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Edição 97

Carta ao Leitor — Edição 97

O surto de autoritarismo no Brasil e as bravatas de Zé Dirceu estão entre os destaques desta edição

Redação Oeste
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Quem poderia imaginar, quando foi entoado pela primeira vez o mantra “#FiqueEmCasa”, que viriam em seguida o “ponha máscara”, o “use álcool em gel”, o “não vá trabalhar”, o “não frequente a escola” e tantas outras palavras de ordem impositivas? O silêncio de uma sociedade paralisada pela apatia ou pelo pavor ajudou a expandir o fenômeno definido por J.R. Guzzo como “tirania legalizada de quem ocupa um emprego público”. Quase dois anos depois, qualquer juiz de grotão se atribui o poder de até retirar a guarda dos filhos de pais que se recusarem a vaciná-los.

O avanço galopante desse novo autoritarismo está retratado por Guzzo no artigo de capa desta edição. “A estrela amarela e o pijama listrado, neste retorno triunfal do nazismo da Alemanha de Hitler, estão destinados a denunciar outro crime: ‘Você não tomou vacina’.”

Orlando Morando, por exemplo, promoveu-se de prefeito a Führer de São Bernardo do Campo no momento em que resolveu segregar em classes separadas os alunos das escolas municipais que não estiverem vacinados. E Rogério Lins, o condestável de Osasco, condecorou com um “Certificado de Coragem” as crianças vacinadas. “Exatamente como os diplomas de ‘herói’ que a Rússia de Stalin dava a crianças que denunciavam os próprios pais por falarem mal do governo ou prestavam outros serviços destacados ao regime”, compara Guzzo.

Os humanos não apenas aceitaram bovinamente a onda de arbitrariedades, como engoliram contradições que poderiam constranger até um Josef Stalin. Pelo menos 12 foram listadas pela editora Paula Leal. Três delas: não é preciso usar máscara/é preciso usar máscara; assintomáticos não transmitem a doença/assintomáticos transmitem a doença; duas doses — ou uma, no caso da vacina da Jansen — bastam para garantir a completa imunização/é preciso tomar a terceira dose. A quarta, descobriu-se agora.

Essa estranha forma de amnésia não se limita ao universo da pandemia. A memória nacional também reserva um espaço diminuto a escândalos de dimensões cósmicas. E os seus protagonistas são favorecidos por essa característica brasileiríssima, como atesta a trajetória de José Dirceu de Oliveira, ex e atual capitão do time de Lula.

A reportagem de Silvio Navarro mostra que Dirceu está cada vez mais à vontade para viagens delirantes. Afirmou há pouco, por exemplo, que o PT pretende ganhar as eleições e criar as bases “para o nosso projeto socialista”. Louve-se em José Dirceu a coerência. Ele declama as mesmas teorias absurdas desde 1968, enquanto coleciona sucessivas trapalhadas. Conseguiu namorar a única espiã do Dops. E organizar um congresso para centenas de estudantes numa cidade de 5 mil moradores.

Esse histórico permite alguma esperança. Como diz Augusto Nunes, uma tropa comandada por José Dirceu só consegue fazer morrer de vergonha seus integrantes. Ou matar de rir os seus alvos.

Boa leitura.

Branca Nunes
Diretora de Redação

 

11 comentários
  1. Bárbara Lacerda Nunes Da Silva
    Bárbara Lacerda Nunes Da Silva

    Esta edição está ainda mais primorosa. Parabéns revista Oeste!

  2. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Essa revista é tão inocente assim ou se faz, porque o mundo todo tá sabendo que quem tá matando a população é a vacina

  3. Fabio Mestriner
    Fabio Mestriner

    Tudo que ele organiza, o pessoal acaba na cadeia. Inclusive ele.

  4. Júlio Rodrigues Neto
    Júlio Rodrigues Neto

    Entre tirar a guarda dos filhos dos Pais e tirar a vaga de Juiz da cidade, fico com a segunda opção.

  5. Ulisses
    Ulisses

    A tirania legalizada sempre existiu no Brasil e em situações muito mais absurdas, por que o Estado tem o direito de aplicar penas contra o uso de maconha ou contra o jogo, situações que dizem respeito ao individuo, e agora é classificado de TIRÂNICO com relação à vacina, situação que envolve a saúde coletiva, pois quem não se vacina pode aumentar o contagio. E esta tentativa tola de menosprezar José Dirceu, por muito anos ele foi considerado o “verdadeiro” governante do Brasil, uma das maiores lideranças de esquerda, se a jornalista o considera um inimigo, pior ainda é subestimar um inimigos tão forte; algumas palavras de desprezo num site não vai torna-lo menos ou mais capaz, melhor enxergar a realidade como ele é; o povo está disposto a suportar “corruptos” ou mesmo acusados de corrupção, desde que ganhem o “devido pagamento”; só há uma saída, empregos com bons salários, as pessoas se sentirem beneficiadas com a direita.

    1. José Carlos Dantas Caldas
      José Carlos Dantas Caldas

      Saudades de Garrincha.

  6. Luzia Helena Lacetda Nunes Da Silva
    Luzia Helena Lacetda Nunes Da Silva

    A melhor das capas da Oeste até hoje.
    Parabéns à responsável pela arte.

  7. Marcio Bambirra Santos
    Marcio Bambirra Santos

    Li esse editorial e fui à coluna do Guzzo. Realmente, tenho que tomar o meu Rivotril em dose cavalar, pra´ não exacerbar a alegria em perceber que não estou isolado, sozinho. Parabéns à Revista e ao Jornalista J.R. Guzzo.

  8. Cristina Reis
    Cristina Reis

    Quem é o mandante de todos estes crimes ??? Porque não descobrem isto, porque não perseguem o mandante ? É a China? É muito vago… não é um país.. é uma pessoa. Quem é ?

  9. Leila Pereira
    Leila Pereira

    Amo as capas da Oeste. ❤❤❤

  10. Marcelo Gurgel
    Marcelo Gurgel

    Quero parabenizar o Guzzo pelo texto ESPETACULAR e emocionante, para qualquer homem que ainda tenha alguma dignidade, escrito nesta edição da Revista Oeste.

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