Assumo esta presidência declarando guerra ao ódio. Prometo acabar com o ódio. Trucidar o ódio. Fazer picadinho do ódio. Exterminar o ódio. Eu odeio o ódio. O ódio desperta os meus instintos mais primitivos. Minha gestão será de paz e amor.
Prometo ser intolerante com a intolerância. E quem for contra a democracia eu prendo e arrebento.
Não suporto violência. É a expressão mais baixa da humanidade. Por isso criarei um órgão de inteligência (eu amo a inteligência) para prevenir atos violentos. Vamos agir muito antes do fato brutal se consumar. Vamos mapear e fichar todo mundo que tiver pinta de violento. Nosso Conselho Superior de Aferição de Tendências Psicoemocionais para Condutas Fascistas (CSATPCF) avaliará um por um dos suspeitos. Quem for considerado perigoso será aniquilado em nome da paz. Basta de condescendência com os propagadores do ódio.
Temos visto as trevas avançando céleres pelas pradarias digitais; o adestramento perverso do algoritmo pelos inimigos hediondos da democracia; as catacumbas eletrônicas das pulsões ignaras fermentando o convite mórbido à apropriação da pessoa humana em favor do mal encarnado pelos negacionistas da luz civilizatória. Este parágrafo com certeza o telejornal vai botar.
Desculpem, só estava pensando alto.
Continuando, prometo rigor implacável contra a desinformação bestial, esse flagelo contemporâneo que corrói a ética, a empatia, a cibernética e a epistemologia. Caramba, esse discurso tá inspirado demais. Prosseguindo, na minha gestão não haverá espaço para as teorias conspiratórias, para o racismo climático, para o machismo tóxico e botóxico (ficou bom isso?), enfim, para o assédio cosmofóbico — que é uma forma moderna de preconceito cósmico, ou seja, discriminação contra todas as formas de vida por parte desses trogloditas que jamais alcançarão a profundidade poética do meu discurso iluminista pós-erudito com lascas de salmão norueguês.
Aliás, vamos ao rega-bofe, que ninguém é de ferro. Viva a democracia!
Leia também “Retrato falado da ‘desinformação'”
E sobre a ência da essência da fitofilosofonia da ciência espacial, você não vai falar nada?
Você é excelente, Fiuza. Texto para ninguém botar defeito.
Bravo Fiuza, adoro a sua matéria!
Grande Guilherme Fiuza.
Polícia do Pensamento e Ministério do Amor atuando juntos rssss
Excelente crítica com humor a 🧙♀️ que ama democracia e a liberdade, só resta enfim irmos para nosso rega bofe.
Muito bom!
Extraordinário o grande Fiúza como ‘ghost writer’.Totalmente capacitado como assessor muito bem remunerado e técnico do time ( são onze!) da excelsa e ínclita corte judicial superior do aldeamento Terra de Santa Cruz!
Sempre gostei da forma inteligente como analisa os fatos. Agora está melhor ainda. Grande FÍUZA!
Bota o covil de ladrões todos os onze e os que saíram também na jaula
Perfeito!
Sensacional!!!
Que ódio mais amoroso! Comovente.
como esse cara escreve fácil… verdades escancaradas com pitadas de bom humor… dá até ódio !
Super, como sempre.
hahahahahá maravilhoso artigo Guilherme Fiuza
foi inspirado nos comentários do pavão do STF
“vulgo boca de veludo”
gosta de falar difícil com palavras emblemáticas
mais na real não passa de uma PAVÃO
Genial, como sempre.
Muitíssimo bom. Tomou posse em grande estilo. Ficaram todos possuídos e achando que foi bom demais.
Esse discurso de posse está me parecendo plágio modificado pelo algorítimo tóxico facista do ChatGPT, kkk