Quando o nome de Flávio Dino começou a aparecer entre os candidatos a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, incontáveis brasileiros acharam pouco provável a nomeação do mais incapaz de todos os incapazes que infestam o Ministério de Lula. Parecia bem mais sensata a prorrogação por tempo indeterminado da busca pela “mulher afrodescendente” tão sonhada pelos militantes petistas.
Também parecia ganhar consistência a suspeita de que Dino era um ministro da Justiça à beira do despejo. Como manter no cargo alguém assessorado por figuras que recepcionavam no Ministério uma visitante como Luciane Farias, a “Dama do Tráfico” amazonense? Ela é casada com Clemilson dos Santos Farias, um dos líderes do Comando Vermelho no Estado.
A morte de Cleriston Pereira da Cunha aparentemente enterrara de vez também os sonhos de Dino. Cleriston estava preso havia 11 meses na Papuda, depois de ter sido levado junto com outras centenas de inocentes acusados de participação nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, em Brasília. Ele era portador de doenças crônicas letais, mas o pedido de soltura feito pelo Ministério Público fora ignorado pelo STF.
Paralelamente, o Senado esboçava uma reação contra as interferências do STF em assuntos que dizem respeito apenas ao Legislativo. E a OAB ensaiou um protesto contra os abusos da Corte, que continua proibindo a sustentação oral no plenário. O renascimento das manifestações de rua no último fim de semana seria a pá de cal que faltava. Tudo somado, imaginaram muitos brasileiros, nem Lula teria a audácia de piorar a composição da Suprema Corte com a escolha de um Flávio Dino.
“Em Brasília, tanto a oposição quanto o PT ou qualquer político que não tenha lado nessa história afirmam que a opção por Dino foi um gesto particular de Lula para Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes”, diz Silvio Navarro, na reportagem de capa desta edição. “No mês passado, quando a fervura contra o STF começou a aumentar, Mendes disse em Paris: ‘Se hoje nós temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu a uma decisão do Supremo Tribunal Federal’. Foi um recado, sem rodeios, para que o petista não se esqueça de como foi o percurso da prisão até o Palácio do Planalto.”
Como observa J.R. Guzzo, a nomeação de Dino consolida, de uma vez por todas, a transformação do Supremo em delegacia de polícia política a serviço do presidente da República. “Se estivesse querendo um pouco mais de paz com o conjunto da sociedade brasileira, Lula jamais indicaria Dino”, diz Guzzo. “Mas Lula não está interessado em paz. Num país com paz ele está morto. Não tem voto — sem o TSE do ministro Alexandre de Moraes ele não seria nada.”
Como demonstra Alexandre Garcia, o Brasil é ameaçado por um coquetel transbordante de ilegalidades e desrespeito à Constituição. Gota a gota o cálice encheu. A ele foi adicionada, agora, a tentativa de presentear Flávio Dino com a toga que poderá usar como instrumento político até completar 75 anos de vida.
Boa leitura.
Branca Nunes
Diretora de Redação
Uma afronta! Com a parceria da quadrilha do STF.
Sra. Branca Nunes e Revista Oeste, parabéns pelos comentários nesta carta ao leitor !!
Valeu e muito, ser assinante de um órgão de imprensa honesto e transparente nas notícias, e informações, que passa aos leitores.
Sucesso sempre para essa Revista Oeste !!
Acabei de assinar a revista. Nenhum milímetro de arrependimento. Conteúdo excelente e necessário. Parabéns Oeste!!
Parabéns mais uma vez. Lembro a Branca de que lá no iníci da Oeste gente direita apontava de que estava se instalando no STF uma versão nova da KGB, GESTAPO, DOI-COI e DOPS. Depois, mais recentemente, os palpites apontam que a pena de morte e a prisáo perpétua já existem de fato, a revela do congresso naiconal. Pois agora, embora a ingenuidade da Oeste e outros jornalistas, estão preparando a legalização da pena de morte e da prisão perpétua, com algumas novidades: só quem é contra o sTF e a esquerda serão perseguidos e colocados no corredor da morte. Dino é o sétimo elementos pronto para se colocar na função exorbitante e poderosa do novo judiciário, quem sabe uma ditarua disfarcaçada. O Dino, de repente, se ajustou a algns toques românticos e se apresenta como bonzinho. Já se sabe que depois da posse serão o carrasco principal. Disfarçado de cordeirinho para fazer sua procissão no senado, com o objetivo alcançado tirará o desifarce e colocsará o capuz preto. Estamos de alerta total, já que até as forças armadas estão prontas a atuar em favor de “demoracia”.