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Edição 26

Como as democracias morrem

Sim, há riscos à democracia. E eles vêm da esquerda e não da chamada “direita populista”

Rodrigo Constantino
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Está na moda falar sobre a ameaça “fascista” às democracias ocidentais. Vários alertas têm sido feitos, sem esconder o intuito de atacar o nacional-populismo de direita. Governos como Trump e Bolsonaro suscitaram a publicação desses livros que explicam como as democracias morrem, e a morte, para esses autores, vem sempre pela direita. Mas Jean-François Revel, membro da Academia Francesa de Letras, publicou um livro em 1985 chamado justamente How Democracies Perish, cuja mensagem vai na contramão da atual. O pensador francês estava alertando para a real ameaça às democracias ocidentais: o comunismo, que vem pela esquerda.

Ele abre o livro em tom pessimista, para reforçar o alerta, alegando que a democracia pode, talvez, mostrar-se um acidente histórico, um breve parêntese que está se fechando diante de nossos olhos. Como a história mostrou, e graças à resistência de liberais, conservadores e cristãos como Reagan, Thatcher e o papa João Paulo II, as democracias sobreviveram, e foi o comunismo soviético que veio abaixo. Não obstante, vale a pena mergulhar nos argumentos do autor, pois a ameaça vermelha muda de estratégia, muda até de cor, mas nunca desaparece por completo.

O ponto de Revel era que as democracias não estavam estruturadas para se defender de inimigos externos buscando sua aniquilação, especialmente desde o mais recente e perigoso desses inimigos — o comunismo. Essas democracias só despertam para o perigo quando ele se mostra fatal, iminente e evidente. Mas aí resta pouco tempo para salvá-las, ou então o custo desse salvamento se revela elevado demais.

Essa fraqueza da democracia vem de uma qualidade sua: permitir aos inimigos totalitários uma oportunidade única de agir contra ela na legalidade. Às vezes eles chegam até a obter apoio aberto sem que tal relação seja vista como um rompimento do contrato social. Podemos pensar em partidos comunistas recebendo verbas públicas, espaço de propaganda na TV e tudo o mais, tudo isso para conspirar contra a própria democracia, que consideram uma “farsa burguesa”.

A democracia não costuma receber crédito por suas conquistas e benefícios

O totalitarismo é, por definição, um inimigo subversivo, mas a democracia trata subversivos como meros oponentes por medo de trair seus princípios. E, para piorar, aqueles que visam a destruir a democracia são vistos como lutando por metas legítimas, enquanto seus defensores acabam tachados de reacionários repressores. É quase um plano perfeito de ataque.

No mais, a democracia convida naturalmente à crítica, enquanto a combinação de forças dos inimigos totalitários no intento de extinguir a democracia pode ser mais poderosa do que as forças de quem luta para mantê-la viva. A democracia não costuma receber crédito por suas conquistas e benefícios, enquanto paga um enorme preço por todas as suas falhas e fracassos, suas imperfeições e seus erros, de forma que seus inimigos totalitários nunca precisam fazer.

A coisa atinge um grau quase patológico quando as democracias, pela primeira vez na história, chegam a se culpar por conta de outras forças externas que trabalham para destruí-las. É um caso único de uma civilização que se martiriza pelo desejo dos bárbaros de atacá-la, tamanha é a crença na autocrítica da civilização ocidental. Isso pode levar, alega Revel, a uma perda da autoconfiança. Os defensores da democracia param de acreditar que podem sobreviver, porque a crise interna seria tanto insolúvel quanto intolerável ou então porque a ameaça externa é tida como tão forte que a civilização só pode escolher entre servidão ou suicídio.

Podemos pensar no pânico ocidental quando Ronald Reagan resolveu falar mais grosso com o império soviético, ou então quando muitos culparam a própria América pelo atentado terrorista em 11 de setembro de 2001 da Al Qaeda. Uma postura adotada por muitos democratas nessa situação é a da típica covardia dos fracos, que pensam que serão deixados em paz pelos valentões se cederem a suas exigências ou se fizerem alguns elogios e afagos a eles em uma cena patética de autoimolação em público, pedindo desculpas por suas qualidades.

Autocrítica exagerada seria um luxo inofensivo se não houvesse um inimigo no portão

Revel não tinha dúvida de que a grande ameaça vinha da esquerda revolucionária, que praticava atos terroristas na Itália, na Espanha, na Alemanha, em Portugal etc. Mas a propaganda, especialmente francesa, destacava uma ameaça vinda da “nova direita” nos anos 1980, o que não passava da invenção esquerdista de um inimigo imaginário para esconder o verdadeiro inimigo, o comunismo. Revel foi enfático: “A Nova Direita é uma aberração intelectual e moral sem absolutamente nenhum peso político”. Podemos pensar, hoje, na ladainha da esquerda sobre a enorme ameaça vinda dos “supremacistas brancos”, um grupelho insignificante usado como espantalho para atacar os legítimos conservadores.

Para Revel, a autocrítica é sinal vital da civilização democrática, e uma das razões de sua superioridade, mas, quando se transforma em autocondenação excessiva, sem nenhuma fundação concreta, vira uma fonte de fraqueza e inferioridade diante de uma força imperialista que abandonou tais escrúpulos. Revel estava chamando a atenção para algo bastante atual: qual deve ser a postura adequada da direita democrática perante um inimigo que ignora as regras do jogo? Se for a de muita condescendência e pusilanimidade frente aos totalitários, então a derrota poderá ser inevitável.

Ficar assumindo que está sempre errado, não importa qual seja a verdade, é algo desencorajador e paralisante. As democracias não deveriam se culpar por pecados que não são seus, que não cometeu, tampouco criar o hábito de se julgar por ideais inacessíveis e utópicos. Autocrítica exagerada seria um luxo inofensivo da civilização se não houvesse um inimigo externo no portão condenando a democracia por sua própria existência, e contando com aliados do lado de dentro do portão. Mas vira um perigo enorme quando, ainda por cima, pinta esse inimigo mortal como o lado correto.

O receio de Revel era que os democratas tentassem comprar apoio dos totalitários em vez de enfrentá-los. Ajuda financeira, uma espécie de resgate pago ao sequestrador ou chantagista, seria o caminho para levar tais países sob o regime comunista rumo à liberdade. Desafia nossa razão que um sistema que perpetuou por décadas apenas miséria e escravidão possa sobreviver, mas a ideia de que um sistema político autoritário tem de colapsar porque não é capaz de oferecer uma vida decente a seus “cidadãos” é algo que só pode ocorrer a um democrata.

Chamam de conspiração o que é um plano metódico e incansável de avanço por parte dos regimes totalitários

Pequenos fatores de desconforto já podem perturbar democracias, mais rápido do que fome horrenda ou constante pobreza podem abalar regimes comunistas. Não há elo direto entre prosperidade e revolução. Na verdade, as democracias industriais se viram em condição de maior instabilidade justamente quando tinham enriquecido mais. Em suma, diz Revel, não é a estagnação que alimenta a revolução, mas o progresso, pois cria a riqueza que torna a revolução viável. Podemos pensar hoje nas elites universitárias espalhando o caos, flertando com movimentos como Antifa e Black Lives Matter, depredando cidades e pedindo o fim da polícia, enquanto seus pais gastam verdadeiras fortunas para pagar por seus estudos.

Já nos países dominados pelo totalitarismo, a sociedade não tem força para reagir, para desafiar o Estado. Mesmo fracassos monumentais, portanto, não necessariamente levam à desintegração desses regimes, tampouco os tornam menos imperialistas ou ameaçadores para as democracias. O poder estatal e a felicidade social não apresentam correlação em um contexto totalitário. Basta citar a Coreia do Norte como exemplo, ou mesmo Cuba. É um erro que Revel condenava adotar a lógica democrática para sistemas totalitários. Democracias tendem a cortar o orçamento bélico quando a economia vai mal, por exemplo, enquanto países comunistas, não.

Mas muitos democratas preferem rechaçar qualquer preocupação concreta com tal ameaça. São facilmente transformados em inocentes úteis pela propaganda comunista. Repetem que é fobia ou histeria esse tipo de alerta feito pela direita e chamam de conspiração aquilo que, bastando observar friamente, é um plano metódico, paciente e incansável de avanço e domínio por parte dos regimes totalitários. Políticas de defesa devem se basear em hipóteses realistas ou de pior cenário, mas os democratas preferem adotar uma visão otimista ou mesmo indulgente em relação ao perigo.

A democracia, na defensiva contra a ofensiva totalitária, não ousa admitir que já está na batalha. E o medo de conhecer a verdade leva ao medo de chamar as coisas por seu nome. Daí a falta de clareza moral, os eufemismos, as ironias contra quem enxerga com mais transparência o que está em jogo. “Comunistas vão te pegar”, brincam aqueles que acham que a ameaça real desaparece se for tratada como troça. “Islamofobia”, repetem os que acreditam que os inimigos vão se tornar amigos se as democracias cessarem as críticas aos fanáticos.

Em sua conclusão, Revel expõe a questão fulcral diante dos leitores: devem as democracias consentir em lutar para escapar da escravidão ou aceitar a escravidão para escapar da guerra? Ou, pior ainda, devem lutar uma guerra que poderá acabar em escravidão? Para Revel, a esperança era que as democracias ainda tivessem tempo de poupar tanto a guerra como a escravidão, o que de fato aconteceu, até aqui. A ameaça chinesa continua, mas o império soviético ruiu. E isso se deveu em boa parte ao fato de que o trio Reagan, Thatcher e João Paulo II mostrou clareza moral e firmeza no combate ao inimigo, enquanto muitos democratas, horrorizados, achavam que essa postura levaria ao caos.

Hoje vivemos situação análoga. Os mesmos que insistem nos alertas de que as democracias correm perigo mortal por conta da “direita populista” dizem que não devemos criticar o regime comunista chinês, por “pragmatismo”, já que se trata de um grande parceiro comercial. As democracias ocidentais de fato correm perigo, mas ele, uma vez mais, não vem da direita, e sim da esquerda.

Leia também o artigo “Democracias em transe”, de Selma Santa Cruz

E, ainda, “O Ocidente em guerra com seu passado”, de Frank Furedi

 

45 comentários
  1. Gustavo H R Costa
    Gustavo H R Costa

    Parabéns Constantino! Excelente texto e comentários de ótima qualidade, claro que sempre aparece um espírito de porco como o Sr. Brack acima que, angustiado pela dificuldade de entender a realidade que o cerca, baixa o nível e parte para a agressão generalizada.

    Mais chatos que os Bolsonaristas radicais são os radicais anti-Bolsonaro.

  2. Fernando Brack
    Fernando Brack

    Nossa!!! Qta gente beijando a mão desse canalha Constantino, um reacionário de ultra-direita tão nefasto qto o ídolo que ele tanto bajula: Jair Bolsonaro. Se diz um defensor da democracia ao mesmo tempo que atenta contra ela a cada um de seus posts e falas. Essa enganação direitoide é tão perigosa qto a falação mentirosa das esquerdas. Então para ele e para quem o aplaude não existe totalitarismo de direita? É isso mesmo? Vcs precisam ler sobre o fascismo e o nazismo, ambos amplamente apoiados pelos cidadãos dos países onde foram criados e prosperaram, ao custo da morte da democracia.

    1. Rogério Storino Gonçalves Gomes
      Rogério Storino Gonçalves Gomes

      Tá bom esquerdopata, agora cheira mais uma e e dá a descarga…

  3. Roberto Gomes
    Roberto Gomes

    Caro Constantino, você sempre trás pensadores importantes embasando os textos. Obrigado e parabéns

  4. Luciano
    Luciano

    Texto e análise perfeitos! As escolhas são claras, para quem não tem medo de encarar a verdade.

  5. miguel Gym
    miguel Gym

    Fico feliz com a receptividade dos leitores da OESTE ao escritor Rodrigo Constantino.Já estivemos piores.Hoje temos (obrigado Jesus) uma plêiade de intelectuais, ocupando várias posições de destaque, em periódicos e novas revistas conservadoras,com textos repletos de ensinamentos,contrapondo-se a imprensa esquerdista desacreditada.Hoje faliu Roda Viva,da TV Cultura.Como estamos em setembro,mês da nossa Independência lembro como grande parte das famílias americanas comemoram a deles.Bandeira hasteada na varanda e um almoço onde os pais falam com os filhos sobre história,escola,religião,economia,ordem e defesa da propriedade.Sobre democracia,ou um resumo dos ótimos comentários e angustiantes problemas trazidos por Constantino.Juro que vi.Escola,professora-recebida pela comunidade na estação,que casa com mocinho-igreja,xerife,lei,banco,cadeia,comércio,e bar-são os símbolos da civilização americana,pelo menos eram, nos filmes de faroeste.Aqui os filhos querem ser funcionários públicos.

  6. Francisco Ferraz
    Francisco Ferraz

    Parabéns Constantino…. claro, lógico, transparente, genial!
    Seu texto deveria ser convertido em leitura obrigatório em todos os níveis da educação!
    Magistral!
    Á Oeste…mais um para a coleção das molduras! Obrigado por nos brindar com um texto deste quilate!

  7. Francisco Lima
    Francisco Lima

    Considero Bolsonaro um sintoma da reação combativa da democracia ao ataque do inimigo traiçoeiro, que se aproveita da tolerância do regime para mina-lo por dentro. Por isso perdoou certas atitudes contudentes. Elegância não derrota essa turma. Ultrapassar a ingenuidade exige firmeza e coragem para romper com a narrativa que eles impuseram. Bolsonaro é o fenômeno político que encarnou essa atitude.

  8. Jose Angelo Baracho Pires
    Jose Angelo Baracho Pires

    Excelente. Em palestra proferida aquí em BH/2012 pelo magnânimo brasileiro fundador da Embraer, Presidente da Petrobrás e Varig (aquela que o Lula pulverizou!), OZIRES SILVA prenunciou-nos que deveríamos retomar o País das mãos dos comunistas.
    O competente engenheiro, se uniu a um grupo de notáveis de todo o mundo, sob contratação do GOVERNO comunista no final do século passado, para inserir a China no mundo Capitalista, com o objetivo de em 20 anos ser a China a 1ª potência Mundial.
    A sua preocupação era enorme à época, não sem razão. E vejam que se não fosse a crise econômica européia em 2.008 (para o Lula e esquerdopatas tupíniquins “uma marolinha”), já estariam no pódio.
    Como quem os representa por aquí, IMPRENSA escrita e televisiva, políticos travestidos de sociais-democratas, e a grande infiltração havida no funcionalismo público (nosso pior inimigo), tenho redobrado minhas forças para propagar o cristianismo, o conservadorismo, A VERDADE.
    Enquanto para alcançarem objetivos, e é por isto que os abomino, são capazes de queimar museus, incendiar florestas, instituir o caos.
    Estejamos alertas sempre, pois usam filósofos como Antônio Gramsy e o que precisar para obterem o domínio sobre as massas. LUTEMOS SEMPRE.
    Subverteram o que é DEMOCRACIA, mas o povo unido jamais será ludibriado, ainda mais que podemos contar com um EXECUTIVO liberto do conluio entre os 3 poderes, este a que fomos submetidos pós carta Frankstein e comunista de 88.

  9. Eduardo
    Eduardo

    Verdade, Alberto. Saí correndo da ilha de hipocrisia e, no caminho, encontrei a Oeste que, mesmo se recusando a isto, é um Norte para o nascente conservadorismo brasileiro. Só tem peso-pesado entre os articulistas.

  10. Ney Pereira De Almeida
    Ney Pereira De Almeida

    Ah! Esqueci de aduzir que prefiro pensar na nossa insanidade caracterizada pela covardia de RECUSAR A AUTO DEFESA LEGÍTIMA, do que a de ESTARMOS BANCANDO O “CAROLA”, BEATO FANÁTICO, oferecendo o outro lado da face ao agressor assassino genocida que ALÉM DE MATAR GRANDE PARTE DE NÓS – COM CERTEZA – ESCRAVIZARÁ OS SOBREVIVENTES.

  11. Ney Pereira De Almeida
    Ney Pereira De Almeida

    Excelente texto. Parabéns Constantino. Obrigado por trazer Jean-François Revel para nosso meio.
    Entre tantos pontos IMPORTANTÍSSIMOS apontados, dois despertam em mim uma ESPECIAL ATENÇÃO. De imediato, me vem à mente a teoria da NAVALHA DE OCCAM. Para os que não a conhecem, ouso transcrever uma breve explanação que “capturei” da Revista Super Interessante (de boa-fé e ótima intenção), cujo link deixo aqui e recomendo muito a todos, por ser oportuníssimo e ajudar a perceber o momento atual.
    O que é a Navalha de Occam?
    O filósofo inglês William de Occam (1285-1347) não foi o primeiro a pregar isso: Aristóteles já fazia o mesmo no século 4 a.C.
    Por Bruno Lazaretti – Atualizado em 4 jul 201…
    FONTES Stanford Encyclopedia of Philosophy e livro The A to Z of Medieval Philosophy and Theology, de Stephen F. Brown e Juan Carlos Flores
    Leia em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-a-navalha-de-occam

    Mas, voltando ao excelente texto de Constantino, especificamente, aos dois pontos – cruciais para mim: primeiro, logo no segundo parágrafo, quando faz referência ao belo livro de Jean-François Revel (pasmem: de 1985).
    “Ele abre o livro em tom pessimista, para reforçar o alerta, alegando que a democracia pode, talvez, mostrar-se um acidente histórico, um breve parêntese que está se fechando diante de nossos olhos. Como a história mostrou, e graças à resistência de liberais, conservadores e cristãos como Reagan, Thatcher e o papa João Paulo II, as democracias sobreviveram, e foi o comunismo soviético que veio abaixo. Não obstante, vale a pena mergulhar nos argumentos do autor, pois a ameaça vermelha muda de estratégia, muda até de cor, mas nunca desaparece por completo”
    De cara, sinto ampliado o meu receio porque não temos mais ninguém da dimensão daquelas figuras EMBLEMÁTICAS da grandeza humana idealizada. Com quem poderemos contar?
    Depois, no quarto parágrafo, onde se lê:
    ” Essa fraqueza da democracia vem de uma qualidade sua: permitir aos inimigos totalitários uma oportunidade única de agir contra ela na legalidade. Às vezes eles chegam até a obter apoio aberto sem que tal relação seja vista como um rompimento do contrato social. Podemos pensar em partidos comunistas recebendo verbas públicas, espaço de propaganda na TV e tudo o mais, tudo isso para conspirar contra a própria democracia, que consideram uma “farsa burguesa”.
    Aqui, para mim, FICA ÓBVIA uma postura EMINENTEMENTE CRISTÃ. Posso imaginar o próprio Cristo – pregado na cruz pedindo ao pai perdão para os “pegadores”, firme na certeza de que eles NÃO SABIAM O QUE ESTAVAM FAZENDO.
    Nas circunstâncias atuais vividas no mundo, consequentes da REALIDADE POLITICA E SOCIAL DA SOCIEDADE HUMANA MORTAL E “PECADORA”, as posturas de comunistas e democratas PRECISAM SER ENCARADAS COM LUCIDEZ REALISTA. Além de não temos mais Reagan, Thatcher e Paulo II, JOGAMOS NO LIXO a inocência que o cristo viu na humanidade naquela época (basta lembrar OS GENOCÍDIOS TORPES praticados pelo homem, depois de tudo que o Cristo tentou nos ensinar).
    A humanidade vem provando, desde A CRUCIFICAÇÃO, ESTAR DISPOSTA A CRUCIFICAR CRISTO “AD AETERNUM”, porque não consegue SUPORTAR O PESO DE SUA PRÓPRIA MISÉRIA INTERIOR. E assim será enquanto não ENTENDER que precisa SUPERAR AQUELA BAIXEZA EXTREMA QUE LEVOU À PRÁTICA DA SUPREMA INJUSTIÇA E INSANIDADE – ASSASSINAR QUEM MAIS LHE AMOU.
    Nos dias atuais, DEMOCRATAS e COMUNISTAS parecem reprisar – COMO VÊM FAZENDO HÁ DOIS MIL ANOS – a mesma encenação. Os democratas movidos pelo desejo inconsciente de se aproximar de seu SENHOR (o Cristo) repetem – ao seu jeito – a tolerância e a generosidade DIVINA do CRISTO. Enquanto os Comunistas, como que incorporando os opostos aos cristãos originais, se deixam levar pelo desespero INSUPORTÁVEL da sua própria pequenês – a mesma que leva À INCESSANTE COMPULSÃO POR ASSASSINAR OS QUE ENXERGAM COMO SEUS INIMIGOS, como se visse REFLETIDO NELES o CRISTO BRUTALIZADO INJUSTAMENTE.
    Em ambos os lados, têm-se a impressão de haver um MODUS OPERANDI PERPÉTUO, sugerindo quase que um ESTADO DE TRANSE.
    A humanidade, há muitos séculos, cada vez mais nitidamente, insiste em se ENTREGAR a uma polarização absurda e DOENTIA que – muito provavelmente – pode se resumir A UMA REALIDADE VIRTUAL, onde todos vivem situações imaginárias, cada qual do lado que lhe parece o certo.
    Ai me vem a aplicação da teoria da “NAVALHA DE OCCAM”.
    Resumidamente, poderia ser dito que: “entre hipóteses formuladas sobre as mesmas evidências, é mais racional acreditar na mais simples. Ou seja: diante de várias explicações para um problema, a mais simples tende a ser a mais correta”.
    Para finalizar, como não sou de acreditar em casualidades nem coincidências, o sobrenome REVEL (de Jean-François), me sugere a ideia de que a EXAGERADA (e provavelmente doentia) TOLERÂNCIA DOS DEMOCRATAS, muito mais para passividade covarde de exercer seu direito de legítima defesa – PODE COLOCÁ-LOS NA CONDIÇÃO DE CÚMPLICE DE “ASSASSINATO” DA DEMOCRACIA E, via de consequência, um RÉU “REVEL”E CONTUMAZ EM ACEITAR E CONFERIR -VOLUNTARIA E DELIBERADAMENTE – LEGITIMIDADE ÀS AÇÕES ATENTATÓRIAS DOS COMUNISTAS CONTRA A “VIDA” DA DEMOCRACIA, NO SEU PRÓPRIO DOMICÍLIO – INSANIDADE QUE NEM MESMO OS COMUNISTAS JAMAIS COMETERAM.
    Assim, no “frigir dos ovos”, talvez sejamos muito mais doentes do que acusamos os comunistas de ser.

  12. Alberto Garcia Filho
    Alberto Garcia Filho

    Que diferença, meu Deus. Aqui na Oeste a gente lê Guzzo, Nunes, Ana Paula, Fiuza, Constantino e outros de grande qualidade. Já na Crusoé…

    1. Eduardo
      Eduardo

      Verdade, Alberto. Saí correndo da ilha de hipocrisia e, no caminho, encontrei a Oeste que, mesmo se recusando a isto, é um Norte para o nascente conservadorismo brasileiro. Só tem peso-pesado entre os articulistas.

    2. Alvaro Laerte Pinto Pimentel
      Alvaro Laerte Pinto Pimentel

      Parei também com a Crusoé e seus textões rasos.

  13. ADILSON CARDOSO DA CUNHA
    ADILSON CARDOSO DA CUNHA

    Obrigado, Constantino. Me alinho com o pensamento do autor, objeto de seu artigo. Os verdadeiros democratas, favor não confundir com social democracia, querem jogar o jogo obedecendo as regras e princípios éticos, esquecendo-se que o inimigo atua visando exclusivamente seu objetivo, pouco se importando com as consequências de seus atos. E, pior, dão todas as oportunidades para que estes se instalem e se aproveitem das benesses propiciadas pelo regime democrático. Precisamos de menos pudor e de mãos, eventualmente, se necessário, um pouco sujinhas, não venceremos com amor e conversas infrutíferas.
    Não se senta à mesa com quer apenas te destruir, e é uma ilusão acreditar que se possa chegar a denominador comum com comunistas.

  14. Luiz Americo Lisboa Junior
    Luiz Americo Lisboa Junior

    O perigo existe, mas trazendo a situação para uma análise específica do Brasil, acredito que teremos um longo período democrático conservador de direita, como tivemos infelizmente da esquerda, e as comparações serão inevitáveis, veremos surgir uma geração mais saudável e inteligente. Historicamente vivemos um período virtuoso de profundas transformações, que trará muitos frutos bons. O Brasil por sua importância e tamanho será a bola da vez no ocidente.

  15. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Tchê, gostei. Ainda bem que posso ler aqui e não lá no outro jornal.

  16. Dangelo Ivo de Campos
    Dangelo Ivo de Campos

    Parabéns pelo artigo!

  17. PAULO GOUVEA
    PAULO GOUVEA

    Paira sobre a direita democrata uma certa ingenuidade. É possível vencer a esquerda apenas no debate? Será? A esquerda sabe fazer o jogo sujo e raramente uma guerra se dá, ou pode ser vencida, no campo da ética.

  18. Martha De Gennaro
    Martha De Gennaro

    Texto do Constantino é excelente e também concordo com o sr. Fernando Antônio Cruz Pereira quanto a usar de iguais armas dos comunistas para defender nossa democracia. Não podemos usar só a retórica enquanto eles vem com balas de fuzil.

  19. Eudas Marques Dos Santos
    Eudas Marques Dos Santos

    Chamou para o debate profundo… Parabéns Constantino

  20. Érico Borowsky
    Érico Borowsky

    Que bom que também estás na Oeste.
    Excelente texto !

  21. Neilson Leal
    Neilson Leal

    Parabéns Constantino assertivo nas sua análises e como sempre.

  22. Silas Veloso
    Silas Veloso

    Brilhou, Constantino!

    1. Pedro Campos Coutinho
      Pedro Campos Coutinho

      Constantino, brilhante como sempre. Em relação a China onde há um liberalismo econômico Total ao contrário do político, será que o capitalismo ao conviver e aceitar esse governo tirano em razão das facilidades e do lucro que ele proporciona, não estaria alimentando essas ditaduras?

  23. Márcia Pinheiro
    Márcia Pinheiro

    Excelente artigo, Constantino. Obrigada por dividir seu conhecimento conosco! ?

  24. Otacílio Cordeiro Da Silva
    Otacílio Cordeiro Da Silva

    É isso aí, Constantino. Sua mensagem é tão límpida quanto água de cacimba. Só não entende quem não quer. Eu, particularmente, tenho uma opinião: sempre que se fala em inimigo, muitos já pensam logo numa fileira de soldados marchando em nossa direção.
    Não, eu não penso bem assim. Para mim, nossos maiores inimigos vivem instalados na vida pública, ganhando altos salários e trabalhando contra a nação e a liberdade. Políticos vão e vêm, mas burocratas não largam o osso. E têm poder. E não aparecem. Dão a sensação de que nem existem. Gente covarde e tendenciosa. Deviam pelo menos mostrar a cara.

    1. Fernando Antonio Cruz Pereira
      Fernando Antonio Cruz Pereira

      Sim, Otacílio. Verdade.

      Nós conservadores nos autocensuramos pelo fato de entendermos que todo ato contestatório, em maior ou menor grau, é um mau exemplo e, por isso, freiamos nossa denúncia, reclamação, ira até, contra aquilo que moralmente é injusto e revoltante.

      Os inimigos são amorais. Eles não possuem freios e limites. Por isto, para
      eles, vale tudo para obter os seus intentos e objetivos, quase sempre egocêntricos, míopes, invejosos, doentios, mortais.

      Devem ser resistidos pela demonstração da verdade, repetida e reafirmada várias vezes, para que se torne o que é concretamente: a verdade.

      Se for necessário, como último recurso, até enfrentá-los pela força física violenta. É o último recurso. Ou mata ou morre. Por si mesmo, ou pra preservar a vida de muitos outros inocentes e incapazes.

      A moral e pensamentos judaicos-cristãos têm demonstrado isto em toda a história: Abraão formou uma coligação e lutou física e violentamente contra aqueles que mantinham o roubo de seus bens e parentes; David lutou contra Golias, para preservar a confiança e determinação do seu povo oprimido, na guerra contra um inimigo mais forte e aparelhado; os Macabeus, contra a dominação grega, violenta ao ponto de tentar destruir seus princípios, valores e identidade (da mesma maneira que os judeus anteriores, no tempo da rainha Ester, contra a possível aniquilação); as Guerras de independência; os Aliados, contra seus inimigos, nas duas Grandes Guerras Mundiais; Israel, à partir de 1948, quando por três vezes teve de enfrentar inimigos mais fortes e poderosos.

      Enfim, quando extremamente necessário, a reação ao perigo e morte devem ser enfrentados com força e intensidade, para que o mal e aquilo que é injusto, seja contido.

      Tal situação não pode ser comum e nem banalizada, mas justamente aplicada quando se fizer necessária. E isto não é moralmente errado, mas se chama justiça.

      Então, o inimigo que se utiliza dos meios justos e honestos daquilo que foi conquistado e construído justa e honestamente, deve ser identificado e resistido na intensidade, determinação e capacidade necessárias e possíveis.

      Se só for possível resistir com uma resistência pacífica, com palavras, denúncias às autoridades competentes, deve ser feita desta maneira; porém, se, passo a passo, outras medidas forem sendo exigidas, até chegar a um nível extremado, os meios para conter o mal e a injustiça devem empregar os meios necessários, até mesmo com o derramar de nosso próprio sangue e vida, em um enfrentamento físico e violento.

      Como cristão creio e vivo pelo perdão e Paz, ensinados e vividos por Jesus Cristo. Ele me diz que este é o melhor caminho para a minha autodefesa. Eu sou livre para fazer esta escolha e depender da sua proteção e defesa.

      Mas, quando chegar um momento extremado de defender os outros, sou convocado moralmente a defender e proteger os outros.

      E, espero ter força e coragem para fazê-lo.

      Isto não é uma apologia à violência.

      É uma constatação de que, medidas extremas necessitam de atitudes extremas.

      Abraços.

      1. Alvaro Laerte Pinto Pimentel
        Alvaro Laerte Pinto Pimentel

        Sr Cruz Pereira, li o que escreveu e assino embaixo.

  25. Marcio Bambirra Santos
    Marcio Bambirra Santos

    A geopolítica mundial atual estabelece um cenário mais complexo na luta contra o comunismo e a sua claque esquerdista que não existia nos anos 80, ou seja, as redes sociais. E o que vemos? Sleeping Giants, CNN, Globo, NYT, e demais globalistas fincando as suas bandeiras na censura e informações tendenciosas, contínua e sistematicamente, sob o jugo de patrocínios e verbas de apoio. A China já entendeu como fazer esse maniqueísmo social com Hong Kong, e exporta o padrão aos “parceiros comerciais”. Tudo com aplausos da tralha esquerdista.

  26. Giovanna Chiodi
    Giovanna Chiodi

    Parabéns Constantino. Aqueles hoje que defendem regimes totalitários urinariam nas calças se visitassem um gulag soviético. A esquerda tem um discurso humanista como verniz que esconde dos incautos sua real intenção. A vigilância tem que ser contínua.

  27. ALEXANDER SILVERIO CAINZOS
    ALEXANDER SILVERIO CAINZOS

    Muito bom, bem vindo Constantino! Obrigado por nos trazer mais provocações e lições. A sociedade deve aprender com os erros do passado e utilizar as boas lições para lidar com as ameaças do futuro. O contexto geopolítico está totalmente distorcido pela mídia. Precisamos de alguém para denunciar o que está acontecendo. Trump tem sido uma voz nesta direção, embora caricato, um fanfarrão para muitos, é o único que tem a coragem de fazê-lo.

  28. Luiz Calvo Ramires
    Luiz Calvo Ramires

    Excelente a avaliação do Rodrigo Constantino. Parabéns

  29. Agnelo A. Borghi
    Agnelo A. Borghi

    Estupendo, Constantino!

    1. Marcelo Gurgel
      Marcelo Gurgel

      Coberto de razão, parabéns.

  30. João Antonio Chiappa
    João Antonio Chiappa

    Bem vindo à Revista e por Revelar o Revel.
    O texto traz algo que remete à definição biológica de parasita: os totalitários (parasitas) aproveitam de uma qualidade da democracia para, na legalidade (que irônico!), agir e conspirar contra ela, pois a consideram (assim como suas leis) uma “farsa burguesa”.
    Mas a democracia, quando precisa, gera mecanismos de defesa que nem sempre são “soft” como gostariam os parasitas.

  31. Rafael Lippi
    Rafael Lippi

    Excelente texto, Consta. Parabéns.

  32. Teresa Guzzo
    Teresa Guzzo

    Obrigada Constantino pela aula.Acho que atualmente os mais conservadores sofrem continuamente com a inversão de valores morais.Temos receio até de opinarmos quando estamos em certos ambientes sociais, sofremos com a repressão geral.Sinceramente, não gostaria de estar estudando e me formando com as ideologias que invadem nossas universidades.Hoje até o conhecimento foi politizado.Triste realidade.

    1. Isabel
      Isabel

      Esclarecedor ! Só não enxerga quem é muito obtuso e de pouca cultura ! Vou adicionar REVEL na minha biblioteca! Sempre bom vc ! Parabéns!

    2. Monica Marques
      Monica Marques

      Grande reflexão e para quem vê Constantino em ação no Twitter fica claro que ele não é alguém que se deixa tomar pela autocrítica exagerada e paralisante ou pela covardia que caracterizariam o comportamento dos democratas diante da ameaça totalitária, pelo contrário,, é alguém que a denuncia e enfrenta constantemente,que dá nome aos bois, mesmo quando essa ameaça vem da própria imprensa, fuginfo ao corporativismo do meio. Precisamos de mais gente assim!

    3. Marcio
      Marcio

      O Luizinho e o SIDOCA, apoiam junto com o zóio, o Rodrigo Constantino em 100% em suas ideias, parabéns pelos seus comentários…

    4. Francisco Lima
      Francisco Lima

      Considero Bolsonaro um sintoma da reação combativa da democracia ao ataque do inimigo traiçoeiro, que se aproveita da tolerância do regime para mina-lo por dentro. Por isso perdoou certas atitudes contudentes. Elegância não derrota essa turma. Ultrapassar a ingenuidade exige firmeza e coragem para romper com a narrativa que eles impuseram. Bolsonaro é o fenômeno político que encarnou essa atitude.

    5. Ruth Maria Carvalho Luz Malzoni
      Ruth Maria Carvalho Luz Malzoni

      O pior é que a esquerda, com a ajuda inestimável dos professores e de grande parte da imprensa, conseguiu “colonizar” as mentes dos jovens. Não conheço ninguém com menos de 30 anos que não seja esquerdista. Lamentável…

    6. F Danilo Amaral Ramalho
      F Danilo Amaral Ramalho

      São João Paulo II, rogai por nós!

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