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Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Edição 201

Os sem-mãe

Claro que trocar o nome das coisas é a melhor maneira de resolver os problemas da humanidade. Com as novas denominações, muito mais gente pode se sentir ofendida por tratamentos ultrapassados

Guilherme Fiuza
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O Ministério da Saúde mudou o tratamento oficial para quem você conhecia como mãe (por ter gestado e dado à luz um bebê). O certo agora é “pessoa que pariu”. Claro que num país com todos os problemas de saúde resolvidos essa distinção era prioritária.

Mãe é mãe, diria você. Errado. Acabou essa simplicidade. Uma coisa é a pessoa que pariu, outra coisa é a mãe.

É a sua!

Calma, não foi nada pessoal.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Mas vamos ao que interessa: se no seu caso a mãe e a pessoa que pariu calharam de ser a mesma, você pode comemorar tudo num dia só — o segundo domingo de maio. Do contrário, não seja mesquinho e arrume outra data para comemorar também o Dia da Pessoa que Pariu. Afinal de contas, cada bebê que nasce tem que ter sido posto no mundo por alguém — mesmo que para o Ministério da Saúde esse alguém seja a PQP (não ponha maldade onde não tem, seu pervertido).

Claro que trocar o nome das coisas é a melhor maneira de resolver os problemas da humanidade. Com as novas denominações, muito mais gente pode se sentir ofendida por tratamentos ultrapassados. E assim alimentar a onda de ódio que está aí para combater a onda de ódio. Com a vantagem de que, pelas regras atuais, quem botar a mãe no meio pode substituí-la pela PQP (não confundir com FDP).

E não venham nunca mais com perguntas absurdas do tipo se o bebê é menino ou menina. Isso é uma questão não binária a ser decidida pela mãe junto com a criança

Atualmente, se você encontrar uma mulher grávida e disser que ela vai ser mãe, você é um preconceituoso, um troglodita do passado. O certo é dizer que ela vai ser uma pessoa que pariu. Inclusive as maternidades passarão a se chamar lugares para pessoas parirem. Não coloquem a mãe no meio de um mero ato para expelir bebês. Não há nada necessariamente maternal numa maternidade. Deixem de sentimentalismos.

E não venham nunca mais com perguntas absurdas do tipo se o bebê é menino ou menina. Isso é uma questão não binária a ser decidida pela mãe junto com a criança — lembrando que a mãe não é necessariamente a pessoa que pariu. Ou seja: o que acontece naquela coisa antigamente chamada de maternidade é um detalhe menor na vida do novo ser.

Viva a mãe adotiva, a mãe por afeição, a mãe por escolha e todas as formas legítimas de amor maternal que não têm nada a ver com a demagogia dos burocratas — e seus atentados estúpidos contra a mãe natureza. De qualquer forma, é melhor você se atualizar para não se confundir por aí: ministro passa a ser pessoa que assumiu; e cidadão passa a ser pessoa que sumiu.

Ilustração: Shutterstock

Leia também “Os heróis da desistência”

27 comentários
  1. Herbert Gomes Barca
    Herbert Gomes Barca

    sensacional Fiuza !!
    que dó da PQP que pariu o ladrão FDP de nove dedos heinn !!

  2. Felipe Araújo de Oliveira
    Felipe Araújo de Oliveira

    Só eu que tenho vontade de chamar essa mulher de FDP?

  3. Olívia Mattos
    Olívia Mattos

    Adorei o texto. Parabéns Fiuza

  4. Vanessa Días da Silva
    Vanessa Días da Silva

    Bravo!!!

  5. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Nísia Trindade é uma malandra, com a carinha de boa moça. Comandava a Fiocruz em período de compra de vacinas 4x ou sabe-se lá quantos a mais do preço normal. Fala em ciência na frente das câmeras, e em $iên$ia por trás.

  6. Valesca Frois Nassif
    Valesca Frois Nassif

    Estamos vivendo tempos absurdos , impensáveis . Só mesmo muito sarcasmo pra ajudar a digerir tanta insanidade. Parabéns , Fiúza !

  7. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    E eu que pensava que as anomalias ministeriais só existia duas, a inteligência artificial Fátima Gópi e a ET Marina Nanomíssil. Mas também com um filósofo satânico na presidência, esperar o quê dos apóstolos diabinhos. Se Osvaldo Cruz reencarnasse ele ia quebrar todos os microscópicos na cabeça da Nisia

  8. José Antonio Lunardini
    José Antonio Lunardini

    Você continua sendo um jornalista sensacional . Com muita astúcia e sarcásmo o definiu profundamente o que é ser MÃE e mulher que pariu PQP , aquela outra. Parabéns

  9. Francisco de Assis
    Francisco de Assis

    Na cabeça baudia desses esquerdopatas a mulher que pariu no primeiro momento não pode ser tida como a mãe da criança. Isso porque esse bando que vem comandado a saúde no Brasil não está nada preocupado com a saúde de quem sustenta SUS, aí ficam masturbando, coisa para o lacellotti, absurdos como esse para mostrar que estão preocupados em dar um entendimento entre quem vai ser a mãe e quem realmente pariu a criança.

    1. Vanessa Días da Silva
      Vanessa Días da Silva

      Para esses seres malignos, a pessoa que pariu é apenas uma engrenagem, a ” mãe” deve ser o Estado. Estão querendo desapropriar os filhos de suas mães e esse é o caminho.

  10. Clarisse Bernardete Pinto
    Clarisse Bernardete Pinto

    Ótima análise sobre nefasta
    ( e louca medida,pq descolada totalmente da realidade objetiva, biológica e psiquica – do ser mulher e mãe.
    Medida que vem de uma ideologia e mente satânicas, destruidora de valores basilares como família, justiça, propriedade privada, liberdade de expressão de ideias e do sagrado, e tb de culto.
    Haja indignação , repúdio e oração!

  11. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    A regra está clara.
    Menos saúde.
    Mais ideologia.
    E por tabela estupidez de burocratas.

  12. Valquiria Panizza
    Valquiria Panizza

    Até parece que trocando os nomes, como diz o artigo, vai resolver os problemas do mundo. Ministério da Saúde Ideológico onde as pessoas que o compõem necessitam serem internadas urgentemente em um hospício de ideias.

  13. Maria De Fátima A De Oliveira
    Maria De Fátima A De Oliveira

    Sensacional. Vocês são demais . Amo essa Revista.

  14. Vera Lucia Latini Sampaio
    Vera Lucia Latini Sampaio

    Muito bom!!!

  15. Marcia Regina Soares Altahyde
    Marcia Regina Soares Altahyde

    Adorei!!! ????????????

  16. Francisco Pasteur dos Santos Neto
    Francisco Pasteur dos Santos Neto

    Como sempre Fiuza é cirúrgico

  17. Francisco Pasteur dos Santos Neto
    Francisco Pasteur dos Santos Neto

    Come we pre,cirúrgico

  18. Nilza Helena Costa Oliveira
    Nilza Helena Costa Oliveira

    Sensacional.

  19. Alcione Magalhães Ferreira
    Alcione Magalhães Ferreira

    Excelência dispensa comentários,caro Fiuza.Minha mãe,( la do Céu) “perdoai-lhes,porque não sabem o que fazem.”

  20. Carlos Sergio Souza Rose
    Carlos Sergio Souza Rose

    Final magnífico. Parabéns Fiuza. Impecável.

  21. Jose Mauro Da Silva Rodrigues
    Jose Mauro Da Silva Rodrigues

    Excelente!

  22. Paula Francinete Pessoa
    Paula Francinete Pessoa

    Fiuza, vc continua melhor do que nunca. Nada a acrescentar. Parabéns !!

  23. Mauro C F Balbino
    Mauro C F Balbino

    Distopia produz vômito.

  24. ROBERTO MIGUEL
    ROBERTO MIGUEL

    não existirá mais a mãe adotiva e sim a “pessoa que não pariu” esquerdista resolve tudo simples, é só mudar o nome das coisas. não existirá mais pobres no Brasil serão agora “pessoa sem recursos”, não existirão mais criminosos e sim “pessoa que não aceita a Lei” não existirão mais podofilos e sim “pessoa ou padre que tem amor carnal por menores”.

  25. Andrea Vidal
    Andrea Vidal

    Mãe virar “pessoa que pariu” só podia ser no governo do ladrão que assumiu uma cadeira que não era sua, com a mão amiga dos advogados que assumiram sem jamais deixarem de ser seus próprios advogados.

  26. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    Vamos então a um hospital visitar a pessoa que pariu,acho que as Maternidades também terão que mudar de nome para que o ministério da Saúde mantenha a coerência

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