Ao encerrar o primeiro ano do novo mandato, Luiz Inácio Lula da Silva atingiu um recorde que dificilmente será superado: é o presidente eleito que passou mais tempo longe do Brasil na história. Desde janeiro, o casal Lula e Janja da Silva, acompanhado de imensas comitivas, percorreu 250 mil quilômetros, o equivalente a seis voltas ao redor do planeta. A lista inclui 24 países, num total de 62 dias no exterior.
Em três edições neste ano (“Anão diplomático”, “O fiasco diplomático de Lula” e “Um país que respira”), Oeste mostrou que o tour do casal deixou um rastro de embaraços diplomáticos: do apoio à Rússia contra a Ucrânia aos ataques a Israel na guerra contra o terror, das críticas ao dólar como moeda corrente internacional aos sucessivos acenos à China. O último fiasco foi se meter na eleição da Argentina — e naufragar junto com o peronismo à brasileira, conhecido como “kirchnerismo”.
Lula viajou em um ano praticamente metade do que percorreu em todo o primeiro mandato: 51 países, em 188 dias no exterior. No segundo mandato, foram 67 países, com 279 dias fora.
Ninguém é capaz de apontar grande benefício ao país obtido por Lula em território estrangeiro até agora
Diante de uma intensa agenda como essa, duas perguntas precisam ser respondidas: quanto isso custou aos pagadores de impostos? Quais benefícios essa milhagem internacional trouxe para o país?
Sobre o primeiro questionamento, não há informação precisa. O motivo é que parte dos dados é mantida em sigilo pelo Palácio do Planalto — ou acaba diluída no orçamento de diferentes órgãos, como Itamaraty, Força Aérea Brasileira (FAB) e departamentos de segurança. Na metade do ano, o site Poder360 informou, com base na Lei de Acesso à Informação, que o valor do semestre atingiu R$ 25 milhões, sem o traslado aéreo, que é secreto. Na semana passada, o jornalista Cláudio Humberto informou em sua coluna que a cifra chegou a R$ 96 milhões, sem a inclusão de gastos assumidos por embaixadas.
Quanto à segunda pergunta, ninguém é capaz de apontar grande benefício ao país obtido por Lula em território estrangeiro até agora. Nem a velha imprensa tradicional que o apoia conseguiu.
Bravatas e vexames
A série de barbeiragens diplomáticas teve início logo em janeiro. Na Argentina para participar da reunião da cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, Lula se reuniu reservadamente com o ditador Miguel Díaz-Canel, de Cuba. Só não conversou a sós com outro ditador comunista porque o venezuelano Nicolás Maduro cancelou o encontro momentos antes do horário previamente combinado.
Em abril, o petista levou a maior comitiva da história para a China. Lula desembarcou no país asiático acompanhado do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, de dezenas de políticos, 240 empresários e sindicalistas. A conta de Xangai e Pequim ficou em R$ 6,6 milhões.
Depois da China, Lula passou pelos Emirados Árabes Unidos. No Oriente Médio, o petista responsabilizou a Ucrânia pela guerra com a Rússia. Segundo o brasileiro, “a decisão da guerra foi tomada pelos dois países”. Lula não levou em consideração o fato de a disputa no Leste Europeu ter sido iniciada com ataques de tropas russas contra o território ucraniano.
Poucos dias depois de voltar da Ásia, Lula fez outra viagem internacional. Ainda em abril, passou por Portugal e Espanha. Novamente, a equipe que o acompanhou foi numerosa. O roteiro pela Península Ibérica contou com a presença de oito ministros e 50 assessores. Grandiosidade que despertou críticas por parte da imprensa estrangeira. Uma apresentadora do canal português TV SIC se assustou com o tamanho do grupo brasileiro. A emissora ainda informou que foram usados 22 carros e dois aviões.
Em Portugal, os gastos não pararam por aí. A comitiva ficou hospedada no Hotel Tivoli, na capital Lisboa. No local, as diárias podem custar o equivalente a R$ 22 mil. Ainda em solo português, o brasileiro, que teve tempo de paparicar o compositor Chico Buarque, desistiu de participar de uma sessão no Parlamento depois de se tornar alvo de protesto, que contou com a exibição de faixa com o aviso de que “lugar de ladrão é na cadeia”.
A passagem por Portugal contou, ainda, com um momento inusitado e difícil de acreditar. Ao lado do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, o brasileiro não entendeu — ou fingiu não entender — uma pergunta feita em… português. O questionamento era justamente sobre sua postura em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Dias antes, sem repudiar Moscou, Lula havia dito que a União Europeia contribuía para a continuação do conflito.
De Portugal, a caravana seguiu para a Espanha. O presidente brasileiro voltou a evitar críticas a Moscou. “Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia”, disse Lula, sobre a região anexada unilateralmente pela Rússia em 2014, mas que a comunidade internacional ainda considera como parte da Ucrânia. Em vez de repudiar firmemente os invasores, o presidente preferiu dizer que “não adianta ficar dizendo quem está certo ou errado”.
350 anos de escravidão
A passagem pela Espanha serviu para Lula gastar ainda mais o dinheiro dos pagadores de impostos. Foram R$ 500 mil somente com aluguel de carros. Em vez de ajudar a gerar novos negócios, o petista afastou novos investidores. De acordo com ele, é “impossível” investir no país.
O Brasil foi convidado a participar da reunião da cúpula do G7, bloco composto dos sete países mais industrializados do planeta. No encontro realizado em maio, no Japão, o presidente brasileiro culpou a “agenda” por não conseguir se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
No mês seguinte ao encontro do G7, voltou à Europa. Os apoiadores do petista na velha mídia argumentaram que a viagem — com paradas na França, Itália e Vaticano — teria um motivo nobre para a economia: avançar no acordo do Mercosul com a União Europeia (UE). Alguém fracassou na missão: até hoje, o acerto entre os blocos sul-americano e europeu não saiu do papel, mesmo depois de o brasileiro ir ao Velho Continente mais uma vez, em julho, desta vez na Bélgica — onde funciona o Parlamento da União Europeia.
As viagens de Lula ainda tiveram escalas na África. Da Bélgica, ele foi a Cabo Verde. Viagem para gerar novos negócios ao país? Nada disso. Em solo africano, Lula agradeceu por “tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão”.
Em setembro, ele passou por três países diferentes no intervalo de uma semana. Primeiramente, esteve na Índia. Na sequência, chegou a “visitar” Brasília, mas rumou para Cuba quatro dias depois. Na ilha caribenha, o brasileiro ignorou as ações propagadas há décadas pela ditadura comunista para criticar o “imperialismo” pela situação precária à qual os cubanos são submetidos. Para ele, Cuba é vítima de “embargo ilegal” promovido pelos Estados Unidos.
A defesa à ditadura comunista de Cuba foi feita na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Nova York, nos Estados Unidos, em 19 de setembro. Em seu discurso, Lula criticou o “neoliberalismo” e a ascensão de “aventureiros de extrema direita” ao poder em países espalhados pelo mundo.
O roteiro internacional do ano acabou com viagem ao Oriente Médio e à Alemanha, de 27 de novembro a 5 de dezembro. Antes, passou pela Arábia Saudita, onde esteve com o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud, acusado de ter mandado matar o jornalista Jamal Ahmad Khashoggi, na Turquia, em 2018.
Depois de passar por Catar e Emirados Árabes Unidos, na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o brasileiro foi para a Alemanha. Em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro Olaf Scholz, Lula passou vergonha. Teve de acompanhar o alemão fazendo o que qualquer político sensato deveria fazer naquele momento: defender Israel, país que foi atacado por terroristas do Hamas, em 7 de outubro.
“Israel está se defendendo contra o terror”, disse Scholz. Diferentemente do chanceler da Alemanha, Lula optou por atacar os israelenses nos últimos meses.
Veja, abaixo, a sequência de viagens internacionais realizadas por Lula em 2023.
Luxo, presente e dancinha
Sem ser responsável por acordos que de fato ajudem o Brasil, o tour internacional de Lula custou caro aos pagadores de impostos. De acordo com a revista Veja, os gastos foram de cerca de R$ 1 bilhão. Na conta, itens como aluguel de carros e hospedagens em hotéis de luxo. Conforme registrou Oeste, para participar da cerimônia de coroação do rei Charles 3º, em Londres, a comitiva sob comando do presidente da República gastou R$ 1,3 milhão com diárias de 57 quartos do JW Marriott Grosvenor House London.
Custos esses que poderiam ser facilmente evitados, afirma a deputada federal Rosana Valle (PL-SP). Ela é autora do projeto de lei que propõe obrigar o presidente a se acomodar em embaixadas do Brasil espalhadas pelo mundo. Pela proposta, gastos com hotéis só seriam permitidos em localidades sem representação — e estrutura — diplomática.
“É uma medida simples, com o objetivo de reduzir gastos do governo federal e garantir maior transparência na utilização de recursos públicos”, diz Rosana, que por 25 anos trabalhou na afiliada da Rede Globo em Santos (SP), o que a fez ter a oportunidade de viajar inúmeras vezes ao exterior. “Visitei, como jornalista, diversas embaixadas brasileiras no exterior. São, em sua maioria, locais bem estruturados, bem localizados e dotados da segurança necessária para receber o presidente do Brasil. O que não podemos é achar normal, para quem segue a trabalho, a ostentação de reservar um andar inteiro do hotel mais luxuoso e mais caro de Londres, na Inglaterra, para abrigar a comitiva brasileira.”
Presidente da ala feminina do Partido Liberal no Estado de São Paulo, Rosana também critica a postura da primeira-dama, Janja da Silva, neste primeiro ano de governo Lula. Em Portugal, Janja foi às compras para presentear o marido com uma gravata de R$ 1 mil. Ao desembarcar na Índia, em meio à tragédia climática que havia matado mais de 40 pessoas no Rio Grande do Sul, a mulher de Lula surgiu com sorriso no rosto e dançando. O vídeo provocou enorme mal-estar, recebeu críticas do próprio PT gaúcho, e foi apagado.
“Acompanhar o presidente em viagens é uma opção da primeira-dama. O problema foi o desgaste e a falta de empatia que a imagem dela sorrindo, comprando e se divertindo causou no país enquanto brasileiros sofriam em inúmeras situações de calamidade”, reclama Rosana. A deputada federal resume, por fim, o saldo das viagens internacionais do presidente da República em 2023: “Lula e Janja passaram o ano viajando e parecendo estar em lua de mel, alheios aos problemas do Brasil e às angústias dos brasileiros”.
Depois da virada do ano na Restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro, o casal faz escala em Brasília em janeiro e deve seguir para a África. O petista anunciou que pretende participar das reuniões da União Africana, na Etiópia. O ano mal começou e Lula e Janja já se preparam para mais uma viagem internacional.
Leia também: “O viajante do Planalto”
Lula e o Consórcio Rede Globo/PT/STF/TSE não estão preocupados com o país e sua população.
Seu único desejo é se perpetuar no poder e continuar com uma vida nababesca à custa do pagador de impostos.
Até quando…?
É um escárnio meu dinheiro ser gasto por descondenado é uma pseudo primeira dama que envergonham meu pais
Em uma palavra se define o Presidente ex-presidiário: B O Ç A L
Parabéns pela ,matéria.
O novededos não se cansa de passar vergonha?
Vergonha nacional já se transformou em global com suas opiniões infelizes com, no máximo, dois neurônios!
sem contar a primeira viagem (essa sem custo direto ao governo, mas com custos a classe média alta como consequencia) que foi a bordo de jato particular e que já rendeu frutos ao dono que está iniciando um novo ‘campeão’ nacional na área da saúde, a exemplo dos joesleys…logo o monopólio da saúde privada existirá…
Esse é o modus operandi dos comunistas, gastar sem dó o dinheiro dos outros.
Nem para cair a porra do avião…
Isso é tão jeca, tão terceiro mundo que dá vergonha alheia.
Esse cara fraudou as eleições junto com esses bandidos comunistas terroristas da justiça. Só por isso já deviam ser todos fuzilados e retomar tudo que foi roubado da nação
Não sei se é hilário ou vergonhoso.