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Vladimir Putin e Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Edição 166

Lula, veja os nazistas que lutam por Putin na Ucrânia

Recomendo a Lula que assista ao documentário Wagner, o Exército das Sombras de Putin, sobre a milícia de mercenários que arrasou Bakhmut

Mario Sabino
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O jornal The New York Times publicou um vídeo, feito a partir de drone, do que restou da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde se travou até agora a batalha mais longa e mais sangrenta contra os russos. Recomendo a Lula que assista.

O panorama é de devastação. Não há mais Bakhmut, anteriormente o lar de 77 mil ucranianos. Agora só existe um amontoado de ruínas, em imagens que lembram as das cidades europeias arrasadas por bombardeios na Segunda Guerra Mundial, ou, como disse o presidente Volodymyr Zelensky no Japão, as de Hiroshima aniquilada nuclearmente, em comparação cheia de senões. Bakhmut tem interesse estratégico relativo, mas adquiriu completo valor simbólico. O anunciado triunfo da Rússia na batalha pela cidade é uma vitória de Pirro. Representa o que será o único despojo da sua brutalidade na Ucrânia: o nada.

Volodymyr Zelensky no Palácio Chigi, Roma, Itália, em 13 de maio de 2023 | Foto: Shutterstock

O vencedor do momento em Bakhmut não foi o exército russo, mas a milícia mercenária Wagner. O criminoso Vladimir Putin justificou a invasão sob o argumento falacioso de que era preciso “desnazificar” o país vizinho. O cinismo do autocrata russo não resiste a qualquer teste de realidade. Um deles é a própria milícia Wagner, como mostra o documentário francês Wagner, o Exército das Sombras de Putin, realizado pelas jornalistas Ksenia Bolchakova e Alexandra Jousset.

YouTube video

O filme disseca as entranhas dessa milícia, que tem como criador um nazista. Pois é. O nome do bruto é Dimitri Outkine, ex-oficial das forças especiais russas e admirador de Adolf Hitler. Ele tem duas tatuagens com o símbolo da SS e uma terceira com a águia do Terceiro Reich. O nome da milícia, aliás, é homenagem ao compositor alemão Richard Wagner, o preferido de Hitler.

Dimitri Outkine | Foto: Reprodução Twitter

A Wagner, que desde 2014, ano da invasão da Crimeia, vinha cometendo barbaridades no leste da Ucrânia, agora substitui o próprio exército russo, do qual antes era apenas um braço clandestino, como ocorre em Bakhmut. A milícia atua em diversos países: Síria, República Centro-Africana, Líbia e Mali. Para repetir literalmente o que escrevi no outro endereço, “na África, a sua prioridade é estender os seus tentáculos nas ex-colônias francesas. A Wagner faz a segurança do presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadéra, e aterroriza quem ousa opor-se a ele. A força mercenária russa praticamente chefia a polícia local, que se mostra impotente para impedir execuções, pilhagens e estupros. A Wagner também está envolvida na exploração de minas de diamantes da República Centro-Africana”.

O seu financiador, que está mais para testa de ferro de Vladimir Putin, é o oligarca Evgueni Prigojine, ex-gângster de São Petersburgo que acumulou fortuna com contratos governamentais vantajosos não apenas para si próprio. O desastre militar russo na Ucrânia fez com que ele publicizasse zangadamente discordâncias com o Kremlin, mas Evgueni Prigojine só romperá com Vladimir Putin se o seu patrão vier a perder o poder.

Vladimir Putin visita a fábrica de alimentos Concord, de Evgueni Prigojine (à direita), em 2010 | Foto: Wikimedia Commons

A história da milícia está contada de maneira vívida em Wagner, o Exército das Sombras de Putin. Recomendo a Lula que assista ao documentário, além do vídeo do New York Times com o cenário de destruição de Bakhmut. Talvez ele deixe de igualar o agredido ao agressor. Talvez ele deixe de igualar um exército regular que defende o seu país, comandado por um presidente democraticamente eleito, a milicianos mercenários que cometem atrocidades sob as ordens de um tirano processado em Haia por crimes de guerra. Talvez ele entenda quem são os nazistas nessa história.

Leia também “Deltan Dallagnol e os donos do poder”

22 comentários
  1. Jayme s t ribeiro
    Jayme s t ribeiro

    É muita sacanagem e safadeza
    Associar Lula à Putim
    Erra o Presidente TRICAMPEAO em querer mediar o Conflito.
    O Brasil é anão e sua diplomacia foi destruída pelo câncer genocida Bolssonaro
    O bozo genocida lambeu o saco de putim e o gado quietinho
    Nunca disse uma frase em favor da Ucrania
    Eita gado facista

  2. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Estão esperando o Luladrão chegar para acabar com a guerra tomando uma cervejinha.

    1. Jayme s t ribeiro
      Jayme s t ribeiro

      Rapaz ele nai é covarde como seu ídolo minto Bozo
      Baixa a bolinha

  3. Bruno Vargas Moreira
    Bruno Vargas Moreira

    Ainda bem que vc recomendou um vídeo, pq se fosse livro lule ia esperar virar filme.

  4. Carlos Brito
    Carlos Brito

    ESTE BOÇAL, MAL SABE LER E ESCREVER, COMO IRÁ ENTENDER O FILME SE ESTÁ LEGENDADO?? O LADRÃO CACHACEIRO NÃO TEM O MÍNIMO DE CÉREBRO PARA ENTENDER O QUE ESTA PASSANDO, MUITO MAL UM DESENHO ANIMADO DO “PICA PAU”

  5. Valdy Fernandes da Silva
    Valdy Fernandes da Silva

    Bem, o exercito WAGNER pode ser tudo o que esta registrado no artigo mas, convenhamos, nenhum documentario feito na Europa ou nos USA pode ser considerado isento a respeito desse assunto.

    1. Angela
      Angela

      O artigo do WSJ, um dos principais meios financeiros dos Estados Unidos, confirma o que vem sendo noticiado há muito tempo na mídia alternativa europeia e ocultado na “imprensa de qualidade”.
      A necessidade de Zelensky de se comprovar forte frente à artilharia superior russa, enviando jovens destreinados para uma batalha perdida, faz de Zelensky um sanguinário. É isso.

  6. Angela
    Angela

    O Wall Street Journal (WSJ) publicou recentemente um artigo incrivelmente honeto intiulado “36 horas em Bachmut: uma luta desesperada de uma unidade para conter os russos” sobre como a liderança militar ucraniana queimou jovens sem sentido a mando de Zelensky. Depois de apenas algumas semanas de treinamento, jovens que foram apanhados por comandos militares e sequestrados à força nas ruas de suas cidades supermercados de seus vilarejos e cidades e jogados em Bachmut como bucha de canhão.

    WSJ: “A fim de sustentar as brigadas treinadas e equipadas pelo Ocidente para uma ofensiva amplamente esperada, e com muitos dos soldados profissionais da Ucrânia já mortos, Kiev enviou soldados mobilizados e unidades de defesa territorial para a batalha, às vezes com treinamento e equipamento irregulares. o sucesso ou fracasso dessa estratégia ucraniana em Bachmut dependerá dos resultados da ofensiva maior.”

    O jornal então cita o tenente-general aposentado dos EUA Ben Hodges, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa:
    “Se eles [os ucranianos] puderem evitar manter sua principal força de combate longe de algo como Bachmut, que de outra forma teria um impacto negativo na contra-ofensiva geral, isso seria aconselhável. Claro, ainda há um preço alto a pagar .”
    O artigo ilustra como é esse “preço ” usando o exemplo de um grupo de “soldados recém-mobilizados” da 93ª brigada mecanizada que foram recrutados entre os desempregados na região de Kharkov. Após sua mobilização, eles foram equipados com armas soviéticas e enviados primeiro para Konstantinovka e depois para Bachmut. É a história de um grupo de 16 recrutas desempregados que receberam ordens de defender a cidade de Bachmut sem nenhum treinamento militar:
    “O soldado Alexey Malkovsky, um pai desempregado de três filhos, disparou uma granada lançada do ombro (RPG) pela primeira vez em sua vida na batalha de Bachmut em fevereiro. As tropas russas atacaram um dos blocos de apartamentos de seu grupo de 16 para defender recrutas, muitos dos quais haviam sido convocados apenas alguns dias antes e que não receberam treinamento.”
    WSJ continua: “Makowski errou o alvo. Os russos dispararam seus próprios RPGs e o projétil atingiu a parede ao lado dele, causando uma concussão em seu cérebro. Ele saiu correndo do prédio e se escondeu em uma horta, com os ouvidos zumbindo. Quando ele voltou ao prédio após o pôr do sol, ele encontrou os corpos de dois de seus camaradas na sala. Nas 36 horas que ele passou nos combates urbanos brutais na cidade do leste da Ucrânia, 11 dos 16 homens do grupo de recrutas de Makowski foram mortos ou capturados, de acordo com soldados sobreviventes e parentes dos desaparecidos.
    ” Outro membro do grupo, Sergei Pugasiy, que foi capturado pelos russos durante essas batalhas, contou posteriormente que os combatentes de Wagner não atiraram nele porque entenderam que ele era um recruta recentemente mobilizado.
    A artilharia russa deu a Bachmut o nome de “moedor de carne”. Mas Bachmut se tornou um “moedor de carne” principalmente por causa da notória ordem de Zelensky de manter a cidade a todo custo. Novas brigadas de soldados ucranianos não treinados eram constantemente enviadas sob o fogo superior da artilharia russa, que ao longo dos meses havia se concentrado nas coordenadas de cada rua e cada esquina da cidade. Como resultado, brigadas ucranianas inteiras foram eliminadas e repetidamente reabastecidas com novas unidades compostas por jovens que haviam sido anteriormente recrutados à força.
    ***
    Em um relatório recente, especialistas do mais antigo think tank militar do Reino Unido (RUSI) estimaram as perdas ucranianas entre 300.000 e 500.000 soldados mortos e não ‘reutilizáveis’, gravemente feridos. Segundo o RUSI, centenas de soldados e mercenários ucranianos são perdidos todos os dias.
    Quando os responsáveis ​​por esta guerra por procuração EUA/UE/NATO na Ucrânia responsabilizados?

    1. Valdy Fernandes da Silva
      Valdy Fernandes da Silva

      Artigo “incrivelmente honesto” do WSJ?

  7. Silas Veloso
    Silas Veloso

    Impressionante isso, milícia transnacional amparada por Putin… Um câncer em metástase

  8. jose luiz de albuquerque moraes
    jose luiz de albuquerque moraes

    Mesmo que seja verdade que Prigozhin (o líder real do Wagner) seja nazista, isto apenas o igualaria ao batalhão Azov e suas ramificações, que são reconhecidamente de origem e doutrinação nazista.

  9. Marcus Borelli
    Marcus Borelli

    Não li e não gostei. Estranho no ninho …

  10. João José Augusto Mendes
    João José Augusto Mendes

    Esperar isso do kadrão é varoljz-lo demais

  11. Giuseppe
    Giuseppe

    a responsabilidade de aceitar este artigo e´de quem?
    qq pessoa minimamente informada sabe o que aconteceu na Ucrania em 2014 e me refiro ao massacre de Odessa.
    O que fazia Biden ( então vice presidente) naquela data(!!) la na Ucrania?
    quem autorizou a publicação deste artigo desconhece os acordos de Minsk.?
    Quem financiou a eleição de Zelensky ?
    Sabino não so e´ignorante nesta materia e´ de parte .
    nunca respeitou a deontologia professional.

  12. Waldyr Borges Junior
    Waldyr Borges Junior

    Curiosa a semelhança física desse Dimitri Outkine com um personagem muito em evidência por aqui.

  13. Giuseppe
    Giuseppe

    ahi ahi ahi ahi Oeste !!! Que passa ????
    so quem nao conhece o sr sabino pode acreditar nestas mentiras!!
    Jornalistas comprovadamente independentes ja explicaram o que esta´ acontecendo na Ucrania!
    como a Oeste publica o que ele escreve ??!?!?!?!?!?
    esta´achando que seus leitores não se informam com fontes confiaveis?
    O Guzzo convivendo no mesmo espaço ?
    não da !!!!!!

  14. Andre mendonça
    Andre mendonça

    O colunista Mário Sabino poderia esclarecer aos assinantes da Oeste os motivos de sua saída de O Antagonista e sua vinda essa revista. E a Oeste também esclarecer por que o incluiu.

  15. Rogério Soares Carvalho
    Rogério Soares Carvalho

    O lugar do Mário Sabino é lá no UOL, com o Josias de Souza e o Reinaldo Azevedo. Sua inclusão entre os titulares da Oeste deve estar causando desconforto entre seus pares.

  16. Adair Nogueira Filho
    Adair Nogueira Filho

    Amigos, o autor do texto, sr Mario Sabino, no meu entender nada acrescenta à excelente revista Oeste. Capacidade técnica e comportamento ético se embricam necessariamente quando o assunto é jornalismo. A média desses atributos fica abaixo da mediocridade. Branca e Augusto, vejo uma “bola fora”, além desse articulista não ser pessoa que prime pela simpatia e respeito às pessoas em geral. Sua passagem pelo Antagonista revelou sua personalidade egocêntrica e nada amistosa aos leitores em geral.

  17. Alvir Galle
    Alvir Galle

    E o Antagonists fracassado segue firme nas páginas da melhor revista brasileira destes tempos. Quero ver quando, de fato, ele vai derrubar a máscara vermelha e criticar de fato os ladrões que voltaram à cena do crime e defendendo o legado do governo do presidente Bolsonaro, que ele, o Diogo Mainardi e alguns outros vira-latas menos pavonados de Antagonista e Crusoé tanto ajudaram a caluniar. Segue minha extrema discordância com o espaço dado pela Oeste a esse cidadão!

    1. Andre mendonça
      Andre mendonça

      Concordo plenamente. O “Antas-gonistas” se dedicaram exclusivamente a atacar o governo Bolsonaro de forma irracional, cruel, desonesta e parcial, sabendo que a alternativa seria (e é) infinitamente pior. Junto com a mídia podre e parasita de verbas públicas (estadão, folha, globo, estado de minas, etc) ajudaram a quadrilha a voltar ao poder.
      Espero que os demais colunistas repensem a admissão deste senhor, que destoa inteiramente do padrão da Revista Oeste. Eu era assinante dos “antas”, não renovei a assinatura e vim para a Oeste. Desejo continuar assinante, desde que a Oeste continue Oeste.

    2. Erasmo Silvestre da Silva
      Erasmo Silvestre da Silva

      Eu não conheço esse Sabrino mas espero que a oeste se justifique com os leitores por uma questão das premissas éticas do jornalismo

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