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Foto: Salarko/Shutterstock
Edição 178

O Airbnb cresce. O Magalu leva um tombo

Aplicativo de hospedagem movimentou R$ 27 bilhões em 2022. Magazine Luiza dobra o prejuízo

Bruno Meyer
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O aplicativo de hospedagem Airbnb registrou uma alta de 130%, na comparação anual, nas viagens de famílias em trajetos domésticos no Brasil. Fiamma Zarife, diretora-geral do Airbnb na América do Sul, diz que esse segmento foi o que mais ganhou força na operação brasileira da companhia com sede na Califórnia: viagens em grupo ou familiares. “Esse foi um fenômeno da pandemia, pois tínhamos de ficar em grupos mais restritos, com nossos familiares, e fazíamos viagens mais curtas”, diz. “Mas vimos que essa tendência permanece muito forte ainda hoje.”

Fiamma Zarife: chefe do Airbnb na América Latina | Foto: Divulgação
A chegada ao Airbnb

Fiamma Zarife se diz “encantada” com o que um aplicativo de hospedagem pode gerar na economia de uma região. A executiva está há seis meses na liderança máxima da empresa, responsável pela América do Sul. Zarife veio do Twitter, onde passou sete anos, e pegou no caminho a troca de comando da rede social: saiu o antigo CEO Jack Dorsey e entrou no seu lugar nada mais, nada menos que Elon Musk, depois de oferecer e pagar US$ 44 bilhões pela plataforma em 2022. Zarife entrou como diretora de uma área de desenvolvimento do Twitter e saiu como diretora-geral na América do Sul, depois da varredura feita por Musk, quando cortou mais da metade dos funcionários da empresa no mundo e deixou a operação brasileira sem um comandante.

O impacto na economia 

Para entender o Airbnb, Fiamma Zarife encomendou uma pesquisa abrangente à Oxford Economics sobre o impacto da empresa na economia brasileira. O resultado veio maior do que se esperava: o aplicativo movimentou R$ 27 bilhões em 2022, ou US$ 5,2 bilhões, com alta de 31% na comparação anual. O relatório levou em conta os gastos de hóspedes (excluindo gastos com acomodação), como em restaurantes, compras, entretenimento e transporte, durante as estadias em acomodações reservadas por meio do Airbnb em 2022.

Airbnb no Brasil: redistribuiu o turismo no país | Foto: Shutterstock
Mudou o mundo

Fundado em 2008, o Airbnb é daquelas ideias que mudam o comportamento de um setor e impactam a vida de uma parcela da população planetária. Ao atuar como uma corretora e cobrar uma comissão por cada reserva, ele criou dois perfis: o viajante e o anfitrião, aquele que abre sua casa ou apartamento para turistas em troca do pagamento de diárias. Em 2022, 55% dos anfitriões eram mulheres no Brasil, e 18% dos hóspedes eram estrangeiros. 

Fora do fluxo

O Airbnb chegou ao Brasil em 2012. Começou em capitais e grandes centros urbanos. Desde 2019, o aplicativo expandiu para cidades fora do fluxo do turismo tradicional. “Temos centenas de cidades que receberam sua primeira reserva através da plataforma”, diz Zarife. “Com isso, colaboramos para redistribuir o turismo no Brasil, com cidades que talvez não tivessem outro tipo de hospedagem e que agora podem receber visitantes e gerar um impacto positivo na economia local.”

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Tombo feio

O mercado financeiro, incluindo boa parte dos fundos de investimentos, não estava otimista com os resultados do Magazine Luiza no segundo trimestre de 2023. Mas o tombo veio maior do que se esperava: em apenas três meses, o prejuízo líquido da varejista foi de R$ 301,7 milhões, mais do que o dobro do prejuízo de R$ 135 milhões divulgado um ano atrás. A empresa apontou os juros altos no país como motivo do sexto revés seguido no trimestre.

Magazine Luiza: sexto trimestre seguido de prejuízo | Foto: Reprodução
Decisão tardia

A empresa declarou que vai reforçar duas áreas: tecnologia e logística. Para o economista VanDyck Silveira, “as varejistas que ganham cada vez mais espaço são digitais por excelência, investem pesado em tecnologia e focam a logística”. Mas esses dois reforços nessas áreas tinham de ter acontecido anos e anos lá atrás, alerta. Agora, diante de concorrentes como a norte-americana Amazon e a argentina Mercado Livre, chegaram tarde. 

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Fogo de Chão: negócio bilionário | Foto: Reprodução/Divulgação
Os Estados Unidos…

Paulo Antunes, diretor-geral da operação brasileira da Fogo de Chão, já defendeu nesta coluna que o sucesso da rede de churrascarias fundada por dois irmãos, em 1979, em Porto Alegre, foi a aceitação do churrasco brasileiro nos Estados Unidos. “O crescimento lá foi exponencial”, diz Antunes. “O pessoal aceitou e adorou a experiência do churrasco.” São mais de 50 unidades no exterior.

…e o churrasco bilionário 

O churrasco gaúcho foi responsável por um negócio bilionário esta semana: a Fogo de Chão foi vendida por US$ 1,1 bilhão para o fundo norte-americano Bain Capital. Na frente, só a Bloomin’ Brands, dona das marcas de restaurantes Outback e Flemings, avaliada em US$ 2,1 bilhões. Se fosse uma empresa de tecnologia, a Fogo de Chão seria hoje um unicórnio das carnes. 


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Leia também “O sucesso de Paulo Guedes e as novas apostas da Amazon e do Mercado Livre”

1 comentário
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    A plataforma do Airbnb é magnífica. Sou usuário, tanto anfitrião aqui em Maceió, quanto hóspede.

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