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8 de janeiro
Geraldo Alckmin, vice-presidente | Foto: Gabriel Lemes/Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Edição 195

Geraldo Alckmin joga a toalha

Enquanto isso, Fabricio Bloisi, CEO do iFood, detona o saudosismo trabalhista do governo Lula e afirma que a CLT é um retrocesso

Carlo Cauti
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, jogou publicamente a toalha. Admitiu que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia “infelizmente não vai sair”. 

Discursando em Brasília na última terça-feira, 12, no Prêmio CNA Agro Brasil 2023, organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alckmin afirmou que ainda tem a “esperança” de que o acordo possa ser fechado no futuro.

Como tentativa de compensação, o vice-presidente salientou como o Mercosul conseguiu fechar um acordo de livre comércio com Singapura neste ano. Entretanto, a corrente de comércio de bens entre Brasil e Singapura totalizou apenas US$ 9,4 bilhões em 2022. Com a União Europeia, foi de cerca de US$ 95 bilhões.

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Evento da G4 Educação reúne empresas bilionárias e Paulo Guedes

O G4 Educação, instituição de ensino especializada em negócios e empreendedorismo, realizou no último fim de semana o G4 Valley, em São Paulo. O evento reuniu um público de 14 mil participantes presencialmente e on-line, para acompanhar palestras de CEOs de peso no mercado sobre estratégias de negócios e tendências econômicas para 2023. 

Ao todo, o faturamento das empresas dos participantes do evento chega a R$ 30 bilhões — e esse mesmo grupo de empresários é responsável pela geração de 400 mil empregos diretos em 25 segmentos diferentes. 

Entre os palestrantes estavam João Adibe, CEO da Cimed; Fabricio Bloisi, CEO do iFood; e Paulo Guedes, ex-ministro da Economia.

Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, palestrando no evento G4 Valley, em São Paulo | Foto: Divulgação
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Gerdau saúda reforma tributária

Para Jorge Gerdau, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, a reforma tributária “é uma glória para o Brasil”.

Discursando em um evento do Movimento Brasil Competitivo, em Brasília, na última quarta-feira, 13, o empresário se disse confiante de que o Brasil “vai entrar em uma melhor fase” graças às mudanças. 

“A luta hoje é política, para tentar reduzir o Custo Brasil”, disse o empresário. “Consequentemente, a luta é em Brasília. E vamos lutar. Um maior diálogo entre empresariado e congressistas é fundamental para avançar nas pautas de modernização do Brasil”.

CNI prevê alíquota da reforma tributária 

A alíquota padrão conjunta dos novos tributos — o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição Social sobre Bens e Serviço (CBS) — deverá chegar a 27,5%. O cálculo é da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os dois impostos, junto com o Imposto Seletivo, unificarão outros cinco impostos sobre consumo: PIS/Cofins, IPI, ICMS e ISS. O IBS será de competência dos Estados e municípios; e a CBS e o Imposto Seletivo, de competência da União. 

Segundo os cálculos da CNI junto com a LCA Consultores, se fosse adotada alíquota uniforme para todos os bens e serviços, sem exceções ou regimes especiais, a alíquota padrão seria de 21,7%. Entretanto, por causa do número elevado de exceções ao regramento geral do IBS/CBS, a alíquota subiu para 27,5%.

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Créditos de carbono na B3

A B3 fechou um acordo com a ACX Group para criar uma plataforma para negociação de créditos de carbono, títulos emitidos para neutralização de gases de efeito estufa. 

A plataforma vai servir como ambiente para que os emissores de créditos de carbono possam negociar com empresas que queiram diminuir sua pegada ambiental e se alinhar com práticas ESG. O lançamento da plataforma deveria ocorrer no primeiro trimestre de 2024. A B3 vai investir cerca de R$ 10 milhões no projeto.

Foto: Thongden Studio/Shutterstock
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Franquias de alimentação em crescimento

Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostrou que as franquias de alimentação são as que mais crescem. Elas acumulam uma alta de 17,5% no faturamento no terceiro trimestre de 2023. O setor de franquias como um todo cresceu 11,4% no período, com um faturamento que chegou a R$ 62,676 bilhões. 

Outros segmentos que registraram um incremento no período foram os de saúde, beleza e bem-estar e de entretenimento e lazer. Segundo a ABF, esse crescimento foi possível graças à soma de fatores como melhores práticas, aprendizados obtidos nos últimos anos, avanço da digitalização, omnicanalidade (abordagem integrada de vendas, marketing e atendimento ao cliente) e adoção de novos formatos.

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BMW aumenta a produção no Brasil

O Grupo BMW vai aumentar em 10% a produção da fábrica de Araquari (SC) a partir de 2024, elevando a fabricação de carros para cerca de 11 mil unidades por ano.

A força de trabalho na maior fábrica de carros premium da América do Sul também crescerá 5%. O CEO do Grupo BMW na América Latina, Reiner Braun, declarou que “a produção segue a demanda. Acreditamos no mercado brasileiro”. 

A BMW tem duas fábricas no Brasil (uma em Araquari e outra em Manaus), além de um Centro de Engenharia que apoia desenvolvimentos globais. A montadora alemã foi líder em vendas de modelos premium por seis anos consecutivos, com mais de 40% de participação de mercado nesse segmento. O BMW Série 3 e o BMW X1 continuam sendo os carros premium mais vendidos no Brasil.

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TIM mais renovável

A TIM inaugurou sua 101ª usina de energia renovável, superando as previsões do começo do ano, que indicavam cem usinas até o final de 2023. Com isso, a operadora de telefonia italiana conta com 54% de seu consumo total oriundo de fontes renováveis. Mas ela chega ao patamar de 100% de energia limpa graças à aquisição no mercado livre e à compra de certificados de energia renovável (I-RECs).

A nova planta, localizada em Brasília, amplia ainda mais o projeto de geração distribuída da operadora. Ela promove o abastecimento da rede com a utilização de usinas de fontes renováveis arrendadas de parceiros. 

Atualmente, a TIM mantém usinas em 22 Estados e no Distrito Federal, com geração de 31,7 GWh mensais, o suficiente para abastecer 17,5 mil antenas. Cerca de 80% da energia renovável produzida é solar, mas a empresa também conta com usinas hídricas e de biogás.

A operadora informou que vai continuar investindo para se tornar a operadora com maior índice de autogeração de energia renovável.

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Fabricio Bloisi, CEO do iFood: ‘Estamos 100% do lado dos entregadores. CLT é um retrocesso’

Com mais de 50 milhões de clientes, mais de R$ 97 bilhões movimentados por ano e tecnologia de ponta, o iFood se tornou uma potência mundial no setor de entrega de alimentos. 

Mais de 250 mil entregadores trabalham por meio do aplicativo. E desde o começo do ano o governo Lula está querendo impor a CLT para essa categoria profissional. Mesmo com os próprios entregadores sendo contra. Eles sabem muito bem que ganhariam menos, trabalhariam mais, pagariam uma avalanche de impostos e teriam menos liberdade. 

Para o CEO do iFood, Fabricio Bloisi, querer impor a CLT para a categoria profissional “é um retrocesso”. E assegurou que a empresa está “100% alinhada com os entregadores”. 

Fabrício Bloisi, CEO do iFood | Foto: Divulgação

Confira os melhores trechos da entrevista.

Estamos vivendo uma fase de juros muito altos e redução de capital para empresas de tecnologia. Quais são as previsões do iFood para o próximo ano?

O mundo inteiro vive um momento de contração neste momento. É importante reforçar isso para tentar retirar esse estigma de que o Brasil e o iFood são os únicos que estão indo mal. O mundo inteiro está vivendo um momento de juros altos, contração de investimentos, menos capital de risco, e as empresas de tecnologia estão investindo menos, pois devem se mostrar mais eficientes. Faz parte. Vivemos ciclos de expansão e contração há séculos. Então, eu diria: menos desespero achando que este é um momento que vai destruir empresas ou o mercado. É mais uma percepção de que o mercado deverá ser mais eficiente.

Qual é a ambição do iFood?

É revolucionar o processo de se alimentar. Queremos que a entrega de comida se torne cada vez mais normal na vida das pessoas. Assim como a gente estuda fora de casa, compra roupas feitas fora de casa, compra carros feitos fora de casa, cada vez mais será normal comprar comida feita fora de casa pelo preço certo. Temos cerca de 20 anos de expansão até podermos chegar à automação ou à desintermediação de produção e entrega de comida. Estou muito otimista com o futuro.

O Brasil é competitivo internacionalmente no setor de entrega de alimentos?

Temos um dos setores de entrega de alimentos mais eficientes do mundo. Claro, existem outras empresas excepcionais na China, nos Estados Unidos, mas somos muito mais competitivos, por exemplo, do que empresas da Europa. A grande mensagem para o empresário no geral é que larguem o complexo de vira-lata e pensem no Brasil como um dos grandes polos produtores de tecnologia. 

Entregador do iFood em São Paulo | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock
O Ministério do Trabalho e Emprego insiste em aplicar a CLT para os entregadores. Mas eles mesmos não querem. O que vocês acham dessa verdadeira obsessão do ministro Marinho?

O iFood é super a favor de ter seguros, previdência social e melhorar a condição de vida dos entregadores. Mas a CLT é algo que os próprios entregadores salientaram consistentemente que não é a solução. Temos grupos de trabalho, escutamos mais de 100 mil entregadores, e todos eles têm dito que o caminho não é a CLT. Eles mesmos sabem que ganham mais, escolhem quando trabalhar, têm mais flexibilidade e liberdade. O iFood sempre reforçou a importância de regular o trabalho por aplicativo. Precisamos pensar no bem-estar de longo prazo dos entregadores. Mas precisamos também lembrar que já investimos muito na educação deles. Mais de 150 mil entregadores fazem curso conosco. Nós acreditamos e apostamos nesses parceiros. E concordamos com tudo, desde que não haja retrocessos. É importante que criemos oportunidades de trabalho com a tecnologia. A CLT foi uma lei criada em 1940. Nosso negócio nasceu em 2019.

Nas grandes cidades há um problema de segurança, com assaltantes que se disfarçam de entregadores, muitas vezes roubando as mochilas do iFood. Como vocês estão enfrentando esse problema?

Esses bandidos que roubam essas mochilas estão prejudicando, antes de tudo, as 250 mil pessoas que trabalham como entregadores. Que ralam todos os dias. Que batalham. Que ajudaram muito o país durante a pandemia. E, quando esses bandidos são presos, fica evidente que não eram entregadores, e sim bandidos disfarçados. Temos uma parceria maravilhosa com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. E agora vamos expandir isso para o Rio de Janeiro. Não temos poder de polícia. Não podemos prender essas pessoas. São bandidos armados. Mas podemos fornecer informações e conhecimentos para a polícia. Temos canais e aplicativos que, pela placa da moto, permitem verificar se de fato é um entregador e quando ele fez a última entrega. Se for falso, a própria polícia para. Quero parabenizar a Polícia Militar de São Paulo, pois houve uma queda gigante desses casos nos últimos anos.

Leia também “Black Friday positiva para as pequenas e médias empresas”

8 comentários
  1. Otavio Lazario de Queiroz
    Otavio Lazario de Queiroz

    Acham que a França é bobinha. Eles protegem suas empresas e empregos.

  2. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    As explanações sobre o atraso da CLT que iFood faz com seus colaboradores precisam ser espalhadas por todas as empresas no país. O colaborador precisa saber o mal disso, o tanto de imposto que paga, e sua falta de liberdade. Tudo para bancar o Estado gastador.

  3. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    Essa mamata entre os PTralhas e os sindicatos tem que acabar. O dinheiro do trabalhador não é capim.

  4. Marcelo DANTON Silva
    Marcelo DANTON Silva

    Poxa!!! Tem aplicativo que conseguem ver se são entregadores mesmo??
    Que tal auferir o estado das motos!!?!
    Isso vc não fazem né!?
    Então é um tal de moto barulhenta e soltando fumaça….tudo da boca pra fora..tudo tranqueiras…infelizmente É a maioria…infrações de trânsito diariamente…”tô trabalhando..não sou bandidagem “. É o que mais escuta quando pegos ….SERÁ MESMO!?,
    Óbvio que NÃO!

    1. Marcelo DANTON Silva
      Marcelo DANTON Silva

      MESMA coisa com esse maldição conceito de AIRBNB…
      Prédios residenciais, cuja a própria prefeitura EMITIU alvará para construção de 386 unidades RESIDENCIAIS e não FLAT…são atualmente explorados COMO MOTÉIS…infernizando a vida dos reais moradores….fazem locação de 1, 2, 4, 5 dias…turistas que entram e saem constantemente do prédio, gastando elevadores energia, forçando os serviços de limpeza e portaria e NUNCA evitando roubos, cadê a tal sensibilidade social e ambiental tão alardeada por essa empresas de tecnologia!!??
      São canalhadas assim como seus associados!
      GENTE perfidiosos..mal caráter. E FALSOS!

  5. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Esses progressistas obedecem a nova ordem mundial, isso é um atraso, mas o Brasil é o pior, estamos feito caranguejo caminhando pra trás, essa CLT, ministério do Trabalho e outros órgãos públicos já deviam ter sido extintos. Paulo Guedes já ensinou para o mundo como a economia cresce

  6. Paulo Rossi
    Paulo Rossi

    Gostaria de saber a opinião de Fabricio sobre os atos antissociais (aos milhares) de seus colaboradores que não respeitam semáforos vermelhos, mãos de direção, trafegam sobre calçadas, chutam retrovisores, etc. numa selvageria total não coibida pelo Poder Público.

    1. Marcelo DANTON Silva
      Marcelo DANTON Silva

      Ele explicou!!!
      Fizeram “ACORDO “ com a secretaria de segurança pública…então estão liberados para fazer qualquer transgressão…..só “entregar” umas comidinhas nas bases e batalhões….GRÁTIS ÓBVIO!!
      SAMPA está entregue aos delinquentes…SUJA, cheia de Nóias e polícia cooptada ou com o saco cheio de “enxugar gelo”
      SAMPA está um lixo!
      Ricardo SALLES é a única solução…e olhe lá …porque a bandidagem do stf golpista não deixa fazer o quê deve os ELEITOS .

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