— Boa noite, professor Edmar Bombacha.
— Boa noite.
— O senhor deveria se chamar Edmar Muito Bom Bacha.
— Seria uma boa ideia.
— De perto o senhor parece ainda mais inteligente.
— Pode puxar o saco à vontade que eu gosto.
— Eu li uma entrevista sua genial pra Folha…
— Entrevista genial, no meu caso, é redundância. Se eu dei a entrevista, por definição ela foi genial.
— Ah, obrigado pelo alerta.
— De nada. Sei que o tempo hoje em dia é escasso, então estou te ajudando a economizar. Qualquer referência a mim pode vir sem o “genial”.
— Todos já sabem que o senhor é genial.
— Exatamente. Você é sagaz, garoto.
— Obrigado, professor Bombacha. Com certeza economizamos um bom tempo com o seu alerta.
— Estou aqui pra isso. Um economista tem que ajudar a economizar.
— Genial! Nunca tinha pensado nisso. Então pra não perdermos tempo, professor Bombacha, me permita perguntar: na entrevista à Folha o senhor disse que o PT atrapalha o Plano Real. Mas o senhor declarou voto no PT nas últimas eleições. Seria correto dizer que o senhor também atrapalha o Plano Real?
— Não. Seria incorreto.
— Por quê?
— Porque eu sou pai do Plano Real.
— Mas um pai não pode atrapalhar um filho?
— Assuntos entre pais e filhos são questões de foro íntimo. Próxima pergunta.
— O senhor se arrepende de ter votado no PT?
— O Plano Real tem uma engenharia fabulosa.
— O senhor pretende votar de novo no PT?
— Foi emocionante criar a URV.
— Como o senhor se sente vendo o presidente que o senhor ajudou a eleger atacando o Banco Central?
— Difícil responder se prefiro dar palestra ou entrevista. Gosto dos dois.
— O senhor responde sempre assim na bucha, doa a quem doer?
— Quem tá na chuva é pra se queimar.
— Genial!
— Já falei que não precisa falar genial. Olha o tempo…
— Muito obrigado pelo seu tempo e pelos seus conselhos.
— Disponha. Querendo entrevistar alguém é só me chamar.
— Eu conversei aqui com o professor Edmar Bombacha, um dos pais do Plano Real, que completa 30 anos segunda-feira…
— Não, meu aniversário já passou.
— O de 30 anos já passou há muito tempo, né, professor? Estou falando do aniversário do Real.
— Mas que mania de ficar falando do Real. Vamos falar de mim!
— Na próxima, professor. Na próxima.
— Você gostou do penteado da minha barba?
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Fiuza, você é insuperável. Ri muito, apesar de ser triste a nossa atual situação.
Era pra rir muito , mas deu uma vontade mesmo foi de chorar ! Coisas da inteligência emocional do Fiuza!
O Brasil está ruim para quem produz, para quem especula continua bom. Então, ele deve ter lido seu texto, que é ótimo, e dado uma grande gargalhada. Claro que no final ele disse, esses mortais…….
Assistam no “uma Coisa é uma coisa, outra coisa é outra Coisa”. Hilário e verdadeiro.
O pior é que este “vírus da alienação” não surgiu em Wuhan, não tem cura, nem tão pouco vacina. O nome científico é “egus economicus” e pode vir a dizimar toda população economicamente ativa (ou seria altiva) do país. Havia um cientista, no meio, qualquer coisa Guedes, mas ele faleceu em decorrência do “Blockdown”, após contaminação transmitida por seus colegas de profissão. Ao que parece, além da epidemia há também uma endemia, ao longo das avenidas Faria Lima e Berrini que, por questões de saúde, devem ser evitadas para não disseminarem o contágio. Ah! Descobri o certo: só os PEA, Pessoas Esclarecidas e Alertas, é que não padecem da doença, em razão da proteína “discernimento”, em seu organismo. Centros de pesquisa em “imunologia ideológica”, a exemplo da Revista Oeste, Gazeta do Povo, Brasil Paralelo e outros tem atuado incansavelmente na busca de sintetizar a proteína, para que a maioria da população tenha acesso ao antídoto. Deus queira que eles logrem sucesso e o maior número de brasileiros possa se salvar.
Esse Bombacha já esteve em alta. Deu ruim.
Fiúza, sempre perfeito!!