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Presidente Lula e Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda | Foto: Agência Brasil
Edição 201

Mantega na Vale, em nome de Lula

Caso seja nomeado, o petista receberá um salário de R$ 55 milhões por ano. Fora o bônus

Carlo Cauti
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O governo federal começou oficialmente a articulação para colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da Vale. E está usando armas pesadas para isso. 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegou a ligar para acionistas de referência da empresa para pressioná-los a nomear o petista para a presidência da mineradora. Silveira disse falar em nome do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Os acionistas com mais de 5% do capital da Vale são: Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Cosan (do empresário Rubens Ometto), a japonesa Mitsui e o Bradesco. 

Boquinha de 55 milhões para o companheiro

No dia 31 de janeiro, o Conselho de Administração da Vale terá que decidir se renova ou não o mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo. 

O governo vem aumentando a pressão nos últimos dias para garantir Mantega na mineradora. O resultado ainda é incerto. Gestoras internacionais, como Capital e BlackRock, terão também que ser convencidas.

Caso seja nomeado, Mantega receberá um salário de R$ 55 milhões por ano. Fora o bônus.

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, ao lado do presidente Lula | Foto: Domingos Tadeu/PR
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A bulimia da nova Petrobras

A Petrobras quer todas as refinarias de volta. Mesmo que isso signifique reverter a privatização do polo de Mataripe (BA), o que não será fácil. Quer de volta também a distribuição, mesmo que isso implique reverter a privatização da antiga BR Distribuidora — o que vai ser mais difícil ainda.

Exercendo seu direito de preferência no bloco Jaspe, a estatal quer até mesmo o petróleo da Bacia de Campos, que deveria ser licitado no pré-sal. Segundo a Petrobras, a manifestação está em linha com a estratégia de exploração e produção prevista no seu plano estratégico 2024-2028.

A luta pelo Conselho da petroleira

A saída de Efrain da Cruz do Conselho de Administração da Petrobras desencadeou uma luta pela ocupação da cadeira vazia. O governo havia indicado o advogado Renato Galuppo, mas sua nomeação foi rejeitada em março de 2023. 

Na época, o Conselho de Administração da estatal reprovou o advogado por sua vinculação com o partido político Cidadania. Em dezembro, porém, a Petrobras conseguiu a revogação da liminar que impedia alterações no Estatuto Social da empresa, o que flexibilizou a norma interna para a indicação de políticos.

Foto: Shutterstock
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Advinha quem gostou da nova política industrial?

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou o novo pacote de R$ 300 bilhões em subsídios para o setor industrial, chamado Nova Indústria Brasil (NIB), lançado pelo governo federal na última segunda-feira, 22.

O vice-presidente da CNI, Léo de Castro, esteve no Palácio do Planalto no momento do lançamento da NIB e a definiu como “uma política pública moderna”. O diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, avaliou a nova política industrial como muito positiva.

A indústria brasileira hoje produz 17% menos do que há uma década, quando foi lançado o primeiro grande pacote de política industrial, ainda no governo Dilma Rousseff, o Plano Brasil Maior. Na época, o programa contava com mais de R$ 500 bilhões em subsídios por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Segundo dados da FGV, desde 1995 a indústria de transformação brasileira perde 0,7% ao ano em produtividade.

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Investment grade não voltará tão cedo

A agência de classificação de risco Fitch Ratings descartou a volta do grau de investimento para o Brasil no curto prazo.

Antes que isso ocorra, segundo a agência, o governo precisa cumprir suas próprias projeções, suas próprias metas, além de conseguir um crescimento real do PIB de 2,5%.

A Fitch Ratings elevou a recomendação da dívida soberana do Brasil em julho de 2023, que passou de “BB-” para “BB”. A avaliação foi mantida após a aprovação da reforma tributária, no final do ano passado.

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Agora voa, Brasil?

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou que o programa Voa Brasil começará no dia 5 de fevereiro. 

O lançamento oficial deveria ser realizado pelo próprio presidente Lula e passar a vigorar no mesmo dia. Entretanto, ainda faltam vários pontos críticos para viabilizar o programa: o preço do querosene de aviação, a alta judicialização do setor no país e a concessão de crédito para as companhias aéreas, por intermédio do BNDES.

Neste último ponto, parece que o governo conseguiu encontrar uma solução. O ministro Costa Filho anunciou um fundo de R$ 6 bilhões para as companhias aéreas. Entretanto, é provável que esses recursos não cheguem a tempo — pelo menos para salvar uma das três grandes aéreas brasileiras, a Gol. A empresa poderia pedir recuperação judicial a qualquer momento. 

Nesta semana, informações sobre problemas de crédito da Gol, especialmente com fornecedores de combustíveis, foram desmentidas duramente pela companhia.

Foto: Shutterstock
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Brasileiros querem gastar mais viajando

Uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG) mostrou que o mercado brasileiro de viagens e turismo poderá ter um 2024 movimentado.

Segundo o levantamento Consumer Sentiment 2023, 64% dos brasileiros que costumam viajar têm a expectativa de aumentar os gastos com viagens de lazer neste ano. A mesma tendência vale para as viagens corporativas: 44% dos consultados indicaram expectativa de aumento do gasto com viagens de trabalho no próximo ano.

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CNA pede ajuda

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu socorro ao governo federal por causa da quebra de safra.

Problemas climáticos deverão reduzir a produção brasileira de soja na safra 2023/24, sobretudo no Centro-Oeste e em áreas do Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

A CNA vai pedir prorrogação dos prazos de reembolso da contratação de crédito para custeio e investimentos para os produtores que sofreram perdas climáticas, nas mesmas condições iniciais.

Além disso, a CNA quer que os preços mínimos do milho e do trigo sejam elevados e que o seguro rural seja modernizado, por meio da regulamentação do fundo de catástrofe criado por Lei Complementar aprovada em 2010.

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Mais gente comprando casa

O crédito imobiliário cresceu 4% em 2023, chegando a R$ 251 bilhões. 

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o ano passado foi o segundo melhor da série histórica, atrás apenas de 2021. 

O resultado positivo foi possível graças aos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cresceram 59%, para R$ 98 bilhões — o melhor patamar da história.

Por outro lado, os financiamentos com recursos da poupança caíram 15%, para R$ 153 bilhões. As causas foram saques nas cadernetas e juros mais elevados. No ano passado, foram financiadas 994 mil unidades habitacionais no Brasil, das quais 500 mil receberam o crédito através da poupança; e o restante, pelo FGTS.

fundo de investimento imobiliário - b3 - FII BB FOF
Foto: Reprodução/InvestNews
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Votorantim vai produzir mais cimentos

A Votorantim Cimentos anunciou que vai investir R$ 5 bilhões em um programa de crescimento e competitividade de suas operações no Brasil. 

A empresa vai ampliar sua capacidade produtiva adicionando mais 3 milhões de toneladas de cimento ao ano, de olho no aumento da demanda das Regiões Sul e Sudeste.

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Hapvida na montanha-russa

As ações da Hapvida estão sofrendo um momento muito complicado. Investigação do Ministério Público de São Paulo acusa a empresa de descumprir sistematicamente decisões judiciais favoráveis aos seus beneficiários. Nos últimos cinco pregões, a empresa registrou uma perda superior a 8%. 

Muitos analistas estão receosos de que as notícias possam afetar a reputação da empresa e levantar preocupações do mercado sobre adições líquidas de novos beneficiários e margens de lucro. Para a maioria desses analistas, a queda da Hapvida pareceu excessiva, e por isso eles reiteraram a recomendação de compra para os ativos.

A “judicialização” da saúde privada é um problema recorrente na indústria, e a Justiça geralmente tende a decidir a favor dos beneficiários, dada a urgência usual dos casos.

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A conta vem aí

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a conta de luz do brasileiro deverá aumentar, em média, 5,6% em 2024. A alta será superior à inflação acumulada no período, de 3,86%. 

A principal razão desse acréscimo é o aumento dos subsídios embutidos na conta de luz por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), rateada entre os consumidores. Segundo a Aneel, a CDE vai subir 6,2% neste ano em relação ao ano passado. 

Mas pesou também o fim da devolução de créditos tributários oriundos da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aneel Conta de energia ficará mais cara
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Leia também “Quando a Petrobras se recusa a cobrar o preço correto, prejudica todo o Brasil”

6 comentários
  1. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Isso é que ser uma psicopatia serial kiler gatunal, vai botar esse Mantega pra roubar a vale, o cara roubou 500 bilhões do BNDES, vai levar até os trilhos do trem que carrega os minérios

  2. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Diversas maneiras de como continuar a saquear o dinheiro público.

  3. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Empresários picaretas de olho na boquinha do BNDES.
    De onde menos se espera é que não sai nada mesmo.
    Repetição dos mesmos erros desde a era Vargas, esperando resultados diferentes.
    Industriais tipo Josué e irmãos Batista irão fazer a festa com recursos surrupiados do pagador de impostos.

  4. Edilson MOREIRA DE SOUSA
    Edilson MOREIRA DE SOUSA

    Acho as previsões desse autor do artigo muito otimistas para um governo de esquerda corrupto e ineficiente.

  5. Herbert Gomes Barca
    Herbert Gomes Barca

    de NIB em NIB o Brasil inibi e afunda

  6. Francisco Segarra Martins Paes
    Francisco Segarra Martins Paes

    Meu Deus !!!

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