O Projeto de Lei nº 399/2015, de autoria do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), viabiliza o plantio regulamentado da Cannabis sativa — a maconha — e a comercialização de medicamentos que contenham extratos, substratos ou partes da planta em sua formulação. O texto do projeto, que já tramita há mais de seis anos na Câmara, propõe que o plantio da maconha seja feito por empresas farmacêuticas e de pesquisa. Há quase dois anos, em dezembro de 2019, a Anvisa regulamentou o uso medicinal da planta, mas vetou seu cultivo no país.
O CBD, ou canabidiol, é um dos princípios ativos da Cannabis sativa e compõe até 40% dos extratos da planta, podendo ser usado como medicamento para diversas doenças que variam de fibromialgia a epilepsia severa. Em 2015, a Anvisa retirou o CBD da lista de substâncias ilegais, passando-o para a de substâncias controladas, exigindo laudo médico e receita para a importação e o uso. Sob o manto da “bondade” da necessidade de produção de CBD para pessoas doentes, o projeto lei está também de olho nas oportunidades para o agronegócio. Liberar a plantação de maconha poderia gerar bilhões de reais. E milhões de problemas.
Envolvido no debate sobre o assunto, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) recentemente declarou que é “lamentável que o lobby da maconha que atua nos bastidores do Congresso Nacional venha a usar crianças com o mito de maconha medicinal” para aprovar o PL 399/2015. Segundo Girão, as crianças que têm problemas como epilepsia refratária e tratam a doença com o CBD não são o principal foco do projeto. Cerca de 4 mil crianças são beneficiadas com o canabidiol, e a demanda do óleo para esses pacientes é perfeitamente suportada pela importação da medicação e pela distribuição via SUS. Outros parlamentares, como a deputada Bia Kicis, advertem que o verdadeiro interesse da proposta usa a blindagem da imagem das crianças para comercializar a droga para uso recreativo.
Aqui nos Estados Unidos, esse é “um trem que já partiu da estação”, como dizem os mineiros. Devido ao federalismo norte-americano e à autonomia e independência dos Estados para passarem suas legislações, experiências sobre o tema já podem ser analisadas por números. Em alguns Estados, o plantio e o uso destinam-se exclusivamente a propósitos medicinais; em outros, é permitido também o uso recreativo. E são exatamente esses “laboratórios de democracia” que podem nos mostrar — em números e estatísticas, e não em discursos ideológicos glamorizados — as portas que podem se abrir no Brasil. Para analisar o que está em jogo, vamos atrás de quem entende do assunto.
O norte-americano Kevin Sabet foi três vezes conselheiro do Gabinete de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca — e o único especialista indicado para o cargo tanto por administração republicana (George W. Bush) quanto por gestões democratas (Bill Clinton e Barack Obama). Sabet, professor na Escola de Medicina da Universidade de Yale e autor do livro Smoke Screen — O Que a Indústria da Maconha Não Quer Que Você Saiba, alerta para os vários perigos de um projeto de lei como o apresentado na Câmara brasileira. Kevin, com quem conversei há algumas semanas, chama a atenção para o fato de que foi exatamente assim — sob o manto da “maconha medicinal” — que alguns Estados norte-americanos abriram a porta para a droga e hoje veem seu uso legalizado para recreação. “Creio que nossa experiência com produtos farmacêuticos que são, obviamente, legais, assim como álcool e tabaco, foi um desastre total do ponto de vista dos custos e das políticas públicas. Nunca regulamentamos essas drogas de forma responsável. Lobistas e empresas com interesses especiais são os donos das regras quando se trata dessas drogas. Queremos mesmo repetir a história? Agora é com a maconha, mas realmente poderia ser qualquer substância. E estaremos falando sobre a legalização de outras drogas se a maconha for nacionalmente aprovada. Em termos dos objetivos das políticas de muitas dessas organizações, isso não vai parar na maconha”, diz Kevin, assinalando sempre que a “normalização do uso medicinal da Cannabis” é apenas o primeiro passo.
Há dados impressionantes nas pesquisas do ex-conselheiro de democratas e republicanos quando o assunto é drogas. Kevin Sabet é hoje presidente e CEO do instituto Smart Approaches to Marijuana (SAM), organização que desenvolve estudos e promove alianças e palestras nos EUA e no mundo para difundir as reais consequências da liberação da maconha.
Uma das muitas pesquisas de Sabet apresenta dados alarmantes de lugares em que a droga em poucos anos passou de uso medicinal — adquirida apenas com receita médica — para recreacional. Eis alguns dos resultados em Estados como Colorado e Washington:
- taxas crescentes de uso de maconha por menores;
- aumento das taxas de prisão de menores, especialmente crianças negras e hispânicas;
- taxas mais altas de mortes no trânsito por direção sob efeito da substância;
- mais intoxicações relacionadas à maconha e mais hospitalizações;
- crescimento do mercado negro, que agora, no Colorado, chega até a envolver um cartel mexicano.
Desde que o Colorado e o Estado de Washington legalizaram a maconha, o uso regular da droga entre crianças de 12 a 17 anos está acima da média nacional e avança mais rápido do que a média nacional. Além disso, o Colorado agora lidera o país entre os jovens de 12 a 17 anos em:
- uso de maconha no ano passado;
- uso de maconha no último mês;
- porcentagem de indivíduos que experimentam maconha pela primeira vez.
O Colorado, o primeiro Estado a legalizar a droga para uso recreacional, em 2012 — antes era permitido apenas o emprego medicinal —, hoje é o campeão no uso de maconha por menores. Outro problema envolvendo menores está na taxa de suicídio entre adolescentes. A maconha, junto com opioides, está agora diretamente relacionada a essa trágica estatística. Os crimes relacionados a drogas e narcóticos em Denver, a capital do Estado, aumentaram cerca de 11% ao ano desde a legalização da droga. Enquanto ainda não está claro se a legalização causou esse aumento, os números contradizem as promessas de quem defende que a medida seria capaz de reduzir as taxas de criminalidade.
Entre os jovens, as tendências sugerem que a legalização da maconha esteja associada a maior incidência de infrações escolares no ensino médio. Mais do que nunca jovens em liberdade condicional apresentam testagem positiva para maconha. Em apenas três anos, a taxa do uso da droga aumentou de 28% para 39% entre — pasmem! — crianças de 10 a 14 anos.
Impacto nas comunidades negras e latinas
Uma investigação de 2016 feita pelo jornal Denver Post, e adicionada à pesquisa do instituto de Sabet, revelou que uma parcela desproporcional do mercado da maconha no Colorado está localizada em comunidades de baixa renda. Um dos bairros periféricos de Denver tem, por exemplo, um negócio da droga para cada 47 residentes. Em Baltimore, no Estado de Maryland, um estudo da Universidade Johns Hopkins constatou que negros que vivem em enclaves raciais são oito vezes mais propensos a ter lojas de bebidas alcoólicas do que aqueles que moram em bairros racialmente integrados. No Colorado, ironicamente, mais hispânicos e negros menores de idade estão sendo presos por crimes relacionados à maconha. Em 2012, após a legalização do uso recreativo, o aumento foi de 29%. Não ficou nisso. Em 2014, já tinha chegado aos 58%. Ao mesmo tempo, o número de brancos abaixo de 18 anos presos pelos mesmos crimes caiu para 8%.
Outro ponto da vasta pesquisa trata da condução de veículos sob efeito de maconha. Esse tem sido um problema sério e crescente nos Estados onde a droga é legalizada. Muitos defensores da legalização sugeriram que o uso de maconha poderia reduzir o consumo de álcool. Aconteceu o contrário. No Colorado, o consumo de álcool per capita aumentou. Desde 2012, estudos indicam que a maconha frequentemente estimula o uso de álcool. Além disso, estão em desenvolvimento cervejas e vinhos com maconha.
A atividade no mercado negro desde a legalização
A utopia dos militantes da legalização de drogas sobre um suposto aumento de receita tributária e redução do crime não se materializou. De acordo com o estudo do instituto SAM, a receita gerada com o imposto sobre o consumo da droga compreende uma minúscula fração do orçamento do Colorado, menos de 1%. Distritos escolares do Estado nunca viram um único dólar dos impostos estaduais sobre a maconha. No Estado de Washington, metade do dinheiro prometido para políticas de prevenção e melhoria de escolas foi desviada para o fundo geral estadual.
Nas florestas do norte da Califórnia, as operações policiais continuam a descobrir fazendas de plantações ilegais. Aqui no sul do Estado, centenas de serviços de entrega ilegal de maconha, alguns deles registrados até como igrejas, atendem a um fluxo constante de clientes. A Califórnia legalizou a maconha para uso recreacional em 2016, quando, por meio da Proposição 64 (Marijuana Act), estabeleceu impostos e autorizou o cultivo, a venda, a posse e o consumo de Cannabis para adultos acima de 21 anos para fins não médicos.
Os policiais dizem que o mercado ilegal e sem licença ainda está prosperando e em algumas áreas até se expandiu. Thomas Allman, xerife do condado de Mendocino, é categórico: “Há muito dinheiro a ser ganho no mercado negro”. Ele informa também que recentes operações apreenderam mais de US$ 5 milhões em óleo de Cannabis — sim, o CBD, cultivado ilegalmente para venda no mercado negro. “A legalização certamente não tirou os policiais do trabalho”, disse Allman.
Até o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, já declarou que os cultivos ilegais são um problema, e que tropas da Guarda Nacional estão em constantes operações na fronteira com o México para desativar fazendas ilegais. O Estado tem um mercado ilegal em crescimento que canibaliza a receita de empresas licenciadas. Algumas delas são forçadas a fechar as portas. Empresários do setor, que passaram décadas evitando a lei, agora estão recorrendo a ela para exigir a instauração de processos contra empresas de maconha não licenciadas. Ah, a ironia.
O fato é que a indústria da Cannabis explodiu com supervisão mínima. Agora, muitas empresas que vendem a droga estão relutantes em passar pelo processo complicado e caro para obter as licenças que se tornaram obrigatórias. A licença até vem, mas junto com uma das maiores mordidas fiscais dos Estados Unidos.
O comércio ilícito foi fortalecido também pela crescente popularidade do vaping, balas com infusão de maconha, chocolates, bolos e outros produtos derivados. Os cartuchos para vaping são muito mais fáceis de carregar e esconder do que sacos de maconha crua. Os incentivos monetários do tráfico também permanecem poderosos: o preço dos produtos de maconha em lugares como Illinois, Nova York ou Connecticut é normalmente muitas vezes mais alto do que na Califórnia, o que faz com que aumentem exponencialmente as vendas ilícitas a partir do Estado.
De volta ao Colorado, a legalização da maconha parece ter mesmo aberto a porta para as operações dos cartéis mexicanos. A Procuradoria-Geral do Estado observou que a legalização ajudou a alimentar o negócio dos cartéis, que agora trocam drogas como heroína por maconha. Houve também aumento do tráfico de pessoas — imigrantes ilegais que vêm do México para atuar nas operações criminosas.
Imagino que se você for um libertário, mesmo depois de todos os estudos e estatísticas dos malefícios da droga e do perigo do manto “medicinal”, aqui é o ponto em que você diz: “Mas onde estão a liberdade e a responsabilidade individual que vocês conservadores e liberais pregam?”. Bem, as estatísticas não param.
Outra consequência séria da legalização da maconha é o aumento da combinação “intoxicação/chamadas de emergência/pronto-socorro/uso hospitalar”. As chamadas para o controle de intoxicação e emergência no Estado de Washington cresceram 68% a partir de 2012 (pré-legalização) em apenas três anos. No Colorado, durante o mesmo período, o número foi de 109%. Ainda mais preocupante, as ligações no Colorado relacionadas a crianças até 8 anos de idade elevaram-se nada menos que 200%. Da mesma forma, no Colorado, hospitalizações relacionadas à maconha cresceram mais de 70% desde a legalização.
Agora imagine um país como o nosso Brasil, onde a saúde nunca saiu da UTI, nem mesmo antes da pandemia, poderia suportar — com dinheiro público — um cenário desses?
Peço desculpas por tantos números e estatísticas, poderíamos estar falando de algo mais profundo e filosófico, discutindo algum livro ou filme com mensagens relevantes. No entanto, me assusta a velocidade empregada na normalização e na banalização de assuntos que merecem o mínimo de discernimento e honestidade.
Não estou disposta a colocar nossas famílias em mais projetos com imensa capacidade de destruição, principalmente, da capacidade intelectual e do futuro de nossos filhos. Não estou disposta à “socialização de tudo”, como pregam hoje em dia, em que o pensamento de manada e os balaios coletivistas demandam que entreguemos nossos filhos aos cuidados de professores, “especialistas”, ativistas e militantes ideológicos sem o menor questionamento. Ou os jacobinos aparecem para cobrar a conta.
O caminho mais fácil, da espiral do silêncio ou mesmo do comodismo de não “ir contra a maré”, não pode ser mais uma opção. Fatos são coisas teimosas. E é com eles, como armas pesadas, que precisamos ir para essa guerra.
OLÁ
Vale lembrar, àqueles que extraem solução médica do canabidiol, que ele pode ser obtido sem a plantação de 1 pé sequer de maconha. Laboratórios produzem Canabidiol sintético.
Ana , acredito que precisamos sim, usar estatística sempre que julgarmos necessário em algum tema. Temos mesmo que tomar mais decisões baseadas em dados. Precisamos de mais “LUZ” (informação) e menos “CALOR” (bate boca e opiniões extremadas) nas discussões acerca de políticas públicas.
Seus textos são sempre primorosos. O alerta que você faz neste último, especìficamente , é valioso. mas, posso lhe dizer dizer que aqui em Pernambuco o cultivo da maconha é livre, embora ilegal, especialmente em áreas do Sertão do São Francisco. Vez por outra a polícia vai por lá e arranca e queima muitos pés de maconha, o que dá manchetes nos jornais televisivos. MAS É SÓ PARA INGLÊS VER. Todo mundo sabe que depois de amanhã as plantações são renovadas. Quanto ao consumo, também sofre ações contrárias da polícia, mas…..mas…..gtudo volta logo ao normal. É quase impossível eliminar. Além do mais, é de opinião quase generelizada na população: “Quem quizer fumar, fume. Não pode é prejudicar ninguém”. A indiferença quase geral acoberta o vício.
Entendo que sempre haverá os pós e os contra quando se trata sobre a uso da maconha. A jornalista saiu escrevendo os argumentos contra a legalização para uso medicinal, entende que pode ser a porta para legalização recreativa. Qual a motivação que essas pessoas que usam essas drogas de forma recreativas? Isso não foi abordado no texto. Sempre haverá risco para todos. Há pessoas que querem só a possibilidade de ajudar seus filhos e fazem de tudo para que eles não sofram. Sempre haverá a opção “não” para o uso recreativo, ninguém uso esse tipo de droga forçado.
Mais um excelente artigo da Ana. Parabéns.
Excelente artigo. Parabéns Ana.
O vício da maconha é um caminho sem volta com consequências trágicas.
Conforme os depoimentos aqui descritos, acho relevante observar que o tratamento medicinal já está aprovado no Brasil! Não há porque imaginar que plantações nacionais barateassem seu preço final ao consumidor. Haja vista, petróleo, Pré-Sal e etanol, somos grandes produtores e nem por isso o consumidor paga barato pelo produto! Além do mais, o artigo, muitíssimo bem escrito, não vai contra o tratamento medicinal ou contra o uso do preparado medicinal, mas expõe (e de forma clara) que a alegação de “plantar para fins medicinais” é um “Cavalo de Tróia” para propiciar um objetivo permanente dos “progressistas”, qual seja o de destruir, minar, implodir a sociedade tradicional. O artigo prova, pelos números de de viciados na faixa dos 10 a 14 anos e por suas internações hospitalares, que esse tipo de legislação é apenas a porta de entrada para o “liberaliza geral”! Acho ótimo termos a possibilidade do uso medicinal, mas o quanto mais pudermos impedir o avanço nefasto do “progressismo” (leia-se comunismo e socialismo) melhor será para a sobrevivência de nossa sociedade, cuja “célula mater” (conforme aprendi nas saudosas aulas de OSPB e Moral e Cívica) é a família!
Querer que o Estado proíba substâncias potencialmente danosas é um tiro no pé tremendo.
Sim, as pessoas devem ter a liberdade de fazer o que quiser com seu próprio corpo, até bobagens como o uso de drogas.
O estado intervir nisso abre caminho para intervir em qualquer outra coisa. Por que não proibir o açúcar também, que faz mal à saúde? Ou a carne vermelha? Cerveja, sal…? E se julgarmos que algumas leituras são ruins também? Vamos proibir livros?
E o argumento das plantações ilegais também não é válido. Mais uma vez é só o Estado dizendo o que é e o que não é legal.
Proibir nunca aboliu o uso. Só aumentou o valor no mercado negro e associou o produto ao crime.
Eu concordo em relação a cerveja, porém os demais produtos não levam o indivíduo a cometer desatinos como dirigir Sob influência de drogas e matar outras pessoas ou até pular de edifícios como aconteceu recentemente aqui no RJ
Artigo de profunda relevância. O objetivo da pseudo recreação é multiplicar a degeneração humana e suas relações de afeto. A consequência será a proliferação de zumbis irrecuperáveis…
Bom texto e lúcido, mais uma vez. Na verdade o medicamento deve ser utilizado por recomendação médica, mas deve ser para casos específicos. A legislação e a burocracia nacional não ajudam, porque aqui não há segurança jurídica nem controle efetivo sobre muitas coisas. Liberar é um risco enorme numa sociedade totalmente desorganizada e com baixo índice de conhecimento técnico, para não dizer científico. Por outro lado, sei que os jornalistas têm ética e cumprem uma cartilha na qual o contato com leitores e admiradores é limitado a casos especiais. Mesmo assim gostaria muito que um dia desses você explicasse para seus leitores como funciona – e se é bom – o sistema federativo nos EUA. Aí cada Estado decide através de plebiscito e nas eleições o que pode e o que não pode para diversos assuntos. A consulta popular é democrática e cada Estado escolhe seus caminhos a respeito da liberação ou descriminalização das drogas, porte de armas, pagamento de impostos e outros temas. Até que ponto esse sistema poderia ser debatido no Brasil? Aqui o regionalismo e as diferenças culturais são bem visíveis e não se pode generalizar para que todos os Estados tenham que obedecer uma mesma regra. Tenho certeza que muita coisa que seria aprovada pelos cariocas não seriam pelos gaúchos e vice-versa. Sobre minha experiência com ex-alunos que de pequenos consumidores e utilização de marijuana para lazer, outro dia poderei comentar. O ministro Barroso está totalmente errado em defender a maconha e não sabe ou não quer conhecer a verdade sobre o assunto.
Mais um excelente texto Ana!
Travestir liberação para uso recreativo e plantio com uso medicinal é uma manobra desavergonhada.
É compreensível o sentimento de um pai com as dificuldades enfrentadas por doença em sua filha com 33 anos, todavia fica difícil entender aqueles que procuram a droga para recreação, como fica muito bem demonstrado no estudo apresentado por Ana Paula com a gravidade da utilização por menores de 10 a 14 anos.
Entendo que a preocupação da Ana é maior ainda se aprovada em nosso pais a utilização recreativa, especialmente pelos nossos escassos recursos e atendimentos de saúde pública. Parabéns Ana Paula, sempre oferecendo detalhadas pesquisas de suas investigações sociais, judiciais, politicas e econômicas.
Pelo q entendi do texto, Ana não é contra a extração para fins medicinais e sim possa servir como degraus para suscitar e permitir uso recreativo em locais específicos, para em seguida ser permitido em via pública q dessa forma causa danos sociológicos e familiares de crianças c 10 anos de idade ligar e menos; somado ao fato q servirá como argumento subsidiario p liberação de outros alucinógenos , cocaína, anfetamina e até aos substratos da cocaína tipo o crack. Isso gera dúvida e conflito de opinião mesmo. Caso eu tivesse um filho, Irmão ou Neto com eplepsia , certamente eu aceitaria esse medicamento na ânsia de ve-los curados ou pelo menos com uma menor incidência de crises. Por analogia é como aceitar o veneno de cobra como antiofidico mas distância de colocar as mãos nas serpentes.
Parabéns Ana, mais uma vez, por mais um excelente artigo de opinião sancionando a minha excelente ideia em assinar esta revista.
O artigo alerta para o perigo da legalização das drogas.
Permita-me, em abono de um debate de ideias ‘open mind’ lembrar que existem também outros perigos não negligenciáveis na sua radical ilegalização.
(Importante referir que não sou consumidor de qualquer tipo de substância estupefaciente ou psicotrópica e que esta minha humilde opinião pretende unicamente acrescentar no debate).
Algumas perguntas pertinentes: Quantos homicídios existem no mundo e qual o valor gasto anualmente nas ações de fiscalização e repressão ao tráfego e uso de drogas? Quantas mortes de toxicodependentes acontecem por consumo de drogas deterioradas ou falsificadas e consumidas sem condições sanitárias? Além de alimentar o terrorismo a nível global para que serve o dinheiro arrecadado pelo narcotráfico? Ao longo de dezenas anos qual o SUCESSO dessa verdadeira guerra?
Existem caminhos inteligentes já experimentados em outros países entre ilegalização e legalização com sucesso. Trago aqui o exemplo de Portugal, que encarou o problema e implementou uma boa abordagem há 20 anos atrás, ascendendo 11 lugares no ranking mundial de países mais seguros do mundo ocupando em 2020 a 3ª posição. ‘Como Portugal se tornou referência mundial na regulação das drogas’ – https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/02/internacional/1556794358_113193.html#:~:text=H%C3%A1%2020%20anos%20o%20pa%C3%ADs,diminuiu%20a%20incid%C3%AAncia%20do%20HIV&text=As%20drogas%20entraram%20com%20for%C3%A7a%20em%20Portugal%20quando%20terminou%20a%20ditadura.
Excelente artigo. Bem fundamentado. Só sabe o que é tormento quem ja teve alguém da família dominado pelas drogas.
Excelente, didático, esclarecedor e oportuno seu artigo. Entendi perfeitamente seu objetivo, e concordo com ele. Não se nega seus benefícios para a saúde, mas esse fato, não pode ser o passaporte para o uso recreativo, certamente, incontrolável e repleto de efeitos colaterais deletérios para a sociedade.
A sua densa análise ,corroborada por dados estatísticos ( não se desculpe ), nos alerta para mais esse risco no nosso país . Quem garante que o cultivo seria restrito ao nobre uso proposto ? “Onde passa um boi , passa a boiada..”
Ana, adoro seus artigos, mas discordo desse. Tenho 66 anos, fumei maconha dos 23 aos 50 anos regularmente. A partir daí fumo ocasionalmente umas duas vezes por ano. Ela amplia a percepção, relaxa e induz a vislumbres d crescimento interior. A maioria dos amigos q a usam não gosta d cocaína nem d metanfetaminas. A escada a outros transportadores existe sim, claro, porém a uma minoria d usuários. Não concordo com a liberação irrestrita sem planos d conscientizar seu uso ameno, assim como deploro a proibição inflexível. Ambos são deletérios e contraproducentes. E nutrem as trevas q deveriam inexistir no território do autoconhecimento
Temos que levar em conta, que o uso repetido da maconha, acaba levando os jovens ao consumo de outras drogas, como cocaína, crack e tantas que existem por aí. Quem usa de forma deliberada, conhecendo as consequências, deveria se responsabilizar pelos tratamentos dos problemas decorrentes do uso das drogas. Não é justo o cidadão de bem e responsável bancar as consequências da “recreação” de outros. Para medicamento, é outra história.
Prezada Ana Paula: Sou seu leitor e admiro muito sua carreira e sua inteligência, bem como a dos Jornalistas que compõem o quadro dessa revista que assino, notadamente Augusto Nunes e J.R.Guzzo. Por favor, como pai de uma jovem que sofreu muito com convulsões epilépticas, venho por meio deste comentário discordar de seu entendimento, com todo respeito. Minha filha, hoje com 33 anos, sofreu com ataques epilépticos desde os 16 anos, sendo que fizemos de tudo, procuramos vários médicos, especialistas, enfim, exames, mais exames, remédios e mais remédios e nada. Vira e mexe vinha o ataque que, como sabes, não é nada agradável e muito triste de se ver. Só quem sofre e quem acompanha é que sabe o sofrimento. Para agravar a situação, remédios existentes para prevenir tais ataques são muito fortes e têm efeitos colaterais terríveis, principalmente a sonolência posterior, sem contar o trauma psicológico de quem sofre esses ataques. Assim a rebeldia em tomar esses remédios é uma características de todos esses pacientes, o que agrava sobremaneira a situação. Contudo, há aproximadamente oito anos descobrimos o tal canabidiol, aqui, fabricado clandestinamente por profissionais sérios, empenhados na pesquisa para minimizar os efeitos terríveis já narrados acima. Após começar o tratamento com o oléo de canabidiol preclara Jornalista, minha filha NUNCA MAIS teve qualquer ataque. Somos testemunhas vivas dos benefícios deste tratamento, foi um marco em nossas vidas, pois todos paramos de sofrer com essa doença incurável. Acredite prezada, sou pai e sei o quanto sofremos com isso e sei o alívio que sentimos por termos encontrados essa opção e, mais uma vez, creia, tem muitos profissionais sérios envolvidos em sua produção, pois a importação, além de burocrática é extremamente cara. Se a Sra. tivesse a oportunidade de conversar com minha filha, creio que teria uma visão, ao menos, um pouco diferente da externada em sua coluna. Para finalizar, a maconha dita recreativa e criminalizada pela Lei atual, sempre foi, é e continuará a ser comercializada e consumida, conforme podemos constatar por nossa realidade, portanto, os únicos prejudicados pela proibição do oléo de canabis, são os doentes que tanto dele necessitam. Obrigado pela atenção que este comentário merecer e mais uma vez parabéns por suas brilhantes carreiras. Aquelino José Costa, São Paulo, Brasil. [email protected]
Excelente comentário e muito oportuno, porém o artigo não foi nessa direção e como médico apoio a aplicação como medicamento com efeito anticonvulsivante, e , que nos artigos que li a respeito são bem eficazes. Parece, inclusive já ter algo favorável no conselho federal de medicina .
Em momento algum ela disse que deve ser proibido o tratamento, mas o cultivo desenfreado e abusivo. Só isso.
Muito digna sua preocupação, principalmente com problema familiar. No entanto, concordado e discordando ao mesmo tempo com você, o texto da Ana aponta a solução que é a importação legal do medicamento, pois atende a pessoas específicas com problemas específicos. O que é importante é desburocratizar a importação. Eu tenho exemplos com ex-alunos que apontam análise totalmente contrárias ao que você defende (com justiça), pois num país onde não há controle de quase nada em termos de melhorar os índices de intoxicação, violência e doenças contraídas por viciados, é melhor nem avançar para a liberação ou descriminalização. Aliás. tentarei postar direto no texto da Ana uma das várias experiências que tive com jovens que sempre alegara “recreação” e porte pequeno da maconha.
Parabéns pelo comentário. Bem haja por partilhar a sua experiência acrescentando positivamente ao contraditório de um tema tão polémico.
Fora o aumento de casos de desenvolvimento de esquizofrenia, funcionando como gatilho. Caminho sem volta.
Não se pode confundir o uso do canabidiol, que é um medicamento com a maconha que contém o THC, este sim, o grande vilão.
Aquelino, voce não entendeu a preocupação da Ana Paula. Todos sabemos que o remédio é útil para pessoas com problemas mas estes são pouquíssimos em relação à enorme quantidade de problemas que a liberação acarretará. Se ela relata este aumento num país civilizado como os USA, o que não poderá acontecer nesta zona de país?
Parabéns e obrigado por mais esse artigo Ana.
Depois só não vale dizer que ninguém avisou!
Ana Paula,mais uma vez parabéns pelo artigo excelente.Vi alguns documentários sobre esse tema e as dificuldades que tiveram com a legalização nós EUA.Se isso já gerou problemas aí, como será aqui? Não acredito na legalização de drogas de nenhum tipo.Falam aqui muito do uso recreativo da maconha,um erro,roleta russa, ninguém sabe se ficará dependente ou não usando drogas ilícitas.Como profissional,vejo consequências nefastas:perda de memória,dificuldades no raciocínio abstrato e outras mais.Se liberarem seu uso aqui,vamos ter cracolandias em muitos lugares .
FHC é um dos militantes da liberação da maconha no Brasil. Apenas negócios