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Edição 74

O general de cordão carnavalesco

Se não tivesse capitulado na hora errada, Stédile ganharia um habeas corpus perpétuo do Supremo

Augusto Nunes
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Por tratar como caso de polícia o que era uma questão social, o presidente Washington Luís antecipou a chegada à senilidade precoce da República Velha, enterrada sem honras pela Revolução de 1930. Por tratarem como questão social o que sempre foi um caso de polícia, os presidentes Lula e Dilma Rousseff retardaram a chegada à maioridade da democracia brasileira. Os líderes do incipiente movimento operário do século passado, que apresentavam reivindicações elementares, não mereciam cadeia. Mereciam de Washington Luís mais atenção. Os chefes de velharias ideológicas que se arrastam pelo século 21 berram exigências tão descabidas quanto a restauração da monarquia. Não mereciam a vida mansa que o PT lhes proporcionou. Mereciam cadeia.

É o caso de João Pedro Stédile e seu minguante Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Se tivessem genuíno interesse pela vida de agricultor e alguma intimidade com as coisas do campo, os militantes do MST estariam lavrando a terra há muito tempo. Sempre preferiram carregar as lonas pretas das barracas pelos caminhos da destruição, que não pouparam residências, plantações e laboratórios. Stédile não sabe a diferença entre um cafezal e uma plantação de cacau. Se tentasse manusear um machado, entraria para a História como o primeiro revolucionário a decepar a própria cabeça. Se resolvesse acompanhar o general com uma enxada, qualquer subordinado se arriscaria a amputar o pé. Todos só viram foices e martelos ao desfraldarem bandeiras da defunta União Soviética.

Quando o impeachment de Dilma Rousseff começou a desenhar-se, Lula resolveu falar grosso: “Se for preciso, eu chamo o exército do Stédile”, ameaçou. Sorte dele não ter chamado. Soldados e oficiais, que esbanjaram ousadia em ataques a fazendas indefesas, na depredação de casas e máquinas e na destruição de laboratórios rurais, desertaram pouco depois da queda do governo do PT. Com o sumiço dos privilégios federais, que incluíam mesadas, verbas e cestas básicas (além da garantia de impunidade), os combatentes deram o fora antes que a lei começasse a ser cumprida.

Na Quarta-Feira de Cinzas de 2016, Stédile ainda fingia não saber disso. Caprichando na pose de general de cordão carnavalesco, anunciou a iminente mobilização de tropas que permanecem aquarteladas na garganta do rufião da reforma agrária. Como nunca perdeu nenhuma chance de escolher o lado errado da guerra, resolvera protagonizar tiroteios imaginários na Venezuela, “em defesa do regime popular e democrático do presidente Nicolás Maduro”. Até hoje o homem que é visitado por Hugo Chávez em forma de passarinho espera a chegada da imensa infantaria inexistente. Maduro não foi o único vizinho tapeado por Stédile. Em 2008, por exemplo, ele avisou que o colosso invisível entraria em ação assim que começasse a guerra contra os imperialistas que falam português. Se o Itamaraty não topasse rever o Tratado de Itaipu, e curvar-se sem chiadeira a todas as exigências e reivindicações do sócio que fala espanhol, pelotões compostos de soldados sem-terra se juntariam às Forças Armadas do país vizinho e reforçariam a vanguarda da invasão do Brasil. Berrada a bravata, esqueceu a promessa e foi discursar em palanques bolivarianos.

Quando a Lava Jato avançou na devassa da folha de serviços criminosos acumulados por Lula, o fundador da versão brasileira do exército de Brancaleone reincidiu na bazófia: promoveria uma ofensiva tremenda contra quem ousasse tratar como bandido um fora da lei. O ex-presidente foi duas vezes condenado em duas instâncias e finalmente engaiolado sem que aparecesse um único estafeta de Stédile, que preferiu despejar bazófias em outras freguesias — e cuidar dos preparativos para mais uma capitulação vergonhosa na Venezuela de Maduro. O problema é que o exército da lona preta inspira tanto medo quanto os movimentos sociais que José Dirceu jurou que mobilizaria em 1968 (para derrubar o governo militar), em 1973 (para reeditar a revolução cubana no oeste do Paraná), em 2005 (para livrar-se da cassação do mandato decretada pela Câmara dos Deputados), em 2012 (para mostrar ao Supremo Tribunal Federal que um guerreiro do povo brasileiro não pode ser confundido com chefe de quadrilha), em 2016 (para salvar Dilma Rousseff do impeachment) e há poucos meses, para ensinar a diferença que existe entre “ganhar a eleição” e “tomar o poder”.

Coragem, Stédile. O vento sopra a favor dos arrogantes — por enquanto

Uma tropa liderada por Dirceu não hesitaria em render-se incondicionalmente caso um recruta do tiro de guerra de Taquaritinga disparasse um único e escasso tiro de festim. Os comandantes Dirceu e Stédile só matam de vergonha seus comandados e fazem morrer de rir seus inimigos. Mas o herói dos campos culpa o presidente Jair Bolsonaro pelo sumiço da soldadesca. “Ainda existem 4 milhões de famílias do campo que gostariam de ter terra, mas não são loucas de virar bucha de canhão para a polícia, para esse Capitão insano que está por aí“, choramingou em agosto passado. Em 2019, as invasões foram cinco. Em 2020 houve uma. Neste ano, nenhuma.

Em 2007, primeiro ano do segundo mandato de Lula, chegou a 298 a soma dos atentados ao direito de propriedade. Em 2014, a sucessora Dilma Rousseff foi saudada por 200 invasões. As cifras começaram a baixar no governo Temer, quando os mandados de reintegração de posse deixaram de dormir nas gavetas dos tribunais ou nas mesas dos governadores amáveis. Bolsonaro nem precisou agir com rigor: bastou o corte dos privilégios para avisar que a festa acabara. Stédile imediatamente entendeu que a melhor opção era a rendição sem luta.

Capitulou na hora errada, informa o crescente acervo de arbitrariedades, insolências e ilegalidades colecionadas pelos 11 superjuízes. Se conhecesse direito o Timão da Toga, Stédile hoje estaria atropelando sem perigo de cadeia o direito de propriedade, a democracia e a paciência dos brasileiros decentes. O Supremo Tribunal Federal sempre se fez de estrábico quando confrontado com esses pontapés nos códigos legais. Mas nos últimos tempos passou da leniência à cumplicidade ativa. Os ministros só enxergam atos contra a democracia e ameaças às instituições se captados pela vista direita. Desde que não critique nenhum ministro, não seja tolerante com o tratamento precoce da covid-19 nem concorde com uma única vírgula dita por Jair Bolsonaro em sua live, o mais medonho terrorista de esquerda será premiado com um habeas corpus perpétuo pela Corte, que, aliás, acaba de ganhar um decano à altura dos atuais componentes: Gilmar Mendes. Os demais ministros merecem Gilmar. Gilmar merece os demais ministros. Sobretudo Alexandre de Moraes, que em nome do Estado de Direito tortura e assassina os direitos assegurados pelo regime democrático.

Coragem, Stédile. O vento sopra a favor dos arrogantes — por enquanto. Todo semideus de picadeiro que trata o povo brasileiro como se fosse um bando de idiotas acaba na cova rasa reservada às perfeitas bestas quadradas.

Leia também “As soberbas lições de Sobral Pinto”

39 comentários
  1. Hipocrisia é Desvio de Caráter
    Hipocrisia é Desvio de Caráter

    “Uma tropa liderada por Dirceu não hesitaria em render-se incondicionalmente caso um recruta do tiro de guerra de Taquaritinga disparasse um único e escasso tiro de festim”. Minha barriga doeu de tanto rir. Sensacional!

  2. Ana Lúcia Kazan
    Ana Lúcia Kazan

    Augusto, de joelhos e tirando o chapéu prá você!

  3. Fabricio
    Fabricio

    Perfeito.

  4. Márcia Bari Ceravolo
    Márcia Bari Ceravolo

    Excelente!!! Sou, ainda mais, sua fã!!

  5. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Augusto, volte a nos falar sobre a “Bolsa ditadura”, porque nela encontraremos figuras contestadoras do governo militar que foram presas algumas vezes para interrogatório, não foram torturadas e tampouco perderam suas atividades profissionais, para posteriormente receberem imorais, indecentes e ilegais indenizações milionárias. Penso que por relatos dos próprios anistiados, sofreram prisões semelhantes ou até menos graves que as atuais praticadas pelo poder judiciário. Lembro que conhecido jornalista e escritor ora falecido, que nada sofreu, recebeu indenização retroativa de R$ 1,4 milhões e indenizações mensais a partir de 2005 até 2018 quando faleceu e durante 2 anos (2014/2016) recebeu mensalmente beneficio superior ao teto do STF. Vale dizer que o beneficio é isento de IR e transferível à sucessores.
    Augusto você sabe de quem estou falando e de outras ilustres figuras do jornalismo, de educadores e políticos que também mamaram recursos públicos tão em falta para a pobre sociedade brasileira, sem saneamento, trabalho, saúde, educação, moradia e segurança. Quanta “movimentação atípica” deve ter ocorrido entre os envolvidos nessas concessões que deveriam ser revisadas judicialmente, com as devidas penalizações. Afinal Augusto, que tipo de democracia é a nossa?

  6. Valesca Frois Nassif
    Valesca Frois Nassif

    Me sinto tão repetitiva , mas não consigo deixar de manifestar meu entusiasmo e admiração por seus brilhantes textos, escritos com tanta sabedoria e dedicação , entregando sempre o melhor produto possível à inteligência e curiosidade do leitor. Seus textos nos brindam com o que há de melhor no jornalismo. Me sinto presenteada por seus textos e é muito fácil concluir porque você, com toda razão e justiça, é chamado de Mestre Augusto. Coragem, mestre! Parabéns e obrigada sempre!

  7. Robson Oliveira Aires
    Robson Oliveira Aires

    Excelente texto. Parabéns Augusto.

  8. Eloi
    Eloi

    Mestre Augusto Nunes, a primeira vez que lhe dirijo a palavra. Me arrependo de não ter escrito antes. Sou seu fã de carteirinha, seus textos são de uma sabedoria invejável, DEUS lhe abençoe sempre! Tenha uma vida longa com muita saúde. Muito obrigado por tudo. Forte abraço Eloi Todari-Sao Caetano do Sul.

  9. Claudio Haddad
    Claudio Haddad

    Perfeito Augusto…..ninguem conseguiria descrever essa figura abjeta do Stedile com tanta galhardia e educação!!!

  10. Francisco Wellington Franco De Souza
    Francisco Wellington Franco De Souza

    Meus mais efusivos cumprimentos Mestre Augusto Nunes. Ainda há vida pensante na imprensa nacional.

  11. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Augusto, Zanini foi cooptado? Cadê o livro Euforia… Eu vi ele no direto ao ponto com o gal Heleno, não o reconheci

  12. José Carlos Moreira De Abreu
    José Carlos Moreira De Abreu

    Matérias como esta fazem valer a assinatura da Revista Oeste. Parabéns, Augusto Nunes.

  13. R.F. Nobre
    R.F. Nobre

    Os textos do Augusto sempre são bons. Apenas uma questão: seria possível a revista Oeste abolir fotos de certos indivíduos para não “embrulhar” o meu estômago?

  14. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    Cirúrgico!

  15. Roberto Fakir
    Roberto Fakir

    Augusto, Stedile trocou a chefia do MST pela chefia do STF, tendo como preposto o Fachin.

  16. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    Boa noite Guzzo, boa noite Ana, Fiúza e Constantino e boa noite aos leitores. Os bugios aqui na mata estava a toda, aproveitando os pinhões do tarde, os últimos da safra. E um deles me alertou que o STF está pensando nos terroristas de direita e aos ataques às instituições democráticas. Nunca pensam no povo. Uma multidão critica o STF muito mais que o time do Presidente que teima ficar nas quatro linhas. O povão está na galera tentando descobrir por que o VAR e os Juízes de futebol erram tanto e atrapalham o jogo que deveria ser um esporte ético e divertido. O bugio está com a razão: quem mais sofre com a atuação do STF é o povo, a população, a maioria dos eleitores. O STF nem dá bola para isto. Se pegarem os líderes dos movimentos antidemocráticos, mais o presidente, continuarão com sua missão para queimar a CF em praça pública. E o pior. Depois de condenarem líderes e personalidades públicas, passarão a cortar a cabeça de pessoas comuns. Saravá!

    1. Marcus Borelli Ribeiro
      Marcus Borelli Ribeiro

      É isto mesmo Luiz o que faremos? O que houve com os comentários ao texto do Guzzo?

  17. Eládio Torret Rocha
    Eládio Torret Rocha

    O Augusto é cirúrgico. Desta feita foi na jugular.

  18. Luiz Alberto Huber
    Luiz Alberto Huber

    Perfeito.

  19. Daryush Khoshneviss
    Daryush Khoshneviss

    Excelente Augusto, como sempre! Faço coro aos demais que estão perguntando por que os comentários ao texto do Guzzo foram suspensos?
    Censura à Oeste? Não duvido de mais nada, pois a restrição à liberdade de expressão na época da famosa ditadura militar, onde passei boa parte da minha adolescência e juventude, é “peanuts” quando comparada com o que vivenciamos hoje. Precisamos de uma resposta. Um abraço,

  20. Nadjanara Dorna Bueno
    Nadjanara Dorna Bueno

    Parabéns Augusto. Porque os comentários na ala do Guzzo foram desabilitados?

  21. Mariléa De Farias
    Mariléa De Farias

    Brilhante!

  22. Luis Ricardo Zimermann
    Luis Ricardo Zimermann

    Minha torcida é para que a cova rasa do último parágrafo receba o mais rapidamente possível seus clientes!
    Esclareço que é um desejo no sentido figurado assim como o utilizado no artigo, pois não gostaria de ser preso arbitrariamente apenas por manifestar minha opinião aqui na Coréia do Norte… Ops!!!

  23. Josmar D Pagliuso
    Josmar D Pagliuso

    Não cesso de me lembrar de “O Processo” de Kafka, texto que sempre me assombrou e assustou, desde a juventude. Parece que “O Processo” agora vive. Por que tão pouca gente lembra-se dele?

  24. Marco Antonio de Moura Vales
    Marco Antonio de Moura Vales

    No início dos anos 2000, um gaúcho brasileiro, em caravana com outros desocupados, iniciou uma excursão pela Europa, cujo término ocorreria no Iraque, onde o grupo iria servir de escudo humano contra mísseis norte-americanos que seriam despejados sobre Bagdá. Não se sabe onde o gaúcho e seus companheiros de jornada estão ou fazem hoje; mas, a notícia que circulou à época é que os ianques, temendo a ação dos “heróis brancaleones”, anteciparam o ataque e comprometeram a defesa de Sadam Hussein. Que pena!

    1. Teresa Guzzo
      Teresa Guzzo

      Augusto Nunes,mais uma vez uma matéria excelente e oportuna.Sou sua admiradora.por tudo que tem feito e lutado pelo Brasil,te sigo na Revista Oeste, jovem Pan e outros.Nao tenho nada a acrescentar nesse texto perfeito,apenas dizer que pessoas como Stedile,Boulos,Lula e Dilma me enojam, são ladrões sim,mas não de porta de delegacia,roubaram e arrombaram o país.Sei que deu esforço custa caro, não é fácil.Parabens e continue sempre.

  25. JOSE FERNANDO CHAIM
    JOSE FERNANDO CHAIM

    ESSA FOTO É DE DAR NÁUSEAS!!!!!!!!

  26. Elson Zoppellaro Machado Machado
    Elson Zoppellaro Machado Machado

    Excepcional, irrevogável e magnífico artigo.
    Só mesmo de uma pena de tamanho gabarito.
    Augusto, uma pena Augusta.

    1. Elson Zoppellaro Machado Machado
      Elson Zoppellaro Machado Machado

      Quis dizer irretocável (corretor de m…..)

    2. Flávio José Cardozo Júnior
      Flávio José Cardozo Júnior

      Magnífico!

  27. Paulo Saab
    Paulo Saab

    Qualquer terceiranista de Direito sabe hoje mais sobre os direitos e garantais individuais do que os ocupantes das cadeiras do STF brasileiro. Sabem também duas coisas mais: 1-Como dizia o jurisconsulto Ulpiano,na antiga Roma , “qui habet commoda ferre debet onera”. Quem tem a vantagem da coisa deve suportar-lhe o ônus. 2-Quem infringe a Constituição e as leis, cedo ou tarde será punido. O STF tem a vantagem da coisa.V ai suportar-lhe o ônus. E quem conspurcou contra a lei e a ordem, em vez de defendê-las(seu mister) pagará por isto, na forma da lei .É só questão de tempo.

  28. Ernesto Quast
    Ernesto Quast

    Por que os comentários do artigo do J.R Guzzo estão desabilitados? A inquisição / censura já chegou na Revista Oeste? Existem duas opções: a) Conviver com os parasitas; b) Aguardar silenciosamente 7 de setembro para manifestações ininterruptas; quando os governadores descerem porrada na população, o exército terá que intervir.
    Muitas perdas poderiam ter sido evitadas. A desculpa de instabilidade econômica para não renovar completamente o STF não cola, as ações e investimentos estão despencando, esse país já foi para o buraco, mas ainda não nos avisaram.

  29. Rodrigo Kairys
    Rodrigo Kairys

    Ótimo texto Augusto!

  30. Olinto Santos Cardoso
    Olinto Santos Cardoso

    Um texto enxuto pelas palavras e encharcado de verdade verdadeira.

    1. Sônia Lemos Costa
      Sônia Lemos Costa

      Excelente. Esse sim é terrorista por provocar terror e medo no campo. Com isso a justiça é conivente e proteje. Não dá para entender, ou melhor, veio da esquerda tudo pode.

  31. Wellinton Braga
    Wellinton Braga

    Belíssimo texto.

    1. Jorge Luiz Soares Ribeiro
      Jorge Luiz Soares Ribeiro

      Excelente texto que nos brinda com a costumeira e brilhante ironia de Augusto Nunes.

  32. Érico Borowsky
    Érico Borowsky

    Muito bom, Augusto!

    1. Erasmo Silvestre da Silva
      Erasmo Silvestre da Silva

      Essa Constituição dicotômica deve ser mudada para 50 artigos. Com essa ainda cheia de emendas, ainda descobrimos inconstitucionalidade. Que coisa esdrúxula

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