Vacinar ou não vacinar
Foi agitada essa semana na maior parte dos grupos de WhatsApp de pais de diversas escolas particulares de São Paulo: uma ala tenta atrelar a volta às aulas presenciais com a imunização, outra ala dispensa qualquer tipo de exigência. O colégio britânico St. Paul’s School, fundado em 1926 e com mensalidades na casa de R$ 8.000, não apresentou nenhum comunicado formal até agora, mas os pais já se mobilizaram: a maioria das crianças e adolescentes está vacinada (muitas delas, no exterior, durante viagens de fim de ano), mas há uma parte de pais que já disse que não vacinará os filhos.
Depois da aprovação da vacinação contra a covid-19 de crianças de 5 a 11 anos pela Anvisa e da divulgação do planejamento para a distribuição das doses pediátricas pelo Ministério da Saúde, líderes do Movimento Escolas Abertas aumentaram a divulgação e o compartilhamento de vídeos na última semana: “A escola é um ambiente seguro para as crianças, na medida em que todo mundo mantém os protocolos de proteção”, disse a pediatra Ana Escobar, em postagem do movimento. “A escola é fundamental para o desenvolvimento e o crescimento cognitivo de nossas crianças. É muito importante que façamos força para que as escolas fiquem abertas.” As principais escolas particulares de São Paulo consultadas por Oeste não terão exigência de vacinação para crianças. A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) não irá adotar a vacina como um condicionante para a volta às aulas presenciais.
Abriu geral
A Multiplan, dona de 19 centros comerciais no Brasil, entre eles o MorumbiShopping (SP) e o Barra Shopping (RJ), descarta qualquer restrição nos horários de abertura e fechamento de lojas. A sugestão de alteração foi levantada por uma associação de lojistas e pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo, diante do aumento de casos de covid e influenza. A propósito, a diretoria da Multiplan fez uma prévia muito positiva do quarto trimestre de 2021: as vendas foram 8,1 % maiores, se comparadas ao mesmo período de 2019, ano pré-pandêmico. O aluguel de lojas teve alta de 41%.
Bye bye Orlando
O dólar em alta, acima de R$ 5,50, favoreceu destinos turísticos nacionais, que não entravam na rota de muitos brasileiros. Em Santa Catarina, o Beto Carrero World registrou aumento de público e faturamento em 2021 e nos primeiros dias de janeiro de 2022. Parte desse novo público vem de famílias que costumavam ir, no período de férias escolares, aos parques da Disney e Universal, em Orlando. O parque temático brasileiro, que acaba de completar 30 anos, é uma prova de como uma atração turística estimula a economia de uma região: quem passa dois dias no município de Penha para ir ao parque estica para outras cidades de Santa Catarina, como Balneário Camboriú e Florianópolis.
Sucesso não aceita preguiça
João Adibe, CEO da Cimed, terceira maior farmacêutica em volume de vendas do país, vai lançar sua biografia. Meu Sangue Amarelo sairá pela editora Agir, em abril. Durante o processo de escrita, com o apoio de um ghost-writer, Adibe chorou diversas vezes ao relembrar histórias do passado. O empresário acaba de alcançar 1 milhão de seguidores em sua conta no Instagram, em que posta diariamente atividades de sua vida profissional e pessoal, além do mantra: “Sucesso não aceita preguiça”. Em fevereiro, a empresa vai inaugurar uma nova fábrica, avaliada em R$ 300 milhões, em Pouso Alegre (MG). A capacidade produtiva aumentará de 28 milhões para 40 milhões de comprimidos ao mês.
Universo das startups
Não foi só um recorde de unicórnios brasileiros em 2021, com dez novas empresas startups com valor de mercado de US$ 1 bilhão. O país bateu recorde também em fusões e aquisições envolvendo as startups. No total, 247 startups foram adquiridas por outras empresas. As fintechs lideraram esse processo, seguidas das martechs, empresas de marketing. Startups de educação e saúde participaram, cada uma, de 19 fusões ou aquisições. Recordar é viver: a primeira startup brasileira a virar unicórnio foi a 99, em janeiro de 2018.
Segredo de Fátima
A Globo evita falar do destino de Fátima Bernardes, mas garante que o programa Encontro — com ou sem ela — vai seguir na grade matinal da emissora: “Não existem mudanças previstas no momento”, disse a Globo a Oeste. Nesta quinta-feira, muito se falou sobre o fim do Encontro com Fátima Bernardes, atração da Globo que vai completar uma década em 2022 e fez a transição de Fátima Bernardes — de âncora do Jornal Nacional para o entretenimento. A apresentadora estaria cansada da rotina extenuante de um programa diário.
“As redes sociais vieram para ferrar a cabecinha dessa turma”
Sucesso entre jovens e prestes a atingir 3 milhões de exemplares vendidos, com 25 livros, a escritora carioca Thalita Rebouças comemora um feito em sua longeva carreira: seu livro Confissões de uma Garota Excluída, Mal-Amada e (um Pouco) Dramática chegou nesta quinta-feira (13) às livrarias da França, e seguirá para Alemanha e Itália. De Paris, Rebouças falou com Oeste. Ela conta que o contrato que mantém com a Netflix a ajudou a despertar o interesse de agentes literários europeus e fala do desafio de escrever para adolescentes.
Você largou o jornalismo para virar escritora e hoje vive das suas obras literárias. Qual é a sensação de ser traduzida e publicada na Europa?
Estou realizando um sonho. Vendi os direitos de três livros e acaba de chegar Confissões de uma Garota Excluída, Mal-Amada e (um Pouco) Dramática às livrarias de Paris. Não sei nem falar o título em francês. Tudo começou em 2018, quando meu agente internacional foi ao festival de cinema brasileiro em Paris e me abordou depois de assistir ao filme baseado em meu livro Fala Sério, Mãe. Ele perguntou como eu ainda não era uma estrela na Europa. “Também não sei”, respondi. Ali mesmo, ele virou meu agente. Não é fácil publicar livros infantojuvenis na Europa. Vêm ciclos e tendências de fora, às vezes os americanos ou britânicos. Paulo Coelho foi o primeiro autor brasileiro a surgir aqui. Ninguém sabe por que ele faz sucesso na Europa, mas abriu as portas. Mas o que me ajudou de fato foi o contrato que mantenho com a Netflix desde 2019. A Netflix me descobriu como roteirista. Eles me instigaram a fazer roteiros originais. Estou com três no ar e já tenho encomendas de novos. A Netflix foi meu abridor de portas no mundo.
Como tem sido a recepção na França?
Acabei de dar meu primeiro autógrafo. Visitei várias escolas em Paris e nos arredores para a divulgação e foi hiperemocionante quando me pediram para autografar. Fiquei com água nos olhos ao ver os olhinhos brilhando. Lembrou o começo da minha carreira. Adolescente gosta de gostar de mim. Me senti uma pop star do outro lado do oceano.
Você escreve para adolescentes há 22 anos. O que mudou nesse tempo?
A essência não mudou: o adolescente da década de 1970 é o mesmo de hoje nas questões emocionais — a tendência para o drama, os amores não correspondidos e platônicos, os conflitos com pai e mãe, as espinhas. Com a rede social, em que todo mundo dança e se exibe o tempo todo, o jovem passa a ter uma preocupação maior de estar bem, de estar bonito, do cuidado com o corpo, para se sentir aceito. Sei que a rede social trouxe muita coisa boa, mas há a pessoa tímida, por exemplo, que vem e não é aceita, não entra nas dancinhas. E tem outras que se abrem mais, conhecem muita gente. Sinto que há uma preocupação de se mostrar mais do que é por fora do que por dentro. Nesse quesito, as redes sociais vieram para ferrar a cabecinha dessa turma um pouco.
Dados da mais recente pesquisa TIC Domicílios mostram que 46% dos adolescentes brasileiros de 10 a 17 anos já têm uma conta no TikTok. Como é fazer uma geração ultraconectada ler?
Tenho muitas restrições às redes sociais. Mas sei que, quando eles leem os livros, se sentem também no universo das redes. Escrever para eles, mesmo com toda a tecnologia, é indiferente, porque eu falo de sentimento. Sentimento não tem clique, não precisa arrastar para aumentar a foto. É angústia, intensidade. Gosto de falar com o coração do adolescente.
Leia também “André Esteves e sua escola de líderes”
Muito legal essa coluna do Bruno Meyer. Agregou bastante!
Bug no ” Leia Mais ” tá ficando bem chato
Olá Gustavo, pedimos desculpas pelos transtornos.
Já fizemos a correção do problema.
At, Revista Oeste
Gosto muito de ler o Bruno: me informo e me delicio com seu português leve e super correto.