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Donald Trump enfrenta 34 acusações criminais, que acarretam uma sentença máxima de 136 anos | Foto: Reprodução/Twitter
Edição 159

A esquerda latinizou a América

O que sempre diferenciou a América de países latino-americanos foi o respeito ao império das leis

Rodrigo Constantino
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Donald Trump é o primeiro ex-presidente norte-americano indiciado que pode acabar preso. Para tamanho acontecimento, sem precedentes, imagina-se algum crime terrível, tipo abusar de estagiárias na Casa Branca e depois mentir no Congresso, cometendo perjúrio. Mas não foi nada disso. Ele está sendo investigado pelo procurador distrital de Nova Iorque por pagar US$ 130 mil à atriz pornô Stormy Daniels, para que ela supostamente silenciasse sobre um relacionamento entre ambos.  

A acusação é extremamente frágil do ponto de vista legal, e vem sete anos depois, quando outros procuradores decidiram não seguir por caminho tão tortuoso. Para sair de “misdemeanor” para “felony” é preciso provar que o pagamento foi pela campanha de Trump, e não uma despesa pessoal dele para simplesmente impedir um escândalo particular. 

Mesmo comentaristas da imprensa esquerdista atestam a fragilidade do caso. Eis a verdade: a esquerda democrata persegue Trump faz tempo. Ele era um alvo em busca de um crime — ou mesmo um pretexto de crime —, o que difere bastante do império das leis, em que crimes são descobertos e depois se encontra o culpado. 

Ninguém vai conseguir negar o caráter político da decisão, ainda mais quando se sabe que o procurador Alvin Bragg teve sua campanha financiada pelo esquerdista George Soros. Prender Trump é uma obsessão da esquerda faz tempo, e nunca conseguiram nada substancial. Sem achar pelo em ovo, tiveram de desenhar um. 

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George Soros, empresário e filantropo húngaro-americano, apoiador de movimentos que defendem ideologias de esquerda | Foto: Reprodução/Flickr

Ron DeSantis, governador da Flórida, Estado onde Trump reside, comentou: “A armação do sistema jurídico para promover uma agenda política vira o Estado de Direito de cabeça para baixo. É antiamericano. O procurador distrital de Manhattan, apoiado por Soros, tem rasgado a lei para rebaixar os crimes e justificar a má conduta criminal. No entanto, agora ele está forçando a lei para atingir um oponente político. A Flórida não ajudará com um pedido de extradição, dadas as circunstâncias questionáveis ​​em questão com este promotor de Manhattan apoiado por Soros e sua agenda política”. 

O que sempre diferenciou a América de países latino-americanos foi o respeito ao império das leis. É verdade que, mesmo para pegar Trump, o sistema podre teve de buscar algum respaldo na lei, por mais patético que seja. Só isso já é um pouco melhor do que aquilo que se passa no Brasil, onde jornalistas são presos, censurados e têm contas bancárias congeladas e passaportes cancelados sem qualquer crime possível dentro do Código Penal ou da Constituição. 

Não obstante, isso é um passo perigoso dos democratas que abre precedente assustador. Qualquer procurador estadual poderá agora perseguir presidentes. Pode ser um tiro no pé politicamente, pois vai acabar fortalecendo a campanha de Trump nas primárias, já que ninguém aceita esse grau escancarado de perseguição. Mas representa um esgarçamento institucional lamentável para o país. 

É nessas republiquetas que o império da lei é substituído pelo arbítrio, que a coisa pública vira “cosa nostra” e o Estado acaba visto como um puxadinho do clã no poder

Quando até a revista The Economist, defensora de Obama, constata que processar Trump pelo caso da atriz pornô Stormy Daniels “parece um erro”, argumentando que a “acusação de pagamento de suborno é incerta e técnica demais para a claridade que os EUA precisam”, sabemos que os democratas estão exagerando demais na dose e colocam a nação em perigo. 

Diz a revista esquerdista britânica: “Mas tratar um ex-presidente como um cidadão qualquer é uma faca de dois gumes. Procuradores, como o promotor de Justiça de Manhattan, possuem critério e arbítrio para decidir que casos investigam. Eles devem levar em conta a gravidade do caso, a probabilidade de garantir uma condenação e o interesse público no processo. O último elemento é o mais contencioso. Aproximadamente metade do público norte-americano tem total interesse em responsabilizar Trump; a outra metade crê que ele é vítima dos promotores e dificilmente percebe a decisão da Corte de ir adiante com o julgamento como imparcial”. 

Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

“Acredito que o caráter e a conduta do presidente Trump o tornam inadequado para o cargo”, disse o senador Mitt Romney, crítico de Trump, em um comunicado. “Mesmo assim, acredito que o promotor de Nova Iorque se esforçou para chegar a acusações criminais, a fim de se adequar a uma agenda política”, acrescentou.  

Elon Musk zombou dos democratas por seu duplo padrão hipócrita. Musk respondeu a uma postagem na mídia social do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer (D-NY), que afirmou que Trump “terá um julgamento justo que siga os fatos e a lei” e exortou os apoiadores de Trump a permanecerem pacíficos, com um aviso de que o povo norte-americano perderá a confiança no sistema de Justiça se os processos forem vistos como políticos e unilaterais. “Para evitar perder a confiança do público norte-americano, é importante que nosso sistema de Justiça persiga democratas e republicanos com igual vigor”, comentou Musk. “Qualquer partido que coloque a justiça antes do nepotismo é aquele que merece confiança.”

Quando Trump disse que Hillary Clinton tinha de ser presa pelo escândalo do servidor de e-mails, a mídia ficou em polvorosa. Agora a mesma imprensa aplaude o abuso de poder para tentar eliminar seu desafeto da corrida eleitoral. O cerne da questão aqui é a mentalidade de que os nobres fins justificam quaisquer meios. Essa tem sido a desgraça norte-americana nos tempos atuais, uma herança soviética, uma mentalidade perigosa. 

Parte-se da premissa (falsa ou questionável, no mínimo) de que Trump representa uma ameaça à democracia, e depois justifica-se tudo para “salvar” a democracia, inclusive o uso do aparato estatal para perseguir de forma abusiva o ex-presidente. Tem sido assim desde 2016: os que mais acusam Trump de colocar em risco a democracia norte-americana são os que não se importam de esgarçar o tecido institucional republicano para destruir um político. 

Isso é coisa de país latino-americano, convenhamos. É nessas republiquetas que o império da lei é substituído pelo arbítrio, que a coisa pública vira “cosa nostra” e o Estado acaba visto como um puxadinho do clã no poder. É um momento muito triste para a América, e não são poucos os que percebem o estrago e lamentam profundamente o ocorrido. Para tanto não importa — ou não deveria importar — o que se pensa de Trump em si. Ninguém está acima da lei, mas tampouco deve alguém ser alvo arbitrário da “lei”. 

Mapa da América do Sul | Ilustração: Shutterstock

No Brasil, como não poderia deixar de ser, petistas e tucanos estão em polvorosa tentando encontrar paralelos e imaginar que Bolsonaro será o próximo a ser indiciado ou preso, ainda mais quando, por coincidência, no mesmo dia da ida de Trump a Nova Iorque foi seu depoimento à Polícia Federal, por conta das tais joias sauditas recebidas de presente. O duplo padrão da esquerda também salta aos olhos no Brasil, claro, já que Lula e Dilma receberam inúmeros presentes valiosos e levaram para suas casas, de forma indevida. 

Gleisi Hoffmann, presidente do PT e companheira dos ditadores comunistas do mundo, escreveu: “Trump preso por 34 acusações criminais. Amanhã tem Bolsonaro depondo na PF. Tic tac tic tac…”. Ela acrescentou: “Bolsonaro escondeu caixas de presentes estrangeiros do Estado, há múltiplos indícios de que seu ministro da Justiça armou pra impedir eleitores de votar, inquérito da minuta do golpe tá quicando. Assim como Trump, ficha corrida do amigo genocida é grande”. 

A esquerda tucanopetista corre desesperada para encontrar ou mesmo inventar algum crime contra líderes políticos da direita, pois assim podem manter a “alternância” de poder contida dentro do teatro das tesouras, tudo em casa, apenas um jogo de cena para ver quem da esquerda vai assumir o comando naquele momento. 

Como os políticos conservadores gozam de amplo apoio popular, é preciso usar todo o aparato estatal para persegui-los e a censura nas redes sociais para tentar calar os influenciadores que denunciam o esquema. O sistema podre e carcomido, até aqui, tem se saído vitorioso. Resta saber até quando, pois é preciso combinar com os “russos”… 

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0 comentários
  1. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Constantino, provavelmente teríamos outro resultado ou confirmaríamos o que realmente os eleitores desejam, se tivéssemos tido o voto impresso para AUDITAR as urnas eletrônicas por amostragem e também quando os resultados são por estreita margem como aqui ocorreu. Lembro que nos EUA alguns Estados recontaram seus votos nessa suspeita recente eleição de Joe Biden.
    Seria oportuno que voltássemos a propagar a necessária AUDITORIA do voto, dando mais transparência às urnas eletrônicas e evitando as armações que este governo criou para nos calar. Penso que se a vitoria fosse de Bolsonaro, breve teríamos a Argentina na volta aos bons costumes conservadores e liberais, o Chile voltando a raciocinar, e quem sabe a volta de Trump ou dos republicanos ao poder.
    Peço que você produza artigos que nos ensinem como funcionam as urnas auditáveis nos EUA e em outros países desenvolvidos e democráticos. Temos que dar transparência às urnas eletrônicas já em 2024 para não termos surpresas e conflitos.

  2. gabriel aquino
    gabriel aquino

    Meu caro, Constatino! Concordo com este seu artigo. Acredito que tudo isso dará,forças a Donald Trump na primárias do partido,no entanto, o que me preocupa é essa gente do Soros que é muito hábil em manipular a opinião pública. Acredito de verdade que é um plano para DEsantis não ganhar , com certeza eles devem ter algo na manga contra o Trump ainda. Eles mesmo os “DEMOCRATAS” já afirmaram que preferem enfrentar o trump,na corrida para casa branca. Ficamos de olhos bem abertos a essas tramas do poder e da nova ordem mundial,eles tem muita habilidade. Termino o meu comentário fazendo uma pergunta. SERÁ QUE ELES(Democratas)NÃO SABEM QUE FAZENDO ESSAS ACUSAÇÕES SEM PÉ SEM CABEÇA, INICIALMENTE AJUDARIA O TRUMP?

  3. D.P.
    D.P.

    “Qualquer partido que coloque a justiça antes do nepotismo é aquele que merece confiança.”… Isso resume a Cúpula restrita que vem quebrando e torturando o Brasil. O PT e et caterva.

  4. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Somos 220 milhões contra 6 milhões de bandidos. Temos obrigação de ganhar essa guerra civil, pela soberania da nação. Constantino muito grato pelo texto

  5. Paulo César da Conceição
    Paulo César da Conceição

    Eu tbm acredito que os democratas deram um tiro no pé, pois sabem que a volta da direita ao poder, com Trump, ou sem Trump, é inevitável.

  6. ALEX FELICIANO AMARAL ALVES
    ALEX FELICIANO AMARAL ALVES

    No Brasil, pularam os Promotores de Justiça. Juízes Supremos, acusam e condenam, quando deveriam ser defensores da Lei.
    Não há respeito a Leis, apenas interesses políticos.

  7. Jorge Seif Junior
    Jorge Seif Junior

    Consta, com Biden aí, lula aqui, Mácron lá e Xi acolá, a certeza que temos é a Rui Barbosa: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer.” Rui Barbosa

  8. jose angelo baracho pires
    jose angelo baracho pires

    TODO BRASILEIRO DE BEM SÓ TEM DE FAZER A SUA PARTE, TRABALHANDO JUNTO AOS DEPUTADOS E SENADORES – AINDA QUE NÃO ACREDITEM NA MAIORIA DELES – PRÁ VOTAREM AS NOSSAS PAUTAS MAIS EMERGENTES, QUE ESTÃO SENDO COZINHADAS HÁ PELO MENOS 10 ANOS, QUANDO FOMOS ÀS RUAS PRÁ ELENCÁ-LAS E FECHAR O TEATRO DAS TESOURAS, HOJE COM CÓ-DIRETORES DO PCC E CV:
    1º) PEC DO VOTO AUDITÁVEL, por isto impresso.
    2º) PEC DA PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA.
    A única forma de vislumbrarmos um futuro para todos, econômico e ético.
    Boa Páscoa em Cristo.
    Sem isto do que adiantará já as próximas eleições ano que vem para os Municípios?

  9. Otacílio Cordeiro Da Silva
    Otacílio Cordeiro Da Silva

    Quem substituirá os .E.U.A. como império da lei? China? Rússia? União Europeia? A vaga está aberta, mas os candidatos sumiram.

  10. Silas Veloso
    Silas Veloso

    Muito bem dito e cortante, Constantino

  11. Rosangela J . Dias
    Rosangela J . Dias

    Que bom que você agora faz parte da Revista Oeste. Excelente o seu texto. Meu voto sera para o Trump. Tenha uma feliz Pascoa!

  12. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Quando a principal democracia mundial onde sempre imperou o aparato legal age de forma tendenciosa, é sinal que o mundo corre perigo.

  13. SERGIO RODRIGUES MARTINS
    SERGIO RODRIGUES MARTINS

    Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe!

  14. Edison Aparecido Mome
    Edison Aparecido Mome

    Os dias atuais estão com uma visão enviesada de tudo, o errado é certo, o bem é mal, o honesto e desonesto, o culpado é inocente. Porém, a verdade é verdade é a mentira é mentira. Com fé e esperança acredito que não há bem que dure para sempre e mal que nunca acabe. Força Brasil e resto do mundo.

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