A editora Intrínseca corre contra o tempo para colocar a aguardada biografia de Elon Musk nas livrarias brasileiras na terça-feira 12 de setembro – mesmo dia do lançamento nos Estados Unidos. A editora norte-americana Simon & Schuster igualmente se prepara para distribuir a obra nas livrarias do país e já cravou o número poderoso da primeira tiragem, digna dos maiores best-sellers: 1,5 milhão de exemplares serão impressos.
O maior do ano
O mercado editorial norte-americano trata a obra como o livro do ano. A Intrínseca definiu à coluna que essa pode ser a biografia “mais relevante dos últimos tempos, considerando que o biografado é Musk e o biógrafo, Walter Isaacson”. Não só relevante: o livro deve ser o maior faturamento do ano para a editora e vai irrigar os cofres das livrarias brasileiras. “A expectativa é que seja o best-seller do fim do ano no Brasil”, diz a editora. A obra terá 608 páginas e vai custar R$ 89,90.
De Jobs a da Vinci
Ex-chefão da revista Time nos áureos tempos dos anos 1980 e 1990, o jornalista norte-americano Walter Isaacson se reinventou ao sair das redações e se consagrar como escritor ao se debruçar sobre a vida de alguns dos maiores gênios do planeta, como Leonardo da Vinci, Albert Einstein e Steve Jobs. A Intrínseca já lançou quatro títulos de Isaacson e vendeu 150 mil exemplares. Jorge Oakim, dono da editora brasileira, aposta que as vendas devem bater 2 milhões de livros só nos Estados Unidos.
Modo demônio
Walter Isaacson passou dois anos ao lado do dono da Tesla, SpaceX e Twitter. Estava com ele no dia em que Musk fechou a compra da rede social do passarinho azul. De reuniões importantes a visitas a fábricas da montadora de carros elétricos, Isaacson conversou com amigos, familiares e adversários. Segundo Isaacson, a obra vai apresentar a complexidade de Musk e o equilíbrio entre o “modo demônio”, especialmente no trato com funcionários (ele chegou a demitir metade dos profissionais do Twitter, muitos no Brasil, dias depois de sua chegada), e o trabalho feito em empresas como a Tesla, de onde vêm 70% da fortuna do empresário.
Tudo pelo controle
Isaacson revela em uma passagem do livro os bastidores da compra do Twitter: em 2022, o empresário vendia milhões de carros elétricos e acabara de se tornar o homem mais rico do planeta, com fortuna de R$ 1 trilhão. Não bastava: Musk recebeu a oferta de um cargo de liderança no Twitter, mas sua conclusão foi que não seria suficiente ser um gestor. Era preciso ter o controle total. Depois de um voo para Vancouver para encontrar a ex-mulher (a cantora Grimes) e passar a noite em claro jogando videogame, ele fez uma oferta agressiva para comprar a rede social. O negócio foi fechado por US$ 44 bilhões.
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Má gestão
O fechamento das portas da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, em plena Avenida Paulista, é de lastimar de todas as formas. Triste o país que fecha livrarias. Mas é preciso lembrar que a derrocada começou pela gestão do grupo — e não pela falta de compradores de livros. Em 2013, a rede de livrarias começou a expandir no país com megastores, lojas espaçosas e de alto padrão, mas com aluguéis caríssimos. A empresa só não contava com a chegada do e-commerce, como a Amazon.
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Os carros dos Jetsons
O mercado financeiro não gostou dos anúncios da Embraer no Paris Air Show, o mais importante evento de aviação do mundo, realizado na semana passada. O setor da aviação, no entanto, comenta com empolgação o avanço de contratos, tanto para desenvolver quanto para comprar os eVTOLs, as aeronaves de pouso e decolagem verticais. Os “carros dos Jetson” — como são chamados informalmente — tiveram 70 unidades encomendadas pela brasileira Voar, responsável por 25% da gestão de frota de aeronaves executivas no Brasil. Mesmo com os pedidos, os veículos elétricos precisam ser regulamentados. Em 2024, começam os testes, e o planejamento da operação é para 2026.
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Prateleiras vazias
A crise que abate a varejista infantil Ri Happy — dona de marcas como a PBKids — era sentida bem antes da contratação da Starboard Partners, consultoria que vai renegociar as dívidas bancárias, que chegam a R$ 500 milhões. Clientes relatavam há tempos prateleiras vazias e falta de novidades em unidades no interior de São Paulo.
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Muito boa a coluna.