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Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Ricardo Stuckert
Edição 241

No rumo de 2026

Consolidou-se no segundo turno municipal a força da centro-direita

Alexandre Garcia
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Terminou a corrida municipal e já começa o aquecimento para a eleição presidencial, o que é indício de que o atual governo não vai bem. Consolidou-se no segundo turno municipal a força da centro-direita, que se espalhou pelos municípios brasileiros no primeiro. A esquerda encolhe; o símbolo do PT se torna uma estrela cadente. O partido nem sequer teve candidato para a prefeitura de São Paulo, onde foi criado, tendo que apoiar o candidato do Psol, sigla que não elegeu prefeito algum. Dos 39 municípios da grande São Paulo, região de operários e berço de sindicatos, o PT ficou com apenas uma prefeitura, tal como o PDT e o PSB. Lula nem foi a São Bernardo votar, e a alegação oficial foi a de que já não é obrigado, pelos 78 anos de idade; seria melhor ter assumido o motivo real — o risco de voar com hematoma intracraniano.

O segundo turno mostrou quase empate em Fortaleza, Pelotas e Ribeirão Preto — onde a diferença foi de 687 votos. Casos em que normalmente um lado pede recontagem manual dos votos, mas hoje isso não é possível, deixando dúvidas eternas. Em 2022, foi Lula 50,9% x Bolsonaro 49,1%. Em Camaçari, Campo Grande, Olinda e Caxias do Sul, o resultado foi parecido: um apertado 51% a 49%. No primeiro turno, todos os eleitos em capitais já eram prefeitos; no segundo, repetiu-se o favoritismo de quem já detinha o Executivo municipal em Palmas, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Partidos mais à esquerda, como PSTU, PCB, PCO, além do Psol, não elegeram prefeito algum, assim como ficaram fora de prefeituras de capitais o PSDB, o PDT, o PCO e o Cidadania (ex-PCB). O PT ficou só com Fortaleza e está em nono lugar em prefeituras.

Presidente Lula e Evandro Leitão, eleito prefeito de Fortaleza | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Curitiba mostrou que é possível uma pessoa sem fundo partidário, sem dinheiro, boicotada pela mídia e, na prática, candidata avulsa chegar ao segundo turno com 43% dos votos válidos. Cristina Graeml disputou com o vice-prefeito Eduardo Pimentel — apoiado pelo prefeito Greca, pelo governador Ratinho Júnior e pelo ex-governador e seu avô, Paulo Pimentel — e chamou a atenção nacional pela determinação e coragem, como candidata saída de aspirações populares, e não de diretórios partidários e acertos políticos. Na prática, uma candidata avulsa. Não foi eleita, mas é vitoriosa.

Cristina Graeml chamou a atenção nacional pela determinação e coragem, como candidata saída de aspirações populares, e não de diretórios partidários e acertos políticos | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na maior eleição, São Paulo, também surgiu um personagem sem biografia partidária: Pablo Marçal, que quase foi para o segundo turno, insistiu em participar da decisão, e aí se perdeu. Acabou dando palanque a um dos candidatos, e deixou à mostra o objetivo de se promover; cometeu erros de tática e estratégia e acabou perdendo o que conquistara. Em Goiânia, o governador Caiado mostrou força para 2026, depois que seu candidato derrotou o de Bolsonaro e do deputado Gustavo Gayer. Este, abalado pela visita da Polícia Federal, atribuiu a derrota a Caiado e o chamou de “canalha” nas redes. Houve troca de farpas entre Caiado e o casal Bolsonaro e Michelle.

A reação emocional esquece que, se a centro-direita se dividir, abre espaço para a esquerda em 2026. O pragmatismo de Tarcísio — com Republicanos, PSD e MDB — deixa lições, pois dividir a centro-direita será o objetivo da esquerda neste pré-2026, se, por sua vez, o PT tiver resolvido seus próprios rachas.

O vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, disse que escolher Boulos como candidato foi um erro. E o articulador político do governo, Alexandre Padilha, após avaliação com Lula, fez gozação com a fraqueza eleitoral do partido. Que, segundo ele, não saiu da zona de rebaixamento. A presidente do PT respondeu nas redes sociais que Padilha deveria cuidar do seu trabalho, que, segundo ela, prejudicou o PT. As relações entre Gleisi e o Palácio do Planalto parecem estar na mesma temperatura do contato Bolsonaro-Caiado. Além disso, o apoio de Lula a adversários do MDB gerou vetos ao presidente e ao PT por parte de prefeitos eleitos, como os de São Paulo e Porto Alegre. Pelo que disse o ex-presidente Temer, após esta eleição, o MDB vai tomar rumo contrário ao da esquerda. O novo objetivo já é 2026.

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2 comentários
  1. Altamirando Barreto Vieira
    Altamirando Barreto Vieira

    Que vergonha, Oeste.
    Parece que só tem estagiário na redação.
    Nunca tinha visto coisa igual.
    Lamentável!!!

  2. Osmar Martins Silvestre
    Osmar Martins Silvestre

    O MDB posicionando-se à direita é bom para a direita, mas é muito melhor para ele próprio. A esquerda está em fase de extinção no Brasil, graças à Deus e à própria incompetência e desonestidade. Que morra a esquerda.

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