O mercado financeiro brasileiro já trabalha com uma previsão de câmbio do dólar a R$ 6. O BTG Pactual passou a incorporar em seu cenário uma taxa de câmbio mais depreciada neste ano e no próximo, e alerta para a necessidade de um maior compromisso com a sustentabilidade da dívida pública.
Segundo o maior banco de investimento da América Latina, diante da queda dos preços das commodities e das incertezas sobre a questão fiscal brasileira, “a implementação de medidas que contornem o Orçamento ou a perda de credibilidade da política monetária pode levar o dólar a ultrapassar R$ 6”.
Todavia, para o BTG Pactual, se o Executivo tomar medidas concretas “que reforcem o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal”, o câmbio poderá voltar para R$ 5,20.
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Todo mundo quer a Petrobras
A Petrobras voltou a ser uma das queridinhas do mercado financeiro brasileiro. A estatal atingiu o maior número de recomendações de compra dos grandes bancos desde o início do governo Lula.
Atualmente, 75% das indicações são de compra, e outras 25% são neutras. No começo do terceiro mandato do presidente, o cenário era muito diferente. Apenas 27% sugeriam comprar a ação da petrolífera, ante 67% de recomendação neutra e 7% de venda.
Um resultado obtido graças ao retorno da Petrobras. Desde o começo do ano, a valorização das ações e os dividendos concedidos pela estatal ultrapassaram 11%. No mesmo período, o Ibovespa subiu apenas 0,6%.
E o que é mais surpreendente é que tudo isso ocorreu apesar de o petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, ter desvalorizado 4%.
Empresa de milhão
Graças a essa renovada confiança por parte do mercado, a Petrobras alcançou a marca inédita de 1 milhão de acionistas individuais na Bolsa de Valores brasileira. Em cinco anos, o aumento no número de pessoas que têm ações da companhia foi de 170%.
Além disso, atualmente o percentual de investidores pessoa física no capital social da Petrobras é maior que o de investidores institucionais brasileiros.
Preocupação não sumiu
Entretanto, o Goldman Sachs continua olhando com certa desconfiança o desempenho da Petrobras. Segundo os analistas do banco de investimentos americano, o preço do petróleo deverá cair nos próximos meses por causa da desaceleração econômica da China e dos Estados Unidos.
O Brent já perdeu 20% de seu valor em apenas três meses. E essa tendência deverá se confirmar no futuro próximo. Isso poderia atingir em cheio os resultados e o pagamento de dividendos aos acionistas da Petrobras.
Além disso, o que preocupa os analistas do Goldman Sachs é o elevado endividamento da estatal, que hoje já supera os US$ 65 bilhões. Caso os planos mirabolantes de investimentos previstos pela nova diretoria se concretizem, esse montante poderá ser superado.
Preços continuarão elevados
Mesmo com as cotações do petróleo em queda, a Petrobras salientou que os preços dos combustíveis no Brasil não deverão ser afetados.
A estatal desmentiu a notícia de que poderia reduzir os preços de gasolina e diesel, e afirmou que, quando há decisão por alteração, a tabela de preços é divulgada imediatamente aos seus clientes nos canais corporativos.
Hoje a Petrobras está cobrando preços entre 3% e 4% mais elevados do que os praticados internacionalmente.
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Dona do Facebook compra carbono verde brasileiro
A Meta, grupo controlador do Facebook, Instagram e WhatsApp, comprará até 3,9 milhões de créditos de compensação de carbono do braço florestal do BTG Pactual, o Timberland Investment Group (TIG).
A operação será realizada até 2038. O valor do investimento não foi revelado pelas empresas.
Entretanto, considerando o preço médio das compensações de carbono florestal na semana passada, de cerca de US$ 4 (R$ 23) por crédito, essa transação poderia chegar a US$ 16 milhões (R$ 87 milhões).
Em junho, o TIG tinha fechado a venda de 8 milhões de créditos de carbono para a Microsoft, na maior transação desse tipo no mundo.
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St Marche à venda
O fundo americano L Catterton contratou a Vinci para vender 70% da sua participação na rede de supermercados St Marche.
Os sócios fundadores Bernardo Ouro Preto e Vitor Leal, com cerca de 20%, devem permanecer no negócio.
No ano passado, o St Marche registrou quase R$ 1,1 bilhão em receita líquida, aumento de 15% frente ao ano anterior. Entretanto, a rede teve um prejuízo líquido de R$ 62 milhões no ano, após um vermelho de R$ 66 milhões em 2022.
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A guerra alfandegária dos carros elétricos
O governo dos Estados Unidos anunciou aumentos nas tarifas sobre as importações chinesas. Principalmente de carros elétricos, que serão taxados em 100%.
O objetivo dos novos impostos alfandegários é proteger áreas estratégicas da indústria doméstica contra o excesso de capacidade de produção da China.
A invasão de carros elétricos e de outros produtos chineses está provocando sérias consequências à indústria automotiva americana, que pediu proteção ao Executivo.
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No Brasil, sindicatos em pé de guerra
Os representantes de centrais sindicais brasileiras também estão preocupados com a presença maciça de produtos chineses no mercado brasileiro.
Os sindicatos estão apreensivos com as possíveis consequências negativas para o mercado de trabalho, pois as fábricas brasileiras não conseguem competir com as produções chinesas, muito mais baratas e eficientes.
Os três setores que mais preocupam os sindicalistas são as indústrias química, siderúrgica e automotiva.
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Muda isso, por favor?
Os bancos brasileiros estão pedindo ao governo uma reavaliação do aumento de tributos sobre o lucro das empresas e os rendimentos dos acionistas.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pediu a revisão do projeto de lei enviado pelo Executivo ao Congresso que propõe a elevação das alíquotas da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) durante o ano de 2025.
Para os bancos, a CSLL subiria de 20% para 22%, enquanto as seguradoras teriam aumento de 15% para 16%. Nas demais empresas, a elevação seria de 9% para 10%.
O projeto também aumenta de 15% para 20% a alíquota de imposto na distribuição de juros sobre capital próprio (JCP).
Esse aumento representaria um custo para os bancos, e um ganho para a Receita Federal, de mais de R$ 32 bilhões de 2025 a 2027.
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Lula salva as aéreas
O governo federal vai socorrer as empresas aéreas com, pelo menos, R$ 5 bilhões por ano. Mas esse valor pode subir.
O presidente Lula sancionou o projeto de lei que permite a utilização do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) para ampliação de crédito para as aéreas.
Além disso, a proposta permite que o Ministério de Portos e Aeroportos utilize o fundo para subsidiar a compra de querosene de aviação (QAV) para rotas das companhias aéreas na Amazônia Legal.
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Paguem seus impostos em dia
A arrecadação federal continua batendo recordes, e em agosto superou os R$ 201 bilhões.
No mês, a arrecadação subiu quase 12% na comparação anual.
No acumulado do ano, os brasileiros já pagaram mais de R$ 1,7 trilhão em impostos. Uma alta de aproximadamente 9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Leia também “O confisco de Lula”
Tem que botar os fraudadores e a esquerdopatia toda na cadeia
Estranho essa situação na Petrobrás. Como pode se ter um olhar otimista com uma estatal que novamente está nas mãos de uma quadrilha que a saqueou pouco tempo atrás!?