Geraldo Alckmin já foi considerado um dos tucanos mais conservadores, associado até mesmo ao cristianismo mais ortodoxo. Alckmin denunciava o ladrão que desejava voltar à cena do crime. Mas Alckmin acabou dando as mãos para o ladrão e voltando ao local junto dele. Enviado para a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, num país em que Janja não poderia ir por motivos que o enteado conhece, Alckmin teve a oportunidade de agir como vice-presidente de fato. E estava bem ao lado do líder máximo do Hamas, que foi morto horas depois. O governo Lula condenou com veemência o ataque cirúrgico que matou o terrorista. Alckmin nada teve a dizer sobre essa postura que coloca o Brasil no eixo do mal, ao lado de China e Rússia.
Lula também saiu em defesa do seu companheiro de longa data Nicolás Maduro, ditador socialista que levou mais uma “eleição” no grito, com muita fraude escancarada, compra de votos, intimidação, prisão política e até sequestros. Alguns tucanos de alma, como Tabata Amaral e Luciano Huck, condenaram a farsa eleitoral venezuelana, mas não se importaram em explicar por que apoiam, no Brasil, o maior aliado de Maduro. Como vários outros, eles “fizeram o L” para “salvar a democracia”, fingindo não saber que Lula sempre foi um grande defensor de tiranos comunistas.
A Venezuela, vale dizer o óbvio, não se transformou em ditadura nesta semana; ela já vive sob uma farsa democrática há mais de duas décadas. Desde Hugo Chávez o país abandonou a democracia e mergulhou no caos do “socialismo do século 21”, tão nefasto quanto seu antecessor. Lula sempre esteve lá, de mãos dadas com os companheiros do Foro de São Paulo, que ele ajudou a criar com Fidel Castro, o mais longevo e assassino ditador do continente. O petista chegou a gravar vídeos de apoio a Maduro, e a primeira coisa que fez ao “voltar à cena do crime” foi convidá-lo ao Brasil, estendendo um tapete vermelho para o tirano e alegando que Maduro é alvo de muitos ataques infundados.
Quando Armínio Fraga, Elena Landau, João Amoêdo e tantos outros tucanos de alma declararam voto em Lula, isso tudo já era fartamente público e conhecido. A paixão de Lula por ditadores socialistas é bastante antiga. O TSE impediu a oposição de lembrar desse elo profundo aos eleitores. Os tucanos que assinaram aquela cretina carta pela democracia sabiam, porém, da verdade. Mas foram sonsos e dissimulados, pois queriam derrotar a direita bolsonarista, que pintavam como enorme ameaça à democracia — sem qualquer evidência disso.
Após a postura abjeta de Lula no caso da eleição venezuelana, jornalistas tucanos cobraram um aceno do presidente ao discurso que eles mesmos inventaram. Pedro Doria, no Globo, disse que o apoio a Maduro revelará quem é democrata na esquerda, como se Maduro tivesse dado um golpe contra a democracia apenas neste domingo. Merval Pereira, no mesmo jornal, afirmou que o governo brasileiro “coloca em risco sua reputação e liderança regional para apoiar um ditador que não tem a menor importância política”, fingindo não saber que Lula apoia Maduro desde sempre.
Míriam Leitão não poderia ficar de fora desse show de cinismo, claro. Para uma das mais dedicadas militantes de esquerda do jornal, eis a chamada adequada para a postura do presidente: “Lula, eleito em defesa da democracia, atira contra seu próprio capital político quando minimiza a gravidade da crise venezuelana”. Eleito em defesa da democracia só na cabeça dos tucanos cúmplices do bajulador de tiranos. E que capital político seria esse? Aquele de quem passou a vida inteira enaltecendo o regime opressor cubano?
Ninguém acha mesmo que houve tentativa de golpe no 8 de janeiro, mas a esquerda tucana precisa dessa narrativa para justificar sua cumplicidade com o lulismo, eterno bajulador de tiranos
Vera Magalhães, também no Globo, chegou a falar que Lula relativiza a defesa da democracia, que denunciou “acertadamente” a “tentativa de golpe” no Brasil, mas que volta várias casas no tabuleiro “ao demonstrar absoluta falta de compromisso real com a defesa da democracia”. A tucana conclui: “Em outras palavras, essa pregação só vale quando o autoritário da vez é identificado pelo presidente e por seu partido com a direita ou a extrema direita, como é o caso de Bolsonaro ou de Donald Trump”.
Ninguém acha mesmo que houve tentativa de golpe no 8 de janeiro, mas a esquerda tucana precisa dessa narrativa para justificar sua cumplicidade com o lulismo, eterno bajulador de tiranos. Vera finge, então, que Lula escorregou apenas agora em suas credenciais democratas, que nunca existiram. Reinaldo Azevedo, autor de O País dos Petralhas, volumes 1 e 2, foi na mesma linha cínica e chegou a dizer que o posicionamento de Lula manchava sua imagem de “democrata”, pois Maduro é “mau”. O Lula moderado e democrata só existe na imaginação tucana.
Mas o esforço para afastar Lula de Maduro é homérico na turma da Globo. Guga Chacra, outro comentarista da emissora, foi ainda mais longe e seguiu o script de Barroso, alegando que Maduro, no fundo, é um “conservador de direita”. Deixando de lado o fato de que o mesmo Guga já se referiu várias vezes antes a Maduro como líder populista de esquerda, essa linha de defesa é simplesmente patética demais para ser levada a sério. Valdo Cruz, porém, repetiu a mesma ladainha ridícula. Putin, aiatolás xiitas iranianos, Partido Comunista Chinês, Stédile e MST, PT e Lula, Boulos: esses são os que defendem Maduro. Já todo conservador repudia o ditador. Mas Guga diz que Maduro é conservador de direita. Estupidez ou safadeza?
Esse cinismo não é monopólio da social-democracia tupiniquim. Martin Wolf, colunista do Financial Times, escreveu uma coluna esses dias comparando Trump a Putin e condenando as “oligarquias” no poder. Estranho o tucano gringo não ter se dado conta de que é o Partido Democrata aquele dominado por oligarcas bilionários como George Soros, que decide nos bastidores quem vai substituir Joe Biden na corrida eleitoral. Também foi o governo democrata que instrumentalizou a Justiça para perseguir Trump, além de ter aparelhado o Estado com militantes e ter declarado guerra ao modelo atual da Suprema Corte. Mas golpista é sempre o outro…
Kamala Harris, apontada pela cúpula democrata como substituta de Biden na disputa, é uma das esquerdistas mais radicais do partido, chegando a pregar aborto em qualquer etapa da gravidez, banimento de exploração de petróleo no país, ideologia de gênero e até resultados iguais para todos, ou seja, o comunismo. Mas radical é sempre o candidato republicano…
Como fica claro, por todo canto a esquerda tucana dá um jeito de demonizar a direita conservadora, ainda que precise passar pano para comunista nesse processo. É um cinismo revoltante. A esquerda radical jamais seria capaz de avançar tanto sem essa cumplicidade de tucanos hipócritas, que acabam embalando seus primos revolucionários num manto mais palatável e digerível, ajudando a enganar a legião de alienados existente por aí.
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Delfim se foi. Delfim não pode mais ser acusado de estar por trás de nada mais. Porém restam vários ainda com mais de 85 anos manobrando as cordas por trás.
Rodrigo Constantino, fundamentalmente incontestável, sempre!
Você foi certeiro. A Esbanja não foi ao Irã por motivos conhecidos do filho do Ladrão.
Grande Consta! Sempre cirúrgico! Abs Bruno Brasília Df
Grande Rodrigo
Constantino, não tenho a menor dúvida que foram os tucanos os articuladores nos 3 PODERES DA REPÚBLICA dessa descondenação e retorno de Lula a “cena do crime”, destruindo nossa democracia. Como entender o super católico, conservador Alckimin homenagear o comunista cristão Flavio Dino principal articulador da FARSA do 8 de Janeiro, no altar de uma paróquia manifestar esta insanidade? : “quis o destino que Flavio Dino fosse o Ministro da Justiça e Segurança, na hora certa e no momento certo para salvar a DEMOCRACIA e evitar o GOLPISMO”. Aos 78 anos, pensar que fui tucano e admirador desses inúteis sem caráter até 2019, é desanimador.
Peço a Revista Oeste que entreviste essa gente para que nos digam que democracia estamos vivendo no Brasil?
A imprensa alinhada com o governo se transformou em um show de humor. Já tive raiva desse povo, atualmente eu tenho pena e flashes de vergonha alheia.
Ótimo artigo. Parabéns. Por isso, repetirei até o fim da minha vida: esquerdopata bom é esquerdopata morto.
Constantino foi perfeito na mira da hipocrisia de toda imprensa continental americana woke. A Globo é a mais descarada “Reputação, Capital político”. Reputação de ladrão o Lula tem no mundo todo, e Capital é só econômico, depois de raspar e continuar raspando os cofres públicos, tanto pra o governo como pra imprensa
Será que o Alckmin consegue se olhar no espelho? O FHC (esqueçam tudo que eu escrevi) navegou de bom moço nas costas do Itamar e do plano Real e conseguiu se eleger presidente. Depois vendeu a alma para o Diabo se aliando a corruptos do centrão para conseguir a reeleição. Agora o mais espantoso é o pessoal do plano Real apoiar o Lula e o PT. Gente esclarecida, inteligente e competente foi apoiar um corrupto comunista, ou como disse seu colega sociólogo pernambucano fundador do PT , _”vocês não conhecem o Lula, Lula não tem caráter “. Mas agora é tarde, é só olhar o que está acontecendo na Venezuela e ver o nosso futuro. Já estamos trilhando o mesmo caminho um passo atrás.
Resumiu bem, abraço Vitão
Muito bom texto Consta. Difícil entender como boa parte da sociedade não consegue enxergar o mau caráter do Lula e sua turma.
É inacreditável sabermos que mais da metade da população seja conservadora e a política manter esse caráter socialista/corrupto.