O tapa na cara francês

Em sua passagem por São Paulo, o presidente francês Emmanuel Macron deixou de lado a diplomacia e foi direto ao ponto: o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul é “péssimo”.

Discursando em frente a uma plateia de empresários, reunidos no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Macron declarou que o acordo “não pode ser defendido”.

Um verdadeiro tapa na cara diplomático, pois a expectativa do setor industrial e do governo brasileiro era de que Macron fosse aberto para avançar nas negociações sobre a conclusão do acordo comercial. Não estava.

Haddad com cara de paisagem

Consternado pelas declarações do hóspede, o ministro Haddad tentou amenizar o climão declarando que “não devemos desistir do acordo”. Segundo o ministro, “essa é uma oportunidade que tem de ser explorada ao máximo. Com equilíbrio, buscando fazer um acordo benéfico para os dois lados. Afinal, nós temos os mesmos valores e princípios que norteiam a nossa política e a nossa economia”.

O discurso de Haddad não adiantou. E Macron voltou para a França depois de cumprir sua missão no Brasil: sepultar de vez o tratado. Mission accomplie.

***

CVC está de volta?

Mesmo com o resultado do quarto trimestre de 2023 aquém do esperado, os executivos da CVC estão otimistas.

Durante a teleconferência de resultados, eles anunciaram que a empresa quer abrir outras 290 lojas até o final do ano. Hoje, são 1.054 unidades.

Além disso, a CVC pretende avançar em novos formatos de oferta de pagamentos, aumentando os financiamentos, que hoje são responsáveis apenas por 10% das vendas da empresa.

***

O retorno dos irmãos Batista

Depois de seu envolvimento na Lava Jato, Joesley e Wesley Batista estão de volta ao conselho de administração da JBS.

Os irmãos, filhos do fundador José Batista Sobrinho, terão novamente assentos num conselho agora ampliado, com 11 membros.

Os Batistas estavam fora do dia a dia da companhia desde 2017, após uma delação premiada de Joesley que chegou perto de acabar com o governo do presidente Michel Temer.

A confissão do empresário provocou o famoso “Joesley Day”, quando o Ibovespa registrou sua maior queda desde 2008 e o dólar disparou.

Os irmãos foram acusados de terem orientado a J&F a vender ações e comprar dólares antes da divulgação daquela delação, e por isso chegaram a ficar presos por seis meses.

Uma manipulação do mercado que custou uma multa bilionária e processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por insider trading. Entretanto, os irmãos foram inocentados das acusações.

***

Carros chineses na liderança

A fabricante chinesa de carros elétricos BYD vendeu mais de 526 mil veículos totalmente elétricos entre outubro e dezembro de 2023.

Com isso, superou a americana Tesla pela primeira vez como a maior vendedora de EVs do mundo.

O volume de vendas foi 38% maior e o lucro líquido aumentou 19% no quarto trimestre de 2023, US$ 1,2 bilhão, em relação a igual período do ano anterior.

***

Nova crise lá na China

A incorporadora chinesa Country Garden, que já foi a maior do país, postergou a divulgação do seu balanço de 2023. As negociações das ações da empresa na Bolsa de Hong Kong foram suspensas.

A Country Garden informou que precisa “coletar mais informações para fazer estimativas e julgamentos de contabilidade apropriados”.

O mercado esperava problemas nos resultados corporativos da Country Garden, após meses de dificuldades financeiras. Em outubro de 2023, a empresa não tinha conseguido pagar um título da dívida denominado em dólares. A incorporadora deve quase US$ 200 bilhões.

Com a falência da Evergrande, outro gigante do mercado imobiliário, os analistas estão cada vez mais preocupados com os rumos da crise do setor na China.

***

Congonhas será maior

O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o segundo mais movimentado do Brasil, com mais de 22 milhões de passageiros por ano, vai ser ampliado.

A Aena Brasil, gestora do terminal, anunciou que investirá cerca de R$ 2 bilhões para modernizar e ampliar o aeroporto, cuja capacidade já estava quase no limite, o que prejudicava muito os passageiros.

As obras estão previstas para acabar em 2028 e vão ampliar a área de embarque e desembarque, chegando a 105 mil metros quadrados. Depois das intervenções, o aeroporto estará apto a receber aeronaves comerciais maiores e mais modernas.

***

Latam investe no Brasil

A Latam Brasil vai ampliar em 20% o número de voos em 28 rotas domésticas. O aumento tem como objetivo atender à demanda aquecida no interior do país.

A aérea registrou alta de 8% na operação no território nacional em 2023 na comparação com 2022. E prevê a chegada de mais aviões e um crescimento de 7% a 9% na sua operação doméstica no Brasil em 2024.

***

Oi, credores

A Oi anunciou que a assembleia de seus credores aprovou os principais termos do plano de recuperação judicial, que deverá ser votado em nova reunião marcada para 10 de abril.

A empresa, que tem uma dívida de R$ 43 bilhões, está em seu segundo processo de recuperação judicial consecutivo.

O plano prevê uma redução da dívida da operadora de aproximadamente 75% e US$ 650 milhões em dinheiro novo, oriundos da venda de ativos da companhia, como a base de clientes e a fatia na V.tal.

Ao mesmo tempo, o plano prevê uma diluição de 80% dos acionistas, como resultado do equacionamento das dívidas.

***

500 Oxxo

Apenas três anos depois de iniciar suas operações no Brasil, a rede de supermercados Oxxo acaba de inaugurar sua loja número 500, em São Paulo.

A empresa está presente em 15 cidades do Estado de São Paulo e emprega quase 5 mil pessoas.

Para 2024, o objetivo da rede é seguir expandindo e consolidando sua atuação no Estado, além de explorar outras regiões com potencial para o formato de mercados de proximidade.

Depois de chegar ao Brasil, a Oxxo teve que se “tropicalizar”, adaptando-se aos costumes e preferências dos brasileiros. Passou a oferecer, por exemplo, itens apreciados pelo público local, como pão francês, pão de queijo e coxinha, que não são vendidos em seu país de origem, o México.

Leia também “Recorde de impostos”