A Petrobras está mantendo os preços dos combustíveis artificialmente abaixo das cotações internacionais do petróleo. Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem estaria em 19% na gasolina e em 12% no diesel.
Uma situação muito parecida com a de agosto de 2023, quando a Petrobras chegou a ter uma defasagem de quase 30% nos dois combustíveis.
No dia 15 de agosto do ano passado, a Petrobras anunciou um tarifaço de 25,8% no diesel e de 16,3% na gasolina. O mercado está esperando que esse cenário volte a ocorrer muito em breve.
Queimando caixa
A diferença em relação ao ano passado é que, antes, a Petrobras não tinha permanecido por muito tempo com essa defasagem. “Agora são mais de 175 dias sem reajuste no preço da gasolina e 107 dias no preço do diesel”, explica a Oeste Sergio Araujo, presidente executivo da Abicom.
A Petrobras já teria queimado mais de R$ 10 bilhões para manter os preços artificialmente baixos no Brasil.
“Já passou da hora de alinhar o mercado interno com o internacional”, explica Sergio Araujo. “Essa situação terá consequências negativas no balanço da Petrobras. Mas sabemos que existem pressões políticas vindo do governo que impedem esse reajuste.”
Vai piorar
Segundo Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, entidade que reúne as refinarias privadas, a situação pode piorar nas próximas semanas.
“As tensões no Oriente Médio, os cortes de produção da Opep+ já anunciados, a perspectiva de retomada do embargo americano ao petróleo da Venezuela, são todos fatores que contribuem para uma elevação do preço dos combustíveis”, diz Pinheiro.
Se a Petrobras decidir realinhar os preços internos aos internacionais, o tarifaço para o motorista será de R$ 0,66 para a gasolina e de R$ 0,46 para o diesel.
“Ninguém sabe quando esse tarifaço vai acontecer”, diz Pinheiro. “Mas vai acontecer. Estranho que já não tenha ocorrido.”
Acionistas em pé de guerra
Os acionistas minoritários estão furiosos com essa situação. Em 2023 eles já amarguraram um resultado 33% menor que no ano anterior. E não estão dispostos a deixar mais dinheiro na mesa.
Existe o risco de acionistas americanos processarem a Petrobras por causa dos prejuízos provocados por essa política. A cada dia que o preço do petróleo sobe e os preços dos combustíveis permanecem iguais, a Petrobras perde mais dinheiro.
Entre as questões que colocaram o cargo de Jean Paul Prates em risco está também a vontade da diretoria de realinhar os preços, em contraste com a vontade do governo de mantê-los represados.
Cofres públicos também choram
Outra forte pressão para o realinhamento dos preços vem do Ministério da Economia, pois esses preços tão baixos já provocaram um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão para os cofres públicos em perda de arrecadação de PIS e Cofins.
Além disso, a política da Petrobras está desfavorecendo o etanol, os investimentos em transição energética e o trabalho dos importadores de combustíveis. Ou seja, todos os setores que estão pagando menos impostos por causa dos menores resultados.
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Greves à vista
Os funcionários públicos estão se preparando para uma nova temporada de greves. O governo Lula prometeu aumento dos salários, mas não está cumprindo.
A ministra Esther Dweck declarou que não há espaço para reajustes em 2024. Em uma reunião com o presidente Lula e com a equipe econômica, a ministra apresentou as reivindicações do funcionalismo. Mas a resposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi definitiva: não tem dinheiro.
A resposta foi rápida: as universidades federais já começaram as greves. E outros setores poderiam aderir rapidamente.
O governo tentou botar panos quentes. A ministra anunciou um ajuste de 9% até 2026, após outros 9% recebidos em 2023. Difícil dizer se os sindicatos se acalmarão.
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Champanhe na Faria Lima…
Os fundos de investimentos brasileiros parecem ter finalmente superado a longa marcha no deserto e voltaram a captar recursos no mercado financeiro.
Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as captações no mercado doméstico de capitais subiram 91% no primeiro trimestre de 2024. Chegaram a R$ 130,9 bilhões, batendo um volume recorde para o período.
As captações de renda fixa alcançaram R$ 114,1 bilhões no trimestre, alta de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A renda variável, todavia, continua em queda: 3% na comparação com o primeiro trimestre de 2023.
…e na 25 de março também
As vendas do varejo brasileiro cresceram 1% em fevereiro, após a forte alta de 2,8% registrada em janeiro.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a alta na comparação com fevereiro do ano passado, sem ajuste sazonal, foi de 8,2%. É o nono avanço seguido.
Os artigos que mais venderam foram farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (alta de 9,9%), artigos de uso pessoal e doméstico (alta de 4,8%), e livros, jornais, revistas e papelaria (alta de 3,2%).
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Empresários angustiados
A indústria brasileira está menos confiante em relação ao futuro. Em abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu 1,3 ponto. Passou de 52,8 para 51,5.
Apesar da queda, o indicador continua acima da linha divisória de 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo. Todavia, mantém-se abaixo da média histórica de 54 pontos.
Segundo a CNI, a queda indica uma reversão em relação ao otimismo registrado até o fim do ano passado.
Para a entidade, os industriais demonstram confiança na própria empresa. Todavia, existe uma preocupação maior com a economia atual e o cenário econômico futuro.
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Resultados minguam
Em fevereiro, o IBGE registrou uma contração de 0,3% na indústria brasileira, na série com ajuste sazonal. Os recuos foram registrados em Mato Grosso (-3,3%), Goiás (-2,4%), Pará (-2,2%), Santa Catarina (-0,6%) e São Paulo (-0,5%).
Já o Rio Grande do Sul (9,4%), Amazonas (7,3%) e Espírito Santo (5,9%) apontaram as expansões mais elevadas do mês.
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Multa na bolsa
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) terá que pagar R$ 5,4 bilhões depois de sofrer uma derrota no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), em uma batalha contra a Receita Federal.
A penalidade remonta à fusão entre as antigas Bovespa e BM&F, ocorrida há mais de 15 anos. A B3 já recebeu cinco autos de infração relacionados a essa operação.
O governo está obtendo uma série de vitórias nos julgamentos do Carf após o retorno do “voto de qualidade”. É a regra que determina o voto de desempate por um representante da União. Foi uma das primeiras mudanças aplicadas pelo governo depois de tomar posse, no começo de 2023.
Leia também “A fritura de Prates na Petrobras”
A especialidade da quadrilha petista é este. Buscar cada vez mais meios para tirar dinheiro da população para bancar seus esquemas na máquina pública. E, com a justificativa de ser ”para o povo”.
Como a revista oeste vem dá informações de estatísticas desse IBGE? Tenha paciência!
Meu caro, ministra de qual cargo? Não conhecemos 80%do minis do descondenado
REVISÃO DA VIDA TODA. Por favor retorne a esse assunto. Na ultima vez que você abordou esse tema, validou o argumento do governo de que a aprovação custaria R$ 480.000.000.000,00 (SIM 480 BILHÕES DE REAIS). È uma total “absurdez”. O ministro Carlos Lupi já confessou que foi um CHUTE.