dia do santo do equilíbrio, o carpinteiro José, vão bem juntos.
O tempo é de orientação. No dia do equinócio, o sol nasce exatamente no ponto cardeal Leste e não apenas a Leste, como todos os dias. Idem para o poente, no exato ponto cardeal Oeste. Dia bom para acertar bússolas! Ainda dá para marcar da varanda do apartamento ou da “janela lateral” esse Leste geográfico preciso. As escolas deveriam indicar o fenômeno aos seus alunos.
Escolas falam tanto de educação ambiental e não ensinam adequadamente fenômenos cósmicos básicos, regentes da vida no planeta, como os equinócios, os solstícios, a inclinação do eixo terrestre e as decorrentes estações e correntes marinhas. Se o eixo da Terra não fosse inclinado 23° 27’ em relação ao plano da órbita em torno do sol e fosse perpendicular, não haveria estações. Seria um perene equinócio, um gradiente constante de temperatura entre polos e Equador.
Doravante, por seis meses, o sol estará a pino no Hemisfério Norte, em aparente deslocamento em direção ao Trópico de Câncer. O outono, com dias cada vez mais curtos, trará queda nas temperaturas e a redução das chuvas. Tempo de colher a grande safra de milho. Início da colheita da cana-de-açúcar. Tempo seco e bom para a irrigação. A agricultura brasileira colhe a passagem do tempo e contempla a beleza dos ciclos celestes. E prossegue.
Para muitas civilizações e culturas antigas, sobretudo no Mediterrâneo e no Oriente, o ano começava no fim de março, no equinócio de primavera boreal. Era o fim do inverno e a retomada da vida e da fertilidade primaveril. Para a tradição judaica (Birkat hahama בִּרְכַּת הַחַמָּה), o sol foi criado no equinócio de março (Talmud, Berakhot 59b). E recitam, a cada 28 anos, a bênção do sol. O equinócio define, a cada ano, a data da Páscoa cristã.
Festa móvel, a Páscoa não está fixada no calendário civil, como o Natal ou o Dia da Independência. Pelas regras estabelecidas pela Igreja Católica no século 4, no Concílio Ecumênico de Niceia (325), celebra-se a Páscoa no domingo após a primeira lua cheia, depois do equinócio da primavera boreal.
A Páscoa pode ocorrer o mais cedo no dia 21 de março, bem perto da festa de São José, e o mais tarde no dia 25 de abril, em função do deslocamento das fases da lua. Devido à reforma do calendário pelo papa Gregório XIII, em 1582 (calendário gregoriano), os cristãos do Ocidente (católicos, anglicanos, protestantes…) não celebram a Páscoa na mesma data que os cristãos do Oriente, fiéis ao calendário juliano.
Neste Ano da Graça de 2023, o equinócio de outono coincide com a lua nova. Lua cheia não é para logo, não. Só lá no 6 de abril. O domingo de Páscoa, em consequência, será no 9 de abril, bem distante do início do ano. Até lá, há tempo de sobra para dirigentes (familiares, empresariais e políticos) inspirarem-se no equilíbrio cósmico e em José de Nazaré. Refletir e agir. Basta de húbris, desmedida, descomedimento, autoconfiança excessiva, Petulantia, orgulho imprudente, presunção, arrogância, insolência e desejo de vingança. Entre o equinócio de outono e o solstício de inverno (ou do inferno), ainda há tempo para uma conversão quaresmal e para a busca de um convívio mais cordato e fraterno. Quem não o fizer atrairá sobre si o castigo (Tisífone), o rancor (Megera) e a inominável fúria (Alecto) das Eríneas, filhas da noite (Nix) e das trevas profundas (Érebos).
Leia também “Ovos nossos de cada dia”
Obrigada pelo artigo! Viajei ao longo do texto! Incluindo para meus tempos de escola! De fato, fico impressionada com o desconhecimento de crianças e jovens desses fenômenos! E muitos adultos também!
Leitura para ler estelar!
Ah! Finalmente compreendi como se estabelece o Dia da Páscoa! Por conseqüência, o Carnaval!
Obrigada!!!!🤜🏻🤛🌷🌺🌻🌻🌻
Obrigada pelo artigo! Viajei ao longo do texto! Incluindo para meus tempos de escola! De fato, fico impressionada com o desconhecimento de crianças e jovens desses fenômenos! E muitos adultos também!
Leitura para ler estelar!
Ah! Finalmente compreendi como se estabelece o Dia da Páscoa! Por conseqüência, o Carnaval!
Obrigada!!!!🤜🏻🤛🌷🌺🌻
Mesmo tendo brasileiros competentes como o dr. Evaristo de Miranda, temos no atual governo como Ministra da Ciência e Tecnologia a ativista do PC do B LUCIANA SANTOS, e como Ministra da Saúde a ativista socióloga Nisia Trindade, e não médica como Lula disse no palanque, que dirigia a FIOCRUZ e nunca enalteceu a encomenda tecnológica firmada pelo governo Bolsonaro para a vacina ASTRAZÊNECA/OXFORD.
E 37 ministérios para dar e vender.
Graaande aula prezado autor.
Parabéns pela sua competência!
Muitos artistas já escreveram sobre as estações do ano.
Temos a belíssima – As Quatro Estações de Vivaldi – que é uma obra prima.
O lado triste em termos educacionais é que se perguntarmos sobre os pontos cardeais aos estudantes de primeiro e segundo grau, muitos não saberão do que se trata.
Parabéns amigo pelo seu belíssimo artigo, da passagem do tempo, as estações do ano, o Outono chegou, deixamos as folhas caírem, e novas virão.
As chuvas, as plantações as colheitas, os irmãos nordestino esperam pelas chuvas, São José que o diga, linda a foto do sonho de São José.. Páscoa com sua linda lua cheia..é a Ressurreição do Cristo, novo nascimento.
Mestre Evaristo, atualmente os “professores” pensam somente em doutrinação (progressistas, diga-se) não “sobra tempo” para ensinar fenômenos cósmicos básicos entre outras coisas fundamentais.
Excelente artigo, como SEMPRE.
Aprendi muito. 👍
Não consigo deixar de me surpreender, artigo após artigo, com o grau de conhecimento do Evaristo e com a eloquência quase poética com que ele o expõe. Bravo!
Ao abordar as peculiaridades do equino, nosso mestre Evaristo nos traz aspectos interessantes e valiosos de caráter astronômico que enriquecem nossos conhecimentos sobre esse fenômeno, com consequências na vida do planeta.
Maravilhoso artigo com pinceladas de alertas aos nossos dirigentes. Pena que eles não sabem ler e se soubessem, não entenderiam o que está ensinado ali! Vamos levar essas informações para os mais jovens que ainda podem acordar.
Mais um texto primoroso!
Só o mestre Evaristo para fazer paralelos entre religião, cosmologia, agronomia e política. Tudo com uma pitada de história e atualidade. Sensacional artigo! Parabéns ao autor e a revista oeste!
Tudo ja foi dito nos comentários acima, eu so espero que q a temperança de Jose e o equilíbrio do equinócio aconteça também em algumas cabeças para que reine a paz e a prosperidade entre os homens. Obrigada Evaristo por nos proporcionar momentos de boa leitura e de aprendizado. Forte abraço
Minha janela lateral está olhando o Oeste. Marcarei o ponto correto e certeiro, para não me perder. Verei o por do Sol e brindarei a chegada do outono, buscando a temperança de José. Ótimo artigo! ✨
Evaristo belo texto. Me fez lembrar do professor Memória. Ele deu um excelente curso introdutório no primeiro ano de agricultura da UFV, ainda bem no início da UFV. Seu texto é muito rico e didático. Amigo Eliseu
Sempre um aprendizado nos seus artigos! Adoro a leitura!
Excelente artigo. Aliás, mais um. Obrigado por compartilhar tanta informação e conhecimento conosco.
Belíssimo artigo. Reúne à cosmologia, religião etc. um importante conselho educacional e político para o nosso Brasil tão submisso aos modismos conjunturais quanto carente de bom senso.
Sempre um deleite a leitura de seus artigos, Mestre Evaristo.
Excelente artigo: Cosmologia, história, religião, tradição, filosofia, agricultura e vida! Que a temperança do esposo de Maria nos inspire. Caso contrário, a Mão de Deus, descrita no último paragrafo, proteja e guarde nossas vidas na falta da “mão amiga”…
Gostei do artigo, para variar, parece que atualmente não temos mais tempo para ver e curtir esses fenómenos naturais.
Hoje já abri a janela que tenho virada a Leste só para ver o sol nascendo.
LEGAL!!!!!!
Excelente artigo, parabéns!
Que delicia ler estas matérias. É o ponto alto da Revista Oeste. Parabéns!!
Que tenhamos tempos de reflexão capazes de conduzir o nosso país à centralidade com foco no desenvolvimento coletivo para termos dias mais prósperos
Sensacional o Artigo, sobre o Equinócio de Outono, relatando numa linguagem simples e clara, as influências sobre as estações, em função da inclinação do eixo terrestre. Agrega, em função do calendário religioso, interessantes considerações sobre a Páscoa dos cristãos, de diversas origens, no Ocidente e Oriente.
Seus artigos são sempre aulas. Magnas.
Mas este contém uma constatação simples e perfeita: nosso sistema educacional faz proselitismo das “mudanças climáticas” mas os professores quase nunca ensinam os rudimentos da astronomia…
Parabéns! Belo e instrutivo texto. Já ganhou mais um seguidor.Obrigado.
Que show !
Como o Dr. Evaristo de Miranda já nos habituou, este seu mais recente artigo para a “Oeste” mistura, com equilíbrio e verve, ciência, fé e razão. Aplausos mil!!!