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Foto: Shutterstock
Edição 159

A Azul enfrenta a tempestade enquanto as bikes decolam

Empresa aérea enfrenta um momento difícil, mesmo com o aumento da presença no Aeroporto de Congonhas. E a Uber adere às bikes

Bruno Meyer
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A Azul conquistou a peça central do quebra-cabeça nacional. É essa analogia que o norte-americano John Rodgerson, CEO da companhia aérea, faz para anunciar que dobrou a oferta de voos em Congonhas, em São Paulo, um dos aeroportos mais movimentados do Brasil. “Sabe aquele quebra-cabeça que montamos com a família?”, questiona Rodgerson. “Estava faltando aquela peça principal, fundamental. Isso foi Congonhas para nós.”

A peça que faltava

Era, de fato, um desejo antigo da companhia aérea. Com o aumento, a Azul saltou de 7% para 15% de presença no aeroporto. A conquista do jogo de slots nacional foi possível depois de a empresa receber espaços no aeroporto dos horários da antiga Avianca Brasil. “Podemos agora mostrar o nosso produto para a sociedade de São Paulo, onde o PIB tem mais força. Imagina o que vamos fazer em Congonhas.” A companhia também inaugurou uma rota direto a Paris, com saída de Campinas.

John Rodgerson, CEO da Azul | Foto: Reprodução Redes Sociais

O ‘mais tarde’ chegou

A Azul, no entanto, está longe de viver um céu de brigadeiro, mesmo com a conquista de mais espaço em Congonhas. A empresa começou o ano com uma dívida robusta na mesa: R$ 3,8 bilhões com arrendamento de aviões e R$ 700 milhões aos bancos, de acordo com fontes do mercado. Rodgerson diz que o acordo referente às dívidas foi renegociado nas últimas semanas e que a dívida é “saudável”, por ser 80% em aeronaves, mesmo tendo dobrado de valor nos últimos três anos. “Por que dobrou? Porque eu tive um ano sem receita em 2020”, alega Rodgerson. “Tive de falar: eu te pago ‘mais tarde’ e o ‘mais tarde’ chegou, em dólar mais elevado. Tivemos de renegociar”.

De Sinop a Cacoal

A Azul tem 85% das aeronaves alugadas, a maior parte fabricada pela brasileira Embraer. “A aeronave mais econômica do mundo é o E2, fabricado em São Paulo. Temos 14 dessas, e a intenção é pegar muito mais”, diz Rodgerson. “Temos Airbus também, porque o Brasil é um país grande e necessita de aeronaves de tipos diferentes. Nossos concorrentes não voam em tantas cidades como voamos, porque temos modelos de aeronaves diferentes, que eu posso voar em lugares como Sinop (MT), Cacoal (RO) e Alta Floresta (MT).”

“A aeronave mais econômica do mundo é o E2, fabricado em São Paulo. Temos 14 dessas e a intenção é pegar muito mais” | Foto: Divulgação

O preço das passagens 

O setor aéreo vive um paradoxo: a demanda por voos vai bem, mesmo com os preços nas alturas. Mas agora vem uma notícia ruim para os passageiros: o valor dos bilhetes não tem previsão de cair. O preço do combustível, mais da metade do custo para as companhias aéreas, dobrou em dois anos e o dólar acima de R$ 5 são os maiores empecilhos para a queda de preço. “O que temos de fazer é colocar mais oferta, como fizemos em Congonhas, porque isso ajuda no preço da passagem”, diz Rodgerson. “Imagina a situação: saímos da pandemia, um ano sem receita, e começamos a voar, para, de repente, o custo principal quase dobrar.”

Menos viagens a negócios

Uma barreira para as companhias aéreas é a queda nas viagens corporativas, pois os bilhetes comprados pelas companhias eram geralmente feitos em cima da hora e por preços mais altos, o que dava para amenizar os valores dos outros bilhetes de lazer. Analistas do setor aéreo creem que, ao menos, um quarto dessas viagens de negócios não vai mais acontecer, simplesmente porque as empresas e as pessoas perceberam que a solução remota é mais do que suficiente.

O setor aéreo vive um paradoxo: a demanda por voos vai bem, mesmo com os preços nas alturas | Foto: Divulgação

Chora ou trabalha

Mesmo com dívidas bilionárias, Rodgerson se vê otimista com a economia brasileira. “Você pode chorar olhando as notícias ou pode trabalhar e ver o futuro com mais otimismo.” O CEO da Azul diz que um hábito do brasileiro durante a pandemia se mantém atualmente: o desejo de desbravar o Brasil. “O brasileiro está amando o próprio país. Brinco que, se você levou seu filho para Nova Iorque, mas não foi com ele para Foz do Iguaçu, você não é brasileiro.”

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Foto: University of Southern California/Steve Cohn/Flickr

 

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Bikes da Tembici: parceria da Uber promete ampliar acesso a bicicletas na América Latina | Foto: Shutterstock

As laranjinhas avançam

A parceria da norte-americana Uber com a brasileira Tembici, de aluguel de bicicletas compartilhadas, partiu de um dado de mobilidade das grandes cidades: 60% dos deslocamentos em centros urbanos são de até 5 quilômetros — o que poderia ser facilitado por uma bicicleta, como se faz em países europeus, como a Holanda.

Ganha-ganha

A vantagem para ambas as empresas é um “ganha-ganha”, na visão dos executivos: a dona das bikes “laranjinhas” se aproveita do acesso e da visibilidade da maior plataforma de mobilidade urbana na América Latina, e a Uber passa a oferecer uma nova opção de deslocamento, mais acessível financeiramente e sustentável.

Tomás Martins: quem ganha é a cidade | Foto: Divulgação

30 mil bikes 

O pontapé da parceria começa em Recife, e o plano é estender para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Salvador e outras cidades da América Latina. Tomás Martins, presidente e cofundador da Tembici, diz que a empresa vai aumentar em 50% a oferta de bicicletas até dezembro: serão 30 mil bikes, sendo 10 mil elétricas. “As cidades ganham”, diz Martins. Fundada em 2010 por Tomás e Mauricio Avillar, a startup brasileira ultrapassou 75 milhões de deslocamentos, em 13 cidades da América Latina.

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Mínima histórica

A Natura fechou a venda da marca de luxo Aēsop para a francesa L’Oréal, por US$ 2,5 bilhões, em seu momento mais dramático: a empresa de cosméticos brasileira, antes uma das queridinhas de fundos de ações, negocia próximo ao mínimo histórico na bolsa brasileira. A Natura vale hoje pouco mais de R$ 18 bilhões.

Loja Aēsop, em Covent Garden, uma área turística em Londres, com muitas lojas e restaurantes | Foto: Shutterstock

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0 comentários
  1. Marcellus Fontenelle
    Marcellus Fontenelle

    Não que eu goste de ver a nossa economia capengando, mas ver essa natura e as lojinhas da Luísa trajano serem as primeiras fazer água depois da eleição do molusco, até dá um certo prazer…

  2. Enoch Bruder
    Enoch Bruder

    Desde que o molusco foi ungido presidente a nossa república virou bananeira, A economia esta pererecando mais que bolinha de fliperama, rumo à canaleta! Game over, perdeu mané! Fazuele! Relaxa e goza! O estupro é inevitável!

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