Ronaldo Caiado mandou caçar um trabalhador em casa e levá-lo para uma delegacia. Ronaldo Caiado é um governador de Estado. A delegacia estava fechada pelo confinamento, mas foi aberta especialmente para fichar o cidadão — ou, em português mais claro, para intimidá-lo. Para coagi-lo. Para ameaçá-lo. O crime do cidadão foi repudiar a violência da polícia de Caiado contra uma trabalhadora. Ou seja: o governador de Goiás defende seus atos violentos usando a violência. É um homem coerente.
Esse tipo de ação brutal está acontecendo em vários pontos do território nacional sob a justificativa de combater um vírus. No Rio de Janeiro, concretizando as ameaças públicas do governador Wilson Witzel de prender o cidadão que circular além do limite que ele deixa, a polícia arrastou de forma animalesca duas mulheres que andavam na orla.
Você está há anos vendo e ouvindo evocações constantes à ditadura militar como alerta para os perigos que rondam a democracia brasileira. Bolsonaro foi recebido como uma ameaça à democracia. Temer foi recebido como uma ameaça à democracia — as reformas trabalhista e fiscal foram denunciadas até no exterior como o início de uma guinada autoritária da elite branca e velha contra o povo (tinha a PEC do Fim do Mundo e outras pérolas). Fernando Henrique Cardoso foi recebido como uma ameaça à democracia — o Plano Real era um golpe neoliberal e a privatização da telefonia era um ato fascista, tudo em conluio com representantes da ditadura, como Antonio Carlos Magalhães.
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Curiosamente, após umas três décadas ouvindo a resistência democrática alertar para a volta da ditadura, hoje você está ouvindo o silêncio.
As duas cidadãs que foram barbarizadas pela polícia na orla de Niterói (RJ) ficaram gritando sozinhas. Os meganhas chegaram em velocidade e atravessaram sua viatura na avenida litorânea, trancando o trânsito como se estivessem na captura de um comboio de assassinos. Vários homens armados cercaram as duas mulheres — vamos repetir: vários homens armados — e as arrancaram de seu caminho à força para empurrá-las para dentro da viatura.
Essa cena brutal e ditatorial — de verdade, não de filme — não comoveu um único humanista de plantão. Não indignou um único ativista da resistência democrática. Não inspirou um único arauto do apocalipse fascista. Não revoltou uma única feminista. Estão todos caladinhos em seu confinamento moral assistindo aos arroubos de um tiranete e seus brucutus fardados, ou melhor, de vários tiranetes pelo país afora — governadores e prefeitos excitados com o estado de exceção viral.
Em Maringá (PR), os boçais legalizados e armados a serviço do tiranete local estrangularam no meio da rua, até o desmaio, um rapaz que estava lavando um carro. Silêncio absoluto da OAB, da ABI, das ONGs, das Anistias, dos Maias, dos Observatórios, Human Rights e vigilantes associados. Todos os megafones ficaram com defeito ao mesmo tempo. Todos presenciando e consentindo a brutalidade estatal do conforto de seus confinamentos conscientes.
O que terá acontecido com tanta solidariedade? Com tanto amor pela liberdade?
Vai aqui uma pista singela. Examine o que todas essas autoridades locais, entidades de classe e movimentos sociais estavam fazendo antes da chegada do corona. Antecipamos aqui o que você vai encontrar no Google: dez entre dez deles estavam tentando sabotar a agenda de reconstrução do país. Fazendo política (rasteira) enquanto fingiam defender a democracia contra o inimigo imaginário. Será que quem faz política rasteira fingindo defender a democracia é capaz de fazer política rasteira fingindo defender a vida? Isso você não vai achar no Google.
A paralisação sem precedentes das atividades econômicas e sociais vai gerar uma destruição abismal de valores materiais e humanos nas sociedades. Quanto mais longa a paralisação, mais extenso será o estrago — e mais desfiguradas estarão as instituições. O cenário de terra arrasada costuma ser fértil para os oportunistas e os parasitas. A OMS já informou que as frentes de contágio agora estão dentro das casas. A FAO já alertou para o risco iminente da escassez de alimentos no mundo com o atual estado de imobilização. É um cenário complexo que traz vários dilemas — mas para os talibãs do confinamento total é tudo muito simples: não se mova.
O tempo vai esclarecer tudo isso. E não vai demorar. Mesmo com todas as estatísticas voadoras, que não distinguem mortos com covid de mortos por covid — o que é grave. Mesmo com fotografias de covas no Brasil circulando o mundo com a mensagem falsa e criminosa sobre uma mortandade que não havia — e não há, ao menos por enquanto, em nenhuma projeção honesta que constatará diversas epidemias contemporâneas mais letais.
Até o remédio para tratamento do coronavírus foi politizado e ideologizado de forma chocante. As mentes estão gravemente infectadas. Esse tipo de epidemia não tem remédio no mercado — e não costuma acabar bem.
Precisamos cortar o mal pela raiz, parar de alimentar esquerdopatas, tirar as fontes de receitas, das mais diversas formas, ONGs, associações, socialismo fantasiado de artes, atores e televisão ideologicamente enviesado etc. #NãoApoieComunistas
Guilherme Fiuza, você escreve bem. Parabéns. O Brasil tem raízes no patrimonialismo que resultou do mandonismo, perene e na raiz dos atos de nossos políticos. Eles não estão fazendo nada do que não aprenderam com seus antecessores. Victor Nunes Leal retrata bem o coronelismo e ele ainda é uma realidade. Nada demais Fiuza, apenas constatamos existir na alma dos nossos políticos o gosto pelo mandonismo e ditadura; aos amigos o pão, aos inimigos o pau. Simples assim.
Excelente texto, como sempre.
Em parte não me espanta o consentimento e a aceitação de alguns órgãos frente a barbárie que está ocorrendo não só no Brasil, mas no mundo todo. Fazem política o tempo todo.
A esquerda se superou e fez um estrago enorme no mundo sem dar um tiro sequer. Precisamos de estratégias inteligentes e de paciência para superá-los.
A Ministra dos Direitos Humanos se cala diante de tantas barbaridades. A Justiça não se manifesta. Estou assustada com toda essa loucura. Parabéns pelo artigo! Precisamos de vozes sensatas para jogar luz nos absurdos que vêm acontecendo.
Grande Fiuza, parabéns pela matéria.
Revista Oeste está ótima, tenho certeza que será um expoente na mídia brasileira.
Aqui em Recife o governador decidiu fechar as praias do estado e em especial a de Boa Viagem. No seu decreto de ditador boçal adicionou a locomoção no calçadão. O sujeito está endiabrado e colocou polícia montada a cavalo e em motocicletas. Está seguindo as ordens do canalha do João Dória,fazendo parte do golpe dos governadores e prefeitos. Querem quebrar o país, achando que assim governarão pacificamente o estado. Vão herdar uma população faminta e sem emprego e espero será retirado do palácio e colocado em um poste com um laço no pescoço como fizeram com o ditador Mussolini. Quem viver verá.
Mais um texto à lá Fiuza! Impecável. Só faltou citar o novo ditadorzinho do momento: o ditadória. Que manda soltar os presos por “perigo” de aglomeração e manda prender que resolve sair por ai – Parece que a lei de ir e vir só funciona para alguns.
Para os que aplaudem essa quarentena radical. Aguardem a conta chegar! Por enquanto é a festa do descanso remunerado. Logo virão mais impostos, CPMFs, inflação e outras maquinações para cobrir o rombo. #FiquemEmCasa = #VemCPMF
Parabéns, Fiuza! Realmente, o silêncio é impressionante. Vivemos numa democracia fake.
Excelente artigo. Parabéns e continue a denunciar o que a imprensa podre omite todos os dias ao cidadão comum.
Já disse aqui antes, mas repito, palavras da Bíblia: “Ninguém deve deixar o outro ter poder sobre nós”. No Brasil, são os mais velhacos que mais exercem o poder sobre nós.
Tomando como base tudo o que você, brilhantemente escreveu, dirijo a você e aos demais brasileiros que verdadeiramente amam o Brasil, a seguinte pergunta: “Quando iremos para a porta dos quartéis? “
Parabéns Fiuza, sou assinante da Gazeta do Povo por causa de você e do Constantino(que poderia fazer parte desse time). Artigo sensacional, devidamente disseminado por mim. Grande abraço meu amigo!!! Obrigado
Parabéns ao Fiuza e a Oeste. um oásis no jornalismo coronavírus de escavadeira
Parabéns pela coluna. A hipocrisia dos progressistas é estarrecedora. Para quem gritava aos 4 cantos que a eleição de Bolsonaro seria um retrocesso as liberdades individuais, o que vemos é o contrário. O presidente defender a liberdade de ir e vir e os isentoes e a esquerda praticar atos típicos de regimes totalitários. Não precisa ler 1984 de George Orwell, estamos vivendo a distopia, só que nos níveis municipais e estaduais.
Perfeito. Parabéns .
Gostaria de dar uma sugestão aos colunistas desta revista que façam uma reportagem sobre ações coletivas de várias entidades ou grupos contra este tiranos, mesmo sabendo que a justiça em grande parte esta entregue aos esquerdopatas. Deveríamos seguir o modelo americano de ações de grande valor, mesmo porque a parte sensível do ser humano é o bolso.
Parabéns pelo resumo das barbaries fisicas e psicologicas a que estamos sendo apresentados. Estamos confinados também sem reação. Só nos resta as mídias como essa , para , pelo menos, desabafar.
Excelente artigo Fiuza.
Foram apenas 4 edições e hoje,uma grande maioria nas redes sociais,nos grupos de zapp, já conhece, fala e reproduz os artigos do Guilherme Fiúza.Até no twitter já é um nome consagrado pelo que escreve.Confesso que não o conhecia,mas o cara é bom.Já deve ter vários cinturões de ouro.Ele bate na “moleira”.Escreve bem,claro e conciso.Parabéns.
O perigo real que ronda os direitos civis no BR com este tiranetes estaduais e municipais. Parabéns!
Descreveu com precisão os acontecimentos animalescos dos que se acham donos do poder!!!
Mas os brasileiros darão seu recado nas urnas também com precisão!!!
O povo não suporta mais esses desmandos!!!
Perfeito, parabéns
Perfeito!
Fazer um quadro com moldura e pendurar na parede !
Brilhante!
Maravilhoso artigo!!
Guilherme, fantástico como de costume.
Parabéns!
Parabéns pelo resumo das barbaries fisicas e psicologicas a que estamos sendo apresentados. Estamos confinados também sem reação. Só nos resta as mídias como essa , para , pelo menos, desabafar.
Precisão cirúrgica nas linhas desse artigo!!! Parabéns Guilherme Fiuza ,por descortinar as entranhas animalesca do oportunismo do “politicamente correto”!
Poderíamos estar enfrentando essa pandemia sem nenhum Lockdown. O vírus apontou seu arsenal mortífero para os idosos e doentes crônicos imunodeprimidos. Contra os jovens e saudáveis usa balas de borracha, que machucam, mas não matam. Mostrou também seu calcanhar de Aquiles pois nos faz deduzir o óbvio: se isolarmos o primeiro grupo, venceremos a guerra, salvamos as vidas e a economia. É pura lógica! Será? Politizaram a lógica, a cura, o remédio, os números, a fé e a esperança. Daqui a pouco politizarão as cinzas da economia para delas ressurgir não a Fênix, mas os abutres que todos conhecem.
Eu gostaria gritar! Mas, não mas não deixam! Temos família p proteger.
Excelente texto Guilherme. Triste realidade de letargia social. Mas parece que está acabando as reações social estão começando.