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Prédio que desabou com o terremoto em Hualien, em Taiwan; bombeiros trabalham no local (4/4/2024) | Foto: Reuters/Carlos Garcia Rawlins
Edição 211

Imagem da Semana: o terremoto em Taiwan

Difíceis de prever, fortes abalos sísmicos deixam vítimas e prejuízos materiais por onde passam. Conheça os cinco tremores de terra mais destrutivos já registrados no planeta

Daniela Giorno
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A costa leste de Taiwan, na China, foi atingida por um terremoto de magnitude 7,4 na manhã da última quarta-feira, 3, pouco antes das 8 horas locais (21 horas da terça-feira, pelo horário de Brasília). Até a publicação desta edição, foram contabilizados dez mortos, 1.099 feridos e 52 desaparecidos sob os escombros. As imagens impressionam. Mais de duas dezenas de prédios desabaram, e vários outros ficaram inclinados. As autoridades taiwanesas afirmaram que o terremoto e os sismos secundários foram os mais fortes a atingir a ilha em 25 anos.

Todas as mortes aconteceram no pitoresco condado rural de Hualien, ponto mais próximo do epicentro do sismo. O terremoto de 1999, comumente chamado de “Terremoto 921” — por ter ocorrido em 21 de setembro —, foi um estímulo para o governo revisar seus códigos de construção e fortalecer as leis de gestão de desastres. Desta vez, autoridades e população estavam mais bem preparados. Residentes foram evacuados das áreas afetadas do centro da cidade de Hualien, e a polícia trabalhou rapidamente para limpar edifícios danificados antes que pudessem desabar devido a quaisquer tremores secundários.

Os terremotos são abalos bruscos e repentinos na crosta terrestre manifestados, sobretudo, pela acomodação da litosfera em áreas de encontro entre duas placas tectônicas ou pela manifestação de alguma falha geológica ou atividade vulcânica. Podem durar segundos ou minutos. São difíceis de prever e, por onde passam, deixam um rastro de destruição, vítimas e prejuízos materiais. Chile, Indonésia, Japão e Haiti são alguns dos países localizados em zonas de convergência de placas e que, portanto, estão sujeitos à ocorrência desses eventos geológicos.

A gravidade de um terremoto depende de sua magnitude na Escala Richter, da profundidade do hipocentro (local onde ocorre o encontro das placas) e da quantidade de pessoas que habitam o local atingido. Em 1º de novembro de 1755, às 9h20 da manhã, um terremoto em Lisboa matou pelo menos 100 mil pessoas. Segundo documentos da época, esse tremor registrou algo próximo a 9 graus na Escala Richter.

Gravura em madeira do terremoto de Lisboa, em Portugal (1º/11/1755) | Foto: Granger/Shutterstock

Sismos muito mais potentes e mortais já atingiram o planeta no passado. Conheça os cinco piores já registrados, segundo dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

5º) Península de Kamchatka, Rússia (1952)

Na manhã de 5 de novembro de 1952, a grande Península de Kamchatka, localizada no leste do território russo — próximo ao Estreito de Bering —, foi epicentro de um terremoto que atingiu 9 pontos na Escala Richter. Foi seguido por um tsunami. Apesar dos prejuízos, não houve nenhuma morte, por ser uma região pouco habitada à época.

Forte terremoto na Península de Kamchatka, Rússia (1952) | Foto: Shirshov Institute of Oceanology, Russian Academy of Sciences
4º) Península de Oshika, Japão (2011)

Localizado na área mais sísmica do planeta, o tremor ocorrido no dia 11 de março de 2011 no Japão — na Península de Oshika, situada na região do Tohoku — empatou em magnitude com o da Rússia. Foram mais de 13 mil mortes e milhares de desaparecidos registrados. Cerca de 160 mil pessoas precisaram ser removidas de suas casas. Em seguida, um tsunami invadiu a porção leste do país, e a força do mar danificou uma central nuclear de geração de energia, a Usina Nuclear de Fukushima, o que acarretou em alto risco de vazamento radioativo.

Conhecido como “Grande Terremoto de Sendai”, ou apenas “Terremoto de Tohoku”, é considerado, por muitos, como o maior terremoto da história do Japão. Empurrou em 2,4 metros para leste a Ilha de Honshu, a maior do Japão.

Terremoto em Fukushima, no Japão (2011) | Foto: Shutterstock
3º) Ilha de Sumatra, Indonésia (2004)

Em dezembro de 2004, o forte abalo sísmico de 9,1 graus que atingiu a Ilha de Sumatra, na Indonésia, também foi acompanhado por um tsunami.

Ao todo, foram registradas mais de 225 mil mortes e 1,7 milhão de desabrigados em 13 países: Indonésia, Bangladesh, Índia, Tailândia, Madagascar, Maldivas, Malásia, Mianmar, Ilhas Seicheles, Somália, Quênia, Tanzânia e Sri Lanka. Esse desastre ficou oficialmente conhecido como Sismo e Tsunami do Oceano Índico de 2004.

O terremoto e o tsunami do Oceano Índico destruíram a cidade de Banda Aceh em 26 de dezembro de 2004, na Indonésia | Foto: Frans Delian/Shutterstock
2º) Alasca, Estados Unidos (1964)

Um terremoto de 9,2 graus de intensidade atingiu a região centro-sul do Alasca e também desencadeou um tsunami que atingiu o Golfo do Alasca, a costa oeste dos Estados Unidos e o Havaí. Foi o mais forte já registrado na América do Norte. Deixou 139 mortos em 27 de março de 1964. O número só não foi maior porque a região era pouco povoada.

Na ocasião, sabia-se pouco sobre sismologia, e a ocorrência desse episódio serviu para corroborar, na época, com a tese de que os abalos sísmicos estariam associados ao encontro entre duas placas tectônicas, cuja existência ainda não estava totalmente provada.

Vista aérea da área residencial de Turnagain, em Anchorage, no Alasca, mostra a destruição causada pelo impulso ascendente do terremoto da Sexta-Feira Santa (1964) | Foto: Everett Collection/Shutterstock

1º) Valdívia, Chile (1960)

O Chile, por ser um país quase que totalmente situado sobre a zona de encontro entre as placas tectônicas de Nazca e Sul-Americana, apresenta uma grande frequência de tremores de terra, incluindo o mais destrutivo já registrado. Em 22 de maio de 1960, ocorreu na cidade de Valdívia um terremoto com a classificação de incríveis 9,5 graus de magnitude — o mais intenso já catalogado cientificamente —, que afetou boa parte do país e ficou conhecido como O Grande Terremoto.

Ao todo, mais de 2 mil pessoas morreram e 2 milhões ficaram feridas. O terremoto provocou, ainda, erupções de vulcões e um maremoto que destruiu cidades litorâneas. Também gerou um tsunami que percorreu o Oceano Pacífico e destruiu comunidades costeiras em locais tão distantes como Nova Zelândia, Japão e Filipinas. O prejuízo material foi inestimável.

Terremoto de 9,5 graus de magnitude no Chile, em 1960 | Foto: NGDC Natural Hazards Slides with Captions Header/Domínio Público

Daniela Giorno é diretora de arte de Oeste e, a cada edição, seleciona uma imagem relevante na semana. São fotografias esteticamente interessantes, clássicas ou que simplesmente merecem ser vistas, revistas ou conhecidas.

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1 comentário
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Interessante. Não sabia desse do Alaska.

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