No topo de uma colina localizada na margem direita do Rio Dnipro, em Kiev, está a imponente estátua Mãe Pátria. Uma das mais altas esculturas da Europa, com 102 metros de altura, a guerreira de aço, que domina o horizonte da capital ucraniana, teve a sua insígnia soviética removida no dia 1º de agosto.
O monumento foi inaugurado em 1981 como símbolo da vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Originalmente, o escudo em sua mão esquerda trazia o brasão da União Soviética — uma foice e um martelo cruzados —, cercado por ramos de trigo. Agora o emblema foi substituído pelo tridente, o Tryzub, brasão de armas da Ucrânia. A operação durou uma semana e foi concluída no último domingo, 6.
O ministro da Cultura ucraniano, Rostyslav Karandeev, ressaltou a relevância histórica do evento: “Acreditamos que essa mudança será o início de uma nova etapa no renascimento de nossa cultura e identidade, a rejeição final dos símbolos e narrativas soviéticos e russos”.
A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo que busca eliminar vestígios de um passado de extrema pobreza e de autoritarismo russo. Símbolos socialistas são proibidos na Ucrânia desde 2015, um ano depois de a Rússia anexar a Crimeia. De lá para cá, intensificou-se um movimento para “descomunizar” e extinguir as memórias da antiga União Soviética no país, deixando evidente uma inclinação política para o oeste. Centenas de estátuas de generais e poetas russos já foram derrubadas ou cobertas. Nomes de ruas, praças, vilas e cidades foram substituídos.
A guerreira erguendo a espada para o céu de Kiev acabou se tornando, também, um símbolo da resistência dos ucranianos frente às tentativas de dominação russa.
Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma fotografia relevante na semana. São imagens esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.
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Incrível a imponência deste monumento. Bravo povo ucraniano.
Excelente notícia e foto muito simbólica, temos que destruir tudo que representa a ideologia e narrativa socialista, pois esses símbolos significam estado grande autoritário, cobrador de altos impostos de um povo sem poder para reagir, que acaba sustentando uma elite política que vive nababescamente, e, no entanto, oprime esse mesmo povo.