Cerca de R$ 4,5 bilhões por ano. Ou R$ 123 milhões por dia. Ou R$ 2 milhões por hora. Ou R$ 34 mil por minuto. Ou R$ 570 por segundo. Essa fortuna é o que os pagadores de impostos desembolsam para bancar o que os juízes brasileiros recebem acima do teto constitucional — hoje fixado em R$ 44 mil.
Revelado por um estudo da Transparência Brasil, essa deformação insustentável ajuda a compor o retrato do absurdo que serve de fio condutor para a reportagem de capa desta edição, assinada por Silvio Navarro e Loriane Comeli. Mais alarmante ainda, essa bolada é certamente muito maior, uma vez que apenas 18 Estados enviaram ao Conselho Nacional de Justiça os dados completos.
Para legalizar a vigarice apelidada de “drible no teto”, existem 2,6 mil tipos diferentes de benefícios, incluindo uma espantosa “gratificação por acumulação de acervo” e um misterioso “13.022,34” preenchendo um dos campos descritivos. Adicione-se a esse quadro de horrores as regalias já conhecidas: auxílio-moradia, gratificação de Natal, adicional noturno, entre outras desoladoras brasileirices.
Em meio a essas quantias intoleráveis, parte do Poder Judiciário se movimenta para conseguir o perdão de multas estratosféricas aplicadas a empresas especializadas em pilantragens bilionárias. O artigo de Augusto Nunes mostra que o ministro Dias Toffoli, do STF, é um dos exemplares mais produtivos da espécie. Só no caso da J&F, dos irmãos Batista, ele perdoou mais de R$ 10 bilhões. Não custa lembrar que, em quase dez anos, a Lava Jato recuperou e entregou ao governo R$ 25 bilhões tungados pelos corruptos do Petrolão.
Se Toffoli vive devolvendo, Alexandre de Moraes não para de confiscar. Neste dia 11, ele transferiu para os cofres da União mais de R$ 7 milhões do X (antigo Twitter) no Brasil e R$ 11 milhões da Starlink, mesmo esta última não estando envolvida diretamente no processo contra a rede social. A reportagem de Amanda Sampaio e Anderson Scardoelli expõe as ilegalidades dessa decisão, que não se limitam à imposição da censura.
O dinheiro que sobra para os togados do país inteiro falta para as centenas de famílias que continuam desabrigadas quatro meses depois das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. Depois de ter visitado o palco da tragédia em maio, a repórter Tauany Cattan retornou ao local da tragédia para saber como estão os náufragos da negligência do Poder Público.
Esses R$ 4,5 bilhões que o juízes embolsam além do salário legal melhorariam extraordinariamente a vida da imensidão de gente atingida pelas inundações. Somados os bilhões que Toffoli doou aos gatunos, seria abrandado o sofrimento de todos os gaúchos que não têm onde morar há 120 dias.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Uma exorbitância, porém, as contas me parecem equivocadas:
R$12.3 milhões/dia
R$513.7 milhões/h
R$8.6 mil/min
R$142,69/s
Só para lembrar que os primeiros a perderem suas cabeças em 1789 foram os magistrados! Paciência tem limite e a minha acabou faz tempo!
Talvez juízes eleitos seja uma boa solução, como ocorre nos Estados Unidos.
Que maravilha de governo todos linchados e empalados seria uma boa alternativa para a primavera brasileira
A única saída para termos um poder judiciário digno do nome será uma “revolução francesa”! A cada dia as imoralidades nas costas do pagador de impostos aumenta!
A única saída para termos um poder judiciário digno do nome será uma “revolução francesa”! A cada dia as imoralidades nas costas do pagador de impostos aumenta!
A única saída para termos um poder judiciário digno do nome será uma “revolução francesa”! A cada dia as imoralidades nas costas do pagador de impostos aumenta!
Pelo amor de Deus que apareça um milionário e comece a distribuir assinaturas da Revista Oeste pelo Nordeste e de forma especial no Estado do Piauí. Teresina é ainda o único lugar que ainda não se vende e não se rende. Parabéns à Branca Nunes pelos adjetivos muito bem colocados. A Revista Oeste é tão preciosa e temerosa que ao mandarmos a capa da Revista Oeste via WhatsApp automaticamente seu Zap é bloqueado. Pelo amor de Deus assinem esta Revista e que pessoas ricas de outros Estados passem a distribuir assinaturas gratuitamente ao Estado do Piauí. Ler é uma maravilha. Tenho formação Jesuítica e aprendi com eles o prazer da leitura. Mas nem todos possuem acesso livre no Estado do Piauí. Por favor adquiram uma emissora de Rádio em Teresina e ajudem a libertar o nosso povo da opressão. Que Deus os abençoe sempre. Mais uma valorosa edição!
Concordo. Grandes empresas nacionais, que pensam no povo, poderiam fazer isso. Quem sabe até distribuir de maneira impressa nos lugares mais remotos.
Parabéns pelo editorial que evidencía um claro desequilíbrio estabelecido pela gincana feita ao teto constitucional, que já é um valor muito acima do razoável , tendo em vista os salários pagos para funções equivalentes em empresas de grande porte. Penso que na foto da capa a balança não deveria estar na posição de equilíbrio, porque é justamente o que se constata ao lermos o editorial .
Parabéns pelo editorial que evidencía um claro desequilíbrio estabelecido pela gincana feita ao teto constitucional, que já é um valor muito acima do razoável , tendo em vista os salários pagos para funções equivalentes em empresas de grande porte. Penso que na foto da capa a balança não deveria estar na posição de equilíbrio, porque é justamente o que se constata ao lermos o editorial .
Com apenas esse resumão dessa edição da Oeste nem Deus explica por que a PF, que já foi um herói nacional, é hoje um servo motor a serviço do STF dos 9. Por que tamanha servidão desleal ao pagador de impostos?
Muito bom Dona Branca. Nesta semana Farroupihla a gente revive uma históira de luta pela Liberdade e muitas lembranças antigas e mais novas Quando eu trabalhava em veículo de comuncação tinha uma coluna num jornal local. E, numa delas, escrevi sobre a anomalia do judiciário. Isto faz uns 20 anos. Lá já criticava algumas facetas, principalmente dos “juízes” não concursados que chegavam como Vogais na Justiça do Trabalho e depois de um tempo chegavan a Desembargador. No mesmo texto apontei um caminho: respeitar os 2/5. Ou seja, o presidente só poderia nomear 3 ou 3 ministros. A oAB poderia indicar um e o resstante teria que vir dos juízes concursado obedecendo a ordem das instâncias superiores. O que resiltou? Nada. Depois lembrei da luta do Laiser (meu colega jornalista) que tanto lutou pelas mudanças no judiciário. Mas ele não era simpático, pois ele não trabalhva pela bolsa famíilia nem pelo aumento dos salários dos funcionários públicos…
Há que se ter coragem para viver. No Brasil isso só não basta. É necessário ser herói. Edição árida, mas de utilidade pública.
Há que se ter coragem para viver. No Brasil isso só não basta. É necessário ser herói. Edição árida, mas de utilidade pública.