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Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock
Edição 175

Os salários do agro

Fox Human entrevistou grandes empresas, companhias familiares e multinacionais, além de monitorar processos seletivos

Bruno Meyer
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Finanças, tecnologia, comercial e operações são as quatro áreas atualmente mais aquecidas do agronegócio brasileiro, o setor mais pujante do país. E, conforme cresce a disputa por bons nomes dessas áreas nas empresas, os salários de peso aumentam. A média salarial de um diretor financeiro de companhias do setor bateu R$ 65,5 mil mensais, chegando a R$ 85 mil em alguns casos. As informações constam no recém-lançado Guia Salarial Agronegócio 2023, feito pela Fox Agro, divisão da consultoria de recrutamento Fox Human Capital. 

Do crédito ao controller

A lacuna maior do setor está na área de finanças. “Percebemos que a área de crédito e cobrança tem ganhado bastante espaço no agro”, diz William Monteath, CEO da Fox Human. “Essa área precisa estar muito estruturada e com gerentes que dominem o negócio.” O salário de um gerente financeiro varia entre R$ 17,5 mil e R$ 35 mil. Um gerente de crédito tem a média salarial de R$ 26 mil. O responsável pela controladoria de uma empresa, o chamado controller, viu seus vencimentos subir em 2023: ele pode receber de R$ 20 mil a R$ 37,5 mil. 

Foto: Shutterstock
Sai o colete, entra a botina

O setor tem um termo para traduzir a solução encontrada em muitos casos para resolver o impasse de talentos da área financeira no agro. Meio na brincadeira, meio a sério, muitos usam a frase “sai o colete, entra a botina”. Significa que empresas ligadas ao agronegócio têm buscado profissionais de bancos e corretoras de investimentos — inclusive da Avenida Faria Lima, em São Paulo — para áreas como tesouraria estratégica e derivativos. O agro, enfim, importa talentos e exporta alimentos.

Logística é tudo

A pesquisa da Fox mostra, ainda, que a área de operações e logística tem pagado mais, em média, que a de tecnologia. Um diretor de operações pode chegar a embolsar até R$ 70 mil mensais, enquanto um CTO (diretor de tecnologia) tem uma remuneração média que varia de R$ 35 mil a R$ 55 mil. 

Foto: Shutterstock
Os salários do agro

Quais são os cargos mais disputados e quanto ganham as lideranças do poderoso agronegócio brasileiro? Foram essas as duas perguntas centrais da Fox Human ao entrevistar grandes empresas, companhias familiares e multinacionais, além de monitorar processos seletivos realizados até maio em 150 empresas. O resultado engloba um verdadeiro raio X de 500 posições em níveis diretivos, abrangendo diversas funções, como diretores, gerentes e coordenadores — e mostra de onde têm vindo os talentos em determinadas áreas. “Conseguimos trazer uma visão 360 graus do principal gerador de riqueza do Brasil, quando falamos de participação no PIB”, diz Monteath, da Fox Human.

As startups do agro

Saindo das gigantes do setor, há ainda uma crescente das agtechs, as startups de tecnologia voltadas para o agronegócio. Elas são vistas no mercado como provedoras de soluções para impulsionar a inovação, a produtividade e a sustentabilidade do negócio. 

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Elon Musk: parceria com empresa brasileira para fornecer motores à SpaceX | Foto: Frederic Legrand/Shutterstock
O Brasil na SpaceX

Os últimos dias foram de movimentação na WEG. Dias antes de um feriado municipal na catarinense Jaraguá do Sul, veículos regionais e Oeste divulgaram a parceria da empresa com a norte-americana SpaceX, de Elon Musk. O acordo envolve a fabricante brasileira de motores elétricos e uma das principais fornecedoras globais de compressores de ar, a sueca Atlas Copco. Ambas estão unidas para atender à necessidade da SpaceX de produzir grande quantidade de oxigênio para fabricar o combustível de seus foguetes.

WEG: a empresa de Jaraguá do Sul foi a maior alta da bolsa brasileira na última segunda-feira | Foto: Divulgação
Sem alarde

No entanto, com o barulho causado pelas notícias, a Atlas Copco pediu aos executivos da WEG para não divulgar ou anunciar a parceria publicamente aos veículos de comunicação. De lá para cá, a WEG não revelou um fato relevante ao mercado financeiro, muito menos falou do assunto a dezenas de jornalistas que procuraram a empresa. Na segunda-feira 14, a ação da WEG foi a maior alta da bolsa brasileira, e um dos motivos da disparada foi a notícia do negócio com a companhia de Elon Musk.

A propósito

O envolvimento da WEG em um projeto tão importante para a SpaceX enobrece as empresas e os talentos brasileiros e só mostram quanto o Brasil tem potencial para estar ao lado das empresas mais valiosas do mundo.

William Monteath: “O agro é o principal gerador de riqueza do Brasil, quando falamos de participação no PIB” | Foto: T. Schneider/Shutterstock

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Leia também “A proposta bilionária pela Braskem e as criptomoedas no Brasil”

2 comentários
  1. Elizabeth Batista Balvedi
    Elizabeth Batista Balvedi

    Enobrece principalmente, Santa Catarina!

  2. Silas Veloso
    Silas Veloso

    Isso aí. Prosperidade, elemento vital q os carunchos da esquerda tupiniquim acham melhor taxar d fascismo

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