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Foto: Shutterstock
Edição 238

Funcionários do Banco Central estão comprando dólares

E mais: a desconfiança dos gringos, o pessimismo em relação à B3 e o sucesso dos criptoativos no Brasil

Carlo Cauti
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Os funcionários do Banco Central (BC) estão tão preocupados com a situação fiscal do Brasil, e com a consequente desvalorização do real, que estão comprando dólares para proteger seu patrimônio pessoal.

Um funcionário de carreira de alto escalão confessou à coluna de Oeste que desde o começo do ano passado está convertendo em moeda americana suas poupanças.

Segundo o servidor do Banco Central, os déficits fiscais que o governo Lula vai acumular até 2026 levarão o real para um patamar ainda pior do atual no câmbio com o dólar.

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Risco cambial acabou com o IPO da Moove

Uma das razões pelas quais a Cosan decidiu adiar o IPO da Moove na Bolsa de Nova York foi exatamente o câmbio.

Os fundos de investimento que deveriam ancorar a abertura de capital da empresa não quiseram aumentar sua exposição ao Brasil por causa do risco-país.

Dos cerca de 30 fundos inicialmente interessados, somente três confirmaram suas ordens, alegando a imprevisibilidade do câmbio do real que poderia alterar os resultados da Moove.

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Gringo desconfiado com o Brasil

A desconfiança dos gringos com a economia brasileira aparece claramente nos leilões dos títulos do Tesouro Direto.

A última oferta das Notas do Tesouro Nacional série F, conhecidas como o “papel do gringo”, registrou as maiores taxas de juros do ano.

Dos últimos 11 leilões de títulos públicos que ocorreram nestas semanas, nove registraram as maiores taxas pagas pelo Tesouro Nacional.

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Painel com cotações de ações no moderno centro de visitantes da B3, na sede da Bovespa, em São Paulo | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

Aumenta o pessimismo com a bolsa

Mais uma corretora está revendo para baixo suas previsões para o Ibovespa até o final de 2024.

A Ativa Investimentos reduziu a sua recomendação para a Bolsa de Valores de São Paulo, passando de compra para neutro, e prevê que o Ibovespa fique em 135 mil pontos até o final do ano.

Segundo a corretora, esse é o resultado dos juros mais altos e um cenário fiscal “menos crível” e com “pontos extremamente polêmicos”.

Menos negociações na B3

Em setembro, a Bolsa de Valores de São Paulo registrou uma queda nas negociações na comparação com o mês anterior e com o mesmo período de 2023.

Segundo os dados da própria B3, o volume médio diário foi de cerca de R$ 23 bilhões, em queda de 1,2% na comparação com setembro de 2023 e uma redução de 18,3% ante agosto deste ano.

Mesmo com essa redução, o número de contas ativas chegou a superar 6 milhões, em alta de 6,1% na comparação com setembro do ano passado.

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Só queremos renda fixa

A alta dos juros e as perspectivas de novos aumentos da Selic estão levando os investidores a optar pela renda fixa.

Uma pesquisa da plataforma Comdinheiro-Nelogica mostrou que os dez fundos de investimento com a maior captação de recursos entre janeiro e setembro de 2024 foram todos de renda fixa.

Atualmente, na Bolsa de Valores de São Paulo não há ações com um retorno tão elevado como o da Selic. Além disso, o risco fiscal está elevando os juros pagos sobre os títulos do Tesouro Direto, que voltaram a oferecer um retorno de quase IPCA mais 7% ao ano.

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Sede da Petrobras no Rio de Janeiro | Foto: Shutterstock

Petrobras aumenta os investimentos

A Petrobras deverá anunciar em novembro suas novas diretrizes de investimentos para os próximos cinco anos.

O total do próximo plano estratégico poderia chegar a US$ 110 bilhões, em alta de quase 10% na comparação com o atual plano, que foi de US$ 102 bilhões.

O foco deverá ser o segmento de exploração e produção upstream, enquanto as energias renováveis deverão receber uma atenção menor em relação ao plano atual.

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Sinal de alerta no setor automotivo

A produção de veículos no Brasil caiu 11,4% em setembro na comparação com agosto, segundo os dados divulgados pela associação dos fabricantes de automóveis (Anfavea). Mesmo assim, no acumulado do ano a produção subiu 10,1%.

As vendas caíram 0,4% na comparação mensal, mas mantêm uma alta de 19,5% se comparadas com o mesmo mês do ano passado.

O que puxou o mercado no mês foram as exportações, que registraram uma alta importante, de 8,9% em setembro. Todavia, no acumulado dos últimos 12 meses o resultado foi negativo em 12%.

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Prédio da empresa química alemã Basf em Varsóvia, na Polônia | Foto: Shutterstock

Todo mundo quer a Suvinil

A venda da fabricante de tintas Suvinil está atraindo um forte interesse de empresas brasileiras, multinacionais e fundos de investimento.

A alemã Basf, detentora da marca, decidiu ceder a empresa em uma operação que poderia movimentar de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões.

Entre potenciais compradores estão as empresas americanas Sherwin Williams e PPG, a europeia AkzoNobel (dona da Coral), e as empresas nacionais Tigre e Dexco. Entre fundos, a marca pode atrair o interesse do Advent, Partners Group, CVC, Brookfield e Mubadala.

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Brasileiro ama uma cripto

Os criptoativos continuam no gosto do investidor brasileiro. E a previsão é que nos próximos anos essa tendência continue. Transformando o Brasil em um dos países líderes na adoção de ativos digitais.

Segundo um estudo da Sherlock Communications, atualmente 24% da população brasileira possui algum tipo de criptoativo ou token digital. Há um ano, essa porcentagem era de 14%.

Entretanto, para o MB | Mercado Bitcoin, até 2030 o número de investidores em criptoativos poderá chegar à metade da população brasileira, que representaria quase 120 milhões de pessoas, impulsionadas principalmente pelo Drex.

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Saúde mental flagela os profissionais brasileiros

A saúde mental está se tornando o principal problema dos profissionais no país.

Uma pesquisa da Creditas Benefícios mostrou que 86% dos trabalhadores brasileiros já enfrentaram problemas de saúde mental associados ao ambiente corporativo.

Entre os principais problemas relatados estão o estresse (65%), a ansiedade (54%) e a insônia ou dificuldade para dormir (40%). Esses resultados destacam que, apesar da crescente conscientização sobre saúde mental nas empresas, muitos colaboradores continuam enfrentando impactos cotidianos significativos relacionados ao trabalho.

Segundo o último Health Service Report, 54% das pessoas no Brasil acreditam que a saúde mental seja, hoje, o principal problema de saúde enfrentado pelos brasileiros. O estudo completo traz ainda as principais preocupações sobre a qualidade dos serviços de saúde, acesso a tratamentos, desafios de saúde pública e como a pandemia de covid-19 deixou impactos no setor.

Leia também “Moody’s virou piada no mercado”

1 comentário
  1. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Bota esses parasitas pros infernos

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