A realidade financeira mostrada a seguir é um retrato perfeito de quem são, realmente, as pessoas que estão mandando em nós neste momento de coronavírus e de angústia. As cifras são de São Paulo – justamente de São Paulo, onde ocorreram cerca de 3.506 casos, dos quase 8.000 registrados no Brasil até o dia 2º. de abril, e 188 das 299 mortes atribuídas à epidemia. Mais: São Paulo é o palco do maior espetáculo de fogos de artifício montado em torno do problema, sob a direção do governador João Dória e com o apoio encantado da classe política, dos crentes no “isolamento horizontal” em modo extremo e da mídia em geral. A realidade citada na primeira linha acaba com as mínimas possibilidades de se levar a sério, por um minuto que seja, a sinceridade dos governantes paulistas em sua discurseira sobre o vírus. Vamos a ela. O Orçamento da Assembleia Legislativa de São Paulo, em 2019 foi de 1 bilhão e 300 milhões de reais, nem um centavo a menos. Precisa dizer mais alguma coisa?
É o que a linguagem popular chama de “prova provada”. Nada do que os políticos dizem é verdade. Tudo o que eles têm é roubado. Não é roubo à mão armada, é claro, porque eles não precisam correr os riscos que correm os assaltantes comuns — roubam do contribuinte em geral, por atacado, e roubam escrevendo leis. No caso, esse assalto faz da Assembleia de São Paulo a mais cara de todo o Brasil, segundo reportagem que O Estado de S.Paulo publicou, com esses números, em março do ano passado. Tanto o governador como os deputados podem dizer que o orçamento de 2019 não foi feito por eles, mas pela turma que veio antes. Tudo bem. Mas agora, fala a sério: alguém acredita que eles estejam contra? E o que estão fazendo para reduzir essa monstruosidade pela metade, por exemplo, para o ano que vem?
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Todos eles pregam, de joelhos, que a população faça “sacrifícios” para enfrentar a epidemia. Mas, eles mesmos, que sacrifícios farão, de verdade?
Vão tirar dinheiro dos próprios bolsos e das próprias verbas para ajudar no alívio das calamidades que a covid-19 está trazendo todos os dias para os brasileiros?
Não vão fazer sacrifício nenhum. O governador, pelo menos, abriu mão de receber os R$18 mil por mês do salário a que tem direito por exercer o cargo. Os outros não soltam nem um miserável tostão. Só os deputados estaduais de São Paulo têm essa conduta? Imagine. O Brasil seria um país de bem com a vida se fosse assim. Nenhum político dá nada. O pior de tudo é o Congresso Nacional. Ali, deputados e senadores preferem morrer a ceder para o combate à epidemia um único centavo dos bilhões que roubaram para formar os fundos “Eleitoral” e “Partidário”.
O comportamento dessa gente toda, na vida prática, é uma das demonstrações mais exemplares de como o Brasil está dividido: a classe que manda e todos os demais cidadãos, que carregam nas costas, há décadas, o peso de sustentar os seus senhores. São eles, e ninguém mais, os verdadeiros inimigos do país. Nem num momento como o de hoje, uma emergência nacional clara e que está devastando justamente a vida dos mais pobres, eles são capazes de abrir mão do mínimo benefício material que possuem. São os primeiros, é claro, a exigir que “o governo federal” solte sabe lá Deus quantos bilhões para “ajudar os menos favorecidos”, ou quem mais que lhes interesse agradar — como se “o governo” tivesse um real de dinheiro próprio para dar a alguém. Tudo, absolutamente tudo, sairá do bolso do contribuinte.
São eles, todos esses grandes marechais-de-campo do combate à covid-19, que se recusam ao mínimo gesto de solidariedade, os que mais atiçam o assalto à propriedade privada e ao estado de direito.
Suspenda-se o pagamento de aluguéis. Não se paguem dívidas. Não se cumpram mais os contratos.
Proíbem-se as empresas de demitir, mesmo que elas não consigam faturar nada por causa da paralisação da economia imposta pelas autoridades. Confisquem mercadorias dentro das fábricas. Fechem tudo o que pode ser fechado. Prendam, com algemas, cidadãos que saem de casa — mesmo que seja para ganhar a sua vida.
Tudo isso só se tornou possível porque a justiça brasileira, em grande parte, parou de funcionar. Ou se recusa a agir, ou então passou, abertamente, para o lado do arbítrio, da ilegalidade e da desordem. Onde estão os nossos 18 mil juízes, mais os desembargadores, ministros de tribunais superiores, membros do Ministério Público? Todos têm o dever de assegurar o cumprimento da lei, pois sem isso não há estado de direito em país nenhum. Mas entraram, eles próprios, em quarentena. Não adianta procurar quase nenhum magistrado no Brasil de hoje para defender as suas liberdades e os seus direitos constitucionais — você vai procurar, mas eles não estarão lá. Esses mesmos, que até outro dia entravam em colapso nervoso para proteger “a democracia” dos “abusos da autoridade”, sumiram. Aceitam, ou incentivam, qualquer ato totalitário se for para “combater a epidemia” e promover o “bem comum”. Um fiscal de prefeitura de Arroio dos Ratos manda mais do que eles. Uma sociedade passa a viver fora da lei quando a lei é a vontade dos que mandam.
É para isso que o Brasil está caminhando. Viver sem lei é viver sem leis, ensinava o jurista americano Thurgood Marshall. Viver em anarquia é viver em anarquia. Nenhuma causa pode servir de desculpa para uma coisa ou para a outra, dizia ele.
Governos, como se sabe, têm grande experiência em tiranizar as pessoas a pretexto de resolver seus problemas.
O desastre fica tanto pior quando mais regras eles inventam, e quanto mais gente aparece para mandar em você — no caso do coronavírus brasileiro, são 27 governadores, 5.550 prefeitos, cerca de 60 mil vereadores, um número incalculável de fiscais. Essa multidão é a pior ameaça à legalidade que o Brasil enfrenta hoje. É bom prestar atenção nisso. A vida sem lei é um hábito que se pega rápido, tanto quanto um vírus. Ele tende a se auto perpetuar. E costuma se expandir por conta própria, sem pedir autorização a ninguém.
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Guzzo, concordo com quase tudo, exceto quanto aos juízes. Estamos trabalhando normalmente em sistema de teletrabalho, das 9h00 às 19h00, e o acesso aos juízes é plenamente possível, conforme sistema implementado pelos tribunais. As ações podem ser normalmente ajuizadas e as medidas urgentes estão sendo regularmente processadas como tal. A produtividade inclusive aumentou nesses primeiros dias de quarentena.
Abraço e parabéns pela revista e por seu trabalho em geral, do qual sou grande admirador.
Parabéns Guzzo. Fico muito feliz em colabora para que a Oeste seja uma voz dissonante e sensata para um país que carece de lógica e vive a beira do caos.
Deus ilumine vocês nessa caminhada
Obrigado revista Oeste
O impressionante foi texto do Guzzo é que foi escrito antes do que vimos ontem, o Doriana usando operadoras de celular pra infringir a constituição e vigiar seus governados. Cadê o lado da lei pra levantar uma voz contra??? Espero que os perpetradores sejam punidos quando tudo isso acabar. Ou pelo menos que as urnas saibam puni-los
será que algum dia a população irá reagir da forma devida?
Hoje assinei a Revista Oeste e JR Guzzo foi o primeiro dos excelentes colunistas que escolhi para ler. Excelente artigo. ? % identificada com análise nele retratada.
Que texto maravilhoso!! Retrata exatamente o sentimento coletivo da maioria no momento.
Temos tantos vermes e parasitas entranhados no funcionalismo público e na poíltica, que o Coronga vírus, não faz nem cócegas perto desses primeiros. Porém, o pior verme é o instalado no Judiciário, pois solapa a liberdade das pessoas e paralisa todas as iniciativas com a INJUSTIÇA praticada em larga escala cotidianamente.
Está escrito na Bíblia que “Ninguém deve deixar o outro ter poder sobre ele”. Aí eu pergunto: Como conseguir isso num país em que a cada dia o “errado vira certo e o certo vira errado”? Para atender ao preceito bíblico minha conclusão é a seguinte: para conseguir isso, temos que estar o tempo todo certos. (Mas certos pra quem?)
Que bom é poder ter jornalistas que honram a profissão. J.R. Guzzo e Augusto Nunes são dois pilares de sustentação em meio a tantos medíocres que pululam pela imprensa brasileira. É um alívio e ao mesmo tempo um alento ter uma revista como a Oeste para nos informar sobre o que é verdade. Quem nasceu pra Sakamoto, Diogo Schelp, Reinaldo Azevedo, Josias de Souza e tantos outros, jamais chegará ao alto nível dos que integram esta revista.
Boa noite prezados J. R. Guzzo Augusto Nunes. Acabei de assinar a revista só para novamente ter o prazer de ler seus escritos. Espero que a revista se mantenha na posição atual com um time de Jornalistas dignos de serem chamados assim, por muitos e muitos anos. Com o passar do tempo irei conhecendo os outros participantes do time e com certeza passarei a admira-los também. Um abraço em todos.
O Sr Guzzo, está repleto de razão.
O ano se passando. Logo logo os IPTUs, aumentos virão, taxas,etc… Com a justificativa de que é para nos tirar da crise do vírus.
* vírus este que veio pra mostrar quem realmente são nossos politico$.*
Eu sei como resolver essa questão com esse bando de ladrões. Mas não posso falar aqui, para não ser preso!
Infelizmente, está longe o dia em que o povo vai entender isto. Gostam de panelaço, memes, piadinhas, mas pensar que é bom, nada! A maioria engole feito patinhos tudo que lhes enfiam goela abaixo. E assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade…
Lendo o excelente artigo, fico imaginando como nosso Presidente, pode governar com um emaranhado de leis e poderes que se multiplicam
de modo os mais diversos em cada Estado.
E o pior,como cobrar que faça mudanças para melhorar a Saúde,a Economia,Infra estrutura,Segurança,Educação com tantas amarras e num Estado tão grande e complicado,complexo e imprevisível.Em outras palavras quanto tempo deve um cidadão esperar para Bolsonaro mudar, enxugar a Economia,ou tornar o Estado mais ágil e menos complexo?
Essa ameaça de prisão ou extermínio dos velhos é também extermínio da sabedoria na sociedade para que só fiquem vivos jovens apavorados covardes acomodados com brinquedos eletrônicos sem acesso a história real. Mas não vão conseguir Vivam Guzzo Augusto Nunes Alexandre Garcia
Parabéns, principalmente pela coragem de falar o que está entalado na garganta da grande maioria dos brasileiros! Se vocês me permitem: A revista OESTE me representa!
Boa tarde Sr Guzzo tem toda razão .
Teremos que fazer reformas importantes para o novo Brasil emergir .
Nova constituição simples clara e concisa onde direitos e deveres individuais e coletivos estejam protegidos.
Novo pacto federativo onde municípios abaixo de 15 mil habitantes, tenham cargos do legislativo não remunerados e de secretários e prefeitos tb.
Acima disto remunerações mínimas sem penduricalho de tipo algum .Muito menos mordomias como carro , diárias etc.
Vale o mesmo para MP e Judiciário.
Nova lei da magistratura simples e eficaz , diminuição dos palácios judiciais e número de instâncias para no máximo 3.
STF tribunal constitucional e o fim do CNJ CNMP e outros tantos.
Diminuição total do estado .
Fim da estabilidade de emprego e fórum privilegiado .
Nova lei eleitoral onde ficha limpa e e idade mínima para determinados casos bem com escolaridade são imprescindíveis.
E por aí vai talvez tenhamos um país mais justo e igual pára todos e não para 20 milhões.
Ótimo resumão a respeito dos que governam. Temos que lembrar que foram eleitos( sabe lá como). E ainda tem os atuais membros do STF que dão aquela mãozinha, suja de lagosta comida no almoço acompanhada de vinhos premiados.
Abraço e parabéns pela revista.
Sr. Guzzo, como sempre perfeito, assinei a oeste, para poder lê-lo, como também ao Augusto Nunes. Abraço
Aprecio teus comentários. Acho-os inteligentes.
Parabéns pelo artigo, demonstra o tamanho
Excelente reflexão. Vide o que está acontecendo em Goiás, quando um Governador tira a liberdade de um cidadão a livre expressão da liberdade. Como diz Guilherme Fiuza, vamos prestar atenção. Afinal de contas o Brasil não é uma República Federativa? Os governadores não estão extrapolando?
Excelente comentário
Propostas que não podem morrer.
Parabéns
Sonhe, meu prezado! Você acredita que isso seria possível no Brasil? Pensando bem, acho que nem em sonho!
Sr. Guzzo. Como é agradável ler os artigos de todos os colaboradores desta revista .
São verdadeiros jornalistas em que toda classe deveria se espelhar
Faço minha tuas palavras!
São artigos com muito embasamento nos passando muita credibilidade.
Tchê, tu tá certo com dois e dois são quatro. Aqui no garrão da Pátria, o chefe disse que em primeiro lugar vem a vida e a economia vem depois. nas redes estão desafiando ele a dizer para os informais em não receber os 600,00 encontrados no cofre do governo federal pelo Guedes. Existe uma irracionalidade no ar que irá prejudicar a todos. E uma coisa que tu entende: estão azucrinando que está trabalhando, e isto é muito ruim. Imagina as pessoas que trabalham no front e continuamente recebem críticas. Eles poderão perder a paciência e o estímulo cede a angústia a baixa produtividade e, claro, a coragem para enfrentar um inimigo poderoso.