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Foto: Montagem com Ilustração Shutterstock
Edição 80

Carta ao Leitor — Edição 80

A demissão de Alexandre Garcia e o depoimento de Luciano Hang na CPI da Covid estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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“O primeiro requisito para uma ordem social melhor é o retorno à liberdade irrestrita de pensamento e de expressão”, ensina o economista Ludwig von Mises. A frase do maior expoente da Escola Austríaca — tema do artigo de Rodrigo Constantino — deve ser repetida exaustivamente nestes tempos de intolerância. Na semana passada, Oeste publicou duas reportagens sobre os opressivos “cancelamentos” ocorridos no meio artístico e nas universidades brasileiras. A demissão do jornalista Alexandre Garcia, de que trata esta edição, escancarou a onda de autoritarismo que se espalha pela velha imprensa.

Na reportagem, Cristyan Costa e Paula Leal rememoram casos de jornalistas sumariamente banidos de veículos de comunicação por crimes inexistentes nos códigos legais. Eles apenas discordaram das verdades impostas pela versão brasileira do Grande Irmão do livro 1984, materializada quase quatro décadas no ano previsto por George Orwell.

A gravidade dos crimes muda conforme a fase da pandemia. No começo, os delitos imperdoáveis eram contestar a eficácia do lockdown e preocupar-se com os efeitos do combate ao coronavírus sobre a economia. Neste ano, é coisa de delinquente examinar possíveis efeitos colaterais da vacina e não manter permanentemente uma máscara no rosto. Em todos os momentos, a lista dos pecados capitais é encabeçada por dois: não tomar vacina e achar exagero acusar o presidente Bolsonaro de genocida.

Por cometer alguns desses “crimes”, o empresário Luciano Hang foi incorporado ao circo administrado por Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Omar Aziz. A reportagem de Silvio Navarro registra alguns dos melhores-piores momentos desse show de infâmias. A trinca de senadores é o tema do artigo de Augusto Nunes. “Com a CPI já agonizante, esses canastrões continuam à caça da prova definitiva de que o vírus chinês não matou nenhum brasileiro. Bolsonaro fez o serviço por ele.”

A mídia tem uma espécie de intolerância química, ou genética, a Bolsonaro, afirma J. R. Guzzo em seu artigo. “Não ajuda em absolutamente nada, é claro — ao contrário, é uma dificuldade fatal —, que há três anos inteiros a imprensa não receba dinheiro federal em verbas de publicidade.” Pode ser essa a explicação para a censura promovida por quem deveria lutar o tempo todo em defesa da irrestrita liberdade de expressão.

Convém lembrar outra frase de Mises: “Ideias e somente ideias podem iluminar a escuridão”.

 

Boa leitura.

Branca Nunes
Diretora de Redação

14 comentários
  1. Sylvio Do Amaral Rocha Filho
    Sylvio Do Amaral Rocha Filho

    Branca: Instado por Pilatos a dizer o que é a verdade o Cristo se calou. O que é a verdade? Um jornalista quando reporta um fato não o traduz segundo seu ponto de vista, o miradouro de onde ele vê ?? Se trai o fato não é este jornalista um disseminador de fake news??

  2. Luis Antonio Felipe
    Luis Antonio Felipe

    editorial perfeito

  3. Marcio Antonio Curi
    Marcio Antonio Curi

    Repetirei sempre em todos os lugares e a todos os meus ex-alunos: a verdade dos fatos é mais importante do que ter cortes imperiais de justiça e representantes do povo, sempre inescrupulosos e cada vez mais atrelados às mentiras e aos malfeitos. Meu respeito e consideração por todos os verdadeiros jornalistas, que brilham na revista Oeste e em outros veículos midiáticos. Vocês sim merecem ser chamados de brasileiros.

  4. Nilton Alves de Oliveira
    Nilton Alves de Oliveira

    Democracia? Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
    Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
    Que, para ouvi-las, muita vez desperto
    E abro as janelas, pálido de espanto…

  5. Nilton Alves de Oliveira
    Nilton Alves de Oliveira

    A ideia da oposição parece ser é a seguinte: Já que uma facada não impediu a eleição de Bolsonaro, talvez a CPI resolva para que não haja a sua reeleição. Se também não resolver, uma fraude nas eleições ou em última análise um outro atentado para que não tome posse novamente, só precisam achar outro Adélio. Teoria da conspiração?

  6. cesar henrique carvalho câmara
    cesar henrique carvalho câmara

    Saudações a todos. Tenho medo pelo presente e pelo futuro, somos todos brasileiros, mas me parece que uma parcela desta sociedade não se importa com o que irá perder ao perder a liberdade de expor suas ideias e suas preferências. Realmente tornou-se crime, ter opinião que não seja a da maioria. Senhores peço a todos, que não desistamos do nosso objetivo maior que é trazer luz em tempos de trevas. Grande abraço.

  7. Luiz Antônio Alves
    Luiz Antônio Alves

    EStá muito boa a edição desta semana. Esqueci de perguntar: por que não tem mais a seção de humor rsrsrs..?

  8. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Branca Nunes, é a falta de recursos que este governo cortou desses inúteis meios de DESINFORMAÇÃO.

  9. Luzia Helena Lacetda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacetda Nunes Da Silva

    Parabéns, Branca, e todos os envolvidos nessa beleza de publicação. Já li a revista: está excepcional.

  10. Alberto
    Alberto

    Quero aqui deixar o meu enérgico protesto pelo fato do senhor J.R. Guzzo não mais permitir comentários. O que é isso? Algum ataque de Pachequismo? Ou está copiando o Reinaldo Azevedo?

  11. Solange Campos
    Solange Campos

    É o amor ao carrasco, ou alma de lacaio, que caracteriza este bando que promove com entusiamo a censura.

  12. Gabriel Baldanza Mantovanelli
    Gabriel Baldanza Mantovanelli

    Ucraniano?! Está errado. Favor corrigir.

    1. Branca Nunes

      Olá, Gabriel, Mises nasceu em Lemberg, cidade que hoje fica na Ucrânia. Mas você tem razão. Naquela época, o território pertencia ao Império Austro-Húngaro.
      Ficou apenas “economista Ludwig von Mises”.
      Um abraço e obrigada pela observação

      1. Gabriel Baldanza Mantovanelli
        Gabriel Baldanza Mantovanelli

        Sim, exatamente. Obrigado pela atenção!

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