Menos de dois meses depois de regressar à Casa Branca, Donald Trump já deixou claro que vai cumprir tudo o que prometeu durante a campanha — começando por transformar em prioridade número 1 os interesses do país. Num discurso aprovado por mais de 70% da população, o presidente dos EUA criticou a doutrina woke, mostrou a redução da gastança com programas inúteis, elogiou o trabalho dos policiais da fronteira e avisou que continuará combatendo a imigração ilegal, entre outras medidas animadoras. No Brasil, a imprensa estatizada optou por destacar — para criticá-la, evidentemente — a ideia de aumentar tarifas sobre a importação de produtos brasileiros.
Esses veículos de comunicação também ignoraram dados relevantes que enriquecem a reportagem de Carlo Cauti nesta edição. Por exemplo: em média, os Estados Unidos aplicam tarifas inferiores a 3% sobre bens importados. No Brasil, a taxa ultrapassa 12%. “Tirando acordos comerciais que reduzem bilateralmente essas barreiras alfandegárias, o resto do mundo é muito mais protecionista do que os Estados Unidos”, resume Cauti.
No conjunto de reportagens e artigos que também tratam do tema da capa, Ana Paula Henkel analisa o discurso de Trump no Congresso, também comentado por Rodrigo Constantino. Augusto Nunes descreve o novo estilo de voo da águia, que é um dos símbolos da nação americana, enquanto Adalberto Piotto se concentra nas questões econômicas.
“Anos atrás, Hussein Kalout, professor e pesquisador brasileiro na Universidade Harvard, e que também foi secretário de Assuntos Estratégicos no governo de Michel Temer, defendeu a tese de que uma verdadeira potência global precisa atender a pelo menos cinco requisitos”, observa Piotto. São eles: ser uma potência diplomática, econômica, militar, educacional (incluindo ciência e tecnologia) e alimentar. Como explica Piotto, os EUA são a única nação no mundo que preenche todos esses requisitos, além de ser uma potência energética e a principal referência no campo da democracia e da liberdade.
O Brasil, por enquanto, é uma potência alimentar — apesar do governo: Lula já acusou de fascista o agronegócio. Além disso, o país está na mira do governo e do Congresso americanos por desrespeitar a democracia, os direitos humanos e a liberdade de expressão.
Essa realidade ficou ainda mais evidente nesta semana. O Brasil ganhou, pela primeira vez, o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com Ainda Estou Aqui, de Walter Moreira Salles. O longa-metragem conta a história do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971, depois de ser preso e morto pelo regime militar. Em seu artigo, Alexandre Garcia relembra uma frase da protagonista Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, mulher de Rubens: “O filme é uma reflexão sobre o que significa viver em um regime autoritário, onde qualquer um pode ser preso. Sobre o que significa habitar um país que suspende os direitos civis”. Para Garcia, a conclusão é inevitável: “O Rubens Paiva de hoje é o Clezão”.
Cleriston da Cunha morreu no cárcere — sob custódia do Estado, portanto —, depois de terem sido ignoradas dezenas de documentos que comprovavam sua precária condição de saúde. Outros correm o mesmo risco. Sexagenários foram condenados a penas que ultrapassam 15 anos de prisão. A mãe de duas crianças pequenas foi castigada com 17 anos por ter escrito numa estátua, com batom, uma frase dita meses antes pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF. Outro manifestante foi sentenciado à mesma pena por ter pegado a réplica da Constituição durante os protestos de 8 de janeiro e devolvido o livro no dia seguinte, espontaneamente, à Polícia Federal.
Em meio à desintegração da democracia brasileira, uma notícia menos desoladora. Como mostra a reportagem de Cristyan Costa publicada no site de Oeste nesta quarta-feira, 5, Alexandre de Moraes absolveu Jean Brito da Silva, autista de 28 anos preso durante as manifestações do dia 8. A decisão foi divulgada depois da revelação por Oeste da história do catador de material reciclável. Silva passou seis meses preso, sem contato com a família, em uma cela apertada na Papuda, em Brasília, junto a outros 12 homens. Apesar da inocência comprovada, ele continua preso a uma tornozeleira eletrônica.
Crimes como o cometido contra Rubens Paiva foram transformados em más lembranças do passado em 1979, quando a decretação da anistia ampla, geral e irrestrita começou a pacificar o país. É esse o caminho que tem de ser trilhado para que crimes como o cometido contra Clezão não se repitam neste estranho Brasil do presente.
Boa leitura.
Branca Nunes,
Diretora de Redação

É sério que vocês estão comprando a prisão de baderneiros golpistas que defenderam e sonham com a restituição de um regime militar no Brasil com as mortes e torturas atrozes cometidas pelos assassinos milicos que governaram o País no período ditatorial? Vocês têm todo o direito e toda a liberdade para expressarem o pensamento de extrema-direita de vocês, e de tecerem loas ao lunático Donald Trump, até mesmo de fazer considerações favoráveis à pretensa soberania americana sobre todas as nações do mundo, só não podem distorcer os fatos com malabarismos textuais.
Digo: (…) comparando a prisão (…)
Este número está espetacular. Obrigada por tantas informações em tempo real.
Não existe “tese”. A Constituição é clara: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
O STF esta simplesmente mudando a Cosntituição. Minsitro não é legislador, menos ainda constituinte. Segundo a Constituição, o STF, o STF, ou seja, o órgão, não um ministro, só tm competêncioa legilativa para elaborar seu próprio regimento e propor a lei da magistrtura. O STF não pode reescrever a Constituição, ainda mais quando muda de acordo com quem julga. O STF é um órgão constitucional, por isso, sua competência esta na Constituição e não pode ser alterada sem alteração da Constituição. De acordo com a Constituição, rt 1 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O STF não é eleito,. logo nõ pode atuar politicamente. A Constituição não é objeto de julgamento do STF, apenas parâmetro.
O STF se tornou tribunal de exceção, como o “Tribunal do Povo” nazista, instituido coincidentemente após o incêndio do parlamento alemão. Similaridade que impressiona, já que o STF passou a julgar todos depois do 8 de Janeiro. O STF, como ocorreu na França durante a Revolução, instituiu a “Lei dos Suspeitos”, que permitia prender qualquer “inimigo da Revolução”. O STF influenbciou diretamente na eleição de 2022 aplicando a censura, como reconheceu Carmen Lúcia, decisão oriunda de um conluiu entre os minsitros, como provado pelo “nos derrotamos o Bolsonarismo”, “missão dada é missão cumprida” e “Se hoje temos a eleição do Lula, isso se deveu a uma decisão do STF”. Há ainda o artigo de Barroso na Revista Práxis, segundo o qual o STF, divergindo quanto à corrupção, se uniu para defender a democracia.
Mais uma grande edição. Parabéns Revista Oeste.
Mais uma edição para ficar na História como fonte de consulta.
Faço bis à Teresa Guzzo:
Bravo Branca Nunes!
Ainda estou aqui, esperando a picanha!🤣🤣🤣
Excelente, essa Revista é contra qualquer tipo de autoritarismo. Bravo Branca Nunes.
Excelente resumo…
O bom disso td, no mundo td a esquerda esta caindo. O ultimo governo esquerdinha a cair, foi o Alemão, onde a centro direita provavelmente vai eleger o próximo Chanceler… O povo cansou d ser enganado…
Excelente resumo…
O bom disso td, no mundo td a esquerda esta caindo. O ultimo governo esquerdinha a cair, foi o Alemão, onde a centro direita provavelmente vai eleger o próximo Chanceler… O povo cansou d ser enganado…
A China e a Rússia é aqui, a Venezuela e Nicarágua também
Parabéns pelo resumo Dona Branca. Não sei se você sabe que as narrativas predatórias também ocorrem no Canadá. Amigos e amigas tem me relatado que lá dizem coisas do arco da velha sobre o Trump. Uma delas é que ele já teria deportado cerca de 600000 brasileiros, pela cor da pele…. Verifiquem se é verdade. Para trazer essa gente de volta quntas viagens e em quanto tempo seria possível?