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Ilustração: Revista Oeste/Gerada por IA
Edição 224

Fé cega, faca amolada

Numa agressão bizarra ao próprio princípio da liberdade de imprensa, os grandes veículos de comunicação começaram a aparecer com manchetes siamesas

Guilherme Fiuza
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Você quer acreditar na imprensa. Você faz a sua parte para acreditar na imprensa. Você continua chamando jornal de jornal, telejornal de telejornal, revista de revista. Assim você confirma a autoridade jornalística desses veículos. Assim você confirma a sua confiança no princípio básico: o que saiu no jornal é notícia. E o que faz a imprensa com você?

Trai. Vem te dizer nas entrelinhas, ou nas linhas mesmo: “Para de me chamar de imprensa! Para de confiar nas minhas informações e nas minhas intenções! Será que você não vê que eu estou te traindo? Todo mundo já sabe, menos você!”.

Numa agressão bizarra ao próprio princípio da liberdade de imprensa, os grandes veículos de comunicação começaram a aparecer com manchetes siamesas. Isso mesmo: notícias iguaizinhas, anunciadas com as mesmas palavras, em veículos concorrentes. No Brasil, parte da grande mídia chegou a se denominar “consórcio de imprensa”, supostamente para contrapor os dados governamentais na pandemia. O nome de batismo era consórcio, mas se chamassem de partido ele atendia.

Ilustração: Shutterstock

Nos Estados Unidos não foi diferente. A grande imprensa saiu carimbando como “fake news” e “desinformação” tudo que desabonasse o presidenciável escolhido por ela. Em dobradinha com as plataformas digitais, saiu caçando quem mencionasse, por exemplo, as suspeitas contidas num laptop do filho do seu candidato. Perguntem aí aos donos da verdade se já pode falar desse escândalo de 2020, porque o mais escandaloso está acontecendo agora.

Depois do debate presidencial entre Biden e Trump, o que fez a chamada grande imprensa? Traiu de novo. Na cara de todo mundo. As coreografias mais bizarras surgiram para negar a performance balbuciante do atual presidente americano. O empresário Elon Musk postou um vídeo que seleciona inúmeras referências de telejornais a Biden usando o mesmíssimo adjetivo: “sharp” — que quer dizer “preciso”, “certeiro”! Vários deles foram além na jogada ensaiada: “sharp as a tack” — que aí quer dizer “afiado como uma navalha”.

Biden é uma navalha afiada. E a imprensa é uma faca cega. Vocês foram longe demais no vexame. Nem a Internacional Fascista salva.

Ilustração de Joe Biden e Donald Trump | Ilustração: Shutterstock

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10 comentários
  1. Joel Luiz Oliveira Rios
    Joel Luiz Oliveira Rios

    Imprensa comprada e cara de páu continua a fazer o papel canalha de imprensa oficial dos governos esquerdistas comunistas. São uns CAGÕES da verborragia doente e lesa Pátria. O que importa pra estes canalhas são os milhões nas contas dessa gente canalha ao extremo. Todos FDP.

  2. Hilciene de Jesus Pereira Salomão
    Hilciene de Jesus Pereira Salomão

    Grande Fiuza, um grande jornalista da atualidade, tem minha admiração

  3. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    “Jornal” Nacional, “Jornal” Hoje…
    Realmente precisamos parar de chamar de jornal estes veículos acessórios do consórcio PT/STF. Pois não são.

  4. Ivan Sérgio de Paula lima
    Ivan Sérgio de Paula lima

    Fico com o Fiuza jornalista, escritor e pesquisador. Como ator és uma lástima!

  5. MB
    MB

    Tá um lixo mental.

  6. MB
    MB

    Tá um lixo mental.

  7. Herbert Gomes Barca
    Herbert Gomes Barca

    excelente análise Guilherme Fiuza !

    essa imprensa vendida, não tem credibilidade entre as pessoas de bem e que pensam, já os incautos é o prato favorito deles

  8. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Esse Fiuza é curto e refinado e irônico, jornalismo se dessa maneira nos tempos de surrealismo político

  9. Mauro Maretto
    Mauro Maretto

    Essa velha imprensa dá nojo.

  10. Marbov
    Marbov

    Outro dia assistindo ao “telejornal” da Record e aquelas palavras do Milei sobre o Lula, o “jornalismo” simplesmente cortou o final das frases do presidenteargentino onde ele justificava porquê atribuía aqueles adjetivos ao presidente brasileiro.

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