Depois do fim definitivo das restrições da pandemia de covid-19, os brasileiros querem viajar mais. E isso poderia significar a tão esperada recuperação do setor de viagem.
Segundo a pesquisa da Visa Tendências Globais de Viagem para 2024, os brasileiros planejam fazer três viagens de lazer no próximo ano.
Ainda que 80% dos brasileiros considerem que os preços subiram consideravelmente nos últimos meses, apenas 2% deles vão renunciar ou reduzir as viagens.
Quem vai viajar mais serão os brasileiros de alta renda e da geração Z. Estes últimos fizeram 22% mais viagens de lazer do que o viajante médio, movidos pelo desejo de viver aventuras.
E as companhias aéreas se preparam
As companhias aéreas já estão se preparando para essa alta nas viagens.
A Latam decidiu operar 3 mil voos extras domésticos e internacionais no Brasil durante a alta temporada de verão.
O incremento de voos foi planejado para atender aproximadamente 7,3 milhões de passageiros, que a companhia espera transportar entre o final de 2023 e o começo de 2024. Um volume 17% maior do que na alta temporada anterior.
As cidades de Porto Alegre, Fortaleza e Salvador são os destinos que devem receber mais turistas em voos da Latam.
Por sua vez, a Gol anunciou que vai aumentar em 11% os voos domésticos no período da alta temporada, e 78% as rotas internacionais.
A Azul vai aumentar em 10% os voos domésticos, com foco no Nordeste, que terá um aumento de 52% na oferta de voos no período.
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Black Friday vem com tudo para os pequenos lojistas
A Black Friday acontece só na última sexta-feira de novembro, mas o comércio já parece estar muito animado. Segundo uma pesquisa da Nuvemshop, plataforma para criação de lojas virtuais líder na América Latina, os pequenos e médios varejistas on-line aumentaram seu faturamento em 26% em outubro em relação ao mesmo mês de 2022, chegando a cerca de R$ 301 milhões.
Segundo a Nuvemshop, os pequenos e médios lojistas on-line saíram na frente dos grandes varejistas graças a uma boa estratégia: a antecipação das promoções.
Entre os segmentos de maior destaque, a moda liderou as vendas no mês, com um faturamento de R$ 109 milhões, seguido por saúde & beleza, com mais de R$ 25 milhões, e acessórios, com mais de R$ 19,5 milhões.
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Braskem na mira dos árabes
O grupo petrolífero Adnoc, controlado pelo fundo soberano de Abu Dhabi, apresentou uma nova oferta não vinculante de R$ 10,5 bilhões para adquirir a participação que a Novonor, antiga Odebrecht, detém na Braskem.
A oferta da Adnoc apresenta um prêmio de mais de 120% sobre o valor de fechamento da ação ordinária da petroquímica brasileira na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Metade do valor deverá ser pago em dinheiro; e a outra metade, por meio de emissão de dívidas com vencimento em até sete anos. Os pagamentos serão feitos diretamente aos bancos credores da Novonor que têm as ações como garantia.
A Novonor detém 50,1% do capital da Braskem e 38,3% do capital total. Caso a operação seja realizada, o fundo árabe se tornará controlador da petroquímica brasileira.
Fontes do setor petrolífero informaram à coluna que a oferta dos árabes deverá sair vitoriosa, e que a Petrobras, detentora do restante do capital votante da Braskem, não deverá exercer seu direito de prelação.
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Nissan investe R$ 2,8 bilhões e vai produzir SUVs no Brasil
A Nissan vai investir R$ 2,8 bilhões na fábrica de Resende (RJ), onde irá produzir carros, motores e dois novos SUVs. Um dos modelos será a segunda geração do Kicks, utilitário compacto que já roda nas estradas brasileiras desde 2016.
O anúncio foi feito nesta semana pelo CEO global da montadora japonesa, Makoto Uchida, que veio pessoalmente ao Brasil pela primeira vez.
O objetivo da Nissan é dobrar a participação da marca no país e produzir carros para exportar para o resto da América Latina.
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Endividamento e inadimplência caem em outubro
O endividamento e a inadimplência caíram em outubro. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no mês passado, a parcela de endividados ficou em 76,9%, a mais baixa desde fevereiro de 2022.
O número é inferior ao de setembro (77,4%) e ao de outubro do ano passado (79,2%).
No caso da inadimplência, o percentual dos que informaram ter dívidas em atraso ficou em 29,7%, inferior à parcela de setembro (30,2%) e à de outubro do ano passado (30,3%).
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Itaú, Banco do Brasil e BTG sorriem…
Os resultados do terceiro trimestre do Itaú, Banco do Brasil e BTG Pactual, divulgados nesta semana, mostraram a força das três maiores instituições bancárias brasileiras.
O Itaú registrou um lucro recorrente de R$ 9,04 bilhões, uma alta de 11,9% em relação a quanto foi registrado no mesmo período de 2022. Na comparação com o segundo trimestre, o crescimento foi de 3,4%. O resultado ficou acima do esperado pelo mercado, que aguardava um lucro líquido de R$ 8,95 bilhões no período.
Por sua vez, o Banco do Brasil registrou um lucro ajustado de R$ 8,79 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 4,5% em relação ao reportado no mesmo intervalo de 2022. Entretanto, ficou aquém das expectativas do mercado, que aguardavam um lucro de R$ 9 bilhões. Entre os segmentos que puxaram o crescimento do banco público está o agronegócio, com a carteira chegando a R$ 339,937 bilhões, uma alta de 18,9%. O Banco do Brasil anunciou que vai distribuir R$ 2,25 bilhões em dividendos e Juros Sobre o Capital Próprio aos acionistas.
Por último, o BTG Pactual registrou um lucro líquido ajustado de R$ 2,734 bilhões no terceiro trimestre de 2023, uma alta de 19% em relação ao mesmo período do ano passado e de 6,17% em relação ao segundo trimestre de 2023. O lucro atingiu um novo recorde, mas o mercado esperava ainda mais, prevendo um lucro de R$ 5,53 bilhões.
…mas Bradesco e Santander choram
Por outro lado, o Bradesco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 4,621 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 11,5% na comparação com o mesmo período de 2022. Os números do banco sediado em Osasco, divulgados nesta semana, mostram que o maior problema continua sendo a inadimplência, que não para de subir, ficando em 5,6% no terceiro trimestre, uma alta de 1,7 ponto percentual em 12 meses.
Na semana retrasada, o Santander Brasil tinha divulgado seus resultados, registrando um lucro líquido recorrente de R$ 2,729 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 12,6% na comparação com o mesmo período de 2022 — abaixo das expectativas do mercado, já que os analistas aguardavam um resultado líquido recorrente de R$ 2,75 bilhões para o trimestre. As margens recuaram na comparação com o trimestre anterior. A inadimplência do Santander continua elevada, em 3%, mesmo que em tendência de leve queda.
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Entrevista com Bruno Simão, do Banco Mercantil
A população brasileira está envelhecendo cada vez mais rapidamente. Segundo os dados do Censo 2022, realizado pelo IBGE, o porcentual de brasileiros com 65 anos ou mais chegou a 10,9% da população total. Uma alta recorde de 57,4% frente aos números de 2010, quando os idosos eram apenas 7,4% do total.
Além disso, o Censo mostra como a idade mediana da população (a idade que separa a metade mais jovem da população da mais velha) aumentou seis anos desde 2010, alcançando os 35 anos em 2022.
O índice de envelhecimento também aumentou, com 55 idosos para cada grupo de 100 crianças em 2022, ante 30 em 2010.
O país deve se preparar para esse aumento do envelhecimento. Principalmente as empresas, que devem adaptar seus produtos e serviços para esse novo público.
Um dos pioneiros nesse sentido é o Banco Mercantil. A instituição financeira de Minas Gerais decidiu focar sua estratégia comercial naquilo que chama de “geração prateada”.
Os números parecem premiar a estratégia do banco. No terceiro trimestre, o lucro líquido chegou a R$ 102 milhões, o quarto recorde consecutivo. Alta de 155% em relação ao mesmo período do ano anterior. O banco mineiro chegou a 7,7 milhões de clientes, com um crescimento de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado. E a carteira de crédito chegou a R$ 13,3 bilhões, número 29% superior em comparação ao exercício anterior.
Segundo Bruno Simão, vice-presidente de Clientes, Crescimento e Marketing do Banco Mercantil, os brasileiros com mais de 50 anos continuam vivendo ativamente.
“Já passaram dos 50 anos, mas estão mais conectados do que nunca: trabalhando, consumindo, voltando aos estudos, namorando e até empreendendo”, afirma o executivo. “A estratégia do Banco Mercantil é fornecer os melhores produtos para essa geração”.
O que busca a clientela 50+?
Esse público quer algo que seja simples e próximo. Está buscando isso no app, no atendimento presencial, nos produtos. E esse é o DNA do Mercantil: simplicidade e proximidade. Por exemplo, nosso app é simples, fácil de instalar, leve em termos de memória ocupada no telefone. Devemos falar com pessoas que não nasceram digitais, que têm ainda certo receio, mas que estão aprendendo a usar a tecnologia.
Qual é o produto mais importante para esse público?
Com certeza o crédito consignado é fundamental para essa parcela de clientes. Operamos em cidades que muitas vezes nunca tiveram acesso ao crédito, e o consignado é a primeira linha de crédito a que a população tem acesso. A revisão do portfólio de dívida também é algo muito importante. Assim como o atendimento no segmento de banco de investimentos, que é pensado para esse tipo de cliente que já passou certa idade e não quer tanto risco como o mais jovem.
Qual é a diferença do Mercantil em relação às outras fintechs? O marketplace e a omnicanalidade fazem sentido para o público 50+?
As estratégias são diferentes. Por exemplo, o WhatsApp para esse tipo de cliente é fundamental, pois é a rede social mais utilizada. Criamos um sistema de vendas pelo WhatsApp que garante total segurança e, ao mesmo tempo, é extremamente prático. O marketplace é algo mais relevante para um público mais jovem. Não adianta ter a maior variedade de produtos do mundo se seu cliente procura outro tipo de atendimento. No nosso caso, o app é importante, mas a loja física, a proximidade física com esse público, é fundamental.
Leia também “Haddad com os dias contados?”
Braskem foi responsável por uma tragédia aqui em Maceió. Que inclusive merece uma reportagem da Oeste.