É o escândalo que se recusa a morrer. Apesar de todos os esforços das nossas elites covardes, que preferem falar sobre qualquer coisa que não sejam as chamadas grooming gangs (“gangues de aliciamento”), o escândalo volta. Mesmo com toda a gritaria barata e difamatória da esquerda sobre como é racista mencionar essas gangues, as pessoas continuam falando sobre isso. Diante da indiferença oficial ao sofrimento de milhares de meninas pobres nas mãos desses aliciadores e abusadores, as pessoas exigiram um acerto de contas. A população tem uma sede de verdade, e nenhuma calúnia ou censura vinda de cima para baixo pode acabar com ela.
Três dias depois do início de 2025, as gangues de aliciamento voltaram a ser notícia. Como os leitores britânicos devem saber, “gangues de aliciamento” é o nome um tanto eufemístico dado a quadrilhas, a maioria de origem paquistanesa, que submeteram meninas brancas da classe trabalhadora a abusos horríveis. Em cidades de todo o Reino Unido — Rotherham, Rochdale, Huddersfield, Oldham, Telford, Oxford —, essas gangues oferecem drogas às meninas, as violam, exploram e estupram. Robert Jenrick, membro conservador do Parlamento britânico, tem razão quando diz que a expressão “gangues de aliciamento” parece ter sido criada para “higienizar crimes depravados”. São “gangues de estupro”, afirma ele.
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É o que elas são. As meninas que foram vítimas dessas gangues sofreram a mais horrível degradação. Os homens “as submeteram a um inferno”, disse um promotor. Em Huddersfield, elas eram “passadas de mão em mão e estupradas”. Em Manchester, injetaram heroína em uma garota para facilitar o estupro. Em Rochdale, uma garota chamada Ruby foi estuprada cem vezes desde os 12 anos de idade. Ela fez um aborto aos 13. Houve milhares de vítimas: 1,4 mil em Rotherham, mil em Telford, mais de 300 em Oxford. Era uma indústria de violência sexual.
O ‘genocídio do estupro’
O que intensificou ainda mais esses horrores — e, em alguns casos, o que possibilitou que ocorressem — foi a indiferença calculada das autoridades. Em toda a Inglaterra, políticos e a polícia local inicialmente relutaram em investigar as gangues, para não mexer com “questões comunitárias delicadas”. Eles sabiam muito bem que essas gangues de homens de origem paquistanesa estavam explorando meninas brancas das áreas pobres da cidade, mas se contiveram porque não quiseram parecer estar “perseguindo um grupo minoritário”. De cidade em cidade, as “relações raciais” foram colocadas acima da segurança e da dignidade das meninas de classe baixa. Proteger a ideologia do multiculturalismo foi considerado mais importante do que proteger as meninas do estupro. Elas foram sacrificadas à ideologia, e sua humilhação foi tratada como um pequeno preço a ser pago para manter os éditos do politicamente correto.
Agora essa indignação está gerando polêmica mais uma vez. Isso ocorre depois que a ministra do Interior, Jess Phillips, rejeitou o pedido do Conselho de Oldham para que o governo fizesse uma investigação sobre o flagelo das “gangues de aliciamento”. A corajosa reportagem de Charlie Peters na GB News ajudou a colocar esses crimes doentios de novo sob os holofotes. Elon Musk também está movimentando o tema, usando o X para criticar o governo de Keir Starmer e a Grã-Bretanha de forma mais ampla pelos nossos fracassos em relação ao que ele chama de “genocídio do estupro”. O fato de a nossa mídia ter “escondido” essas atrocidades por tanto tempo é terrível, diz ele.
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Há um apagamento histórico em jogo aqui. Musk, assim como outras pessoas, pode ter ouvido falar do escândalo das “gangues de aliciamento” pela primeira vez em 2025, mas os britânicos estão cientes há anos. Ele foi revelado pela grande mídia. Durante anos, o jornal The Times cobriu essa história. Já em 2007, Julie Bindel escreveu sobre o tema. A Spiked abordou o assunto em profundidade por mais de uma década. A ideia de que precisamos de um agitador rico nos Estados Unidos para abrir nossos olhos para esses crimes sistemáticos e os fracassos de nossa nação é ridícula. Minha pergunta para quem está tuitando loucamente sobre essas “gangues de aliciamento” recém-descobertas é: onde você estava?
Esse horror não estava “escondido”. Ele tem sido objeto de muita análise da mídia e de uma fúria pública justificada. Mas o curioso e preocupante é o seguinte: embora tenha havido muitas reportagens sobre “gangues de aliciamento”, o acerto de contas de que realmente precisamos não aconteceu. Embora tenha havido diversas investigações locais — todas catalogando as falhas grosseiras de autoridades que demonstraram mais preocupação com a paz comunitária do que com a segurança feminina —, o escândalo raramente incomoda a consciência política mais ampla. Todos sabem do fato, mas poucos se debruçam sobre ele. Na sociedade esclarecida, ele é o grande inominável, a atrocidade que não ousa dizer seu nome. Você fica remoendo a situação, e nada mais. Você concorda que é ruim e segue em frente.
Meninas pobres tratadas como lixo
Não é difícil entender por que uma cultura de covardia ainda se apega a esse escândalo mais do que a qualquer outro — é porque as muitas questões que ele levanta sobre a Grã-Bretanha do século 21 são profundas e aterrorizantes. Milhares de meninas foram submetidas a abusos vis, enquanto o governo, a polícia, a esquerda e até mesmo muitas feministas faziam vista grossa porque valorizavam mais a tranquilidade comunitária do que a vida e a dignidade das classes baixas? Não é de se admirar que desejem que esse escândalo desapareça. Não é de se admirar que se contentem em reconhecê-lo, sem nunca o questionar. Não é de se admirar que fiquem mais à vontade em falar sobre um membro conservador do Parlamento colocando a mão no joelho de uma jornalista de classe média. Eles simplesmente não têm os recursos psicológicos e morais para refletir sobre o que significa para a sua administração o fato de milhares de meninas pobres e da classe trabalhadora terem sido estupradas bem debaixo do nariz de seu burocratismo.
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Ninguém evita falar sobre o escândalo das “gangues de aliciamento” por considerá-lo insignificante. Pelo contrário, é justamente a natureza gigantesca do escândalo, as questões vastas e turbulentas que ele apresenta, que os torna tão alérgicos a enfrentá-lo. Sem dúvida, esse é um dos maiores ultrajes do período pós-guerra. É o momento em que o Estado falhou, de forma catastrófica, em seu dever mais básico: proteger seus cidadãos contra o mal. É o escândalo que expõe os instintos sinistros de autopreservação das elites burocráticas que, como agora sabemos, farão qualquer coisa para proteger sua ideologia e influência, inclusive fechar os olhos para o estupro de meninas vulneráveis. Elas gritam “racista!” para qualquer um que mencione as “gangues de aliciamento” porque sabem que nossas perguntas incômodas ameaçam desvendar suas pretensões morais e abalar sua autoridade política. Elas sabem o que está em jogo.
Porque nada expõe tanto a perigosa indiferença da nova classe dominante britânica quanto o escândalo do “aliciamento”. Esse escândalo revela seu classismo, sua covardia e sua profunda desconfiança em relação a nós, a população. No decorrer desse horror, elas foram guiadas por seu medo das massas, seu pavor da plebe. Desde o pânico de incitar a “islamofobia” até o medo de alimentar a “extrema direita”, as elites confirmaram, repetidamente, que enxergam os britânicos comuns como uma turba à espreita, tão intolerante e volátil que não se pode confiar que nós saibamos a verdade sobre essas gangues ou qualquer outra coisa. Essas elites abandonaram as garotas de classe baixa e depois humilharam toda a população. Trataram as meninas pobres como lixo e depois destruíram o direito de todos os demais de protestar contra isso. Esse escândalo está longe de terminar. Ele está apenas começando.
Brendan O’Neill é repórter-chefe de política da Spiked e apresentador do podcast da Spiked, The Brendan O’Neill Show. Seu novo livro, After the Pogrom: 7 October, Israel and the Crisis of Civilisation, foi lançado em 2024. Brendan está no Instagram: @burntoakboy
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EM PLENO SÉCULO 21 LER UMA NOTÍCIA COMO ESSA É REVOLTANTE E MAIS REVOLTANTE É SABER QUE AUTORIDADES BRITÂNICAS ESCOLHERAM PROTEGER IMIGRANTES , COM CULTURA DE DESRESPEITO ÀS MULHERES, ATRASADOS AO INVÉS DE DEFENDER MENINAS INGLESAS! POR SEREM POBRES, INVISÍVEIS? A EUROPA AINDA IRÁ SE ARREPENDER POR DEIXAR AS FRONTEIRAS ABERTAS PARA OS QUE QUEREM MANTER SEUS CÓDIGOS DE CONDUTA NUM PAÍS QUE OS ACOLHEU. A FRANÇA JÁ ESTÁ PERDIDA.
Depois de Margaret Thatcher o Reino Unido escolheu o caminho do politicamente correto e hoje as meninas inocentes pagam o preço do descaso das “autoridades” britânicas.
Paquistaneses, que são indianos com outra nacionalidade segue o mesmo DNA dos indianos nativos onde o estupro é “normal” e igualmente as “autoridades” indianas nada fazem para coibir atos ultrajantes.
É a sistematica européia como um todo!!! Apontam os seus dedos sujos para outros paises e não resolvem seus problemas internos…Veja a França!!!!Se metendo na amazonia, Suécia, Alemanha, Italia e varios outros falando em desmatamento!!! São hipócritas que escondem seus problemas e apontam para os outros
Pimenta no cu dos outros e refresco!!!!!, Um dia tudo isso sera acertado,
Covardia das autoridades britânicas. Como deixam acontecer barbaridades com esta a torto e a direito?
Quanta covardia destas autoridades britânicas em fazer vista grossa para tamanha monstruosidade contra meninas menores e totalmente indefesas e pobres. Isto num país dito esclarecido e bem sucedido? Uma aberração destas falar em cadeia é muito pouco, tem-se que falar em cadeira elétrica para tais gangues e porque não as autoridades que fizeram vista grossa por tantos anos e a indefesas meninas pobres sendo dia a dia massacradas pelos covardes das gangues.
Terrível como uma ideologia insana predomina sobre direitos elementares e atarraxa autoridades e pessoas decentes na inação
Muçulmano bom é muçulmano morto.
Cuidado! Se comentar é racista e islamofóbico. Mas pensar ainda pode, não pode?