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Gabriel Galípolo | Foto: Montagem Revista Oeste/Diogo Zacarias/MF/Shutterstock
Edição 232

Galípolo no BC agrada ao mercado. Por enquanto

E mais: Petrobras na Argentina, a invasão das bets, o crescimento da Embraer e os profissionais brasileiros de partida para os EUA

Carlo Cauti
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A nomeação de Gabriel Galípolo como futuro presidente do Banco Central (BC) parece ter agradado ao mercado financeiro. Para a agência de rating Fitch, a política monetária brasileira, considerada “prudente”, não deverá sofrer grandes mudanças sob a nova gestão.

Entretanto, segundo fontes do mercado, “a desconfiança sobre ele diminuiu, mas ainda existe”.

Credibilidade deverá ser conquistada

Nas últimas semanas, Galípolo tem dado declarações públicas de compromisso com a meta de inflação. Chegou a falar de aumentar a Selic, caso necessário.

Uma posição que tranquilizou os mercados, que esperam decisões técnicas para conquistar credibilidade ao longo do tempo.

Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC) | Foto: Diogo Zacarias/MF
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Pix do mercado de capitais

O mercado financeiro brasileiro se tornou mais ágil. Agora os investidores poderão escolher mais facilmente onde deixar seus recursos investidos.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou duas resoluções que estabelecerão a portabilidade das aplicações financeiras. O chamado “Pix do mercado de capitais”.

Será possível mudar de instituição financeira, seja ela um banco ou uma gestora, sem ter que baixar a aplicação. A nova norma entrará em vigor em 1º de julho de 2025.

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Petrobras de olho na Argentina

A Petrobras pode voltar a investir na Argentina. A estatal petrolífera brasileira poderia adquirir projetos de gás de xisto no país vizinho, assumindo uma participação na Tecpetrol, unidade do Grupo Techint, do bilionário Paolo Rocca.

O objetivo seria aumentar a oferta do combustível para estimular o crescimento industrial.

A Petrobras operou na Argentina entre 2004 e 2016, quando vendeu seus ativos para a Pampa Energia.

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Faria Lima versus bets

O mercado financeiro brasileiro está cada vez mais alarmado com o crescimento exponencial das casas de apostas no Brasil.

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, chegou a considerar a questão como “alarmante”.

“Não vai esvaziar o mercado de capitais, como alguns disseram. Vai esvaziar a geladeira dos brasileiros”, disse Nascimento, durante um evento do Santander, em São Paulo.

Segundo o presidente da entidade reguladora do mercado financeiro, “as bets impõem risco aos mais vulneráveis”.

Varejo quer limitar as apostas

Os varejistas brasileiros também estão muito preocupados com o efeito das bets nas escolhas dos consumidores.

As empresas do setor deverão ir até Brasília para tentar obter normas mais rígidas envolvendo a lei das apostas esportivas on-line.

O objetivo é criar limitações ao uso de cartão de crédito e à liberação de empréstimos consignados (no holerite) voltados para pagamentos de dívidas com jogos.

Vários estudos realizados por entidades varejistas mostram que as apostas on-line reduzem as compras em supermercados, principalmente nas camadas mais pobres da população.

Segundo o presidente da entidade reguladora do mercado financeiro, “as bets impõem risco aos mais vulneráveis” | Foto: Shutterstock
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Shopee aumenta presença no Brasil

A plataforma chinesa de comércio eletrônico Shopee inaugurou seis novos hubs logísticos no Brasil.

Os centros estão localizados nas cidades de Barbacena, Ubá e Extrema, em Minas Gerais, e em Barreiras, Irecê e Alagoinhas, na Bahia.

Os dois Estados são considerados estratégicos para a melhora do fluxo das mercadorias nessas regiões.

A chinesa mantém sua estratégia de reforçar a chamada “logística de última milha”, o que permite entregas mais rápidas para os consumidores finais.

No total, a Shopee agora conta com 27 unidades logísticas em Minas Gerais e na Bahia.

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Momento de ouro para a Embraer

A Embraer está cada vez mais se afirmando como uma das empresas mais importantes do mundo no setor de segurança e defesa.

Os pedidos internacionais superaram os nacionais pela primeira vez na história da companhia, em um movimento considerado a globalização da unidade de negócios.

O modelo militar de transporte C-390 Millennium é o principal vetor de crescimento da unidade de defesa da Embraer. Além do Brasil, Hungria, Portugal, Holanda, Áustria, República Tcheca e Coreia do Sul usam ou utilizarão em breve a aeronave multimissão. E a Embraer também disputa contratos na Índia e na Arábia Saudita.

Uruguai vai voar Embraer

A Embraer anunciou a venda de até seis aeronaves A-29 Super Tucano (de ataque e treinamento) para a Força Aérea Uruguaia (FAU).

O contrato faz parte do programa de renovação da frota e expansão da capacidade operacional da FAU. Prevê a aquisição de uma aeronave e compromisso para a compra de cinco unidades adicionais, com entregas previstas a partir de 2025.

Com a encomenda, o Uruguai se torna a sexta nação a operar o A-29 Super Tucano na América do Sul, junto com Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Paraguai.

Embraer anunciou a venda de até seis aeronaves A-29 Super Tucano para a Força Aérea Uruguaia (FAU) | Foto: Divulgação/Embraer
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Boom imobiliário?

O crédito imobiliário no Brasil cresceu 63,4% em junho de 2024, comparado com o mesmo período de 2023.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 17,97 bilhões no mês passado.

Com esses recursos foram financiados, em julho deste ano, nas modalidades de aquisição e construção, 54,4 mil imóveis.

Nos primeiros sete meses de 2024, o volume financiado foi de R$ 100,1 bilhões, com crescimento de 14,1% em relação ao mesmo período de 2023.

Todo mundo quer comprar casa

Segundo a Secovi-SP, as vendas de imóveis em julho subiram 33% na comparação anual, e totalizaram 7,7 mil unidades.

No ano, as vendas acumularam 54,9 mil unidades, alta de 36,4% em relação a 2023.

Os lançamentos em julho subiram 41,6% na comparação anual. No ano, totalizaram alta de 46,4%.

As vendas de imóveis em julho subiram 33% na comparação anual | Foto: Shutterstock
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Estados Unidos em busca de profissionais estrangeiros

O número de brasileiros que decidem morar nos Estados Unidos aumenta a cada ano. Especialmente entre os profissionais qualificados, com diplomas de cursos superiores, que procuram uma vida melhor em território americano.

Apesar da facilidade concedida a brasileiros formados, ainda existe o entrave da burocracia, que pode atrasar a chegada aos EUA.

“Mesmo passando pelas vias consulares, a obtenção do visto de trabalho para brasileiros formados pode demorar meses”, explica a Oeste Wagner Pontes, fundador da D4U Immigration, a maior assessoria migratória dos EUA.

A empresa já ajudou mais de 11 mil pessoas a obter vistos para os Estados Unidos, e nos últimos três anos consecutivos recebeu o prêmio de melhor assessoria migratória dos EUA e da América Latina pela Legal Awards.

“Existe um interesse nacional dos Estados Unidos em ter profissionais estrangeiros contribuindo e atuando no mercado de trabalho americano em determinados cargos estratégicos, como engenheiros, profissionais da saúde e advogados”, salienta Pontes.

Segundo ele, para quem tem formação superior, as portas do mercado de trabalho americano nunca estiveram tão abertas. Wagner Pontes falou com Oeste, confira.

Wagner Pontes, fundador da D4U Immigration, a maior assessoria migratória dos EUA | Foto: Divulgação
Neste momento, qual é o nível de interesse dos brasileiros em morar nos Estados Unidos?

Percebemos um aumento da demanda nos últimos meses. Principalmente de pessoas com formação em boas universidades brasileiras, que decidem emigrar para os Estados Unidos. Hoje, quase 2 milhões de brasileiros moram nos EUA. E esse fluxo está aumentando cada vez mais.

Entre seus clientes, qual é a principal razão para emigrar para os EUA?

Salários mais elevados, em dólar, e segurança. Em geral, a busca por uma melhor qualidade de vida. Mas, em geral, essas pessoas chegam do Brasil atraídas por oportunidades profissionais.

As empresas americanas estão buscando profissionais estrangeiros? De quais setores?

Há uma grande demanda de mão de obra qualificada nos EUA neste momento. As companhias americanas estão precisando principalmente de profissionais no setor da saúde, como médicos, enfermeiros e profissionais de estética, entre outros. Durante o último mês, os americanos adicionaram, apenas no setor de saúde, mais de 48,6 mil empregos. Foi o segmento que registrou o maior número de Green Cards para brasileiros. O setor de tecnologia vem em segundo lugar, seguido por engenharia e administração de empresas. 

Caso Donald Trump ganhe as eleições, será mais fácil ou mais difícil para os brasileiros trabalharem nos EUA?

Mais fácil. Trump concordou com investidores do Vale do Silício quanto à necessidade de os EUA reterem mais trabalhadores estrangeiros altamente qualificados para o mercado de tecnologia. Ele disse que vai ampliar o visto EB2-NIW, que pode ser adquirido com base no histórico profissional e acadêmico. Será facilitado o ingresso para quem tiver um diploma de graduação superior (bacharelado) mais cinco anos de experiência, ou um certificado de curso técnico e dez anos de experiência. Ou, ainda, mestrado ou doutorado em sua área de atuação, dispensando o tempo de experiência.

Leia também “O governo Lula está boicotando o Aeroporto de Porto Alegre”

2 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Eu uso o Mercado Livre, nunca usei Shopee e afins.
    Mas essa Shopee acredito que seja de Cingapura, não? E não da China.

  2. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Amargura do povo brasileiro

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