Todo mundo tem que fazer a sua parte para mudar o mundo. E isso começa com a conjugação do verbo que resume os modernos movimentos da humanidade em direção a um lugar melhor: Eu problematizo, Tu problematizas, Ele problematiza. Nós problematizamos, Vós problematizais, Eles problematizam.
Agora que você já está num patamar mais elevado de consciência, atente para o alerta trazido pelo maior filósofo da atualidade — em entrevista exclusiva ao programa Outra Coisa, do canal Umbrella Mídia. Segundo o professor Mario Sérgio Cautella, o problema da humanidade é o WhatsApp.
Numa elaboração cristalina, de alta sagacidade e ao mesmo tempo absolutamente simples, o filósofo sentencia: o ser humano começou a se perder quando parou de colocar ponto final nas mensagens de WhatsApp. Parece pouco?
O professor Cautella explica: deixar de pontuar frases na troca frenética de mensagens de texto pelos celulares não é só um sintoma da correria do dia a dia. Há algo mais profundo — e mais grave — por trás desse aparente desleixo. Segundo o filósofo, a falta do ponto final nas frases de WhatsApp é o sinal de que o ser humano declarou guerra aos limites. É o secreto desejo de não reconhecer as leis. Um manifesto de anarquia, anomia, ananias e ana lia.
O que demarca a fronteira entre a civilização e a barbárie, a natureza e a cultura, as trevas e a luz é, em última análise, o ponto final — sustenta o eminente filósofo. Nem um novo marco temporal da civilização resolve isso. No momento em que acha que está sendo apenas preguiçoso ao apertar o send sem colocar o ponto, você está reproduzindo um comportamento de massa altamente nocivo, narcisista, niilista e pandeirista — porque, como diria o poeta, o mundo é um pandeiro (e está cansado de apanhar).
Cada mensagem de WhatsApp que circula pelo ciberespaço, pela nuvem, pelo éter, pela acetona e pela água oxigenada sem ponto final imprime no universo uma grave mensagem: “Não aceitamos mais a finitude”.
Outra saída de emergência poderia ser a repressão. Vigiar e punir. Pedindo licença à Constituição (com todo o respeito) e às regras de privacidade, seria quebrado o sigilo de todas as conversas de WhatsApp
É esse o ponto (!) mais dramático do alerta do maior filósofo da atualidade: os delírios de onipotência do ser humano alcançaram seus níveis mais elevados — e mais concretos — nesse terreno que parecia ser um inocente aplicativo de mensagens. Ao decretar, simbolicamente, que não reconhece mais a finitude da sua condição, o homem anuncia que decidiu ser Deus.
Como deter esse fenômeno apocalíptico? Como evitar que a perversão da consciência atire as sociedades humanas no porão dos instintos mais animalescos — enquanto a orquestra da soberba permanece tocando normalmente, sem um pingo de dignidade? Um pingo… Se ao menos os pingos pudessem ser transplantados para o final das frases inacabadas… Poderiam ser provisoriamente transformados em pontos — pelo menos até que as consciências despertassem do torpor niilista.
Outra saída de emergência poderia ser a repressão. Vigiar e punir. Pedindo licença à Constituição (com todo o respeito) e às regras de privacidade, seria quebrado o sigilo de todas as conversas de WhatsApp. Uma brigada checadora informaria ao poder central todo e qualquer delito envolvendo a falta de ponto final nas frases — e os autores da infração seriam exemplarmente punidos com a sentença máxima: escrever cem vezes o texto “eu nunca mais vou terminar uma frase no WhatsApp sem colocar o ponto final”.
Como dito no início desta reportagem, estamos cumprindo nossa função social de alertar contra os descaminhos da humanidade. Faça a sua parte: assista a Outra Coisa no canal de Oeste ou no Umbrella Mídia, no YouTube. Voltamos em 2024.
Leia também “Inflação saudável”
Fiquei feliz com a inclusão do aplicativo, a gazeta já disponibiliza a algum tempo, agora fica mais prático acompanhar feras como Fiuza e outros , Fiuza você é especial,ímpar ,um abraço meu talentoso rapaz.
Eu voltei assinar a Oeste.
Acho que demorei muito para voltar a assistir coisas interessantes. “Outra Coisa”
Fiúza quanto tempo sem te assistir!
Você é um show, não pode ficar fora da mídia!
Parabéns pelo programa!
Um ano novo excelente para a Oeste, seus colunistas, toda a produção…
Forte abraço a todos.
Eloi Todari – São Caetano do Sul.
Gosto de todos os jornalisata da Revista Oeste, mas sem dúvida o Fiuza estava fazendo muita falta.
Excesso de “Cautela” e ponto final…
Um país do faz de conta, mas um faz de conta de verdade. Uma corja de ladrões analfabetos, uma porção de bandidos de primeira linha no parlamento, 38 ali babá, 11 vampiros, um casal de fantoches, fazendo a maior palhaçada com a política brasileira. Bota essas gangrenas toda pra cadeia e toma o que foi roubado da população. É por isso que Fiuza faz do jeito deles na sua coluna. Impossível falar sério
5 mensagens para falar algo simples que poderia ser em 1, ouvir áudio na velocidade 2… complicado!
Kkk???????????????? É Fiúza na veia e no pensador. Com ponto!
Aí,aí,aí,aí,aí. Sem aplausos? Assim não dá!
O programa Outra Coisa foi excelente e espero pelo próximo . Quanto a esse problema de não pôr ponto final nas frases do WhatsApp acho que é mais um cacoete. Eu não ponho muitas vezes por preguiça . E outras coisas há também como vc ao invés de você , msg ao invés de mensagem e tá ao invés de está . Mas se eu tiver que redigir algum texto importante eu sei fazê-lo com perfeição, até porque sou fã de literatura e leio muito . Ah…já ia esquecendo mas o corretor do celular é um problema porque esse sim me faz errar de verdade . Acho que é a conspiração dos corretores …espero que este texto não saia errado involuntariamente . Ah e não esquecerei o ponto final .
Grande Fiuza! Conexão Rui Barbosa religada.
Voltei a lê-lo e agora vou tirar o atraso de muitas semanas. Mas tudo bem, a História é feita de pequenas atitudes 😉 E pretendo usar esse intervalo de fim de ano pra ler o que puder de seus artigos que tenho certeza são deliciosos como este aqui.
Gostei do programa. Diferente. Dinâmico. Engraçado. É sério!
Receba aqui um forte abraço do amigo Paulo.☚ (a figura indica o ponto final)
Muito bom, como sempre, o que vem do Fiúza. Eu já havia notado que ninguém usa mais também o ponto de interrogação. Precisamos adivinhar se é uma pergunta, ou não. Claro que o excesso de mensagens em áudios, já demostra que a nossa língua foi “esquecida”. Eles preferem falar ao escrever. Se pedimos para escrever, sai uma série de erros de português.
Eu ainda não assisti nenhum ”Outra Coisa”, pq eu não fui notificada; não sabia. Só soube qdo a Oeste postou um pequeno trecho nesses dias. Estou com saudades de te ouvir! Amei o texto.
Cautella??
Também assisti.Fiuza,com sua inteligência e sagacidade,nos envolve e nos encanta.
Fiuza, você é absolutamente genial! E outra coisa: saiba que adorei o Outra Coisa. Feliz Natal e saúde a você e aos seus!
Obrigado, Sidney! Feliz Natal!