Podemos entender a vasta extensão das medidas draconianas criadas para conter a pandemia da covid-19 como algo, de certa forma, totalitário? De acordo com qualquer padrão histórico, essas medidas sem dúvida foram extremamente repressivas. Apesar de terem variado de uma região para outra, e de uma nação para outra, em muitos casos elas equivalem a um sistema de prisão domiciliar em massa. As pessoas muitas vezes foram proibidas de sair de casa, exceto em situações muito rigorosas. E, quando podiam sair, muitas vezes havia limitações rígidas sobre a distância que podiam percorrer, o que podiam fazer e quando deveriam voltar.
A liberdade de protestar contra essas medidas também foi tipicamente cerceada. E aqueles que reclamaram dos lockdowns nas redes sociais tiveram alta probabilidade de ter seus posts removidos ou acompanhados de algum tipo de aviso.
Assim, em resumo, as medidas adotadas para lidar com a pandemia restringiram muitas das principais liberdades políticas existentes nas democracias liberais, da liberdade de ir e vir e da liberdade de associação até, cada vez mais, a liberdade de expressão. E cercearam e talvez tenham até abolido muitas liberdades pessoais cotidianas também.
Compreensivelmente, quem sabe, alguns tenham considerado descrever a situação como “totalitária”. Mas essa caracterização é útil?
Sem dúvida, é verdade que as medidas adotadas para conter a covid-19 impactaram quase todos os aspectos da vida humana. Mas a situação hoje de fato se compara à da Alemanha nazista ou da União Soviética — as duas sociedades a respeito das quais o termo “totalitário” foi mais empregado?
Não, não exatamente. Existem muitas distinções importantes entre o mundo em lockdown do último ano e meio e as sociedades totalitárias do século 20. Para começo de conversa, as regras de contenção da covid-19 obviamente não envolveram a terrível parafernália do que pode ser chamado totalitarismo clássico. Não houve campos de concentração, nem Estados de partido único, nem polícia secreta para aterrorizar a população. Essas são as diferenças fundamentais.
No entanto, existem paralelos entre aquela época e agora — não em termos das características explícitas das sociedades totalitárias, mas em termos das condições subjacentes que ajudaram a fazê-las emergir. Estou falando especificamente da atomização e da solidão (ou do abandono social) e do declínio da espontaneidade.
Aqui, a obra da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt, em especial seu clássico sobre a Guerra Fria, Origens do Totalitarismo (1951), é particularmente reveladora.
A volta do “totalitarismo”
Setenta anos depois de sua publicação, Origens do Totalitarismo está tendo um revival — em especial depois da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos. A obra até chegou à lista dos mais vendidos no país. A implicação desse ressurgimento estava clara: Trump foi comparado a Hitler e Stalin.
Por exemplo, quando escreveu para o New York Review of Books, o jornalista de esquerda Paul Mason usou Origens do Totalitarismo para argumentar que a vitória de Trump provava que o mundo estava se aproximando de um totalitarismo completo e absoluto.
Mason se concentrou na discussão da autora de que borrar fato e ficção foi um componente dos Estados totalitários. Ele citou um trecho conhecido:
“O cidadão ideal de um Estado totalitário não é o nazista ou o comunista convencido, mas a pessoa para quem a distinção entre fato e ficção (isto é, a realidade da experiência) e a distinção entre verdadeiro e falso (isto é, os padrões de pensamento) deixam de existir.”
Mason chamou isso de “descrição quase perfeita, com 65 anos de antecedência, do eleitorado formado pelos comícios de Trump, pela Fox News e pelos anúncios secretos do Kremlin no Facebook”.
Para Arendt, a indefinição entre verdade e falsidade é de fato uma característica do totalitarismo. Mas, para ela, essa não era a característica definidora. O que Mason e os muitos outros críticos de Trump estavam fazendo era apenas escolher a dedo uma citação de Origens do Totalitarismo e explorar a autoridade moral e intelectual de Arendt em seu esforço de associar Trump a Hitler ou Stalin.
Claro que havia muitas razões legítimas para criticar Trump. Mas rotulá-lo de totalitário por borrar a distinção entre fato e ficção é absurdo. Se isso realmente fosse suficiente para categorizar a presidência de Trump como totalitária, então alguns outros governos também poderiam ser categorizados como totalitários.
O conceito de totalitarismo de Arendt
No entanto, o conceito de totalitarismo — e o de Arendt em especial — pode jogar luz sobre a situação contemporânea.
O conceito teve uma história variada. Ele foi usado pela primeira vez na Itália no começo dos anos 1920. O filósofo Giovanni Gentile, apoiador de Mussolini, chegou a usá-lo de forma positiva para indicar um novo estilo de vida prometido pelo fascismo. Nas palavras de Mussolini, “tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”.
No fim da década de 1920 e começo dos anos 1930, no entanto, ele passou a ser usado de forma crítica, em especial na Inglaterra, onde figuras como George Orwell o citaram para juntar fascistas e comunistas. Mas é o uso do termo feito por Arendt em Origens do Totalitarismo, escrito depois da 2ª Guerra Mundial, que melhor esclarece a situação atual.
Não que essa seja tarefa fácil — Arendt não é o tipo de pensadora que oferece definições sucintas de conceitos políticos. Em vez disso, ela demonstra como os aspectos-chave do totalitarismo se desenvolvem historicamente. Essa complexa exposição narrativa ocorre em três partes: uma análise do papel do antissemitismo como catalisador do totalitarismo, a importância da expansão imperial no fim do século 19 e começo do 20, e a emergência do totalitarismo em si na União Soviética e na Alemanha nazista. Claro, qualquer forma contemporânea de totalitarismo não seguiria esse padrão exato, mas é pelo menos concebível que compartilhe algumas características com seu ancestral histórico.
Governantes totalitários aterrorizam a sociedade para que sua simples vontade se torne verdade
É importante notar que Arendt insiste na especificidade do totalitarismo. No prefácio de Origens do Totalitarismo, ela pede que os leitores usem o termo “com moderação e prudência”. Ele é qualitativamente diferente, a autora explica, da ditadura, da tirania ou do despotismo. Arendt argumenta que nem mesmo a Itália ou a Espanha fascistas eram totalitárias. E escreve: “Mussolini, que gostava tanto do termo ‘Estado totalitário’, não tentou estabelecer um governo completamente totalitário e se contentou com uma ditadura e com um partido único”.
Aliás, é mais fácil identificar aquilo que o totalitarismo não significa para Arendt do que o que ele de fato significa. É interessante que ela vá contra muitos comentaristas, da época e de agora, ao se recusar a ver o totalitarismo como uma forma de hipernacionalismo ou de nacionalismo excessivo. Ao contrário, Hannah Arendt defende a ideia de que o totalitarismo está enraizado na tentativa de transcender o Estado-nação.
Em relação ao mundo germanófono, por exemplo, ela nota que foram os movimentos de pan-germanismo que serviram de base para o partido nazista. Na verdade, os nazistas, que sempre foram expansionistas, desprezavam o Estado-nação por ser um veículo para a democracia.
Da mesma forma, de acordo com as palavras de Arendt, a União Soviética representava uma forma de pan-eslavismo. Como resultado, o nazismo e o stalinismo foram, de acordo com a filósofa, formas de imperialismo hostis ao Estado-nação como instituição.
Dominação total
O impulso por “dominação total” é central no conceito arendtiano de totalitarismo. Aliás, a edição alemã do livro, Elemente und Ursprünge totaler Herrschaft (1955), poderia ser traduzida como “Elementos e origens da dominação total”. Significa que o objetivo do totalitarismo não é impor restrições severas à liberdade, como faria, por exemplo, uma ditadura. É dominar a totalidade da vida social e destruir a base da liberdade e da espontaneidade por completo.
O desejo de dominação total se expressa, por exemplo, pela proibição de qualquer forma de oposição política. O líder totalitário, portanto, detém um monopólio absoluto do poder e da autoridade. Nesse contexto, a sociedade é diretamente governada por um único partido, em vez de outras instituições de Estado. E, ao contrário do exército, é a polícia secreta que garante o controle.
Para capturar a natureza da dominação total, Arendt cita uma fala famosa de Die Dreigroschenoper, de Bertholt Brecht: “Erst kommt das Fressen, dann kommt die Moral” (“Primeiro vem a comida, depois vem a moral”). E fressen é possivelmente a palavra mais importante aqui. Esse verbo alemão específico é usado para se referir a animais comendo, em vez humanos comendo (nesse caso, essen é usado). Arendt recorre a essa citação porque é isso que governantes totalitários fazem — eles devoram a carne como um animal, em vez de comer como um ser humano.
O mais importante é que, assim como com os animais, não há restrição. Nada para se contrapor ao movimento de dominação totalitária. Nenhum verniz moral. E, portanto, nenhuma hipocrisia. Dessa forma, o totalitarismo é uma espécie de gangsterismo. Governantes totalitários aterrorizam a sociedade para que suas vontades, sua “moral” e suas “mentiras práticas” sejam aceitas. Sua simples vontade se torna verdade.
Mas a brutal imposição vertical sobre toda a sociedade — a dominação total — não é a história completa do totalitarismo. De acordo com Arendt, o totalitarismo não surge do nada. Ele depende da completa ruptura da sociedade — e a acelera. O mundo totalitário pressupõe a dissolução das classes em massas, a desintegração das instituições tradicionais que trazem uma sensação de pertencimento para as pessoas e a impossibilidade de partidos políticos expressarem os interesses materiais de seus constituintes sociais distintos — portanto, é um mundo em que os indivíduos deixam de ser membros de grupos movidos por interesses comuns e outras instituições sociais informais. E, como tal, estão prontos para ser reorganizados como massa de manobra do controle totalitário.
É por isso que as instituições fundamentais das sociedades totalitárias operam fora das instituições tradicionais — porque, ao contrário de sindicatos ou partidos políticos tradicionais, as instituições totalitárias não expressam o interesse material dentro da sociedade. Em vez disso, elas se mantêm externas e acima da sociedade. E em seu centro está o partido governante — o nazista ou o comunista, nos tempos de Arendt —, que então avança para dominá-la. Esse partido dominante é uma entidade burocrática que governa as massas de acordo com “decretos temporários e mutáveis”. É arbitrário e brutal.
Sozinho na sociedade
É contra esse pano de fundo de ruptura social — de atomização e massificação — que o conceito de solidão de Arendt deve ser compreendido; esse é um conceito que tem especial relevância para a nossa situação hoje.
Arendt não está falando da “solidão” no sentido cotidiano do termo. Para ela, esse não é nem um simples estado psicológico nem uma questão de sentimentos. Trata-se de uma experiência cotidiana produzida pelo colapso dos vínculos tradicionais e políticos, e da atomização radical que aflige toda a sociedade.
É por isso que, como Arendt argumenta em Origens do Totalitarismo, a solidão se desenvolve com a destruição do universo público e da alienação dos seres humanos uns dos outros. Para se referir a ela, Arendt usa o termo alemão Verlassenheit — com sua conotação de abandono. E, por consequência, escreve que solidão pode significar ser “abandonado pelos outros”.
Também é importante reconhecer a distinção entre solidão e estar só. Para Arendt, “a solidão não é estar só. Quem está desacompanhado está só, enquanto a solidão se manifesta mais nitidamente na companhia de outras pessoas”. Portanto, estar só pode ser uma experiência positiva. Aliás, Arendt vê isso como uma precondição para ser capaz de pensar em questões difíceis — “um diálogo entre mim e eu mesmo”.
A destruição da individualidade também significa a extinção da espontaneidade humana
Em contraste, é possível sentir-se solitário estando cercado por outras pessoas. Isso pode significar viver em uma sociedade em que os vínculos sociais normais entre as pessoas foram destruídos ou, pelo menos, muito prejudicados. Nessa sociedade, as pessoas só conseguem se relacionar umas com as outras como indivíduos isolados, em vez de parte de instituições comunais. Uma versão ficcionalizada desse mundo é Jeder stirbt für sich allein (Todo homem morre sozinho), escrita na Alemanha durante a 2ª Guerra Mundial e publicada em 1947.
Então, segundo Arendt, a solidão está “intimamente conectada com o desenraizamento e a superficialidade” — que, ela escreve, “são as maldições das massas modernas desde o início da revolução industrial”.
“[A solidão] se tornou aguda com o surgimento do imperialismo, no fim do século passado, e o colapso das tradições sociais no nosso próprio tempo”, ela afirma. Em outras palavras, a solidão é uma precondição do governo totalitário. Não é exclusividade do totalitarismo, mas adquire uma forma extrema em condições totalitárias.
Consequências da solidão
Para Arendt, essa condição de solidão ou de abandono social, e sua intensificação sob o regime totalitário, tem diversas consequências desastrosas.
Em primeiro lugar, ela torna a sociedade mais suscetível ao terror. A filósofa escreve que a solidão, na verdade, é “o terreno comum para o terror”[i] porque deixa a pessoa se sentindo indefesa diante de um mundo imprevisível e intensifica seu medo do incerto.
E, em segundo lugar, a solidão, bem como o isolamento completo, leva à destruição do indivíduo. Isso porque o totalitário, dominando uma massa de indivíduos, pode matar a “pessoa jurídica no homem” ao privá-lo arbitrariamente das proteções legais.
A dominação totalitária também significa “o assassinato da pessoa moral no homem” porque o priva, um simples objeto do controle totalitário, de agência moral e, no fim das contas, da possibilidade de uma morte com significado. Isso ocorre, de acordo com Arendt, ao impossibilitar o martírio pela primeira vez na história — uma vez que não existe uma causa pela qual morrer.
A destruição da individualidade também significa a extinção da espontaneidade humana. Não é possível agir de modo espontâneo em um mundo no qual os indivíduos são tão controlados e alienados uns dos outros. Até mesmo as formas mais inúteis e inofensivas de espontaneidade precisam ser destruídas de acordo com a lógica dos regimes totalitários.
Nessas circunstâncias de total isolamento, de acordo com Arendt, não é possível nem pensar adequadamente ou procurar a verdade. Isso porque as pessoas, vivendo em condições de solidão absoluta, são privadas do que ela chama de um “mundo comum” que nasce do debate e do entendimento mútuo. A “verdade” é algo imposto a elas de fora. Assim, os indivíduos perdem o senso comum necessário para viver e ter experiências em um mundo com outros.
O totalitarismo hoje
Então, a que ponto o conceito de totalitarismo e a ideia de solidão que o acompanha jogam luz sobre a vida em lockdown?
Deveria ficar aparente de imediato que a vida em lockdown está muito distante do totalitarismo como Arendt o compreendeu. As diferenças são muito maiores que as semelhanças. É difícil ver, por exemplo, como pode ser significativo conversar sobre totalitarismo sem o terror que ele traz a reboque. E não há nada que se compare aos campos de concentração dos regimes totalitários, quanto mais seu genocídio. A Europa ocidental contemporânea, pelo menos, tende a ser relativamente pacífica.
Estados de partido único também são escassos. Aliás, as sociedades europeias tendem a se caracterizar pela multiplicidade de partidos ineficazes. Mesmo quando um ou dois partidos predominam em algum país específico, eles estão longe de dominar o cenário político. Ao contrário, sua posição padrão parece ser a desventura, e não a onipotência. O poder político também costuma ser exercido por meio de instituições de Estado, em vez de partidos políticos diretamente.
Desafiar as regras estabelecidas pelos especialistas é visto como pôr a vida de todo mundo em risco
Tampouco forças policiais secretas desempenham um papel de destaque hoje. Claro, todo país tem agências policiais e de inteligência clandestinas. E sem dúvida elas fazem coisas questionáveis às vezes. Mas não são parte de um aparato sistemático de terror.
E ainda que o Google e outras mídias sociais possam obter informações sobre indivíduos em um grau com que a polícia secreta do passado só poderia sonhar, na atual circunstância eles não fazem parte de um sistema que impõe medo e violência aos indivíduos.
Ainda assim, a leitura de Arendt sobre as consequências enormemente prejudiciais da solidão e da atomização ajuda a entender a situação contemporânea. Em especial se considerarmos que as medidas de lockdown foram deliberadamente criadas para aumentar o isolamento social.
Sem dúvida, as sociedades europeias já estavam altamente atomizadas muitos anos antes da pandemia. Mas, assim como as sociedades totalitárias de meados do século 20, a imposição de sistema de prisão domiciliar em massa exacerbou essa condição. A associação entre indivíduos se tornou muito restrita. E as extensas regras de lockdown apenas intensificaram nosso afastamento uns dos outros.
Além do mais, a espontaneidade foi quase eliminada sob a situação do lockdown. As regras podem impossibilitar que se saia de uma hora para outra, seja para visitar amigos ou familiares ou só para ir ao bar.
Mais do que nunca, vivemos em um mundo em que o exercício do julgamento individual não é bem-visto. Desafiar as regras estabelecidas pelos especialistas — nesse caso, epidemiologistas do mainstream — é visto como pôr a vida de todo mundo em risco. A única coisa responsável a fazer, diz a argumentação, é ser obediente e se conformar. Essa mensagem é repetida constantemente tanto na mídia mainstream quanto nas redes sociais.
Assim, os lockdowns, seja qual for o propósito pretendido, aumentam o isolamento social e intensificam a solidão preexistente. Pensar em como lidar com esses problemas sociais relacionados é tarefa urgente.
Arendt observa que “pode até ser verdade que as verdadeiras dificuldades do nosso tempo só vão assumir sua forma autêntica — ainda que não necessariamente a mais cruel — quando o totalitarismo for algo do passado”.
Ou seja, talvez só vamos conseguir ver nossas “verdadeiras dificuldades” — a saber, o colapso social, a solidão e o desaparecimento da espontaneidade — quando finalmente tivermos nos livrado do mundo em lockdown.
Uma coisa é certa. O lockdown, assim como o totalitarismo, tornou essas dificuldades muito piores. Quanto antes emergirmos da nossa situação de hiper-regulamentação, melhor.
Leia também “Por que eles odeiam a Suécia”
Daniel Ben-Ami é escritor e vive em Londres.
[i] Arendt, Hannah. The Origins of Totalitarianism, Penguin Classics, 2017, p. 624.
Antes ficava-se rico / milionário somente sabendo bem usar essas três raízes: o Terror, a Vaidade e a Fé, já hoje em dia: manipular informação para informar quem não gosta de ser informado (os que se acham bem nformados), logo então, efeito manada, efeito cascata e o controle da mídia, são: o caminho da fortuna.
Sensacional. Excelente texto. Parabéns. Qualquer semelhança com os dias atuais não é mera coincidência.
Muito interessante.
Excelente artigo.
Ja ouvi gente que considerava esclarecida dizendo que liberdade era um valor relativo. Da nisso.