A incrível pequenez lulista

Que Lula é alguém desprovido de caráter todos nós já sabemos. O sujeito que usa o velório da própria esposa para fazer palanque político deixa isso bem claro. Mas mesmo para seus padrões baixos, que beiram a psicopatia, algum cálculo político deveria tê-lo impedido de usar a calamidade no Rio Grande do Sul para fazer campanha partidária. Nem o pragmatismo serviu de freio, porém, demonstrando que o homem se perdeu de vez.

Até a Folha de S.Paulo, um jornal de esquerda, achou demais da conta e colocou em sua manchete, constrangida: “Lula anuncia medidas a famílias do RS em evento com tom de comício em meio à tragédia”. Constrangidos pareciam os demais presentes também, como o tucano Eduardo Leite. Não era para menos: Lula fez suas piadas de sempre, meteu agenda ideológica no meio do discurso, parecia mais um discurso de tantos que faz para plateia controlada. Só que era para falar da tragédia que assola o Estado, e o presidente, pelo visto, esqueceu desse “detalhe”.

“Eu falei para a Janja no domingo, eu não tinha noção que no Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra.” Lula, então, diz que Janja explicou o fenômeno: “É porque são os mais pobres, porque moram nos lugares mais arriscados de ser vítima dessas coisas”. Ou seja, em vez de enxergar somente um povo que sofre na maior calamidade em décadas, Lula viu divisão por cores, por “raça”. O PT desde sempre investe na segregação do povo, dividido entre classes, entre raças, jogando uns contra os outros.

Lula achou adequado fazer suas piadinhas sem qualquer graça nesse espaço também. Disse que Deus tem um lugar garantido para determinado companheiro, mas que ele não vai encontrá-lo tão cedo, pois vai viver 120 anos: “Eu já falei com o homem lá em cima, eu não estou a fim de ir embora, me deixa aqui, porque ainda preciso disputar umas dez eleições”. A claque achou graça, e entre os risinhos estava o aveludado de Barroso, presidente do STF, aquele que disse aos comunistas da UNE: “Nós derrotamos o bolsonarismo”.

Nada disso é adequado, republicano, decente. Mas isso é o óbvio! O bizarro é alguém ter em algum momento esperado algo muito diferente de uma figura como Lula. Sim, pela idade mais avançada, talvez pela sensação de impunidade plena depois de ter sido preso e conseguir dar a volta por cima, instrumentalizando o Poder Judiciário e cooptando a velha imprensa, em especial a Rede Globo, para passar pano em suas “gafes” e bajular sua demagogia, a verdade é que Lula está ainda pior. Parece senil, descontrolado, sem qualquer resquício de bom senso.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Karina B. Michelin 🇮🇹🇧🇷 (@karinamichelin)

O estrago causado pelo novo governo Lula será enorme. Na economia, já temos a queda da atividade, o aparelhamento das estatais, a dívida pública galopante, e o pior ainda está por vir. No âmbito internacional, o país virou um pária, alinhando-se ao eixo do mal, defendendo a Rússia, o Irã e até o Hamas de forma “indireta”. Mas o maior dano é mesmo moral, para os brasileiros. O povo decente não merece um presidente desses. Em condições normais já seria um acinte, um descalabro. Mas, durante uma calamidade que exige a união em prol dos desabrigados, a seriedade do setor público para mitigar suas tradicionais ineficiências, ter no comando uma figura da pequenez de Lula é terrível demais.

Há uma divisão clara no país entre aqueles que sinalizam falsas virtudes e aqueles que metem a mão na massa e ajudam de verdade, do próprio bolso e com o próprio suor

Que tipo de mensagem a postura lulista transmite ao povo, aos mais jovens? Felizmente, essa não é a única imagem que a turma vê. Em que pese o esforço da Globo em mentir para defender o indefensável, o que milhões puderam enxergar nas redes sociais foi o exemplo maravilhoso do altruísmo, do heroísmo, do sacrifício por estranhos, tudo isso pela iniciativa privada, pelos próprios brasileiros. Civil salva civil, ainda que militantes globais neguem a verdade. E essa lição é a que fica, a que inspira: o povo se ajudando, já que depender do Estado nunca é boa receita, ainda mais sob um desgoverno petista.

“Desconfie de quem diz estar fazendo o bem filmando sua própria SUPOSTA bondade o tempo inteirinho”, escreveu Mônica Bergamo. A esquerdista mirou o que viu e acertou o que não viu: Janja, dias depois, postou uma foto no avião presidencial com cestas básicas espalhadas pelas poltronas confortáveis. Foi a primeira vez que mantimentos foram enviados em primeira classe, até porque se trata de pura estupidez logística: um avião de carga faria muito mais sentido. Mas aí não haveria a foto, não é mesmo?

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Janja Silva (@janjalula)

Há uma divisão clara no país entre aqueles que sinalizam falsas virtudes e aqueles que metem a mão na massa e ajudam de verdade, do próprio bolso e com o próprio suor; entre quem só liga para as aparências e quem está bem mais preocupado com os resultados concretos; entre quem vive num palanque eternamente e quem não liga para quem ficam os créditos das boas ações; entre corruptos e honestos; entre defensores de bandidos e quem prioriza suas vítimas; entre incompetentes e competentes; entre comunistas e patriotas. O abismo entre esses dois brasis se mostra mais e mais intransponível. Esse esgarçamento do tecido social é preocupante, e o petismo investe nisso. Mas não há meio-termo desejável entre a decência e a indecência. Se a pequenez lulista não causa asco em você, então talvez sua bússola moral esteja quebrada.

Leia também “A premissa estatizante”