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Edição 03

Carta ao Leitor — Edição 3

A influência do debate ideológico nas questões de saúde demonstra o nível alucinatório ao qual chegou a sociedade brasileira

Redação Oeste
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Que espécie de estado de direito temos no país? Quando se fala na preservação de nossas instituições, essas instituições fundamentais estão a serviço de quem? A pena precisa, clara e extremamente lúcida de J. R. Guzzo discute o tipo de democracia que o Brasil construiu. Não é um tema fácil. Mas a Revista Oeste propõe-se a debater com você assuntos complexos, análises que não estão no radar dos tradicionais produtores de conteúdo. Vale a reflexão, caso queiramos de verdade um país menos disfuncional no futuro.

A reportagem de capa desta Edição 3 da Revista Oeste dedica-se ao debate acerca da hidroxicloroquina. A editora Paula Leal relata como o Brasil perdeu mais de duas semanas discutindo questões ideológicas impropriamente associadas ao medicamento. Qual foi o resultado dessa perda de tempo? Há os que aproveitam a crise para faturar politicamente. Há os “formadores de opinião” que não têm comprometimento com o resultado daquilo que propõem. Há a chamada grande mídia — esta, invariavelmente, opõe-se a alternativas não oriundas do establishment. Nosso papel, aqui, é remover a fumaça desse incêndio ideológico e tornar fatos e dados mais claros para sua interpretação. Se há um remédio, tratemos das questões científicas e da pertinência ou não de utilizá-lo num momento de emergência, apesar de existirem testes científicos ainda em curso.

Evidentemente, saúde é tema prioritário. Mas, nas democracias liberais, convém atentar para questões hoje aparentemente periféricas que poderão em breve tornar-se riscos sérios à liberdade e à soberania.

No Ocidente, já se observam flertes com o regime policialesco da ditadura chinesa. Há quem considere o controle extremo como uma opção adaptável às democracias — esse é o alerta de Selma Santa Cruz. As investidas chinesas têm avançado além dos limites razoáveis e Alexandre Borges conta como o Partido Comunista tornou a Organização Mundial da Saúde uma entidade a seu serviço.

O vírus do autoritarismo dissemina-se velozmente. No Brasil, tiranetes demonstram apetite pelo poder absoluto e contam com o silêncio de ativistas de direitos humanos, feministas e ONGs, como demonstra o colunista Guilherme Fiuza.

Em tempos de polarização cega, Augusto Nunes lembra que o Brasil já dispôs de hábeis articuladores capazes de articular tréguas estratégicas em situações de alta tensão. E trégua é o que propõe a articulista Ana Paula Henkel, num texto preciso e emocionante. Ana Paula trata também de patriotismo, um valor que, no Brasil, a sociedade passou a tratar como uma excentricidade, como nos lembra Bruno Garschagen.

Como o planejamento do futuro se impõe, o economista e professor Ubiratan Jorge Iorio avisa que haverá caos inflacionário caso encontre ressonância a ideia de imprimir dinheiro, expressa por Henrique Meirelles. No momento, “chamar o Meirelles” é desatino.

A Edição 3 da Revista Oeste também registra a estreia do economista americano Jeffrey Tucker como colunista na imprensa brasileira. Entusiasta defensor da Escola Austríaca, Tucker é um arguto observador da cena contemporânea. A partir de uma experiência prosaica, ele nos mostra como a pandemia se tornou um molde por meio do qual um contingente expressivo de bem-nascidos tenta encaixar sua visão de mundo ideal, seus ressentimentos, seus desejos.

Boa leitura.

Os Editores.

9 comentários
  1. Gabriel Sinimbu
    Gabriel Sinimbu

    Quando vão chamar o Alexandre Garcia pra fazer parte da equipe?

  2. Felipe
    Felipe

    Parabenizo a Revista Oeste pelo excelente trabalho. Espero que vocês ocupem o abismo deixado por uma fatia absolutamente irresponsável da imprensa nacional. Muitos nomes desta revista já fizeram história, mas conto com vocês para revitalizarem o presente da informação.

  3. Daniel Balloni
    Daniel Balloni

    Em breve estarei chegando.

  4. silvio osmar inticher
    silvio osmar inticher

    Boa noite, sou do RS e fiquei sabendo dessa revista e com o Naipe desses Jornalistas foi o meu presente de Páscoa muito obrigado Deuses do Bem e da justiça . Obrigado, obrigado, obrigado o parquinho desses políticos e juízes vai começar a pegar fogo.

  5. Pio villela
    Pio villela

    Parabéns pela revista feita por jornalistas brilhantes que acompanho há anos.Parabéns Guzzo , Augusto Nunes e outros campeões!
    Estou ” viralizando” para os amigos a novidade desta nova revista!
    Sucesso!

  6. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Gostaria que algum especialista ensinasse os leitores a ganhar dinheiro com aplicações em CDBs. Minha mulher vende Avon desde a década de 1980 e gostaria de aplicar um dinheirinho. É um bom negócio aplicar 5 ou 6 mil ou só pode entrar nesse ramo quem tem 250 milhões?

    1. André Ferreira Da Fonseca
      André Ferreira Da Fonseca

      Site errado, amigo. Abre uma conta em corretora que vc aplica fácil. Em Bancão eles só te exploram.

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