No auge da pandemia de coronavírus, enquanto acompanhava uma aula on-line da filha, a produtora rural Letícia Jacintho se assustou com uma redação produzida a pedido da professora. Escrita em primeira pessoa como se fosse um indígena, a menina pedia que não fosse comprado açúcar dos agricultores do Centro-Oeste, porque eles seriam os responsáveis pela pobreza da família e pela morte de seus país.
Ao ler aquilo, Letícia externou sua indignação nas redes sociais. Aquele sentimento foi compartilhado por mães que haviam passado por situações semelhantes, que compartilharam com outras mulheres. Assim surgiu o movimento De Olho no Material Escolar, que hoje possui representantes em quase todos os Estados brasileiros.
Em vez de apenas reclamar na internet ou mesmo nas escolas, essas mulheres decidiram agir. Começaram a levar professores, alunos e os responsáveis pelas editoras que publicam os livros didáticos para conhecerem de perto a realidade do agronegócio brasileiro. Assim, além das mudanças em sala de aula, o movimento conseguiu também o comprometimento das próprias editoras em alterar o que havia no material escolar. “Mais do que má-fé, o que existe é uma total falta de conhecimento sobre o agro”, constata Letícia.
Apresentado pelas jornalistas Branca Nunes e Paula Leal, o programa As Liberais vai ao ar toda terça-feira, às 20h30. Semanalmente, a dupla conversa com mulheres de destaque no cenário nacional. Aproveitem este espaço para sugerir nomes de entrevistadas que vocês gostariam de ver por aqui. E não deixem de se inscrever no nosso canal no YouTube.
Excelente matéria. Leticia muito segura nas explanações.
Excelente entrevista
Foi um grande prazer assistir a entrevista mostrando o excelente trabalho da Letícia Jacintho sobre Educação, Agro e outros assuntos e ler o artigo de Evaristo de Miranda sobre a soja no Brasil. Esse é o trabalho sério que nós faz acreditar num futuro para este país.
Ponte do Agro com a Educação escolar. Excelente questão das fontes de pesquisa sobre a perseguição aos indígenas, ou assassinatos de indios. Foi um relato de disseminação da ideia negativa do homem branco ocupando os espaços indígenas. Na esteira vem o desmatamento, trabalho escravo nas atividades do agro. Não se pode negar que no tempo houve excessos criminosos no meio rural, seja trabalho escravo, seja ocupação indevida nas áreas indígenas, etc. Como foi relatado esta entrevista com Branca Nunes e Paula Leal, dado pela produtora rural Letícia Jacintho, no levantamento pela produtora como revisão do material escolar (60% tem mais palavras negativas), termos indutivos e preconceito, do qual falta embasamento científico. O sistema agro composto pelas diversas cadeias produtivas tem uma legislação ambiental específica, trabalhista, etc. A entrevistada diz que falta conhecimento e falta educação sobre o desenvolvimento da agricultura e pecuária no Brasil. Eu particularmente, de minha experiência de campo pelo SENAR MT, me detive numa escola no interior de Cotriguaçu, a sala de aula com cartazes de símbolos urbanos, como: edifício, metrô, aeroportos, vitrines de shopping, mas não vi nenhuma foto de boi, vaca, plantação, porco, galinha, etc. também professor que mencionava que a cidade do qual estávamos não era considerado agrícola, sendo que sua principal atividade é a produção de grãos, o professor confundiu o aspecto urbano com atividade rural.