Faz quase 40 anos que o Irã dos aiatolás prometeu varrer Israel da superfície do Oriente Médio. Quem se preparou para uma iminente e devastadora ofensiva, planejada pelo bando de setentões ornamentados por longas barbas grisalhas e turbantes de grife e executada por bravos oficiais da Guarda Revolucionária Islâmica, deveria esperar sentado. Desde a penúltima década do século passado, bravatas e bazófias continuaram a ecoar ao menos uma vez por semana. Mas a ditadura teocrática optou por exterminar o inimigo com uma guerra por procuração e terceirizou os combates. A fórmula permite que iranianos sejam dispensados de matar e morrer. Matam e morrem por esses persas espertos grupos terroristas formados por árabes recrutados sobretudo no Líbano, na Jordânia, na Síria e no Iêmen. Entrincheirados em Teerã, os aiatolás financiam, armam e abrigam as ramificações homicidas agrupadas num certo Eixo da Resistência. O mais poderoso dos grupos é o Hezbollah, nascido no Líbano em 1982 e encarregado de atormentar o cotidiano dos moradores no norte de Israel. Menos numeroso e mais recente, o Hamas age na Faixa de Gaza. Neste ano, o ajuntamento de abominações anexou o Houthi, denominação provisória de um bando de filhotes bastardos da velha Al-Qaeda que proliferam no Iêmen.
Se os xiitas extremistas assumissem o controle do mundo, a população planetária seria rapidamente reduzida em muitos milhões só com o sumiço da primeira leva de hereges sem conserto, servidores do demônio e mulheres que teimam em exibir mechas de cabelo ou centímetros do rosto. Mas essas urgências podem esperar. Nessas tribos islâmicas, aprende-se a lição ainda no berço: ficou estabelecido há milênios que a primeira vítima tem de ser Israel. Foi por isso que, em meados de 2023, o Irã se alarmou com as evidências de que o Estado judeu, com a mediação dos americanos, não demoraria a estabelecer relações civilizadas com a Arábia Saudita e mais duas ou três nações árabes. Os clérigos que jamais sorriem concluíram que tal afronta só seria abortada por alguma violência de grosso calibre. Em seguida, resolveram confiar ao Hamas a execução da mais sórdida e letal operação terrorista sofrida pela nação judaica. Assim começaram os trabalhos de parto do mais infame 7 de outubro.
Além da quantidade assustadora de mortos, feridos e sequestrados, e da desenvoltura com que os invasores circularam pela terra violada, os comandantes do ataque celebraram a descoberta surpreendente: os serviços de inteligência, o Mossad e os militares encarregados da proteção das fronteiras haviam falhado miseravelmente. Eufóricos, desdenharam do aviso emitido prontamente pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e reiterado nos dias seguintes por autoridades claramente constrangidas: “Vamos identificar e punir todos os responsáveis pela invasão terrorista”. O balanço dos últimos meses informa aos berros que Israel foi além da promessa. Em operações sublinhadas pela surpresa e pela precisão, eliminou com bombardeios certeiros os principais dirigentes do Hamas e do Hezbollah. Com pagers explosivos, provocou incontáveis baixas nos escalões intermediários. E demonstrou, com ofensivas terrestres e aéreas no Líbano, na Faixa de Gaza e na Síria, que está pronto para enfrentar simultaneamente seus vários inimigos — e vencê-los.
Além dos desafetos regionais, a frente antissemita inclui o amontoado de pigmeus que formam uma espécie de centrão da ONU. O Brasil de Lula não poderia ficar fora dessa. A representação nativa juntou-se à procissão de irrelevâncias que abandonaram o plenário para não ouvir o pronunciamento de Netanyahu. Todos os países importantes permaneceram na plateia. Lula também quer que a ONU “obrigue Israel a sentar numa mesa e conversar”. Não revelou com quem Israel precisa conversar: com o Hamas ou com o Irã? Também não explicou que fim levaram o hífen e o “se” que deveriam ter se juntado ao verbo sentar. Repetiu que “é preciso acabar com o genocídio em Gaza” e saiu à procura de quem soubesse como se pronuncia “Hassan Nasrallah”, que chefiou o Hezbollah por 32 anos. A julgar pela blusa palestina que usou na ONU, o apoio de Janja ainda é moderado. Deve estar trocando ideias com o marido. Se aderir sem ressalvas aos terroristas, estará usando na próxima aparição uma burca. Foi para vingar-se da partida involuntária do longevo terrorista que o Irã enfim deu as caras na zona conflagrada.
“IRÃ FAZ ATAQUE DE GRANDES PROPORÇÕES CONTRA ISRAEL”, informou o Jornal Nacional na edição de 1º de outubro. Foi o segundo do ano. Em 13 de abril, os patrocinadores de organizações terroristas lançaram 300 mísseis na direção do Estado judeu. Antes de atingirem o solo, 99% dos projéteis foram interceptados pelo Domo de Ferro, um prodígio tecnológico que protege os céus do país. Neste início de primavera, os aiatolás resolveram jogar pesado. Foram disparados cerca de 170 drones, mais de 30 mísseis de cruzeiro e, detalhe importante, quase 200 mísseis balísticos, especialmente temidos pela velocidade de deslocamento e poder destrutivo. O resultado do investimento, cuidadosamente camuflado por jornalistas a serviço da causa palestina, foi uma formidável queima de dinheiro. A soma dos mortos e feridos pela tempestade balística deu zero. Isto mesmo: zero. Tremendo fiasco.
Depois do bombardeio que matou Nasrallah, e promoveu a mártir um assassino de assustar o mais compulsivo serial killer de filme americano, Netanyahu resumiu a ocorrência: “É um acerto de contas, mas não encerra a guerra. O trabalho ainda não está completo”. Quem está faltando? A resposta foi emitida pelas autoridades iranianas, que anunciaram o imediato aperfeiçoamento do esquema de proteção ao aiatolá Ali Khamenei. Agiram bem. Mas uma declaração saída do forno talvez recomende uma possível ampliação do colosso de cuidados e cautelas. “Não vamos deixar sem resposta o ataque de 1º de outubro”, reafirmou o primeiro-ministro. “Será surpreendente e preciso.” Como demonstrou o “ataque de grandes proporções” a pontaria dos iranianos não é lá essas coisas. Precisão os israelenses têm de sobra.
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Grande Augusto Nunes, sempre cirúrgico em seus comentários.
Preciso é certeiro é também seu artigo. Um VIVA! a você .
Queria entender por que tanta maldade contra Israel.
Israel já sabe onde esconderam o aiatolá; questão de estratégia e de tempo a sua eliminação; a próxima semana será muito “movimentada”. O “molusco” que se cuide!!!
Bem que o STF podia atacar Israel também… porque aí Netaniahu iria achá-los.
Seis paises, em duas ocasioes, tentaram invadir Israel – de surpresa, inclusive no Yom Kippur (data sagrada para os judeus).
Perderam as duas.
Excelente artigo de Augusto, apenas leiam.Ouso apenas a indicar um filme muito bom:”nunca sem a minha filha “,acho que podem encontra-lo ainda na Netflix ou Prime, não é um filme novo,mas explica como um cidadão Iraniano,se forma médico nos EUA, casa com uma americana, constitue família e depois volta a seu país .Assistam e compreenderão os valores arraigados de um regime tirânico.
Eu acho incrível que países democráticos do mundo ocidental estejam do lado de ditaduras teocráticas, como o Irã. O Irã, hoje, é o principal motivo da instabilidade política no Oriente Médio. O Irá sequestrou o Líbano, o Iraque, através de grupos armados e pratica violência indiscriminada na região. O Irã precisa ser contido, os países do Ocidente deveriam montar uma coalizão e invadir o Irã e derrubar o regime dos aiatolás e permitir que o povo escolha um governo que pare de pensar somente em destruir Israel, mas que pense na população e busque o desenvolvimento econômico e o bem estar do povo!
Perfeito Augusto!
Parabéns!
Triste é saber que o Brasil se posicionou com a nata da ditadura mundial, aquilo de pior que o mundo tem a oferecer.
Isaías 43. 2: “Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o submergirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o atingirão.”
Isaías 54. 17: “Nenhuma arma forjada contra você prosperará; e você condenará toda língua que quiser acusá-la em juízo. Essa é a herança dos servos do Senhor e a sua justiça que procede de mim, diz o Senhor.” Graças a Deus, a Palavra de Deus é a verdade, e graças a Deus, Israel sabe e crer assim.
Isaías 43. 1: “Mas agora, assim diz o Senhor, que o criou, ó Jacó, e que o formou, ó Israel: Não tenha medo, porque eu o remi; eu o chamei pelo seu nome; você é meu.”