“O sol começava a iluminar o céu e estávamos no
ápice da festa. À minha frente, milhares de pessoas
dançavam, celebrando o amor e a paz — até que ouvimos
o som dos mísseis sobre nossa cabeça. Ingenuamente,
pensei: ‘Que droga, teremos de interromper o evento’.”
É com essa lembrança, guardada por um dos sobreviventes do festival de música onde estava boa parte das vítimas da explosão de horror ocorrida em 7 de outubro em Israel, que a repórter Miriam Sanger abre um dos relatos mais aterradores sobre o ataque terrorista do Hamas. Ela conta por exemplo que, como foi demorada a resposta do Exército e da Força Aérea, os terroristas tiveram tempo de sobra para perseguir, estuprar, assassinar e sequestrar quem tentava fugir ou se esconder em banheiros químicos, lixeiras ou árvores.
Se as forças policiais israelenses falharam no dia do atentado, os serviços de inteligência vêm esbanjando competência nos últimos 12 meses. A reportagem de Eugenio Goussinsky mostra que, desde 7 de outubro de 2023, os gastos militares de Israel subiram para US$ 250 milhões por dia. Além da eliminação do alto comando das facções terroristas, a série de explosões com a utilização de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah mostra que Israel está mais decidido do que nunca a exterminar os que sonham com o seu extermínio.
Tal desejo não é novo. Quarenta anos atrás, por exemplo, o Irã decidiu varrer Israel do mapa com uma guerra que dispensaria os iranianos de matar ou morrer. “Matariam por eles árabes reunidos em todos os grupos terroristas financiados pela ditadura teocrática”, afirma Augusto Nunes. Ele também registra que o país dos aiatolás não desistiu de cumprir a promessa.
A mais de 10,5 mil quilômetros de distância dos mísseis que iluminam o céu do Oriente Médio, uma noite escura envolve o Supremo Tribunal Federal — hoje contaminado pelo autoritarismo, pela ressurreição da censura e por decisões inconstitucionais. Em recente entrevista, Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, declarou-se convencido de que o papel dos ministros é “recivilizar” o país — ou seja, o Supremo quer livrar a Nação do primitivismo. “No Brasil ‘recivilizado’ de Barroso, um deputado federal, que não poderia ter sido preso, já cumpriu o período legal de sua prisão e pagou todas as multas que lhe foram aplicadas por Moraes, continua na cadeia”, observa J.R. Guzzo. “É um caso equivalente à situação de cárcere privado — a oubliette da Idade Média.”
Enquanto Barroso não reciviliza o Brasil, pessoas que comprovadamente não cometeram nenhum crime permanecem acorrentadas a tornozeleiras eletrônicas. É o que ocorre com Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Anderson Torres, ex-secretário de Justiça do Distrito Federal, e Filipe Martins, ex-assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. Cristyan Costa revela como está sendo a vida de cada um deles no purgatório dos inocentes.
Na mesma entrevista, Barroso lamentou que, hoje, os ministros não podem sair às ruas. Acredita que isso acontece porque os espaços públicos estão repletos de bárbaros ainda distantes da civilização. A explicação oferecida por Silvio Navarro é bem mais plausível: “Talvez o ‘iluminismo’ dos ministros os impeça de enxergar que o problema está da porta para dentro.”
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Neste domingo, 6 de outubro, os jornalistas de Oeste estarão reunidos no estúdio para acompanhar ao vivo a apuração das disputas eleitorais deste ano. Não perca essa cobertura exclusiva, a partir das 16 horas, no canal da Revista Oeste no YouTube e saiba quais serão os efeitos das eleições municipais sobre o quadro político brasileiro.
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Bom programa e uma ótima leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação
Vamos a leitura.
Ansiosa para ler de Cabo a rabo.
Hoje e amanhã verei se a edição está no nível bom das outras. Aqui em cada não se torce pra imoimguém específicamente. No entanto, sonhamos que Maria do Rosário fique atrás da Juliana Brizola e o Alceu também fique em terceiro aqui em Caxias do Sul.