Assim que Javier Milei foi eleito para presidir a Argentina, a velha imprensa fez um escarcéu, alertando sobre os riscos de alguém tão “radical” e de “extrema direita” comandar a nação. Os jornalistas ignoravam, claro, que a nação estava totalmente destruída pela gestão lulista do seu antecessor Fernández. À época, fiz uma análise diametralmente contrária, apostando na recuperação argentina e afirmando que a comparação bem ao lado do Brasil seria um fardo para nossos militantes lulistas nas redações.
Cerca de um ano depois, parece um tanto evidente que meus pares estavam, uma vez mais, completamente equivocados. Milei tem apresentado ótimos resultados, enquanto a economia brasileira degringola a cada dia e assusta até economistas tucanos que fizeram o “L”. Em uma entrevista de duas horas para Lex Fridman, o presidente argentino explica com detalhes tudo que vem fazendo, e escutar essa conversa é constatar o abismo que separa a Argentina do Brasil hoje. Lula vem destruindo novamente o Brasil, enquanto Milei está colocando a Argentina de volta nos trilhos.
Para começo de conversa, a Argentina tem um presidente que fala com propriedade de economistas como Milton Friedman, Friedrich Hayek, Murray Rothbard e Ludwig von Mises. Milei é um libertário, algo que nossos jornalistas nem sequer compreendem direito o que significa. Ele não é um utópico, pois sabe que o libertarianismo oferece apenas um norte, um ideal, mas que é preciso ser prático no processo. No mundo ideal ele seria um anarcocapitalista, mas no mundo real ele se diz um minarquista, defensor do Estado mínimo. Não existe vácuo no poder político e, se os libertários ficarem apenas reclamando, os socialistas estarão sempre no comando.
Assim que assumiu, Milei deixou esse lado mais pragmático falar mais alto, pois ele sabia que não era possível — nem desejável — implodir o aparato estatal da noite para o dia. Mas prioridades foram apontadas, e desde então o governo vem abolindo milhares de regulações burocráticas. Não por acaso Elon Musk é um fã declarado de Milei, e terá a oportunidade de realizar algo parecido no departamento que assumirá no governo Trump, com a meta de desburocratizar o país. Como diz Musk, Trump representa uma ameaça à burocracia, não à democracia, como alerta a mídia.
Milei também é fã de Musk, pois defende um pacote completo de liberdade, incluindo a de expressão, e entende que a compra do Twitter pelo bilionário foi fundamental para preservá-la. O presidente denuncia a corrupção da mídia, acostumada com seus privilégios e o monopólio do microfone. Ele compara alguns jornalistas a criminosos que praticam extorsão, sempre cobrando pelo silêncio ou ameaçando com retaliações e difamações. O desespero da velha imprensa com o advento das redes sociais, em especial o X, vem justamente da perda desse controle e poder.
"The example President Milei is setting with Argentina will be a helpful model for the rest of the world."
— DogeDesigner (@cb_doge) September 3, 2024
一 Elon Musk
pic.twitter.com/ffy1oAAD0o
No mais, os socialistas não aguentam um debate livre, pois seu legado é terrível, responsável pela morte de cerca de 150 milhões de inocentes. Milei cita o caso do Muro de Berlim, lembrando que em 1989 sua queda representou oficialmente o fim do regime comunista alemão, mas que foi em 1961, em sua construção, que a falência ficou visível para todos. Um regime que precisa “convencer” o povo sob a mira de uma arma e faz de tudo para impedir a fuga dos descontentes para o lado capitalista livre é um regime fracassado.
Com esse mapa de voo libertário, Milei vem lutando para transformar a Argentina no país mais livre do mundo. Ele cita como exemplo a Irlanda, que era o mais pobre país europeu antes das reformas liberalizantes, e que hoje tem uma renda per capita bem acima da americana. A liberdade é o caminho para a prosperidade, e um presidente que compreende isso e consegue atrair o apoio popular para suas reformas é uma raridade. Mesmo com minoria no Congresso, o governo Milei tem conseguido realizar diversas reformas estruturais, e o mercado já começa a precificar as mudanças.
O risco país desabou, corretoras importantes têm recomendado as ações de empresas argentinas, a inflação está retornando a patamares civilizados, e o nível de pobreza começa a ceder. Num primeiro momento, é preciso tomar medidas drásticas que impõem um custo, pois é necessário trazer a economia de volta à realidade que a hiperinflação distorce. Mas Milei tem consciência disso tudo, sabe o que está fazendo, e defende com embasamento seu projeto de governo. Para os mais leigos, escutar as duas horas de entrevista será uma aula de economia!
Concomitantemente ao foco econômico, Milei tem combatido a corrupção, até porque ela costuma ser um subproduto que se retroalimenta da hipertrofia estatal. Os “piqueteiros” tentaram fazer de tudo para impedir as reformas, pois vivem como parasitas dos pobres e trabalhadores, mas Milei os enfrentou e venceu — até aqui. Os argentinos passaram a entender as vantagens do liberalismo, a sentir no bolso a mudança, e não desejam retornar ao modelo peronista de antes. Milei é um presidente bastante popular, e isso ainda no começo dos efeitos concretos de suas reformas.
Nem tudo é economia, porém. Milei, como já disse, compreende que a liberdade deve ser defendida como um pacote. Ele lembra que foram os liberais clássicos os primeiros a defender a igualdade de todos perante as leis. Cita o exemplo de John Stuart Mill como aquele que primeiro defendeu direitos iguais para as mulheres. E mostra como a ideologia woke esquerdista vem destruindo isso tudo, sem falar da hipocrisia das feministas, que se calam diante das denúncias de agressões de Fernández à sua mulher.
Na guerra cultural, o socialismo foi bem-sucedido ao enganar eleitores, mas o fardo econômico eventualmente chega. Os liberais e libertários, por sua vez, conseguem entregar os bons resultados econômicos, mas negligenciam a guerra das ideias. Os socialistas se organizaram no Foro de São Paulo, inspirados em gente como Gramsci, e rotularam qualquer um que discordasse deles de “reacionários” ou “fascistas”. É preciso enfrentar essa batalha. Os libertários precisam colocar a mão na massa para entregar resultados e lutar no campo das ideias, para vencer a guerra cultural. E é isso que Milei tem feito.
Trata-se de um governo revolucionário, nesse sentido. Milei fala da liberdade individual com grande paixão, e ama seu país a ponto de enfrentar os parasitas que vêm explorando os pobres há décadas. Ele não teme por sua vida, mesmo ciente dos riscos que enfrenta. É alguém corajoso, que não se importa em ser demonizado pelos adversários. Enquanto isso, no Brasil temos o ladrão de volta à cena do crime, como diria Alckmin. Com ele, voltaram os empresários corruptos, os sindicalistas parasitas, os artistas engajados e os militantes disfarçados de jornalistas, além dos fracassados economistas de esquerda. Parafraseando uma artista petista na época da pandemia: que inveja de um país que tem um presidente!
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Excelente texto Consta. A única esperança para o Brasil é que tempos difíceis forgem homens fortes, e que esses homens façam o que precisa ser feito para mudar essa situação.
Lula retornou a cena do crime, como disse Geral Alckmin, hoje seu cúmplice para continuar a destruição do país.
Feliz Argentina que com certeza voltará a bilhar como foi no início do século XX.
Consta!! cenário perfeito do país petista.. Argentina vai reconquistar seu espaço de glória, , mas nosso país o caminho é caos .
Empresários corruptos, artistas engajados, sindicalistas parasitas, militantes disfarçados de jornalistas. Este é o Brasil atual. Com um judiciário idem corrupto e parcial.
A evolução é um processo natural do universo em todos os aspectos, mas o espectro político mundial e em especial a América Latina, o processo é invertido, anda pra trás. Não existe economia planejada, ela se dissolve no socialismo, será que esses jovens woke não vão tirar seus antolhos?
O Brasil não pode seguir com esse discurso socialista , pois o dinheiro está acabando,como bem disse Margaret Thatcher .
Perfeito. Retrato da hora.