The Town, o megafestival que começa neste sábado e espera reunir 500 mil pessoas em cinco dias de evento no autódromo de Interlagos, em São Paulo, tem dois personagens de peso nos bastidores. A praça de alimentação, batizada de Market Square, será assinada pelo chef Alex Atala e administrada pelo grupo Sapore, do uruguaio Daniel Mendez. A ideia é levar ao público um tour gastronômico paulistano com oito espaços que oferecem das pizzas da Mooca aos pastéis da Lapa, passando pelos restaurantes orientais da Liberdade e peloss petiscos dos bares da Vila Madalena. A organização é acompanhada com lupa por Mendez, fundador e presidente da Sapore.
A caminho da abertura
Daniel Mendez revela que planeja abrir o capital do grupo, fundado em 1992 e uma das maiores companhias de alimentação do Brasil, com mais de 18 mil funcionários. “É um passo natural”, afirmou. Em 2022, a gestora de private equity norte-americana Acon comprou uma participação minoritária da Sapore e ficou com 19% do capital e um assento no conselho de administração. “Por enquanto, mesmo com IPO, não quero perder o controle.” Em 2023, a projeção de faturamento da empresa é de R$ 3 bilhões. Em 2022, foram R$ 2,6 bilhões, uma alta de 25,8% na base anual.
A fábrica de refeições
Mendez tem um número poderoso para ostentar: sua empresa e seu exército de colaboradores servem 1,3 milhão de refeições por dia a mais de mil escolas, hospitais, fábricas e escritórios, tendo se tornado referência no país em restaurantes corporativos para diferentes setores, como o automotivo. Sua história de vida é ainda mais exemplar: Mendez era um garçom em um pequeno restaurante em Porto Alegre e teve a inspiração para montar o próprio negócio depois de passar por uma empresa gaúcha especializada em refeições coletivas. Começou num restaurante chamado Sapore, no interior de São Paulo, com o dinheiro da venda de um Gol GTi. O resto é história. Neste fim de semana, pretende servir mais de 50 mil pratos no megafestival de São Paulo.
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Chocolates bilionários
O Grupo CRM — dono das marcas de chocolates Kopenhagen e Brasil Cacau — é outro que planeja a abertura de capital, quando o mercado financeiro melhorar. A declaração vem diretamente da presidente do grupo, Renata Vichi. Ela celebra a abertura de franquias em todos os Estados brasileiros. São 710 lojas físicas da Kopenhagen e 440 da Brasil Cacau. Em 2023, a projeção de faturamento do grupo é de R$ 1,7 bilhão. Curiosidade: a loja do Aeroporto de Congonhas e a do Morumbi Shopping, ambas em São Paulo, são as maiores vendedoras da marca no Brasil.
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No ar
Vem aí a TV de Sidney Oliveira. O fundador e presidente da rede de farmácias Ultrafarma anuncia para os próximos dias o seu próprio canal, a Ultrafarma TV. A programação será transmitida pela Banda Ku. A grade está sendo montada e contará com até três horas de conteúdos infantis, séries e novelas mexicanas, e um espaço católico, com transmissão de missas, além de anúncios dos produtos da linha Sidney Oliveira. “Vai ser um canal para a família brasileira”, diz Oliveira a Oeste. “Terá diversão, entretenimento, evangelização. Quero levar a palavra de Deus para as pessoas que estão em dificuldade. É uma coisa que eu já venho fazendo. Se Deus quiser, vai dar para ampliar muito esse canal.”
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Os carros dos Jetsons
A Revo assinou um acordo com a Eve, empresa da Embraer, para adquirir eVTOLs, os veículos de pouso e decolagem verticais que prometem entrar em ação em 2026, se estiverem regulamentados. A Revo é um aplicativo de mobilidade urbana por helicóptero que transporta em poucos minutos passageiros da Avenida Faria Lima, em São Paulo, para o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o condomínio de luxo Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP).
Malas prontas
João Welsh, atualmente vivendo em Lisboa, começa a arrumar as malas para se mudar de vez com a família para São Paulo. Ele é o homem que estará no comando diário e presencial da empresa que faz parte do grupo português OHI, controlador da Omni Táxi Aéreo, líder em transporte aéreo na América Latina, com uma frota de 90 helicópteros.
O futuro da mobilidade
Welsh acredita que o eVTOL é o futuro da mobilidade. “Eles tornarão os voos mais verdes, acessíveis e sustentáveis, mas quem vai operar esses veículos? Onde estão os passageiros?”, diz. “Há muito a ser feito ainda em termos de infraestrutura para que eles se tornem uma realidade em alguns anos. Estamos entrando primeiro, começando um processo acelerado de aprendizagem com helicópteros, para liderar essa transição. Estamos comprometidos em criar um futuro em que os voos urbanos sejam mais democráticos e neutros em carbono.”
Nota do colunista: esta é a minha última coluna por Oeste. Agradeço ao excelente time da revista, muito bem conduzido por Branca Nunes, em especial ao Augusto Nunes, o primeiro que teve a ideia de me chamar para uma coluna semanal de notas curtas focadas em negócios. Agradeço, em especial, ao leitor, pela companhia semanal durante quase dois anos. Seguirei como leitor assíduo de Oeste.
Leia também “A Ultrafarma chega aos Estados Unidos”
Obrigado Bruno, e sucesso onde for.
Poxa que pena, me antenava das notícias de tecnologia e mercado através deste espaço. Obrigado pelo trabalho e sucesso na nova etapa.
Obrigado você pela leitura e companhia, Giovani. Abração
Que pena. Gosto de ler sua coluna. São muito interessantes essas notas curtas.
Sucesso para você Bruno Meyer.
Obrigado, Robson. Bom ter seu comentário e sua leitura por aqui. Sucesso para você também.
Poxa!!! Gostava muito da sua coluna… Era uma das primeiras a acessar, quando a edição da semana entrava no ar.
Obrigado pela mensagem carinhosa, Fabio.
Foi um prazer escrever aqui nesses quase dois anos.
Seguimos em outros canais.
Abração
Gratidão, Bruno.
Abração, Jenielson