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Foto: Shutterstock
Edição 211

Carta ao Leitor — Edição 211

A alta do preço dos alimentos e a volta de José Dirceu à cena do crime estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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A reportagem de capa desta edição pode parecer o começo da reprise de um filme de horror. No segundo mandato de Dilma Rousseff, o Brasil viveu uma das mais aflitivas crises econômicas da história, fruto de uma conhecida conjunção de problemas: inflação alta, queda da produção industrial, crescimento do desemprego e PIB em curva descendente. Passados dez anos, a imensa maioria da população não consegue comprar um carro, alugar um imóvel, viajar com a família ou evitar cortes na lista de compras no supermercado.

O preço dos produtos cresce na mesma velocidade da redução de investimentos estrangeiros. “O mercado financeiro antecipa a economia real em pelo menos um ano”, afirma Carlo Cauti. “No ano passado, os investimentos estrangeiros diretos no Brasil caíram 17% na comparação com 2022. Em fevereiro de 2024, essa queda chegou a 30% em relação ao mesmo mês do ano passado.”

A sensação de um angustiante déjà vu foi ampliada pelo retorno de José Dirceu à cena do crime. Cassado por articular o esquema de compra de apoio de parlamentares que entrou para a história nacional da infâmia com o codinome “Mensalão”, Dirceu ficou 19 anos sem pisar no Congresso. O exílio voluntário foi prorrogado pelo seu envolvimento no “Petrolão” — o maior escândalo decorrente da corrupção institucionalizada do PT, e que lhe rendeu mais uma temporada atrás das grades.

“Nesta semana, o cidadão que paga seus impostos e nunca cometeu crimes teve de assistir a cenas que mostram como o Brasil está de ponta-cabeça”, afirma Silvio Navarro. “O ex-ministro José Dirceu, reincidente do sistema penitenciário, foi recebido com pompa e discursou na tribuna do Senado da República.” O evento se inspirou nos 60 anos do golpe militar e na “defesa da democracia”. Segundo Dirceu, neste momento “a democracia está em risco”. Decididamente, o Brasil do PT parece de cabeça para baixo.

Tanto assim que o Brasil continua ouvindo pitos e levando bronca de líderes e governantes europeus, que insistem em acusar o agronegócio brasileiro de desmatar florestas e poluir o meio ambiente. “O agro do Brasil, apesar de toda a propaganda contra, construiu o caminho tão desejado em todo o mundo: plantar preservando”, desmente a reportagem de Artur Piva.

Enquanto no Brasil a lei determina a preservação de 20% a 80% da propriedade rural, dependendo da região do país, na Europa os agricultores estão indignados com a proposta de reservar 4% da propriedade a pastagem ou a culturas perenes, como laranja, limão, uva e café. Em vez de preservar faixas de 30 a 250 metros das margens dos rios, como acontece aqui, na Europa já é possível plantar dois metros depois de um curso d’água.

O Brasil precisa encontrar urgentemente alguma forma de fazer com que o passado passe. De uma vez por todas.

Boa leitura.

Branca Nunes

Diretora de Redação

Capa da Revista Oeste, edição 211 | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
9 comentários
  1. CLAUDIONOR BATISTA DE AZEVEDO
    CLAUDIONOR BATISTA DE AZEVEDO

    Branca Nunes, muito bom.
    Concordo com tudo, parabéns.

  2. Luci Busnardo
    Luci Busnardo

    Eu concordo com você! Vendo o preço dos alimentos subirem mais que a inflação e ninguém fazendo nada para resolver, e ainda trazendo os antigos bandidos para a cena do crime, se pudesse, iria embora do meu país que tanto amo !

  3. Mario Gama
    Mario Gama

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    1. fernanda samartins fontinele frança
      fernanda samartins fontinele frança

      Sr Mário, Oeste agradece por sua mensagem.

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    2. Luci Busnardo
      Luci Busnardo

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    3. Luci Busnardo
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  4. Marisa Milen
    Marisa Milen

    Neste impasse tão angustiante do nosso governo, uma hora é a ditadura da toga outra hora é a ditadura do Lula, daí não se sabe a quem recorrer. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. Eu estou achando que o bicho vai nos comer tanto pela inflação galopante que se desenha, como pela ditadura do STF colocando-nos na cadeia sem algemas a 17 anos de prisão. É ficar na trincheira e só levantar a cabeça quando todos os mortos e feridos forem retirados.

  5. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Cada país tem que cuidar de sua linha fronteiriça que é seu território soberano, a questão das relações comerciais faz-se em blocos ou bilaterais, nenhum país tem que se intrometer no que deve ser feito com relação à ecologia, não vi o Brasil dar pitaco na ecologia de nenhum outro país

  6. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Picanha engana trouxa.

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