O Brasil começou a parecer diferente em 2013. Manifestações de protesto contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade de São Paulo foram reprimidas com crescente violência. Os atos promovidos diariamente resultaram em gigantescas ondas humanas formadas por gente de todas as idades, credos e classes sociais, que agora também exigiam a moralização política do Brasil. Eles não sabiam exatamente o que queriam. Mas sabiam com muita clareza o que não aceitavam mais: um Brasil injusto e marcado pela corrupção. “Não são só 20 centavos”, prevenia boa parte dos cartazes.
Em março de 2014, nasceu a operação que parecia destinada a materializar o sonho daqueles manifestantes. Nos anos seguintes, a Lava Jato condenaria mais de 170 políticos e empresários corruptos, fecharia cerca de 200 acordos de colaboração premiada e 17 acordos de leniência, faria 1.450 buscas e apreensões e recuperaria aproximadamente R$ 7 bilhões surrupiados dos cofres públicos.
Milhões de brasileiros gostaram de descobrir que, afinal, entrara em vigor o princípio constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. E gostaram mais ainda de constatar que havia lugar na cadeia tanto para empreiteiros multibilionários quanto para ex-presidentes da República. O resultado da eleição de 2018 foi influenciado por essa histórica mudança. Nunca antes neste país os eleitores escolheram seus candidatos com tanta certeza de que o Brasil tinha jeito.
Em maio de 2016, o ex-senador Romero Jucá avisou, numa conversa gravada, que chegara a hora de “estancar a sangria” provocada pela Lava Jato. Numa primeira etapa, a Justiça começou a libertar criminosos confessos e anulou condenações. Agora, como mostra Augusto Nunes na reportagem de capa desta edição, a vingança dos culpados chegou.
Na semana passada, foi cassado o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, líder da força-tarefa da Lava Jato, eleito em outubro de 2022 com mais de 300 mil votos. Há poucos dias, os condutores da operação foram acusados de terem grampeado ilegalmente o doleiro Alberto Youssef, peça-chave do xadrez da alta corrupção brasileira. O pedido de Jucá foi atendido.
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de Redação
Juiz Bandido
Juízes de cuecas com prostitutas
STF na pressão popular
O povo golpeado pela elite egoísta q soh olha pro seu umbigo
Vai de hilux do ano rumo ao aeroporto para viajar
e gastar o dinheiro dentro de origem duvidosa.
Fico com uma dúvida. A Carta ao Leitor coloca que “O resultado da eleição de 2018 foi influenciado por essa histórica mudança. Nunca antes neste país os eleitores escolheram seus candidatos com tanta certeza de que o Brasil tinha jeito.” O que influenciou o eleitor brasileiro a votar, em 2022, no principal protagonista dos crimes da Lava-Jato, condenado em três instâncias, descondenado posteriormente, por manobra juridica do STF e que hoje ocupa a Presidência da República?
Revista Oeste, imprescindível.
O voto em Bolsonaro em 2018 foi o ápice dos protestos contra a avalanche de corrupção que assolava o Brasil durante as investigações da Lava Jato. Eu votei em Bolsonaro por causa disso. Eu não esperava muita coisa, mas o ex-presidente é realmente um mito. Conduziu muito bem o combate à pandemia de Covid 19 e fez pelo Brasil em 02 (dois) anos o que não fez o PT e a Esquerda em 14 (catorze) anos. A vingança dos reus já fez sua primeira vítima: Deltan Dallagnol. O Deputado Federal foi cassado por não cometer crime algum. Ainda tem muita gente honesta, ainda, para ser cassada. Quanto à coluna de Augusto Nunes, já teci um longo comentário acerca de tudo o que ele escreveu. A corrupção nunca foi e nunca será fácil ser derrotada, mas não pode jamais ficar impune. Só depende do povo brasileiro.
Concordo plenamente!
Como era de se esperar, a memória dos acontecimentos alavancados pela excelente operaração Lava Jato vai se esvaindo.
Congratulo a Revista Oeste pelo esforço quase solitário que emprega, para manter vivo esse legado conquistado com tanto trabalho e a custas de tantos sacrifícios como o do deputado Deltan Dalangnol.
Desistirmos agora seria o mesmo que despresar, trabalho e dedicação de muitos brasileiros que se entregaram à causa mais do justa, e sem medir esforços e consequências, de uma luta determinantemente fundamental ao sucesso e prosperidade do Brasil que todos queremos para nossas futuras gerações.
Outra edição primorosa.
Não precisa de constituição pra saber quem são os ladrões de uma nação
Sim
Mataram até os peixes pra pegar as moedinhas